sexta-feira, 31 de julho de 2020

Finalidade cada um

NINGUÉM PODE EXISTIR COMO UMA VACA OU CADELA  

Joao Joaquim 

O presente artigo tratará de Filosofia. Mas será uma abordagem prática, sucinta e de fácil compreensão.
Para esta pequena abordagem busco falar não o que penso, simplesmente, como aficionado ao conhecimento filosófico  e sim, o que expressaram grandes pensadores. O próprio verbete filosofia. Quem o cunhou ou o verbalizou pela primeira vez foi o grego Pitágoras que ao ser intitulado como grande sábio e pensador respondeu: eu não sou sábio, sou apenas um amigo(filo) da sabedoria(sofia), daí o nome Filosofia.
Inicialmente falo de Jean Paul Sartre. Grande pensador do existencialismo e com uma característica : ele é de fácil compreensão . Suas obras mais parecem romances, como o Ser e o Nada e a Idade da Razão. Valem a pena de ser lidas essas obras, até pela beleza literária.
Sobre a Filosofia existencialista existem algumas ideias magistrais do Sartre. Uma afirmação dele foi a de que o “ homem está condenado à liberdade”. Noutras palavras, o homem tem a sua livre escolha, num sentido idêntico ao do livre-arbítrio defendido por Santo Agostinho, grande filósofo da Igreja Católica . Mas, são Filosofias distintas.
A teoria do indivíduo  estar condenado ou predestinado à liberdade ,`a livre iniciativa e decisão está bem expressa no livro “Idade da Razão”.
Sobre o existencialismo basta tomar como pensamento a frase “ A existência precede a essência “. Vamos aqui simplificar essa tese sartreana. O que ela expressa é que ninguém nasce pronto em se tratando do gênero humano. Significa que cada pessoa a partir de sua existência, do seu colocar no mundo, ela tem um desiderato, ela deve buscar este objetivo maior, bem além de sua simples , tacanha , ordinária e modesta existência. O existir , o simples estar no mundo , no meio social, entre os outros se equipara a qualquer  outro animal, outro ser vegetal ou material, mineral, substancial.
Se tomarmos por exemplo uma vaca, uma cadela, uma galinha, uma cabra. São animais que nascem e só existem. Nascem e morrem como tal, não ascendem a um outro objetivo maior.
Quando consideramos o gênero humano, imaginemos ele como tendo uma dignidade, esse atributo maior, a sua essência deve ser buscada. A essência secundando a existência.
O próprio atributo dignidade constitui em uma característica exclusiva, distintiva e qualificadora da pessoa humana. Uma vaca, uma galinha, um porco, uma porca têm direitos dos animais. Preservando a espécie, não sofrendo maus tratos, mas não dignidade. Embora redundante, dignidade humana refere-se aos humanos
Outras características da essência humana são o exercício da razão , a inteligência diferenciada e a consciência da existência, da finitude, da mortalidade. Animais vivem o dia como único. Nós , os humanos ,vivemos o dia como último, porque temos certeza de nossa vulnerabilidade.
Outro baluarte da Literatura Fundamental Universal e também filósofo foi o franco-argelino Albert Camus . Dele temos a magnifica obra o “ Mito de Sísifo”. Esse lendário personagem foi condenado a rolar uma pedra até o topo de uma montanha e de lá essa pedra despencava sempre, novo subir, despencar e assim esse moto-contínuo.
Camus toma a existência humana como um absurdo, uma condição insensata , sem sentido. De fato imaginemos só : nascer, viver, lutar e morrer. Para ele soa absurdo a vida humana, disse ele:
“Antes a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora , ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado.”
Por fim aplicando as ideias dos dois pensadores aqui retratados, aplicando seus pensamentos e teorias ao mundo, ao entorno , à vidinha , ao estilo existencial de grande parcela das pessoas, o quanto essas criaturas, esses seres humanos não desgarram de sua mera e rotineira existência. Fica a sensação de que a vida dessas pessoas se resume àquela mesmice de quando colocou o pé no planeta. Dormir, acordar, espreguiçar, sentir algum tédio, algum arrufo ou amuo, comer, voltar para a cama e tudo recomeçar. Quando muito ir aos mesmos lugares públicos, puxar a corda de qualquer coisa... Sartre, existência; Camus, absurdo, e só.  “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe” – Oscar Wilde.

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