sexta-feira, 31 de julho de 2020

mix de risco

UMA COMBINAÇÃO PERIGOSA 

João Joaquim  


O tabagismo e o alcoolismo são os dois vícios mais noviços à humanidade. São duas drogas(nicotina e etanol)licitas, legais e socialmente bem aceitas, e aqui vem as dúvidas desta aceitação social. Duas , entre outras, são as razões dessa tolerância pela sociedade em conviver com tabagistas e alcoólatras. Uma razão é que os danos à saúde causados por ambas não são imediatos. Outra razão é as pessoas ter no uso dessas substancias uma espécie de catalisador das relações sociais. Elas fazem um efeito de dinamizar a interação entre os interlocutores. Dentre esses efeitos podemos citar: redução do grau de inibição, melhora do humor, mais adaptação e resistência à ansiedade da vida moderna, com todos os seus apelos de aparência, de consumo, de competição, de beleza, etc.
O uso do cigarro faz parte da socialização das pessoas. Tome o comportamento de muitos adolescentes e jovens. Faixa etária essa, quando se inicia o vício. A adesão ao cigarro faz parte do ritual da conversão, do encontro e comemoração desse grupo de indivíduos. E aqui o álcool entra nessa combinação. A maioria das pessoas jovens adquire o duplo hábito: cigarros e bebidas alcoólicas, por uma influência do convívio com os já fumantes e etilistas, ditos sociais.
Em se tratando do alcoolismo. Diversos estudos mostram que uma das razões apontadas pelos adictos(alcoólatras) é a ingestão da bebida como uma substância psicoativa. Nesses termos basta citar que os efeitos neurais e psicológicos dependerão da susceptibilidade individual, da constituição fisiológica e das doses consumidas. DE modo geral, os efeitos do álcool são rápidos (início de açao), pouco duradouros mas de açao residual (ressaca do dia seguinte).
Inicialmente existe um bloqueio da inibição, vem uma imediata euforização, uma sensação de prazer e alegria. Em doses crescentes surge uma certa analgesia, sono, podendo chegar ao torpor, sonolência profunda e coma alcoólico  , como se fosse uma profunda hibernação.
O grande diferencial do álcool, se comparado ao cigarro(nicotina) é que ele traz muitos danos psíquicos, de comportamento, nas relações sociais, graves riscos de agressividade e acidentes. As estatísticas de violência, dos crimes contra a vida e de trânsito são mostras consistentes e robustas neste contexto. Aditados a todos esses efeitos agudos, existem as doenças crônicas provocadas pelo etilismo: neuropatias, encefalopatias, cirrose, pancreatites, AVCS, DEMÊNCIA E CÂNCER do sistema digestivo.
Como caso clinico e social vale o exemplo real. O sr Silva, já octogenário desde os seus albores da vida bebia, bebia e bebia. Somado ainda com vaca, mandioca, perus, frangos, linguiças, paios, mocotós, feijão trazido pelo Adão( feijoadão), adiposidades, lipídios nos seus ápices, intolerância a glicose, diabetes, arredio a ir ao médico.. Até que um dia, chegou-se ao limiar da resiliência orgânica. AVC, fratura disso, dano daquilo, hospital, sequelas. Veio das fraturas a fatura: rabugice, invalidez, um andrajo de homem. Estava ele, na verdade,  numa espécie de ensaio experimental, era só questão de tempo e pimba, não deu outra. O corolário não podia ser pior. Assim ocorre com os alcoólatras contumazes, aqueles que só funcionam sob efeito etílico.
E assim acontece com os josés, com os joões, com tantos humanos que só funcionam bem à base de álcool, e nesses termos são chefes de família ausentes, displicentes, que vivem com vestes ao estilo espandongado, com higiene precária, boca mal cuidado, fígado empedrado, até esses órgãos não aguentarem mais.
Outro caso bem encontradiço entre os apreciadores da boa manguaça. Sr. Eroco Nadágio, sob efeito de suas cachaças e licores é todo prosa, falante até pelos cotovelos. E tudo sem nexo e de pouco sexo. Uma vez ébrio o sr Eroco era capaz dos gestos e atitudes as mais bizarras e excêntricas; como excretar em qualquer lugar, expressar de modo chulo e grotesco, se chafurdar em comidas nos seus panelaços e caçarolas ainda sob fogo. E assim outros atos toscos e sem educação. Os conselhos e recomendações médicas eram palavras ao vento
Um dia o Sr Eroco teve uma AVC, teve o segundo, teve uma queda e fratura femoral. Foi o fim de alcoolismo. Sr Eroco, tornou-se mais do que antes um morto social. Uma vida vegetativa em total dependência de familiares e cuidadores. É o fim de muitos alcoólatras e adictos de outras tantas drogas ilícitas ou mesmo lícitas, aquelas como o álcool, a cigarro ou maconha, adquiridas legalmente ou nos mercados alternativos.

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