domingo, 31 de julho de 2016

FALTAM MERENDA E NUTRIÇÃO NAS...

 DESNUTRIÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL

JOÃO JOAQUIM


Pode soar rebarbativo, enfadonho e soporífero, mas eu volto ao tema que é a desqualificação e precariedade do nível cultural das pessoas e da sociedade  brasileira.
Toda vez que falo mais detidamente com uma criança, adolescente ou jovem bate em mim um certo dó por lembrar que esse indivíduo em plena formação está recebendo uma educação deformada, precária ou insuficiente.
Pode sugerir um certo sentimento vão ou piegas  de parte desse articulista. Mas, não é! Comparemos a inteligência de uma criança, sua aguçada curiosidade e sede de saber à nossa fome e necessidade alimentar. Aliás, carência nutricional traz-me à lembrança outro termo, até mesmo de textos legais. Falo de segurança alimentar. Penso que deveria ser um direito de todos e dever de Estado a garantia de alimentação, de no mínimo 4 refeições por dia. Em se tratando  de uma criança tal direito é ainda mais premente, considerando que temos um organismo em plena formação. Assim ocorre no processo educacional. Educação gratuita e obrigatória até o 2º grau deveria ser uma cláusula pétrea de nossa constituição , e não é .
Quando se discute educação não há diferença com a exigência nutricional, notadamente se falamos então de uma criança ou adolescente. A carência educacional de fato não dói, não gera outro desconforto imediato como a fome. Todavia, sua repercussão na formação, no preparo social e ético desse indivíduo será marcante e definitivo no seu papel de cidadão no meio onde vai ser  inserido e no mundo. Mundão esse que aliás continua cada vez mais difícil para se sobreviver com dignidade.
Um dos erros crassos de nossas escolas de hoje é a falta de métodos e estímulos à criação, ao senso crítico e ao pensamento. E nesse erro está a contribuição das tecnologias de mídia. Tal desvio de finalidade, para ser bem justo, no emprego das plataformas digitais recebe uma contribuição  muito nociva das famílias, de  babás e cuidadores(as) das crianças desde a fase pré-escolar. Ao que parece os pais, monitores e educadores estão perdidos em meio às tecnologias da informação. Não se quer demonizar e condenar os instrumentos digitais nas escolas. A questão maior tem sido a precocidade na sua inserção no ensino e o abandono do gosto pela leitura, pelo raciocínio lógico, por redação, pela criação em si.
O que eu defendo como as melhores estratégias pedagógicas para as crianças antes de ir para a escola? Que seja maternal ou jardim de infância? Que nunca lhes sejam oferecidos os instrumentos digitais:  smartphones, Ipad, tablets antes que elas aprendam a folhear um livro, a rabiscar papel, a desenhar, a escrever, a ter o prazer e curiosidade pela leitura, pelas historinhas contadas e repetidas. Tal expediente fará uma enorme diferença na escolarização e aprendizado da criança.
 Vamos partir do princípio (filosófico) de que todo o aprendizado, todo o conhecimento e saber se fazem pelos sentidos. Pergunta básica: o que despertará mais atração e interesse aos olhinhos e ouvidos ainda virgens de uma criança que está descobrindo o mundo e todos os encantos à sua volta ? Seria uma tela de TV, um vídeo de smartphone ou figuras e páginas de um livro? A resposta óbvia:  as telas mágicas e multicoloridas dos aparelhos de mídia. Sendo esses os primeiros aprendizados e impressões, adivinhem, se as crianças e jovens alunos vão ter interesse em ler textos, escrever fórmulas matemáticas, desenhar e analisar palavras e frases de algum livro?
Minha tese relativa a educação infantil é: primeiro, estimular o gosto da leitura, o desenho, o rabiscar , a redação, os cálculos aritméticos. Desses aprendizados bem orientados , sim, iniciariam o emprego da informática, dos recursos de mídia e internet. Do contrário a garotada jamais dominará os fundamentos do idioma e matemática.
 Há certos opiniões que soam estapafúrdias quando o assunto é educação e aprendizado. Veja esta de Delia Lerner: “ Não faz falta saber ler e escrever no sentido convencional (?). Quem interpreta o faz em relação ao que sabe (?). interpretações não dependem exclusivamente do texto em si”(?). Ainda bem que poucos entendem direito o que ela quis dizer.
Há outras mentes (estudantes, alguns educadores) que interpretam algumas citações a seu favor, de forma deturpada. Como aquela do físico Albert Einstein: “ A imaginação é mais importante do que o conhecimento”. Veja bem que ele assim expressou quando já era doutor em física pela universidade de Zurique. Claro que para um gênio como era o autor da Lei da Relatividade, sua imaginação brilhante o levou ao nível de criação e descobertas  de que todos já sabem. Eu gostaria de ter 1% da imaginação de Einstein.
Em conclusão, eu reitero que tenho muito dó das novas gerações. Elas vêm sendo vítimas desses métodos educacionais de pais e escolas embriagados e consumidos pelos apelos da informática , pelo consumo e abuso das mídias, pela internet e as tão inúteis e fúteis redes sociais.
Não saber usar corretamente as palavras, não entender bem os termos de uma oração, não saber redigir um memorando ou ofício; significa ser um cidadão inferior, ser um cidadão insuficiente em interpretar seus direitos nas relações privadas e públicas, para dizer o mínimo .
Já imaginou o indivíduo chegar a uma universidade e não interpretar corretamente um contrato de estágio de pós-graduação , as cláusulas de um contrato  de trabalho ou um manual qualquer? Já imaginou um estudante  de 3º grau necessitar de um terceiro para tais traduções e compreensão? Que triste!  julho/2016

