quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Folgados

OS FOLGADOS E APROVEITADORES 

João Joaquim 


As relações humanas se revestem de muita complexidade. Esta frase que abre este artigo se encontra nas regras sociais defendidas por Immanuel Kant e por Arthur Schopenhaner. Tal afirmativa se torna muito verossímel e convincente porque, ninguém, absolutamente ninguém guarda identidade com o outro. Por isso o conceito de que cada pessoa é única, indivíduo, não divisível e todos somos diferentes.
Quando se fala de relações sociais, muitos  atributos e qualificações podem ser dadas às pessoas. E é justamente aqui que moram as dificuldades,  o  quanto podem ser complexas, complicadas e impossíveis as relações  entre pessoas parecidas ou muito diferentes. Há semelhanças entre as pessoas, igualdade jamais. Nem gêmeos univitelinos são iguais.  

Dentre as pessoas de nossas relações, têm-se aquelas a que somos ligados pelo fator genético, as populares parentas (es) e aquelas pessoas por laços de amizade ou profissional. Ou seja, as nossas relações se dão pela chamada consanguinidade, por união conjugal ou de amizade e profissional. Estudos neurocientíficos e psicológicos mostram que traços genéticos não são garantias de relações sociais harmônicas e saudáveis. E a prática e vivências mostram isso, trata-se de dedução empírica . Quantos e quantos irmãos que têm divergências fratricidas!
Há duas classificações (classes ou tipos) de pessoas ou gentes que são o mote deste artigo. Têm-se aqui em análise os indivíduos folgados e aproveitadores. Ainda não há estudos estatísticos da prevalência destas espécies de gente. O que se tem de certo e substancial é que elas existem em todos os meios de convivência.
 Muitas são as pessoas de bom caráter, probas e honestas que são obrigadas a aturar e  suportar tais indivíduos. Os folgados e aproveitadores podem ser aqueles que se estabeleceram por laços de “amizades”, podem ser pessoas colegas de trabalho e que compartilham afinidade profissional,  de forma autônoma ,e num mesmo condomínio ou empresa pública ou privada.
Todavia, os folgados ou aproveitadores mais nefastos são os próprios parentes. Aqueles ou aquelas que entram nessa categoria pela parentela de consanguinidade ou conjugal. Podem ser marido, esposa, namorado, namorada ou companheiros.  Cunhados(as), como eles existem .
Não importa. O folgado parente é aquele que para atingir os seus intentos, vai se aproximando do parente ou parenta vítima. Seja entre irmãos por exemplo. Ele se torna um importuno recalcitrante, sub-reptício e nocivo em suas investidas. Seja na obtenção de um favor laborativo,  na execução de alguma obrigação ou uso de algum bem da vítima. Mas, em geral o seu foco de subtração está na tomada de empréstimo de dinheiro. Dívida que, às vezes, nunca será quitada, ou quando o faz, o faz sem as devidas correções monetárias.
A pessoa da classe aproveitadora têm muitas das características do folgado. Em geral suas atitudes se revestem também de perfídia, de má-fé e muita dissimulação. Nesse sentido o aproveitador se passa por exemplo por vítima de uma situação de saúde, uma dificuldade financeira, uma  dificuldade familiar no sentido de despertar a compaixão alheia. Nessa circunstância de sensibilização da solidariedade alheia é que o aproveitador justifica sua natureza e qualificativos. Ele aproveita dessa compaixão alheia para obter os favores, préstimos e empréstimos pecuniários almejados. E outras prestações  e favores que nunca são ressarcidos, retribuídos na justa proporção do tomado inicial. Ele quer sempre levar vantagem em tudo.
Tais categorias de gente, os folgados e aproveitadores têm sido objeto de estudos, tanto da psicologia comportamental como das neurociências. Quando se estuda o cérebro e as sinapses nervosas desses indivíduos têm-se as explicações neuroquímicas desses comportamentos. Dois são os hormônios dos circuitos cerebrais desses indivíduos, a serotonina e a dopamina.
De tal sorte que sempre que um folgado obtém a satisfação de suas malévolas intenções o seu cérebro está banhado de serotonina, o hormônio neural da alegria e do prazer. Quando caem os níveis de serotonina aumentam as taxas de dopamina ; o hormônio da motivação, dos impulsos; é hora então  do folgado buscar a satisfação explorando  suas vítimas. É como num jogo ou luta do gato e rato.
O que se recomenda para não fazer o jogo ou não ser vítima de uma pessoa (ele ou ela) folgada e aproveitadora? Simplesmente com peremptórias e incisivas negativas às suas investidas. Que, repitam-se, na maioria são os membros parentais. Nesse sentido, de pronto e sem meias palavras deve-se sem condescendência ter como resposta um bem soletrado não. Não! Não e não. É o mesmo princípio dos limites impostos a um filho, a uma criança, sobretudo quando ela se rebela contra as ordens dos pais. Por que não ? Porque não e fim de conversa.   Novembro/2108

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