quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Somos frutos da educação ou falta dela

PARECE QUE ESTAMOS CRIANDO UMA LEGIÃO DE IMBECIS
João Joaquim

Faço aqui neste breve ensaio, ou melhor nesta sumária digressão , uma também rasa análise sobre os planos e sonhos que carrega grande parte  de nossa juventude.
Mas, por que uma análise do que andam pensando e sonhando muitos de nossos(as) adolescentes e jovens? A razão mais simplista se resume numa verdade também simplista. Eles são o futuro do mundo. Há inclusive um lugar-comum que bem expressa este meu comentário inicial. “ O mundo que vou deixar para meus filhos vai depender dos filhos que vou deixar para esse mundo”. Pronto, acho que não preciso de dizer mais nada. Para um bom leitor e amante de bons conselhos o mote deste princípio já diz tudo.
É bom que nós olhemos para a história, o tempo. Uma época sempre nos evoca alguma comparação com o presente; fico a cotejar e defrontar o que eram os sonhos e anseios das famílias e juventude dos anos 80(década 1981/90) e hoje, século XXI. Mais precisamente antes e depois da massificação do telefone celular e da informática (internet). Para quem era jovem nessa época ,como eu, deve lembrar-se. O adolescente ao ingressar no segundo grau já trazia definido o sonho de ingresso em uma universidade, ter uma carreira profissional de sucesso. Ser alguém na vida. Veja o peso desta expressão. Ser alguém ou um joão-ninguém. Uma diferença  quilométrica quando se pensa no papel de cada um para a família, para a sociedade , para o mundo.
O bom dessa atmosfera em que mergulhava nossa juventude, nesses tempos pré digitais,  é que a família se embalava nesses sonhos, nessa ascensão sociocultural e profissional do filho. Aqui, eu fui partícipe desse clima, dessa aura positivista que reinava nos corações e mentes das pessoas e famílias dos idos de 1980.
Todos se irmanavam na mesma idealidade, com a mesma energia na busca por um futuro promissor e construtivo para alicerçar e ancorar ainda mais este comportamento dos jovens. Eu sou fruto desse idealismo pessoal e de minha família. Nunca acalentei o sonho de ser famoso, quis e busco sempre ter alguma importância para as pessoas que me rodeiam. Muita vez, famoso é esculpir na areia, ser importante é talhar na rocha. Há pessoas famosas e nada importantes. Há outras importantes e são  eternamente assim  e nunca famosas.
Claro que não é uma regra maciça, mas estanque. Há bolsões de jovens neste vasto Brasil e mundo que precocemente, estimulados pelas famílias, têm os olhos fincados em um futuro rico de sucesso, fundado em uma carreira profissional bem reconhecida, no empreendedorismo, numa vida de relações ecológicas e sociais pautadas por cidadania participativa e ética.
O progresso fez muito bem à humanidade. A comunicação hoje, tida  como 8ª  maravilha para nossa juventude, parece que trouxe alguns graves efeitos colaterais para  todos; pais, crianças e jovens estão distraídos em relação aos valores que devem construir e moldar o ser humano.
Os adolescentes e jovens já não se preocupam com o futuro e não sonham  como antes. Parece não haver mais futuro para essa turma. A vida tem  se resumido no aqui e agora. A internet com suas redes sociais , games e tantos outras futilidades  se tornaram a razão  maior de se viver. As crianças e jovens já não pensam como antes. As máquinas da  informática pensam por elas. Isto vem se constituindo em um perigo epidêmico , que muitos se negam a enxergar.
Pais, os gestores da educação e a sociedade precisam  refletir e mudar esta tenebrosa tendência. Do contrário, os filhos que vamos deixar para este mundo serão uma legião de nerds , lerdos e de debiloides, dominados pelos computadores e tantos outros instrumentos de mídia. E isto será muito triste. Triste e preocupante, quanto à sociedade formada por essa futura juventude.  Janeiro /2020.

Nenhum comentário:

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...