MEDIO-FUTI-NOCICRIDADE...CANSEI

CANSEI DE TANTA  MEDIOCRIDADE.  QUERO IR PARA PASÁRGADA
João Joaquim  


Em que pese todas as conquistas tecnológicas, todos os conhecimentos científicos, tantas descobertas nos mais variados ramos das ciências e outros avanços, considera-se pertinente um questionamento: e a vida humana em si, o que o homem (gênero ) tem feito da própria vida? Entenda-se vida aqui em sentido além do material; vida no sentido existencial participativo, no sentido místico, considerada a natureza humana como diferenciada, dotada de elevada inteligência e capacidade criadora, construtiva e transformadora.
Assim, tendo estas premissas como de aceitação consensual torna-se melancólico afirmar que pelo que vimos e pelo que assistimos da sociedade, da rotina social das pessoas,  temos uma mediocridade em quase tudo, na vida de quase todos. Nesse mar de coisas e de práticas medíocres  salvam-se poucos, senão vejamos.
De início, o que vem a ser mediocridade? Seria uma qualidade contrária à virtude ou ao caráter construtivo e de progresso da pessoa, como animal superior. Seria uma quase renúncia de cada um aos seus  pendores ou vocações morais e de ânimo em qualquer setor da  vida. Ser medíocre é sempre contentar com aquilo que nivela a pessoa do grau médio(mediocridade) para baixo(minicridade). Tal ideia vale sobretudo para aqueles atributos que realçam a pessoa humana nos seus qualificativos cívicos (cidadania), éticos, morais e participativos. Bem assim as aptidões intelectuais, a formação escolar e o aprimoramento tecno-científico.
O oposto ou antagônico do medíocre é aquele sujeito competitivo, ambicioso, trabalhador, estudioso ; que busca sempre uma ascensão como pessoa e na vida técno-profissional.  Com todo esse conjunto de bens intelectuais e morais tem-se em geral como corolário uma elevação do status econômico e  financeiro, embora não seja uma condição excludente das primeiras qualidades.
A par de tantos avanços tecno-científicos a mediocridade tem sido uma constante na vida de muitas pessoas, das famílias e da sociedade. Deixando a tese pura e simples  da mediocridade de lado, vamos enumerar algumas práticas, hábitos, automatismos e costumes do jeito medíocre de ser de muitas pessoas.
Na alimentação e atitudes gastronômicas. Aqui podemos caracterizar como fútil e supérfluo os muitos hábitos ‘’ nutricionais’’ das pessoas. A busca e ingestão desregrada de alimentos, como alvo de gozo e prazer, mostra muito bem a inutilidade dessa tendência. Que efeito positivista e construtivo tem a deglutição de muitos alimentos insalubres no organismo de seus usuários?  Um exemplo da mediocridade da sociedade na alimentação é a pessoa se empanturrar de tanta “ porcariada” de comida e em seguida ter que tomar um medicamento para má digestão, para enxaqueca ou gastrite. Quando não têm-se casos de intoxicação alimentar, cólica biliar, pancreatite aguda e outros danos orgânicos por excesso alimentar.  Excesso de sandice na forma mais genuína.
 Outro encontradiço exemplo de mediocridade da sociedade está no gasto e gosto  musical de cada um. A insanidade nesse sentido é tanta que basta ver o que faz sucesso no meio artístico dos gêneros musicais. A primeira blasfêmia ou vulgaridade a se constatar está nas letras do que se toca e canta, depois a barulheira  infernal  aos ouvidos das pessoas. O sucesso e faturamento desse ramo de entretenimento se dá pela atração que tem a sociedade por tanta mediocridade.
E não param por aí os exemplos de mediocridade na vida das pessoas que não pensam, não têm tino crítico, não leem, não criam. Aliás, leitura, cultura e capacidade pensante e crítica, parece que fazem mal às pessoas. Tocar nesses assuntos em rodas de amigos, hoje em dia, é desagradar, enfim, cutucar uma caixa de marimbondos. Melhor deixar como está e não se toca no assunto.
Temos mediocridade no consumo com cartão de crédito, naquela medíocre cultura: compro agora e pago depois; no financiamento de longo prazo do carro, da casa própria e de cirurgia plástica; e acreditem, tem-se mediocridade até na prática religiosa de muitas igrejas. As igrejas de  hoje, muitas evangélicas , praticam mediocridade “ espiritual”, por exemplo,  com a chamada teologia econômica ou do enriquecimento fácil . Algumas pedem sempre mais ofertais e doações com a promessa de um passaporte para o céu. Com isso enriquecem mais seus líderes e empresários. Outras têm os ensinamentos de como prosperar na vida, pura teologia de ascensão econômico-financeira, só mediocridade, que se fazem até com muitos milagres duvidosos  e falsas profecias.
Na política temos práticas medíocres aos milhares, aliás, aos milhões. Nesse cenário , sim, a mediocridade e a corrupção se fazem em profusão.
Por último o top 10 da mediocridade hoje está no usufruto da internet e das mídias digitais. O costume em cada família é: cada qual com seu smartphone e notebook interligado nas redes sociais. Ninguém mais fala com ninguém. Agora estou ocupado, dá um tempo , depois a gente se vê!  Quando se fala em internet e mundo virtual há uma combinação mútua e solidária de muitos modos medíocres de ser. Tem-se mediocridade na comunicação, nos namoros, nas amizades, nas compras de futilaria on-line. Até sexo sem nexo e fútil , sem qualquer vínculo afetivo se acha pela grande rede. Êta mundão de gente desvairada e tresloucada esse em que vivemos e sobrevivemos.   Julho/2016.  

