sábado, 31 de outubro de 2015

TÁ RUIM E PODE PIORAR

ENTRE A CRUZ E A CALDEIRINHA


 João Joaquim


Nesses dias de outubro algumas palavras, fenômenos e acontecimentos estão em alta. A palavra calor por exemplo. Não vou dizer uma  asnice e afirmar que ela ressoa pelos quatro cantos do Brasil. Primeiro porque o país tem muito mais canto do que quatro, segundo porque nem em todos os cantos faz calor. Aliás, eu queria que Deus me explicasse (com perdão da curiosidade ) por que vivemos em um mundo e em um Brasil tão   destemperado e destrambelhado. Num lugar se tem sol demais e muito calor, noutros muita chuva, furações, frio de causar tremor. Aí eu fico naquela dúvida de tantas nocivas vicissitudes ou se Deus tem lá suas razões que escapam ao nosso entendimento.
Para os fastios causados pela canícula vigente três opções têm sido as mais práticas. Corrente de ar, ar condicionado e água. A corrente de ar pode ser haurida ou auferida de forma natural. Para isto basta que a pessoa se posicione em algum ângulo, logradouro público ou geografia onde o vento faz  curva ou de preferência aproveitar as correntes de ar oferecidas grátis pela natureza.
 Na falta desse bem natural basta que o sujeito calorento se valha de outros recursos. Aí pode ser um objeto artesanal como um chapéu, um boné, um leque ou instrumentos mais sofisticados. Destes, um ventilador, um exaustor e para os mais endinheirados o tão cobiçado aparelho de  ar-condicionado.
Em tempo: por falar em aparelho de ar-condicionado, que magnífica invenção. E hoje com alguma virtude, eles são pouco ruidosos. O inventor e benfeitor nesse quesito só cometeu dois pecadilhos: funcionamento com energia elétrica (que anda muita cara) e efeitos colaterais nas vias respiratórias. Tem gente que tem alergias por exemplo aos fungos cultivados nos aparelhos sem manutenção e mesmo rinites pela instabilidade da temperatura provocada pelo entra e sai das salas climatizadas . Eu por exemplo sou um desses. Uma boa dica é ingestão de muita água (H2O) e soro nasal o tempo todo. 
Uma explicação das altas temperaturas nesta época vem da astronomia, ou mesmo da astrologia para não desmerecê-la. Segundo contam, há neste período uma conjunção da estrela sírio com o sol. Daí os raios solares chegarem à terra em altas temperaturas. A estrela sírio, só para recordar, pertence à constelação do cão maior. Vista aqui da terra ela lembra a silhueta de um cão ou cadela. E cão bravo tipo pitbull ou rottweiler. Não se podia mesmo esperar coisa mais fresca.
Outro fato, agora não natural, de contristar muitos brasileiros ainda se refere ao calor, porque ocorre nesta estação de altas temperaturas. Dí-lo-iam, em tom de protesto ,muitos não adeptos , onde me incluo, o questionável e nocivo horário de verão. Para mim, quem o criou e quem o mantém, através de decreto, são mal feitores da humanidade. Eu já me cansei de, como cidadão e médico, apontar e demonstrar os malefícios e danos à saúde desse roubo ou usurpação de uma hora de sono das pessoas.


 Só mesmo de cabeças asininas e inteligências estultas se poderia esperar expediente tão bizarro e daninho a estudantes e trabalhadores brasileiros. Seguindo o axioma de “quem mandam são os eleitos e obedecem os que têm juízo”, sigamos como ovelhinhas e vejamos que futuro nos aguarda.
Por fim, uma outra salsaparrilha de palavras e fatos desses petenebrosos tempos está em moda  . Nunca se pronunciou tanto as palavras impeachment, propina, crise (política e econômica), delação premiada, operação isto, operação aquilo (para prender empresários e agentes públicos), entre outros  que não me lembram agora. E as CPIs de nossos digníssimos parlamentares petistas para investigar os roubos da Petrobras ? Uma piada , ou melhor um gigantesca pizza. Como todas as outras, tudo resulta em nada.
Os fatos no Brasil estão tão  desastrados que nem os astrólogos querem prever nosso futuro. Já dizia até o ex-ministro da fazenda Pedro Malan, o Brasil tem coisas tão esquisitas que até o passado anda imprevisível. É o que parece mesmo. Tem fatos e acontecidos que volta e meia as autoridades mudam sua natureza. Crimes políticos e do colarinho branco por exemplo. Os casos mais escabrosos são os delitos do mensalão e do petrolão. O Supremo apurou uma lista enorme  de crimes, que reiteradamente são negados pelos mentores da quadrilha que assaltou os cofres da nação( leiam Lula e companheiros) . O cacófato é de propósito ,tudo uma danação .
Em suma, com tanto calor, horário de verão e crises no âmbito político e econômico  fica difícil qualquer previsão.
E vejam se  não têm razão as pessoas mais céticas ! Se caem a Dilma e Temer, fica o Eduardo Cunha com ações e inquérito  no supremo por quebra de decoro, peculato e outros pecadilhos. Seria presidente o Renan Calheiros que pode se encalhar com acusações de mesma natureza. Restaria Lewandovski presidente do supremo a nos governar. Então  o Brasil inteiro poderia vaiar, não, não e não !  O PT de novo, não!  Ou seja, continuamos perdidos qualquer que seja o destino dos que neste momento nos governam. Só mesmo nesta terra que um dia foi chamada de Pindorama e Vera Cruz. Cada vez mais estamos na pindaíba  ou melhor ,entre a cruz e a caldeirinha .   OUT/2015 


