sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Insanidades

AS SANDICES E IMBECILIDADES DAS REDES SOCIAIS
João Joaquim  

O senso comum e o folclore produzem máximas, sentenças e princípios que encerram muitos ensinamentos e conselhos de vida. Enfim é a globalizada sabedoria popular. Princípios que circulam pela oralidade entre as pessoas e funcionam como um mantra na rotina da sociedade . Vejamos alguns exemplos bem ilustrativos.
Quem cala consente, os ausentes não tem razão, onde o ouro fala tudo cala, vê-se pela aragem quem vai na carruagem, água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
A oportuna  menção aos anexins e provérbios da sabedoria popular serviu apenas para dar vazão e introdução a outras questões de ordem social e das comunicações, mas que guardam conexões. Se a sabedoria popular tem como vetor de comunicação as próprias pessoas, princípio da oralidade, as informações da era moderna têm nas redes sociais seus maiores porta-vozes. Tudo que se diz hoje se multiplica de forma líquida e instantânea. Com uma significativa característica adicional, tudo fica gravado em imagens e áudios. Aqui não existe aquele tal disse-que-não-disse. Falou, está gravado e fim de polêmica.  Tipo a história do sujeito que jogou a mulher pela janela, e disse que ela havia pulado. Vieram os vídeos, e o sujeito foi em cana.
A internet e suas massivas redes sociais bem que se equiparam à finalidade da foice, do machado, do martelo ou faca de cozinha. Todas essas ferramentas, à exemplo das redes sócias, foram criadas na promoção do bem, de instrumentos úteis à vida das pessoas e da coletividade social . Os inventores da Internet e Redes Sociais, ao criá-las, só pensaram na finalidade útil das coisas e invenções. Nunca pensaram, ah, vamos fazer essa mídia social, para as pessoas fazerem fofocas, fake news, vender drogas, bisbilhotar a vida alheia, difamar os inimigos, enviar fotos pornôs, pedofilia, falar abobrinhas, e tantas outras platitudes e futilidades. Nada disso. Eles imaginaram ferramentas úteis e construtivas na vida das pessoas. Só isso. 
Em outra interpretação, no embate entre o bem e o mal, entre o vício e a virtude, todas as ferramentas utilitárias, como de resto a internet e as redes sociais (facebook,  whatsapp, Twitter) são absolutamente neutras, incólumes, inocentes. Assim como se dá também com a espada e a arma de fogo. Elas nunca cometem assassinatos por si mesmas. Logo se alguma ilicitude, se algum delito, se alguma contravenção ou falsidade se faz por essas ferramentas ou recursos virtuais a culpa é exclusiva do ser humano. Nenhuma rede social faz Fake News ou fofoca, nenhuma faca de cozinha comete assassinato por si mesma. Sempre tem no ato um AUTOR  humano.
Nunca se viu tanta maldade e idiotices  praticadas através da internet e redes sociais. As plataformas digitais, com suas formas de comunicação   se tornaram uma praça sem controle, onde todas as sandices e bestialidades são vistas. Os aplicativos digitais se tornaram como que os porta-vozes (alto-falantes) de turbas  e turbas de pessoas de toda ordem e ideologias. Fala-se de tudo e posta tudo que há de mais vil, insignificante e indigno. Somado a esse rosário de coisas têm-se ali as futilidades e mediocridades produzidas pelo engenho humano. São os microcéfalos, os mentecaptos, os portadores de pouca massa cinzenta e lobos frontais atrofiados. Por isso de produção micro, ínfima, pequena, tacanha.
Salvam-se poucos nesse cenário, que fazem dessas ferramentas e instrumentos virtuais exclusivos do bem e da beleza. 
A preocupação  é que muitas das futilidades e boçalidades editadas pela internet se tornem regras de vida no futuro. É o princípio da repetição 100 vezes se tornar uma verdade aceita como real. Uma mentira repetida 100 vezes toma ares de verdade. Ou como expressa o ditado popular “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
A muitas das coisas que se dizem e postam nas redes sociais podem-se aplicar as regras ou probabilidades do relativismo histórico. O que no momento e na sociedade atual se mostra inaceitável e refutado pode não sê-lo em outro tempo (futuro)por uma nova sociedade.
Para dar mais consistência e foro verossímel basta pinçar algumas recentes afirmações postadas e ouvidas nas redes sociais. Sobre o estrupo por exemplo. Diversas pessoas afirmaram pela internet que muitas mulheres quando sofrem essa violência sexual, são  elas, as próprias vítimas, as culpadas por tal injúria. Provocados a dar maiores explicações muitos entrevistados não se fizeram de rogados e apresentaram as justificativas. Como essa: “se as mulheres andam com minissaia ou rupas sumárias e decotadas elas estão convidando para ser estupradas”.  É justificar o injustificável. É o mesmo princípio popular de que a ocasião faz o ladrão. Errado, o ladrão já cresceu ladrão, a oportunidade só lhe facilita o roubo. 
E aqui cabem os efeitos do relativismo social. Em poucos termos. Nenhuma ciência ou estudo  de direitos humanos estipulam que roupas sumárias ou faltas delas autorizem investidas de estuprador. Todavia, de fato, o recato, a moderação, a sisudez de vestimentas da mulher não serão ativadores ou gatilhos da libido e sanha sexual de homens predadores de mulher. Eles estão soltos , sempre a espreita de alguma vítima menos incauta e menos recatada. 
Uma outra condição encontrada no Brasil, o feminicídio e os crimes cometidos pelo homem contra a mulher. O culpado será sempre  o homem autor dos crimes. Mas vem o relativismo da relação conjugal. Se nos primórdios do namoro ,a jovem, a mulher percebe tratar-se de um potencial violentador e desqualificado, a melhor via é a saída da relação. Fuja pronta e rapidamente do meliante. Esta a melhor estratégia, na prevenção de fatos mais graves e criminosos.  O que se vê em muitos casos é a tolerância da mulher para com esses sociopatas, e o resultado é o que mostram as estatísticas de crimes contra as companheiras. Mortes e mais mortes( feminicídios). 
E assim são vários outros cenários, ao se falar e considerar a Internet e suas massivas redes sociais,  onde embora não devessem, mas têm-se indivíduos desocupados( homens e mulheres) prontos a praticar abusos, fofocas, falsidades ideológicas, violências, futilidades. Tudo tendo como agentes os humanos, criaturas que somos racionais e inteligentes.  Imagine se não fôssemos esse animal, com esses atributos. Já teríamos incendiado o planeta. Porque a extinção de muitas espécies de animais e vegetais já vêm se fazendo lenta e gradualmente.                                        DEZEMBRO /2108


Nenhum comentário:

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...