MINIMALISTAS, Negros +..

 AS MINORIAS , PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

joão joaquim 

Tem sido uma rotina assistir a notícias por violação aos direitos humanos de pessoas tidas como pertencentes aos chamados grupos minoritários ou simplesmente minorias. Tal nominação traz-me à memória a ala minoritária do antigo partido comunista russo, os mencheviques (minimalistas) em oposição aos bolcheviques (maximalistas) do ditador Joseph Lenin.
Essas chamadas lutas dos classificados minoritários pertencem àquele princípio da eterna luta entre o bem e o mal, da energia e tendência do moto-contínuo dos diferentes e desiguais. E assim entramos naquele disse-não-disse, disse-que-disse, enfim no ramerrame enfadonho e interminável da vida humana, da luta dos estratos sociais.
No que me toca eu vejo tais comparações, conflitos e intrigas iguais a outros fenômenos, ocorrências da vida de que todas as pessoas têm a mesma percepção, qual seja de imutabilidade, de irreversibilidade das reações sociais. Numa analogia mais popular seria situações de mesma natureza da corrupção, da feiura, da formiga-saúva e cupim. Todas as estratégias, expedientes e meios para eliminar a saúva e cupins foram infrutíferas até aos dia de hoje. Será que haverá uma invenção para eliminar cupim e formiga-saúva? Trata-se de uma luta eterna e em vão. Alguma coisa muita semelhante ao perpétuo trabalho de Sísifo( vide mitologia grega) que leva sua pedra ao cume da montanha, ato contínuo, ela precipita de novo do penhasco e tudo continua em vão; todo trabalho reinicia infrutífero.
 Nessa questão ou fenômeno da eternização do comportamento social , seja para o bem ou para o mal,  vamos pensar por exemplo no eterno impulso do mais forte em explorar, em dominar, em humilhar e eliminação do mais fraco. Tal desejo e inclinação está no íntimo da natureza humana. Tal pulsão inata está no DNA e vem da ancestralidade de gênero. O espírito escravocrata de exploração do outro por exemplo, seja de negro, índio ou branco. Esse expediente deixou de existir com a denominação de escravidão de negros. Mas, na prática e na sua forma de exploração das pessoas menos qualificadas ela se dá na maioria dos países subdesenvolvidos. Para tanto basta visitar e constatar os salários pagos a esses trabalhadores braçais; os benefícios a eles negados e os riscos e agravos à sua saúde. Subjugar, dominar e aniquilar o outro. É o homem sendo lobo do próprio homem, o eterno canibalismo social.
Todos aqueles pertencentes aos grupos minoritários devem entender, com o direito de não aceitar, que uma coisa é a proteção do Estado no que se refere ao gozo e ao acesso a todos os direitos. Trata-se de um dever oficial, a garantia de acesso aos  serviços na mesma qualidade e disponibilidade a todos. Isto é o que menciona as palavras frias e mortas da constituição.
Outra  questão ordinária, real e incontornável é o preconceito, a discriminação latente, que subsiste perpetuamente na mente, no coração e na atitude das pessoas. Atitudes e sentimentos esses que fazem parte do senso coletivo dos humanos. Preconceito e discriminação estão no DNA do gênero humano e da lá nenhuma lei ou decreto os retirará. Ou alguém como os gays, os negros, índios, os afrodescendentes, os feios, os gordinhos, os albinos, os deficientes mentais, os analfabetos, os pobres etc,  ficarão livres desse carma do preconceito e rejeição por toda a sociedade? Impossível. Arrogância, prepotência, egocentrismo, esquizofrenia, personalidades antissociais são componentes da sociedade que sempre existiram e existirão. Tal realidade é similar a fundamentalismo, ar terror do estado islâmico, a perseguição de cristãos. Alguém acredita no seu fim ?
 Independentemente da definição e opção de cada um, em ser moreno, descendente negro, mesmo não o sendo, isto em se falando de Brasil, o jovem tem usufruído por exemplo do acesso às universidades através da criação das cotas. Aliás, esta é uma enorme e inaudita conquista. Eu desconheço outro país com tal privilégio que é mais do que um direito. Benesse, uma concessão privilegiada a essas minorias.
O que não se pode é essas minorias reivindicar privilégios e tratamento diferenciado de outras pessoas. Seria o desejo de ser mais iguais do que os demais.
Eu, pessoalmente, sempre tive uma certa reserva ou resistência a qualquer forma de privilégio concedido a quem quer que seja. Aliás, a concessão de algum bem, de alguma prerrogativa, de algum acesso ou ascensão a uns ou minorias, não deixa de ser uma discriminação ou preconceito com o carimbo do Estado. Vamos a título ilustrativo pegar a questão das cotas de ingresso nas universidades. Tal concessão ou privilégio é feita a negros, afrodescendentes e indígenas por exemplo. A meu sentir, tal legislação é uma nítida demonstração do instituto oficial (do Estado) da discriminação e preconceito racial.
Se pelo artigo 5º, somos todos iguais perante a lei, é porque de fato o  somos em tudo, inclusive em aptidão intelectual, em inteligência e na capacidade de concorrer a uma vaga em ensino superior ou de emprego. Ou as minorias têm inferioridade aos outros indivíduos não minorias?
 Eu , fosse minoria, me recusaria a receber algum mimo ou privilégio  oficial.  Não sei porque, mas eu  pertenço a um grupo majoritário, o dos honestos, pobres , que sempre trabalhou duro para viver e conquistar o que tem de forma justa , com  toda probidade nas relações públicas e privadas.   Julho 2016.