  João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

FAMOSOS E CÉLEBRES

CELEBRIDADES MOMENTÂNEAS E “ESCRITORES POR UMA UM DIA”
João Joaquim


Em todos as épocas e idades culturais sempre existiram as( ou os) personagens que se destacam pelas futilidades e excentricidades. Agora, com uma diferença, como as informações e comunicações se popularizaram, essas pessoas e autores se tornaram mais vistos. Essa mudança de exposição e visibilidade se deve, claro, à facilidade de divulgação pela internet com suas globalizadas mídias e redes sociais. É a democratização sem limites e sem censura( do fútil e do inútil ) da liberdade de informação e de expressão. “Um lado bom da vida”. Dentre as muitas futilidades, excentricidades e esquisitices tão em voga nesses tempos modernos em discorro sobre três tipos de pessoas no seu ” modus vivendi ou faciendi” ou jeito de viver e aparecer na sociedade. E aqui englobamos todas as categorias  sociais. Seja na família, numa classe profissional, ou mesmo na  sociedade, ou tribo global num termo mais moderno.
O primeiro tipo esquisito com o qual deparamos é aquele chamado pela imprensa de celebridade instantânea. Essa classe de gente infesta de forma deprimente as redes de televisão, a internet e todas as mídias e redes sociais como youTube, facebook e whatsapp. Trata-se de uma infestação e epidemia que seguem os oráculos de Murphy; o que está ruim hoje pode (e muito) piorar. É o que assistimos em escala geométrica .
Tal categoria de pessoas ditas celebridades instantâneas  são oriundas de algum fato inoportuno ou inopinado  e mesmo acidental. Às vezes, nessas circunstâncias são içadas ao degrau de heróis. E então se sentem o sal da terra, o suprassumo da virtude  pelo feito por exemplo de salvar alguém que estava em risco de morte ou devolver uma carteira com documentos e dinheiro de um desconhecido. Aqui é como se a virtude precisasse de divulgação, de televisão, de aparecer ao vivo em qualquer  mídia de imagem .  Nesses instantes com os focos de uma TV a pessoa se mostra a mãe ou o pai da honestidade e da virtude. Mas, até que esses são os menos daninhos como componentes da sociedade ou tribo global. É a chance que o sujeito tem de aparecer e ser famoso, por um ou poucos dias .
Nesse estrato, ainda, dos famosos momentâneos temos os participantes de eventos como “reality shows” e outros programas apelativos de televisão de alta audiência. Os atributos e virtudes para tais celebridades já são bem conhecidos. São os dotes físicos. A pessoa pode ser semi-analfabeta, mas tendo aquele corpo malhado já tem grande chance de estrelar ou comandar uma novela, um programa de televisão; até casamento milionário se consegue da noite para o dia, quando  juras de amor eterno são feitas, até que um escândalo termine a união .   A mulher então costuma sair na frente nesses lances de sorte. Basta ter uma silhueta bem encarnada e esculpida, mamas e bumbum tornados a silicone em profusão  que a fama está garantida.
Fugindo bastante dos tipos notáveis transitórios eu descortino dois outros tipos de gente muito encontradiços em nossa sociedade. Se não excêntricas e esquisitas , essas personalidades  padecem de outros traços e gostos psicopatológicos. Nessa subclassificação de humanos temos aqueles(as) que gostam de fama e homenagens, ainda que tais dignificações em nada ou muito pouco lhe dizem respeito ou retrate algum merecimento.
Em muitas cerimônias celebradas com o propósito de se fazer honrarias a certas pessoas, sejam gestores públicos ou privados, temos a oportunidade de, num olhar mais atento e neutro, perceber o quanto de pessoas que recebem diplomas de honra  ao mérito , medalhas e outras comendas sem tais homenageados(as) nada edificante ter feito para merecer as referidas distinções, aplausos , louvores e outros discursos cerimoniosos .
 Medalhas, diplomas  e estatuetas se concedem ao alguém  por algum feito virtuoso de forma continuada e de iniciativa voluntária;  também  ao talento, ato de bravura (militar por exemplo) e ações filantrópicas  de grande vulto de forma espontânea ; e não por amizade, compadrio ou outros motivos escusos.
 Uma outra forma de justa concessão dessa e outra honraria, prêmios e outros símbolos honoríficos se faz a alguém pelo seu mérito artístico , não importa em que ramo for, artes em geral; literatura, produção de alguma obra de valor didático ou paradidático ou também no campo das Ciências. Um bom exemplo são os prêmios Nobel nos vários ramos das artes e trabalhos científicos. Ou outras láureas e valor pecuniário como reconhecimento pelo que o homenageado produziu.
 Para finalizar não podemos esquecer os tais escritores bissextos. O sujeito, faz lá um livreto , uma fajuta monografia pessoal( que chama de “autobiografia”) ou de família e convoca uma sessão de autógrafos e se autoproclama escritor. Temos vários exemplos desses pela nossa sociedade brasileira a fora. Muitos se valem por exemplo de um órgão de sua categoria profissional, na chamada cultura do corporativismo (médicos, advogados, jornalistas) e se autointitulam escritores.
Numa análise crítica, mesmo não sendo crítico literário, percebe-se o quanto de nada de construtivo, de arte, de valor didático ou paradidático  ou lúdico possuem tais títulos de tais autores momentâneos . Muitos desses tais escritores fugazes  se tornam até membros de sociedades literárias, academias de letras ou científicas em seus estados, ou até mesmo de nossa Academia Brasileira de Letras. Só mesmo no Brasil.  Que triste , não !
Machado de Assis referia aos escritores medíocres como “fanqueiros literários. Essa calamidade literária não é tão dura para uma parte da sociedade....uma das aberrações dos tempos modernos”. Já Sócrates, através de Platão, os intitulava também de “açambarcadores efêmeros dos sucessos imerecidos. Por isso alguns soam como balão , porque  de conteúdo não têm nada”.
E aqui eu faço uma referência a um escritor goiano que recebeu de forma justa e merecida, no mês de setembro/2015, um meritíssimo  prêmio de nosso glorioso Iphan. Aliás, pelo que ele faz foi meramente simbólico . R$ 30.000.  É muito pouco pela sua contribuição na Literatura, na Gastronomia, em Medicina Popular, no Folclore e outros ramos das Artes. Falo de nosso querido e polímata Waldomiro Bariani Ortêncio. Rendo-lhe aqui, de público, minhas homenagens pelo seu talento e produção .  Ah, com um detalhe , ele só não esperava dividir o prêmio com a Receita Federal. Descontaram-lhe o imposto de renda. Só mesmo no Brasil. Min. Joaquim Levy, prêmio é prêmio, uai! Por que tributar o mérito ?


