sábado, 30 de março de 2019

Fingir de Ensinar...

FALTA SERIEDADE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR DOS JOVENS
João Joaquim 

 Graças a internet e redes sociais, vivemos uma época repleta, prenhe e diversificada em informações. Informação. Essa  a palavra que define os tempos da comunicação virtual. Comunicação instantânea e informação em tempo real. Aconteceu alguma coisa em qualquer ponto do planeta, de pronto, toda a humanidade será informada do ocorrido. Para tanto, basta que a pessoa tenha os recursos para esse acesso. Pode ser um monitor de televisão, um smartphone, um tablet. Instrumentos  esses não tão caros.
Interessante, que não parece haver  empecilho para aquisição de um aparelho de celular do tipo smartphone hoje em dia. São objetos que se tornaram o sonho de consumo de todos os terráqueos. Não importa onde o indivíduo estiver. Seja ele urbano, um rurícola, um silvícola; todos em detrimento de outros bens ou víveres porta no bolso, na bolsa ou na mão um smartphone para falar aqui, ali e alhures. Pode ser futilidades, mas, o sujeito fala fácil.
A referência ao fenômeno da comunicação, à informação pronta e acabada foi o modo de entrar no assunto desta crônica, a formação escolar de nossa juventude proposta e oferecida pelas escolas e universidades com a comunicação tão universalizada, com o acesso fácil e de baixo custo. 
 Torna-se de conclusão meridiana que com tantos recursos disponíveis se abolisse o analfabetismo, que melhorasse a qualidade do ensino oferecido em todos os níveis escolares, que as universidades estivessem formando a excelência profissional, mestres e doutores; enfim que a formação técnica, científica e cultural dos jovens estivesse numa classificação “Gold Standard”. E melancolicamente não é isto que temos visto. Verificação esta obtida em entrevistas informais com estudantes de todos os níveis, em provas de concursos públicos ou privados ou testes de avaliação de aprendizagem. 
Existem vários testes e provas para avaliação de rendimento escolar e habilidade em matérias (disciplinas) específicas. Assim têm-se as olimpíadas em matemática em âmbito nacional e mundial, a prova Brasil, o ENEM para classificação a ingresso nas universidades, o IDEB, o PISA de alcance internacional ; e para os cursos superiores o exame nacional de desempenho do estudante (ENADE), que avalia o curso e o aluno.
Quando se revisita os resultados de todas essas provas de aproveitamento, tem uma conclusão diversa do esperado.  Mais do que isto, não as notas em si, mas o que os candidatos expressam e escrevem. Fica a sensação de que estamos em outro continente, em outros países de mais altos índices de analfabetismo, tal o grau de inaptidão, de insuficiência de conhecimento sobre as matérias e questões propostas.
Imagine um estudante universitário de áreas não exatas, imagine ele não conseguir elaborar um ofício ou memorando no Português padrão. Não se exige nem o português erudito, mas dentro das normas de sintaxe e gramática atuais. Não dominar questões elementares de matemática como juros, percentagem e regra de três. Eles não sabem esses rudimentos em matérias básicas.
Quando se busca as causas de toda essa tragédia de nossas escolas ficam alguns indícios muito fortes dessa falência. As escolas não podem mais reprovar os alunos com insuficiente aproveitamento em cada série. A relação do aluno com a escola é de consumo, se pagou está aprovado. Seja ensino fundamental, público ou privado ,ou em faculdades particulares. Nas escolas e universidades falam-se muito em direitos humanos. Alunos têm direitos e não se exigem limites e deveres. Muito parecido com garantias constitucionais e direitos humanos, para humanos tortos. Porque o indivíduo probo e honesto dispensa essas regalias.
A falta de seriedade é tanta que a cada feriado tem-se a metade ou semana inteira de feriado. Agora durmam todos com essa, bem chegadinha de fresca. As férias dos universitários chegam a 4 meses/ano. Em conclusão: com tanta comunicação e acesso fácil a informação toda formação aferida pelos alunos e oferecida pelas escolas tresandaram. À la revolução caranguejeira, ou se desloca para o lado ou para três.  Em vez de progresso andamos para trás. Sinal de que a tecnologia da informação tem sido empregada para o fútil e o inútil. E o uso desmedido do celular e redes sociais são bons demonstrativos desse desacerto geral em educação escolar e cultura das pessoas. Melancólico.  Marco/2019.

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