NÃO À MATERNIDADE..

 O SACRO E LEGÍTIMO DIREITO DE NÃO TER FILHOS
João Joaquim  


Há poucos dias assisti a uma pequena e breve conferência, mas de certo modo grande em animosidade e dissenso no que diz respeito a questões de maternidade e paternidade. O tema conflitante era o direito que algumas mulheres e homens têm de não ter filhos. Vejam, meus compatrícios e compatrícias do Brasil, o que provoca acirradas e cálidas discussões na sociedade: a opção de não à maternidade ou não à paternidade. Fosse por exemplo a opção de preferência de voto a um candidato a presidente com vários inquéritos e processos na polícia federal e ministério público, vá lá.  Não; mas, a questão é pura e simplesmente essa: a opção livre, consciente e responsável de não gerar filhos; ou seja um projeto de investimento afetivo-econômico  de cerca de 25 anos. Não é pouco coisa, se pensar na vida no Brasil.
Ao analisar tal matéria, veio-me  em mente outras questões não menos relevantes. Trata-se em tais discussões de um certo viés machista. Tal ideia está embutida no foco seletivo da discussão. O que se deduz das entrelinhas é que a vilã e desqualificada da opção de não ter filhos  é apenas a mulher, na renúncia de ser mãe, e não o homem, que também deveria ter o peso igual na polêmica. Ao fim e ao cabo, numa fecundação e gravidez os gametas do pai e da mãe têm a mesma participação, a mesma contribuição em termos de genoma. Ou seja, pode-se concluir que em tais críticas e censura de parte da sociedade o homem é poupado de inférteis e fúteis controvérsias.
Não fugindo a tais debates dou meu parecer, até na condição de cidadão, pai de dois filhos e tio de dezenas de sobrinhos, oriundo que sou de família e parentela com tradição com prole de muitos descendentes. A mim, tais questões soam tanto inócuas como improdutivas. Em matéria de escolha de ter filhos e o tamanho da prole os questionamentos vão muito além desse sagrado direito de posse ou não posse. Possuir ou não um bem, um animal, um rebanho- em se falando de Brasil- parece ter o mesmo peso( à luz de qualquer  outro direito) de gerar ou não um filho. O que dever ser motivo maior de preocupações e debates seriam por exemplo planejamento familiar, controle rigoroso da natalidade, senso responsável na decisão de gerar um filho e seu futuro educacional loto sensu, etc.
Temos que lembrar que vivemos em um país com retrocesso em tudo. Continuamos(país) de subdesenvolvido para trás. Antes éramos classificados como emergente ; agora, depois do mensalão e a lava-jato estamos imersos cada vez mais no atraso econômico, cultural e educacional. Somos  imergentes.
Muitas mulheres não querem ter filhos e por múltiplas causas. Entre as motivações temos a prioridade com os estudos,  busca de uma formação acadêmica, trabalho, a preocupação com os custos e benefícios na criação e educação de uma criança, a exigência competitiva do mercado de trabalho e a liberdade que a vida sem filhos proporciona.
Em uma conversa recente que tive com um juiz de uma vara voltada à família, aos direitos e deveres de filhos e mães separadas achei interessantes as considerações desse magistrado. Disse-me o seguinte: muitas mulheres no Brasil, e certamente em outros pais subdesenvolvidos, se casam com um tácito e sublimar compromisso de gerar filhos para o marido. Atente bem para a expressão “para o marido”. Tal aceitação é feita  sem uma madura , consciente ou responsável atitude em tal gesto. Muitas vezes, o “para a mulher” também é  verdadeiro. São exemplos os casos das chamadas mães solteiras ou independentes. Muitas querem simplesmente um filho e não maridos, o que é outro direito e ousada decisão , o homem gerar filho “ para a mulher”.
O resultado de muitas dessas relações oficiais, ou informais ou independentes é que surgem as desavenças e conflitos na criação e educação de tais filhos . E  muitos casos vão mesmo desaguar nas varas da justiça que tratam do direito dos filhos e herdeiros.
No arremate de tais considerações, considero louvável , muito lógica e aceitável a decisão solene, firme e convicta dessa e outra  mulher ou homem que optam: não quero ter filho. É muito mais brilhante, lúcida e laudatória tal decisão  do que a sugestionabilidade e venalidade implícita e cordata de uma relação conjugal, meramente para satisfação do parceiro ou parceira.
 Aos que se animam ou arvoram e desdenham de quem diz não à pater ou maternidade eu lembro que gestar ,criar, educar e formar um filho são 25 anos de investimento de afeto, amor, boas escolas, educação familiar em ética , cidadania e boa  faculdade. Quem não tiver condições para tais investimentos, melhor mesmo é viver sem filhos. Principalmente no mundo e num Brasil de tanta mediocridade e futilidade em tudo, inclusive nas relações superficiais, vazias e  muito carnais desses tempos digitais. Tenho dito – julho/2016