 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM 

SER MÉDICO

para Opinião, opiniao
MUITO MAIS HUMANOS DO QUE MAIS MÉDICOS. NOSSOS VIVAS AO BONS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E DA VIDA   
 João Joaquim


 A moral, a ética e até mesmo os  códigos editados pelos conselhos de categorias profissionais parecem a cada dia ser letras mortas . Regras que  deveriam nortear as relações sociais as mais comezinhas e de maior significado na relação de um profissional com seus clientes (ou pacientes no caso de um médico) e nos contatos interprofissionais têm sido vilipendiadas e jogadas nas latas de lixo.
Eu tenho para mim que muitos desvios éticos, a imoralidade, o engodo, a trapaça e desonestidade que permeiam a sociedade, e de roldão, as atitudes e praxes indecorosas de advogados e médicos por exemplo não são por geração espontânea. Primeiro, porque vêm de quem deveriam (e não dão) exemplos, que são os áulicos e paladinos do poder executivo do Estado (Brasil) e de nossos congressistas, os mesmos que criam a legislação que nos rege. O segundo motivo são as leis na sua brandura e leniência. Aí entra aquela tradição também do imperativo da corporação que tem a tolerância  com toda forma de  corrupção . Quantos advogados e médicos por exemplo nós vimos receber penas justas e cumpridas  por seus crimes e infrações éticas. São poucos casos. E aí vem aquela cultura dos jeitinhos, dos recursos, dos meandros chicaneiros das leis e códigos de ética profissional , coisas como jabuticaba, que só vinga e se vê   no Brasil .
Inquérito, se torna esquecido e pretérito, e processo(ir adiante) que deveria ter um curso, andar para a frente, se torna um retrocesso. No Brasil é sempre assim, esta é nossa resposta , explicação e aceitação de tudo fora da norma. Essa indolência e tolerância a toda quebra das regras e convenções são marcas típicas de nossa sociedade, de nosso povo, por consequência de quem nos governa e deveria dar os bons exemplos no seu modus vivendi e faciendi .
Puxando a sardinha para minha brasa (a Medicina) eu me posiciono assim: quando os ilícitos ganham publicidade não há  razão de não comentá-los. Foi o caso por exemplo da máfia das próteses em matéria recentemente divulgada pelo programa fantástico (Rede Globo). Muitos médicos e hospitais foram denunciados por cobrar altos honorários de serviços não prestados (stents coronários, próteses ortopédicas, cirurgias fictícias etc). Ao meu sentir penas justas para tais delitos seriam devolução do dinheiro, suspensão do exercício profissional por 2 ou 3 anos ou em definitivo, além de processo cívico-criminal. Nos quesitos falta de ética ou decoro profissional, não é incomum termos ciência de muitos e muitos casos que nos rondam o cotidiano. Sem citar o nome do “santo”, mas-tão-somente o seu feito, e assim eu ajo sempre por respeito a condutas imorais  de colegas, eu refiro um caso de que foi vítima este neófito escriba. Nunca fui, não sou e não tenho pretensão de focos de holofotes como vimos muitos médicos por aí;  mas, já com três décadas de rodagem posso falar de boas e más posturas de colegas da profissão. O mau-caratismo permeia todos os estratos profissionais . Médicos por exemplo.
 Um exemplo de mercenarismo (venalidade), picaretagem e charlatanismo ocorreu comigo. Eu precisei, dia desses,  consultar a um endocrinologista. Por alguns clientes tido e havido como “ o cara ou bambambã  “ da especialidade, notadamente reposição hormonal masculina, esta era minha dúvida, motivo de minha consulta ao indigitado colega . Por recomendação de outro amigo médico e cliente do dito-cujo lá fui eu. Consulta pré-agendada, lá compareci bem identificado, por indicação do amigo e colega referente. Bem! A primeira decepção e esquisitice foi a cobrança de honorários de minha pessoa . Eu nunca, mas nunquinha mesmo tive o desplante e cara-de-pau de cobrar honorários de um colega de profissão, ainda que ele não seja de meu convívio .  E para resumir o seu pouco zelo e interesse a um paciente colega de profissão; consulta sumária, pouco afeito a um exame físico de mínima confiança e explicações nada convincentes. Ah, e para estrangular a relação médico/paciente, o badalado profissional não fornece recibo de seus honorários. A exemplo de corruptos do PT, ele tem caixa 2 ou 3.
