quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Cão.Fusão

O ESTRAGOS DO CÃO CHICO

João Joaquim  

Com efeito um canal de TV noticiou o fato e malfeito do cachorro chico que, na ausência da dona, estraçalhou todo o seu colchão de espuma. Tudo se deu nesses moldes: a proprietária do canídeo deliberou ir a uma sessão de cinema com o filho. Por precaução e comodidade, como fazia frio, o chico foi deixado preso dentro de casa.
O tempo foi passando e o chico se enervando. No pensamento instintivo do cachorro o que se passou? Nada mais normal do que tal inclinação.
 - Por que só eu tenho que ficar encarcerado se a minha natureza é a liberdade ? Para compensar referido estado de enervação não se podia esperar outra resposta, chico fez em estilhaços o colchão de casal de sua dona. E isto ajudado por um outro comparsa, um cãozinho de menor porte. E assim outros casos de depredação e estilhaçamento material foram exibidos por dois, três e não se sabe quantas emissoras de TV. 
Patéticas, hilárias e hipócritas foram as explicações para referido comportamento animal. Um pouco de zoologia e psicologia comportamental se torna útil para análise da relação homem/animal. Vejamos. Nos primórdios da humanidade, cães e gatos existiam apenas como animais selvagens. Aos poucos o homem percebeu que domesticar e docilizar os cães lhe( ao homem) traria muitos benefícios com a utilização do animal no abate de caças. Função que é utilizada até os dias de hoje. Como exemplos o cão perdigueiro, o paqueiro; o porcino, empregado na caça a porcos selvagens,  entre muitos outros empregos do animal em prol do homem.

Todo animal estimado e domesticado, sofre um processo de docilização (mansidão). Mas ele guarda o seu potencial selvagem. Isto significa que ele mantem sua ferocidade. Tanto que não é incomum as investidas e os ataques aos humanos resultando em graves ferimentos ou morte, quando o dono é processado e penalizado pela justiça. O que é muito coerente e arrazoado, tendo em conta que o cão não é mas, o homem é classificado como racional.  Torna-se um fato curioso e instigante porque nesse contexto o irracional se torna o animal humano em aprisionar e maltratar o bicho desprovido de razão. 
Por último o potencial selvagem tão importante de um cão, o instinto da liberdade, a vocação para longos corridas, o desembaraço de ir e vir, de estar em constante movimento. Agora, imagine domesticar um animal que não perdeu esses atributos, cerceá-lo em sua liberdade de andar, correr e confiná-lo em cubículos restritos ou amarrado em coleiras e correntes. Tortura, na forma mais incivilizada.
E assim, diante de vários casos de danos  causados pelos chamados pets domésticos vieram as explicações. Justificativas de todos aqueles que rebarbativamente embarcam na mesma prática e onda da escravização e encarceramento de cães e gatos. Ante os danos estressantes dos “estimados” bichos, dos estragos por eles provocados, dos ataques e destruição de sofás, móveis e colchões, dos excrementos e sujeiras deixados pelos enervados cães, surgem de forma até risível as razões dadas por donos e adestradores; enfim por todos que exploram os animais irracionais.
-“Tudo normal, tudo por amor e apego ao próprio dono”. Ao estilo de um feminicida, que preso pelo assassinato da companheira sai com esta”: matei por amor.

Patéticas, hilárias e hipócritas  são tais justificativas. Desfazendo tais versões míticas e enganadoras. Êi-las: O animal, depreda, estraçalha móveis, sofás e camas à sua volta pelo alto estresse em que é mantido pelos seus donos e escravizadores. Todos esses discursos e arrazoados são em uníssono para justificar uma prática refratária e antinatural na posse e clausura de bichos de toda espécie. E prendê-los para que? Para enfeite e adorno? No mínimo é uma demonstração de insensatez e irracionalidade. É muita sandice e insanidade nas justificativas dos que exploram, vivem e mercantilizam os seus serviços na manutenção antinatural dos chamados animais irracionais. E isto porque nós humanos somos dotados de razão. Imagine bem, se não fôssemos.

Nenhum comentário:

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...