HOMENS QUE MATAM.. POR...

NAMORA-SE POR AMOR E MATA-SE POR AMOR
Só a Besta Humana Mesmo!


João Joaquim

Lenda ou alegoria, o certo é que a concepção divina do homem é alguma coisa sublime. A narrativa simbólica do Éden está na consciência coletiva das pessoas. Pouco importa a religião e o Deus professado. O mais significativo e simbólico é aceitar que um ser onisciente e onipotente deu início a tudo, transformando o caos primitivo em toda essa obra prodigiosa que é o nosso universo. É bom lembrar que podem existir outros universos. Seriam então os multiversos. Em se tratando de Deus tudo é possível.
Como se deduz logo, a relação do homem com a mulher é uma verdade ontológica, filogenética, criacionista e evolucionista. Qualquer que seja a teoria, esse vínculo , esse liame dos dois sexos sempre existirá. A questão maior aqui abordada volta-se para a perturbação, os conflitos dessa aliança, que deveria ser de puro afeto, amor, carinho, zelo de um pelo outro; mas não é assim dantes, agora e sempre.
Diz então a narração da criação (Gênesis) que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. E viu então que essa criação resultou bela e perfeita. Mas, faltava alguma coisa, a mulher, aquela companhia e oposta sexual do Adão. O diabo é que a Eva, meio displicente e muito curiosa se deixou ser ludibriada pela sagaz serpente e sabemos o resultado do enredo, ela não resistiu e mordiscou a fruto proibido, fazendo irromper a ira do senhor.
Enfim são questões alegóricas e religiosas apenas para lembrar as relações conjugais daqueles e de nossos tempos.
Revendo e assistindo às relações humanas de nossos tempos ficamos a pensar, como o espírito de satanás continua a permear e martirizar os laços conjugais das pessoas. A história shakespeariana de Romeu e Julieta, e algumas outras de amor eterno, de juras e cumprimento de amor único , do começo ao fim, soa hoje, algo utópico e puro delírio ou ilusão, tais são as desavenças e conflitos dos casais.
A banalização e violência na vida dos casais de hoje atingiram características e níveis inauditos. Primeiro a questão da banalização. O que seria o ideal e excelência numa relação a dois? Que esse contato e interesse pelo outro fossem regidos pelo respeito, pela generosidade, cuidado e proteção. Pouco desses atributos e virtudes é praticado pelo homem e pela mulher. Todo namoro e casamento ou a chamada união estável dos casais( homem /mulher) deveriam ser cultivados por esses princípios iniciais e durar o quanto fosse bom, agradável e produtivo para os dois. Se chegou a um ponto, não deu certo, não queira torturar, maldizer ou matar o outro. Cada um tem o direito de uma 2ª chance à felicidade a dois.
É intrigante e curioso constatar o quanto esses valores de humanização nas relações têm perdido o seu sentido nessa era da internet e das tão massivas redes sociais. Cada vez mais nossos jovens vêm perdendo os vínculos afetivos, a prática do amor, da generosidade e cuidado de seu cônjuge. Cada dia mais se vê a perda de identidade nas “relações amorosas”. A regra vigente e da moda é o “ficar”, os encontros fortuitos, sem compromisso afetivo sério.
Uma segunda questão seriíssima que tem dominado as cenas de nossa sociedade e das manchetes de jornais refere-se a violência contra a mulher nas relações. O adjetivo conjugal aqui se revela até como força de expressão, dada a superficialidade das relações . “Contra a mulher” também encerra uma expressão emblemática por ser ela (mulher) a principal vítima. O homem, minoritariamente, também é vítima nas relações a dois. Se o feminicídio prepondera, de vez em quando vimos ocorrer também o “ hominicído”.
Uma das explicações do agressor ser o homem é o senso coletivo e ancestral do machismo, do domínio do mais forte sobre o mais frágil (mulher) e uma certa cultura de menos-valia, servilismo e submissão da mulher em relação ao homem. Sensação algo retrógrada e inaceitável nos dias de hoje, no estágio de cultura e desenvolvimento no qual nos encontramos.
Quando visitamos detidamente a história e as relações do homem com a mulher, temos a oportunidade de constatar que a violência, a agressão, a exploração da mulher sempre existiram. Tal violência aqui diz respeito ao foco na mulher como objeto de satisfação carnal, em uso sexual e exploração nos mais variados níveis de desejos e instintos.
O que se presencia hoje perpassa muito os limites da razoabilidade, do sensato e do afeto nas relações a dois. Assistimos, diariamente, aos referidos crimes passionais e casos em que diante de um término de um namoro ou separação o sujeito( o homem em geral ) inicia uma perseguição, ameaças, agressão moral e física e assassinatos. E não são poucas as vítimas desses sociopatas e predadores. E o que tem sido pior, a justiça e a lei Maria da Penha pouco têm feito para proteger as vítimas desses diabólicos agressores.   julho/2015