 Em que pese nos amofinar e nos contristar alguns desses maus-caráteres  da profissão, encontramos muitos outros, e são muitos, que nos orgulham pertencer à classe de branco, esses verdadeiros anjos do bem e que seguem à risca os mandamentos de Moisés  Maimônides( 1138- 1204) ou do pai da Medicina o filósofo Hipócrates. Todos fazemos o juramento hipocrático quando recebemos o diploma de médico. Cumpri-lo no entanto está na ética de berço e consciência de cada um.
Felizmente nas minhas relações com colegas de profissão deparo-me com exemplos extremos de solidariedade, de abnegação, de altruísmo, de acolhimento; além de esmeralda e elevada qualificação ética e técnico-científica. Esses exemplos e luminares éticos existem.  Quero citar aqui quatro nomes que são o que se pode rotular como o padrão-ouro em ética, excelência na relação médico-paciente(seja o cliente quem for) e qualificação eticoprofissional. Os bons e belos exemplos devem ser públicos como modelos, sobretudo para os novatos de profissão, e assim permito-me nominá-los. Eles são doutores não  pelas  honrarias em diplomas  exibidos em paredes de consultórios. São doutos na arte médica de bem ouvir, escutar( a arte de escutatória), interpretar , aliviar e curar as pessoas. Doutor Antonio Carlos Ximenes. Além de médico ele é especializado em reumatologia. Doutor Jaime Guiotti Filho. Médico e ortopedista clínico e cirurgião de doenças de ombro. Doutor Nelson Rassi, médico e especialista em endocrinologia. Doutor Nilzo Antonio da Silva, reumatologista, os mesmos qualificativos dos demais citados.  Estes são quatro de muitos outros profissionais que honram e dignificam a Medicina. Muitos tão abnegados e despossuídos de qualquer vaidade que vivem em completo anonimato dos círculos e passarelas da profissão e da mídia. Observem bem que referendei quatro colegas( Ximenes, Guiotti, Rassi, Nilzo) com os títulos de médico e especialidade. Eu penso que junto com qualquer especialista subsiste o médico, de fato médico. Aquele que tem uma visão holística e não segmentada da pessoa, do paciente;  como comportam muitos que visam apenas se enriquecer, muitas vezes, com condutas escusas , ferindo postulados bioéticos e sem fundamentos científicos .
 Ainda hoje a Medicina guarda um grande magnetismo e encanto. A procura pelo curso é enorme como vimos nas seleções ENEM E SISU. O que lamentamos muito é a regressiva qualidade do ensino das Universidades, sejam públicas ou privadas . As antes tradicionais (públicas) estão sendo sucateadas e abandonadas pelo governo e outras estão sendo inauguradas sem condições básicas para uma formação de qualidade. Fica a impressão de que o governo petista quer cubanizar nossa formação médica. E já o tem feito através do inoperante , questionável e socialista programa Mais Médicos, em apoio à ditatura dos irmãos Castro ( Fidel e Raul).
Em que pese toda ruína em que vive a saúde pública no Brasil, nós médicos podemos fazer bem feito o nosso ofício. Que os atuais estudantes, os egressos e residentes de especialidades sejam altamente técnicos e cientistas em suas áreas, mas que atendam o seu paciente como médicos que devem ser. Sejam sempre bons discípulos dos bons mestres. Mirem, se puder, nos exemplos de um Ximenes, de um Jaime Guiotti, de um Nelson Rassi, de um Nilzo. Estes, sim, além de títulos e láureas recebidas, são delas merecedores. Por tais mínimos atributos e muito mais eu os coloco no panteão dos médicos.  “A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las?”    Aristóteles.
A todos os profissionais da saúde e da vida, aos médicos e paramédicos , aos anônimos bombeiros que salvam pessoas e não dão entrevistas,  nossos aplausos e nossas honras por tão dignificante atuação em prol dos sofrem ,por exemplo com a violência do trânsito, e das vitimas  de pessoas tresloucadas e criminosas encontradiças em nossa sociedade.

