quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Almas =s

CASAMENTO DE ALMAS GÊMEAS NÃO EXISTE  
Joao Joaquim

As relações humanas são muito complexas. Eu diria que em muitos casos  elas são complexas, melindrosas, sensíveis e até impossíveis. Como exemplo de relações impossíveis nada mais consistente e exemplar do que as convivências  conjugais. Ou seja, o exemplo de um divórcio é a quintessência de como duas pessoas se mostram impossíveis em relações humanas . Longe de pensar nas tais almas gêmeas , como queria Platão. O que se deve procurar é o máximo de semelhança possível, em se tratando de relação a dois. Não importa o gênero.  
Tais dificuldades e incompatibilidade nas relações de uma pessoa com outra, não importa se do mesmo sexo ou não, se de forma apenas social, profissional ou conjugal decorrem de um único fator, da (s) diferença (s) que marca (m) o ser humano. Ninguém é produzido em série, como são as coisas e objetos. Até mesmo os gêmeos univitelinos não são iguais. Eles se mostram muito semelhantes. Mas, nunca o DNA de um é exatamente igual ao do outro.
Ainda dentro do contexto da diferença e tomando a contribuição dos gêmeos  idênticos. Ou seja, embora gerados de um mesmo óvulo e espermatozoide eles terão identidade genética, mas nunca igualdade genética rigorosa. Muito menos comportamental, social e afetiva.  Basta constatar que a personalidade, os sentimentos, o gosto, a vocação podem ter pontos de congruência, mas nunca igualdade plena. Além do que tem-se em conta também a influência do meio ambiente, isto é, do meio social, do processo educacional, enfim , de todas as interações que cada um estabelecerá  com outras pessoas e o mundo com todos os seus valores culturais e tecnológicos .
Muitos são os exemplos que se podem enumerar sobre a impossibilidade ou complexidade das relações sociais. Nas relações entre profissionais de uma mesma categoria de atividade (médicos, advogados, enfermeiros, professores), nas relações corporativas de uma empresa ou órgão público. Quantos não são os conflitos surgidos entre colegas de trabalho de uma sessão ou departamento de uma empresa pública ou privada? A rivalidade, a disputa, a porfia, a emulação, a concorrência são fenômenos inatos do indivíduo.
 Um exemplo repicado pelas mídias se vê nos parlamentos das várias administrações públicas do Brasil e do mundo. Porque se trata das diferenças de caráter e personalidade do gênero humano. Quantos não são os episódios de escaramuças e entreveros flagrados em câmaras municipais e no parlamento estadual ou federal. São brigas, motins duros de assistir e de conter os brigões. E assim são muitos os episódios no campo profissional e empresarial. Quantas não são as sociedades comerciais que se desfazem ou acabam em litígio por absoluta incompatibilidade entre os sócios?
As relações sociais de maior complexidade referem-se às convivências conjugais. E elas são provas em profusão do quanto uma relação interpessoal pode se tornar incompatível, conflituosa, tormentosa e até letal, como são os casos repetidos de feminicídio cometidos por indivíduos predadores de mulheres.
E basta lembrar que para se chegar no convívio conjugal, os cônjuges passam por um longo estágio ou período probatório que é o namoro e noivado. Ou seja, constitui aquele espaço de tempo onde o casal deveria conhecer bem o outro e ver se as diferenças e divergências são compatíveis para uma convivência de proximidade, de intimidade e solidariedade.
O casamento, como definí-lo ?  Deveríamos entendê-lo como a junção das diferenças. Eu sou concordante com outros profissionais e estudiosos da matéria. O casamento entre pessoas muito parecidas e idênticas sugere não ter tanto encanto, tanto brilho e completude de um para o outro. Se as pessoas entendessem as relações conjugais como a soma de dois indivíduos desiguais, grandes seriam as chances de mais sucesso, solidariedade e amor perene.
O princípio da convivência entre os diferentes é uma recomendação e postulado para uma vivência harmoniosa, respeitosa e mais fraterna entre os seres humanos. Isto tem sido uma premissa vital para toda sorte de interação social.

Assim deve prevalecer no casamento. A comunhão dessas diferenças deve ser entendida como um somatório positivo, de enriquecimento mútuo e pontos chaves para uma vida feliz e duradoura. Portanto, fica aqui essa deixa ou dica: Nunca queira o outro como você o imagina, queira o outro(outra) como de fato ele(ela) é, e seja feliz para sempre.  NOVembro /2108. 

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