A VAIDADE E AS PLÁSTICAS

 VAIDADE DAS VAIDADES E AS MORTES  EM LIPOS E CIRURGIAS PLÁSTICAS
 
"Vanitas vanitatum et omnia Vanitas" (Vaidade das vaidades, tudo é vaidade) Eclesiastes
Na mitologia grega, foi dessa justificativa que se valeu o soberano do Olimpo, Zeus, imbuído de convencer seu irmão, Hades, a aceitar presidir o reino dos mortos: “Governarás sobre um reino no qual, a todo instante, não cessará de chegar novos súditos”.

 João Joaquim  
 
Têm sido muito recorrentes nos noticiários os casos de morte de pessoas que se submetem a alguma cirurgia, notadamente cirurgias plásticas, estéticas e lipoaspiração. Neste ensejo, julguei por bem,  esclarecer algumas questões nessa matéria de mortes no curso de qualquer cirurgia.
Temos em medicina dois tipos de  intervenções , a chamada cirurgia eletiva e a de urgência. A eletiva é aquela em que se pode programar o seu procedimento. Uma hérnia inguinal ou plástica por exemplo. Uma apendicite ou muitos traumas (fraturas ósseas por exemplo) são exemplos de cirurgias de urgências; quando feito o diagnóstico o procedimento se impõe de imediato pelo risco de agravamento e  morte.
Além dessa classificação de natureza temporal, eletiva ( a que pode   ser adiada) e de urgência (tratamento imediato) ,ainda se classificam as intervenções pelo tamanho e complexidade do procedimento; levando-se em consideração nesses casos, a anatomia, a nobreza do órgão e as condições de saúde do paciente. Nesta presente tipificação existe, grosso modo, as cirurgias de porte I a IV (tamanho do procedimento).
Como exemplos desses portes: uma cirurgia de pele ou catarata quase sempre é porte I, pelo seu baixo risco, mesmo que a pessoa tenha por exemplo uma diabetes, hipertensão ou cardiopatia. Já uma cirurgia de aneurisma cerebral, embora a aneurisma em si seja uma estrutura de 5 mm, máximo 10 mm, o risco é alto pela sua localização intracraniana e intracerebral. Neste procedimento neurovascular com um eventual ou mais agravantes: ele pode se dar em caráter de urgência, se houve uma ruptura e derrame cerebral. Uma cirurgia de tórax ou ponte de safena no infarto são exemplos de cirurgias porte IV( grande cirurgia).
 Uma estratégia ou planejamento fundamental em qualquer cirurgia se chama risco cirúrgico. Também chamado pré-operatório. Nada mais é do que uma avaliação sistêmica do indivíduo a ser submetido a uma cirurgia ou mesmo outro procedimento invasivo.  A primeira etapa nesse cuidado é feita pelo próprio cirurgião. Afinal, todo cirurgião  antes de tudo é  “ um médico”, com uma compreensão básica global do corpo humano. Diante de uma consulta e exame físico e poucos exames o profissional assistente( cirurgião ) terá  uma boa análise das condições de saúde e grau de risco do paciente a ser operado.
 Um segundo especialista indispensável na segurança e avaliação em qualquer cirurgia é o cardiologista. A maioria das mortes e complicações no curso de todo procedimento invasivo (exames, endoscopias, terapêuticas, cirurgias, lipoaspiração) tem como causas as complicações cardiovasculares. Entre essas, as crises hipertensivas ou hipotensivas, as arritmias, o infarto do miocárdio, as anóxias e parada cardiorrespiratória. Uma temível intercorrência em cirurgias é a infecção hospitalar. Ela é de natureza muito grave pela resistência antibiótica  das bactérias desse ambiente. O indivíduo pode internar para retirada de um cisto sebáceo e morrer de pneumonia hospitalar. 
A avaliação pré-operatória com o cardiologista encerra muito mais do que uma simples consulta e eletrocardiograma. Essa quantificação e classificação de risco envolvem algumas dúvidas : que outros exames são necessários? Quais medicamentos podem ou não ser mantidos no dia da cirurgia ? E  outras recomendações no sentido de eliminar ou minimizar as ocorrências no ato anestésico-cirúrgico. Conforme o paciente tenha ou não outras doenças de tratamento contínuo, se fazem necessários outros pareceres de risco cirúrgico . Como exemplos na diabetes(endocrinologia)  na asma brônquica(pneumologia), nas doenças renais(nefrologia).
Como de fácil conclusão as cirurgias de maior risco de complicações são as em caráter de urgência. As razões, por óbvio, são porque a gravidade das lesões não permite que se façam os exames pré-operatórios; e a natureza da doença ou traumas que ensejam a intervenção. Basta imaginar uma obstrução intestinal, uma hemorragia interna por trauma, uma ruptura de qualquer  víscera, etc. Muitas vezes o indivíduo é operado por exemplo com estômago cheio, e sem nenhum outro exame de suas condições de risco para uma cirurgia. Aqui, rapidez de atendimento e tempo são determinantes em salvaguardar a vida da pessoa. 
Por fim retorno a ideia inicial. Como reduzir as chances (riscos) de complicações e mortes em cirurgias eletivas? A primeira chave desta segurança está na dupla cirurgião e anestesista. Eles são os anjos da guarda e de branco do paciente. Na condição de bem qualificados em  ética  -este é um dado significativo-  e nas técnicas operatórias ,  eles adotarão todas as medidas para o melhor resultado da saúde e vida do paciente. Faz-se útil lembrar que nem  o tamanho do hospital, nem a fama da cirurgião são garantias de ótimos resultados em qualquer  cirurgia. O mais importante se tornam o zelo, a qualificação ética e formação do profissional responsável pelo paciente, que por seu turno buscará os integrantes mais qualificados e  a mais acreditável instituição onde se dará o procedimento. 
Dois outros quesitos são fundamentais , e daí reiterados,  em uma cirurgia: a colaboração do cardiologista na avaliação do grau de risco e o hospital onde vai ocorrer a cirurgia. No quesito hospital , são indispensáveis os seguintes recursos:  UTI, suporte para o correto atendimento de uma complicação cardíaca como arritmia ou infarto, parada cardiorrespiratória; e comissão de infecção hospitalar.
Por fim, como em toda relação profissional, é sempre de bom alvitre informar sobre o profissional cirurgião. Para tanto existem os conselhos de medicina em cada Estado e as sociedades de especialidades;  onde se pode buscar  o cabedal de formação do profissional e seu registro na especialidade praticada.  Qualquer procedimento invasivo, mesmo de pequeno porte , que seja apenas com anestesia local, traz uma risco considerável, levando-se em consideração muitas variáveis atinentes ao paciente e à equipe médica e hospital.    Julho/2016