 João Joaquim  - médico e articulista do DM

ÁGUA DE MARTE

A ÁGUA DE MARTE NÃO ESTÁ PRA PEIXE
João Joaquim 

Esta primeira  quinzena de outubro/2105 está sendo uma daquelas semanas de muitas notícias bombásticas. Algumas já previsíveis. Como exemplo a mortalidade do trânsito de 2014( 58000 mortes) além dos feridos, mutilados e inválidos permanentes; PIB em retração; alta da inflação; presidente da FIFA afastado do cargo; a do Brasil em vias de sê-lo depois da derrota em 4 órgãos públicos: congresso, TSE, STF e TCU. Algumas coisas andam em alta. Por exemplo, o desemprego, a insatisfação do povo , a desgovernança fiscal do governo petista (leia-se Dilma e Lula), todas as manobras contra a impeachment de nossa presidenta etc.
Uma notícia no entanto me despertou interesse, em que pese haver quem vai discordar de mim. Acharam água em marte. Água vírgula, não aquela água potável, que passarinho e outros bichos podem beber. Na verdade uma solução salina muito concentrada ou salmoura. Esses sais seriam o clorato de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato de sódio. Por ora são dados supositícios  e os supositórios são dos próprios cientistas da NASA ,  porque nenhum humano ainda provou do tal líquido.
Agora eu não compreendi porque de tanto fuzuê e outros estardalhaços promovidos pelos cientistas da NASA. Para quem não assistiu basta clicar no portal da NASA/Discovery que estão lá as cenas de  vivas e confraternizações  entusiásticas  pelo achado. Um feito de fato cosmológico .
Já tem gente imaginando expedição turística para o planeta vermelho. Talvez fazer por lá algum paraíso fiscal, colônia agrícola para presos da operação lava-jato e outros empreendimentos. Calma pessoal! Porque a coisa não é tão fácil quanto supõe o  otimismo de cientistas americanos. Eles são capazes de muitas ideias, mas nem todas possíveis. O nome do planeta vem do latim e significa na mitologia romana o deus da guerra. Ele tem dois satélites Fobos e Deimos .  Bons nomes para se colocar em crianças daqui para frente.
Algumas características cosmográficas são interessantes para os desejosos da viagem. A primeira é a distância. São 225 milhões de km da terra. Cifra que, às vezes escapa à nossa percepção. Para nossa imaginação , vamos primeiro a uma unidade de milhão. A nave espacial viaja, 10 mil, 900 mil quilômetros, mais 100 mil e temos um milhão. Esta é apenas uma ducentésima vigésima quinta parte da distância (225ª parte).  Ainda não acabou a viagem. Multiplique esta distância por 225;  pronto, é o fim da odisseia. Viajando a 25.000 k/h com um ano se chaga lá. E a temperatura? Média de 60 graus celsius negativas. Gravidade: um terço da terrestre e como consequência, atrofia óssea e muscular e morte.
 Ou seja viajar para o planeta de fogo só se for por condenação a pena de morte com transitado  em julgado. Pelo menos o réu terá uma morte marciana. Já imaginou para a biografia do executado. Morreu asfixiado e congelado em Marte.


Outros dados de interesse. Radioatividade 15 vezes ao que se expõe em uma usina nuclear;  como consequência vários tipos de neoplasias e câncer e malformações genéticas. A água, se existente é muito tóxica. A atmosfera tem 95% de CO2 e menos de 1% de O2. Feita essa sumária resenha sobre o nosso planeta vermelho, eu prefiro ser como recomenda mr Jim Green, diretor da Nasa , mais cautela e menos euforia.
Ou  quando muito continuar assistindo a perdido em Marte com Matt Damon ou me divertir com as ficções do escritor Arthur C. Clarke (1917-2008).
Enfim, falando a verdade pura e real, eu penso que o homem aqui em nosso planetinha terra tem muitas e muitas outras coisas e questões possíveis de resolver do que sonha a vã e ineficaz empreitada americana  de achar vida viável no inóspito, insólito e perigoso planeta Marte; isto porque a água lá não estará nunca para peixes e muito menos para os humanos.


João Joaquim - médico - articulista DM

MULETAS DO IDIOMA

DAS MULETAS E ESCORAS NA LINGUAGEM
 João Joaquim


Eu já falei em outros textos sobre próteses (substitutos de tecidos ou membros humanos) e órteses (aparelhos que previnem ou corrigem deformidades). A muleta, a bengala, o andador podem ser considerados órteses. Estes insumos são muito  prescritos por profissionais de saúde, ortopedistas e fisioterapeutas por exemplo. Mas, já advirto que não cometerei o desatino ou impropérios de falar sobre matéria de que ignoro. Sócrates nos aconselhava: “ ajuizado serás não supondo que sabes o que ignoras”.
Entrementes, data máxima  venia,  do mestre da filosofia grega eu vou me rebelar e falar de outros apoios e muletas de que vale o ser humano. Refiro-me às muletas ou escoras  da retórica, que muitos chamam também de cacoetes de linguagem, aqueles expletivos tão recorrentes na comunicação diária. E já tranquilizo a todos, não constitui vício dos menos instruídos, dos menos ou pouco escolados.
No linguajar oral ou coloquial eu não vejo como tanto inútil alguns cacoetes na comunicação. Isto se dá por exemplo pela espontaneidade e improvisação das ideias no discurso. Algo muito diverso e pedante quando se trata de um texto escrito, mesmo naqueles não formais. Na retórica de um grande orador não é incomum se perceber alguns cacoetes estilísticos. Recursos esses para encantar a plateia ou mesmo quando o autor o faz com a intenção  de elaborar o pensamento seguinte e manter a atenção do auditório.
Como exemplo desse arranjo estilístico temos a locução expletiva -é que- que  embora signifique preencher ou completar o sentido  da frase não faz nenhuma falta se for eliminada do texto.  Veja este período:  o PT (é que) é o culpado da crise que vive o Brasil . Elimine o -é que- e o PT continuará culpado na mesma intensidade.
Na comunicação formal (ofícios, memorandos, cartas) encontramos muitas pérolas quando se fala em cacoetes de linguagem. Algumas delas muito encontradiças: 1) por motivo de força maior. Não seria melhor o missivista explicar que força maior é esta? Aqui cria-se um suspense injustificável para o receptor da mensagem. 2) A quem interessar possa. Penso que muitos já receberam uma carta de apresentação com esta expressão. Ela traz um certo ar de desprezo ou arrogância,  além de absolutamente inócua na comunicação pretendida .  3) Venho por meio desta.....Introdução vazia e sem sentido, encontradiça em muitos memorandos e ofícios.
Nas entrevistas de muitos personagens públicos , nos veículos de comunicação, nas transmissões esportivas;  temos cacoetes e expressões que incomodam os tímpanos. As mais ouvidas são: de forma que; correr atrás do prejuízo, mais completo, a nível de, um pouco demais etc. Imagine o sujeito correr atrás do prejuízo e encontrá-lo. Que decepção!  Como bem disse H.L. Mencken , lugares-comuns ou clichês têm origem no medo do desconhecido, no conforto medíocre de quem, preferindo não arriscar, se basta com fórmulas prontas .
Não menos maçantes temos : em virtude de, não por acaso, de repente, entende?  Tá,  né, a gente isso, a gente aquilo, tipo assim, meio que ; e muitas outras tão vazias quanto inúteis.
E como arremate vale registrar como campeã das muletas ou bengalas linguísticas a expressão empregada por recepcionistas ou secretárias.  Vou estar encaminhando sua ligação. Há poucos dias fui vítima dessa cacofonia e emendei:  a sra vai bem estar , ou mal estar encaminhando o meu pedido. Ela não entendeu bem a minha réplica . Nem eu!