EDUCAR EM SAÚDE - Dever do Médico

O MÉDICO COMO BOM OU MAU EDUCADOR EM SAÚDE
João Joaquim  


É de senso individual e coletivo que tudo aquilo que fazemos, que praticamos vem de nossa educação. O que é educação? É todo conhecimento que adquirimos com outrem. Isto é uma questão unânime, pacificada e ponto final. Alguém poderia lembrar do autodidatismo, do expediente de se aprender por si só. Mas, aqui entra aquele argumento de que uma primeira pessoa e antecessor registrou aquele conhecimento, aquele princípio ou regra etc.
Uma outra mente poderia ainda contra-argumentar: e quando se trata de um descoberta ou grande invenção? Vamos tomar o caso de alguns teoremas, leis da física, lei da relatividade de Einstein? A última explicação seria: todas as leis da matemática, da física ou da química não foram criadas pelo engenho humano. Todas são preexistentes em relação à inteligência humana. Todas as leis e relações do universo fazem parte de sua dinâmica, de sua harmonia, de uma inteligência sobrenatural, que para os que creem, nos quais eu me incluo, se chama Deus. Nós humanos, de forma interativa, e em cooperação uns com os outros (mestres, aprendizes e iniciados cientistas) é que chegamos a essas inter-relações das coisas, e dos seres químicos e físicos entre si, de todas as coisas existentes, do planeta terra e do cosmo. Ninguém inventou o princípio da inércia, a velocidade da luz, a lei da gravidade. Elas sempre existiram . São imanentes , eternas e imodificáveis. 
Deixo essa ideia inicial assim expressa e  não pretendo desta maneira me referir aos regulamentos do  cosmo, da terra, das águas, da flora ou  da fauna. Seria dissertar sobre coisas de que eu ignoro; e Sócrates já advertia: “ ajuizado serás não supondo que que sabes o que ignoras”.
 Por estranho que pareça quero tratar de outra forma de educação de nossa humanidade, de nossa sociedade e das pessoas;  deu-me em mente de versar e reversar sobre educação em saúde.
Tudo aquilo que fazemos e praticamos em saúde (pessoas comuns e profissionais ) é feito e praticado com que tipo de educação? Quais são as influências recebidas de toda prática, de todas as atitudes das pessoas nas questões de saúde? Para dar mais foro de clareza em matéria tão importante na vida das pessoas, vamos tomar o exemplo da automedicação. De onde vem tais ensinamentos? Vamos ao que dizem a historiografia, estudos e pesquisas sobre o tema.
Toda educação e práticas no tocante à saúde advêm de nossos antepassados. Isto se dá pelas crenças, pelos mitos, pelas experiências, pelos resultados empíricos repassados de geração a geração. Outro fator determinante na educação em saúde de nossa sociedade se refere à influência  dos estágios ainda precários  das ciências e da medicina até meados do século XIX, inicio do XX. Nesse período pré-científico( comparado ao que temos hoje em ciências médicas ) predominavam então o charlatanismo, o curandeirismo e a crença das pessoas em inúmeras afirmações e promessas de eficácia e cura de um sem-número de insumos e práticas terapêuticas. Práticas e terapias essas que persistem até os dias de hoje. Charlatões, videntes, falsos profetas, sacerdotes e curandeiros continuam a fazer sucesso até hoje. Em muitos rincões do Brasil e do mundo ainda se usam muitos linimentos, emplastros, unguentos, sanguessugas, benzeções , descarregos etc. 