João Joaquim - médico - articulista DM

A PÓLVORA...

UMA HISTÓRIA DE PÓLVORA , O ANÃO QUE VENCEU O GIGANTE

João Joaquim


 Há certas invenções ou ideias que vale o esforço de pesquisa  ou busca por  quem foi o primeiro criador, idealista e inventor. E não precisa ser grande engenheiro , inventor , ou  uma enorme máquina para ver a sua importância. Basta que essa criação tenha uma utilidade para toda ou quase toda humanidade. Vamos pegar como exemplos dois extremos em termos de grandeza e custo de produção. Um submarino e um iate, uma panela de pressão e um chuveiro elétrico. Quais desses quatro inventos têm mais alcance social? Eu não conheço submarino nem iate. Chuveiro e panela de pressão  me trazem benefícios desde a infância. Eu tenho curiosidade pelos idealistas e autores desses dois  últimos utensílios domésticos. Na minha concepção foram dois grandes benfeitores da humanidade pelo tanto de pessoas beneficiadas. Não que o submarino ou o iate não sejam úteis. Eles são , mas para que, para quem  e para quantas pessoas ?
Peguemos o prêmio Nobel de Medicina de 2105.  À primeira vista soa uma descoberta simples. Os laureados foram William C. Campbell, Satoshi Omura  e dra Youyou Tu. Campbell e Omura isolaram o vermicida Ivermectina no tratamento da oncocercose ( cegueira dos rios) e da filariose( elefantíase ). Youyou Tu, descobriu a artemisina , no tratamento da malária. Pronto. Torna-se dispensável tecer louvores a esses descobridores do quanto de benefícios eles trazem para a humanidade.  
 Em outros extremos eu não tenho a menor vontade e interesse em quem teve a ignóbil imaginação. Pólvora ,  dinamite e armas de fogo  por exemplo. Quanta desgraça trouxeram para a humanidade.
Sobre a pólvora há uma estória que cheira a verdade. Desacredite quem for cético. Conta-se que em um  reino, lá pelas terras da China, havia um gigante e um anão, e este era humilhado e sovado pelo grandão. O pequenino não aguentava mais  de tanto apanhar. Até que um dia apareceu-lhe um anjo das trevas e lhe ensinou um meio, no caso uma substância (na verdade uma composição de nitroglicerina) com a qual ele poderia vencer o tirânico gigante. Recurso aprendido e empregado no próximo confronto. No primeiro encontro com seu antigo carrasco não deu outra. Ao primeiro safanão que o anão levou, ato contínuo ele detonou uma bomba nos pés de seu algoz espatifando-o pelos ares. Foi daí que surgiu a pólvora. Uma diabólica invenção.
E assim perpetuou a humanidade nos seus confrontos. Hoje, a pólvora e sua parente como a dinamite e os artefatos atômicos continuam fazendo a diferença. Algo terrificante  de se constatar e de  ver até nos meios diplomáticos. Quer exemplo mais claro do que a Coreia do Norte( ou da morte)?  Volta e meia assistimos às bravatas e escaramuças do ditador Kim Jon Un em encenações e , se preciso for, empregar suas bombas atômicas. Como consequência,  pelo  medo do diabo colocar seu plano em ação, os gigantes ocidentais (EUA por exemplo) se recuam e nada podem fazer contra as atrocidades e paranoias daquele regime. O mesmo se dá com muitos outros tresloucados terroristas como os do Isis, e fundamentalistas que volta e meia detonam seu artefatos vitimando dezenas de pessoas inocentes.
Um outro invento que não tenho o menor esforço um saber da infeliz ideia foi a tal de arma de fogo portátil. Se observarmos de forma realística foi uma concepção diabólica mesmo.  A produção em massa de armas de fogo  se dá no mesmo espírito do embate (estória) do gigante x o  anão que apanhava. Vamos à estatística brasileira. O número de homicídios e feminicídios no Brasil por ano se equipara ao de  qualquer registro  de guerra, 50.000 mortos/ ano. No Brasil, temos uma legislação no mínimo bizarra, de absoluto contra senso, quanto ao uso de armas de fogo . Ao cidadão de bem e honesto é proibido o porte e posse de arma de fogo . Para o bandido não faz diferença. Um crimezinho  a mais por andar com arma roubada pouco lhe fará diferença.
Agora loucura e esquisitice maior se dá nos EUA. Lá não há tantos bandidos e tantas leis (não cumpridas ) como aqui. Todavia, todo cidadão com CPF ou  RG  e endereço pode ter uma pistola ou um fuzil. Numa análise rasa e simples, vá lá entender o que pensam os legisladores americanos, um país considerado o maior guardião da democracia, o maior representante e membro mais forte da ONU, o mais eloquente defensor dos direitos humanos. Com todos esses predicativos, o país acha normal cada americano ter e portar quantas armas de fogo ele quiser.
Não é sem razão que volta e meia ocorrem assassinatos brutais, execuções e carnificinas por algum psicopata em escolas e outras instituições. É a típica estória de algum gigante, metaforicamente falando( escolas, supermercados, órgãos públicos) que se vê atacado  pela pólvora de algum anão instruído e inspirado  pelo diabo. Que horror.            out/2015