Por fim, há um agente, um profissional que tem papel decisivo na educação sanitária de nossa sociedade e das pessoas. Referimos então ao próprio médico. Não há nenhuma dúvida ou dissenso de que o médico é o grande educador em saúde. Muito do que as pessoas praticam de errado ou de certo com sua própria saúde resulta de uma informação distorcida, equivocada e antiética do próprio médico. E aqui entra o fator pessoal e o fator institucional da formação profissional. No âmbito pessoal temos desde o indivíduo que pratica as profissões de forma ilícita( falsidade ideológica ) até aqueles que deliberadamente, por questão de caráter , são maus profissionais. Grande parte dos charlatões têm diploma, e esses são os mais perigosos porque têm a chancela de alguma faculdade.  Tal prática se dá desde o vendedor de remédio em alguma farmácia, à pirataria de muitas terapias fajutas , nas esquinas das cidades e agora pela Internet. Procure qualquer remédio nas redes sociais, existem para todo gosto, desde os para impotência sexual até pílula do câncer .
O papel de profissionais de saúde . Para tanto basta pontuar algumas situações nas quais o médico se torna o responsável. Nas questões de diagnóstico. Quantas pessoas não têm uma percepção e informação errada ou falseada de causa deste e outros sintomas ou doença? Nunca foi o paciente que se autodiagnosticou, o médico é que lhe incutiu tal rótulo de doença. Por que a  prática de muitos clientes saudáveis  ou com sintomas vagos e banais  em submeter a tantos exames? Culpa dos médicos que os  solicitam sem critérios na sua prescrição .
 Muitos procedimentos são feitos sem  os itens  clínicos de uma boa consulta e exame físico meticuloso. O bom médico é aquele que ouve bem, vê bem,  e toca o paciente. Desse expediente surgem os diagnósticos mais acertados.  Todo médico antes de colocar o estetoscópio no doente deveria praticar a chama escutatória ( ouvir as queixas do paciente). Depois, sim, viriam as perguntas, o exame físico e por fim algum exame complementar. O nome já é bastante sugestivo, complementar ao ato da consulta.
 Hoje, existe uma tendência inversa. O cliente sai da consultório com uma listagem de exames. Fazem-se desde dosagens de arsênico, de sódio, de potássio, de inúmeros elementos que o próprio médico desconhece qual função no organismo humano . Além dos exames de imagens tipo  doppleres , ultrassons, tomografias, até impedanciometria corporal.
 São baterias de exames, que às vezes resultam todos normais. Muitas vezes faltou ouvir melhor e tocar o paciente. Nas questões psicossomáticas por exemplo, quantas queixas se podem curar com uma simples e boa relação médico-paciente! As tão populares papoterapia, escutoterapia, orientoterapia.  Muitos médicos ainda têm uma certa aura da infalibilidade( lembra o papa de antigamente), de achar um deus, um sabe-tudo . Sejam humildes, e entendam suas limitações. Nada feio,  nada desairoso ou desqualificante. Todo conhecimento tem limite. Para isso têm aqueles que sabem mais e podem nos socorrer. Qual tal ?
Por último, a tão difundida automedicação, desde analgésicos, antibióticos aos já tão populares calmantes e antidepressivos. Como as pessoas praticam essas automedicações? Obvio, com as receitas controladas feitas pelos médicos “bonzinhos e amigos” dos usuários. Também pela Internet, através dos  charlatões, e tantas farmácias de cada esquina. O que existe hoje de pessoas usuárias de um rivotril, de lexotan, de paroxetina, de fluoxetina, de citalopran;  virou paronoia e uma rotina.
Ou seja, quem deveria dar a melhor educação em saúde, se torna o pior educador para as pessoas, o próprio médico, que ironia. Quão triste!  julho/2016.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...