João Joaquim - médico 

PAPA FRANCISCO

O Papa e o Estadista a Serviço dos Povos e do Planeta

João Joaquim

Volta e meia a imprensa noticia aqueles encontros de estadistas ,líderes mundiais, reuniões e cúpulas de chefes de governo, painel isso, painel aquilo, reuniões da OEA, da ONU, da UNASUL, do Mercosul, dos diretores da FIFA, dos chefes do estado islâmico e o escambau. Por falar em FIFA e escambau, que fase está vivendo nossa decrépita e retrógada entidade milionária que sempre mandou, desmandou e mal gerenciou  o esporte mais popular do mundo, o futebol. Um dia a casa ia cair e caiu. Até seu, ainda chefão , está arriscado e ser promovido de presi-dente  a presi-diário. O Sr Joseph Blater se julgava intocável. Ele terá muitas coisas para explicar à Justiça Suiça, suas traficâncias com outros larápios do futebol, inclusive os ex presidentes da CBF José Maria Marin( se encontra preso em Zurique) e Sr Ricardo Teixeira, investigado( por ora).
Mas, nesta última semana de setembro/2015, nada repercutiu tanto na imprensa como a exposição de um único personagem. Trata-se do papa Francisco ou o “Pope Francis” como o chamam em inglês. Ele, sim, com justiça um autêntico “pop star” para cristãos, não cristãos e até  ateus.
Eu considero que nunca na História recente uma viagem de um estadista trouxe tanto impacto positivo como esse de Francisco. É bom rememorar que ele encampa o chefe mundial do catolicismo e chefe de Estado do Vaticano. E isto perde importância em seus périplos pelo mundo dada a importância das   mensagens que ele traz em prol da humanidade, sobretudo pelas pessoas mais pobres e à margem dos benefícios do progresso.
O que reverbera e soa de muito bom e construtivo nos discursos e homilias de Francisco não são a interpretação dos evangelhos e textos bíblicos; isto é o de menor monta e significância em suas falas. Suas súplicas e exortações são sempre no sentido do bem-estar, fraternidade e justiça social para os desvalidos e sem-nada neste mundo.
Outra questão muito exaltada pelo papa tem sido o cuidado com a natureza, com o meio ambiente. Como de muitos sabido, Francisco lançou recentemente a encíclica (carta pontifícia) Laudato Si. Numa tradução livre, carta da terra.
Nessa viagem( Cuba , Estados Unidos), o sumo pontífice esteve primeiro em Cuba e por fim nos E.U.A. Agora fiquei de cá no Brasil vendo pela TV os discursos;  primeiro do ditador comunista Raul Castro e depois de Francisco, que de forma serena pontuou sobre a pobreza, a exclusão social, a falta de tantas coisas básicas, enquanto os governantes só pensam em si e como  manter-se no poder em nome de uma ideologia e de radicalismos autoritários. Imaginem o que pensava aquele povo sem direito a nada, sem direito a  opinião e outras conquistas de outro mundo democrático, desenvolvido e capitalista. O que será que sentiram os irmãos Castro ,da revolução de Fidel  e do PC Cubano?
Outro ponto alto da visita papal foi sua passagem pela terra do Tio Sam. O discurso no congresso foi uma efeméride sem igual . Nunca outra visita ao parlamento americano( Capitólio) tinha sido feita por um chefe da igreja católica .
 Alguns tópicos da visita de Francisco em Washington são de grande impacto. Como exemplos a produção industrial e consumo com menos emissão de CO2, a exploração predatória do planeta, as desigualdades provocadas pelo capitalismo, a exploração das pessoas pelas economias de mercado, etc.
Até mesmo sobre a reaproximação de Cuba com os E.U.A, o papa Francisco não deixou de intervir e pedir a suspensão de embargo econômico vigente desde 1959, com a tomada da Ilha por Fidel Castro.
Enfim por onde passa o papa, independentemente de credo ou fé religiosa, ele deixa uma renovada esperança nas pessoas pela paz, pela fraternidade, na justiça e em uma sociedade melhor e um planeta mais limpo e desfrutado por todos de forma mais igualitária e sustentável.   Out /2015

   João Joaquim 


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