quarta-feira, 30 de novembro de 2016

EXISTO PARA...

EU EXISTO PARA QUE FINALIDADE ? 

João Joaquim 


Se a gente for buscar em muitos ramos do conhecimento a finalidade e porquê da existência do homem (gênero) no mundo, têm-se motivos e motivos para que persistam as dúvidas. E aqui estamos a falar das concepções dele próprio, o  homem. Algumas frases e definições por exemplo. "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são." - Protágoras.  "0  homem não passa de um caniço ,o mais fraco da natureza ,mas  é um caniço pensante"(Pascal).  “O homem é um cadáver adiado – Fernando Pessoa.
Posta assim essa chamada, pode parecer que pretendo falar de existencialismo, de nihilismo, e outros pareceres e considerandos. Apesar de gostar não estou nem aí para Schopenhauer, nem pra  Nietzsche.   Não é de minha tenção discorrer sobre tão complexas e dissentidas matérias. Há um princípio de compreensão e clareza que afirma assim: falar de forma difícil é fácil, o difícil é falar de forma fácil. O adjetivo fácil  aqui fica traduzido por inteligível e simples. Então fica combinado que nada de metafísico ou engrolado no que aqui será exprimido, para que meu artigo possa ser lido aqui, acolá, alhures e por algures. 
Quando se fala na finalidade da pessoa humana, pode-se partir da ideia e verdade de que o primeiro e grande passo é a sua própria existência que não é de sua autonomia. “ Eu existo não por minha própria vontade, mas  por autonomia de meus genitores, um pai e uma mãe” (Confúcio).
E fundado, como também centrado nessa motivação  da existência humana é que quero expressar minhas concepções da magnânima questão da finalidade de cada um, de seu papel;  seja, no núcleo familiar e no mundo como um todo.
Assim pensado vejamos o quanto significativa é a responsabilidade de cada casal no tocante à geração de um filho. Quando se fala em casal aqui, refiro-me à tradicional e predominante forma de gestação de um filho, qual seja: a conjunção ou relação sexual de um homem e uma mulher. Isto porque com os avanços das técnicas de inseminação artificial, bastam ter uma mulher ou barriga de aluguel e um gameta masculino conhecido ou anônimo para se ter a gestação de um feto, uma criança e futura pessoa. “São sinais dos tempos e da modernidade”. Quem não aceitar as novas tendências e opções  que vá ao menos se adaptando ao que é praticado pelas novas gerações , em suas finalidades como pessoas e gênero humano.
Concordem ou não muitas pessoas e entidades civis ou religiosas, mas, as fecundações “in-vitro”( em laboratório, provetas, em clínicas de reprodução humana) são uma das marcas dos avanços das ciências na área da Biologia e da Medicina. Estamos (os cientistas da biologia e medicina) prestes a proceder a  clonagem humana. É o homem se fazendo passar por Deus ou criador do próprio homem. 
Quando se fala a que fim se presta o homem, necessário e inescapável se torna o papel  de quais , ou  de quem (homem e/ou mulher) dará  causa e nascimento àquela criança e futura pessoa, e seus desígnios e finalidade . Em termos práticos e objetivos o que deveria pensar uma mulher em comunhão com o homem no planejamento de um filho, quando tal planejamento  há ? Suponhamos esta reflexão, porventura muita sensata:  Se estamos nos relacionando sexualmente posso engravidar! Planejado e desejado esse filho( outra reflexão), quais serão os objetivos e fins dessa futura pessoa? Tenho ou temos as necessárias condições afetivas, familiar e financeiras para prover a criação, a educação e formação dessa pessoa para nossa família e para a sociedade?
  Fazendo uma síntese ou epílogo da chamada inicial: finalidade e porquê da existência humana e colocando-a no contexto da realidade brasileira. Nossos governos, todos, um após o outro, se orgulham de sermos mais de 200 milhões de habitantes. Nunca, nesse ufanismo tolo e demagógico, são lembrados os excluídos, desempregados e analfabetos. Eles são também milhões a vagar pelo território, sem a certeza de escolas, abrigo, emprego e sustento de amanhã. São legiões de pessoas classificadas como sem. Daí temos os sem-terra, sem-teto, sem-escolas, sem-empregos, sem-assistência médica.... até os sem-dignidade. Basta olharmos nas vias públicas, nos vãos das pontes, nas estatísticas do IBGE, etc. Se algum gaiato acrescentar que é culpa( ou são culpas) dos sem-vergonhas dos políticos , eu agradeço. 
Não temos pelo SUS ofertas e assistências de controle de natalidade ou planejamento familiar. São questões intimamente relacionadas: analfabetismo, desemprego, desassistência médico-social e filhos não planejados e sem finalidade.
O governo tem anunciado assistência sanitária  às crianças com microcefalia pelo vírus zika. Não custa lembrar que são na maioria, mulheres nordestinas, sem muitas coisas. Têm-se, claro, aquelas com. Com carências de quase tudo.
 Nenhuma palavra foi dita sobre política de planejamento familiar ou controle de natalidade para as famílias carentes e seguradas do SUS. Deveria ser um direito pétreo , do qual o cidadão não deveria abrir mão . E que não venham algumas igrejas com as suas teologias do “crescei e multiplicai-vos “. Sejam as católicas ou evangélicas, elas já atrapalharam muito com essa nociva hipocrisia; por isso dentre os  mais de 200 milhões de brasileiros, temos inclusos os excluídos, os sem-tudo e muitos outros miseráveis deixados ao deus-dará. Todos esses em geral tem bolsas miseráveis e um título de eleitor para eleger os mesmos políticos. 
Em que pese a omissão e negligência do Estado (Brasil), deixo um conselho e advertência a cada homem ou mulher, rapaz ou moça. Se vocês não têm condições de darem, por conta própria, criação e formação digna a uma pessoa não a coloque no mundo. Não conte com o Brasil, ele está ruim e pode piorar! 
Filho, uma criança e concepção de uma pessoa é muitíssimo diferente e de enorme responsabilidade quando comparada com  a gestação , criação e educação de um cachorrinho , um burrinho ou poltrinho. Pensem nisso e não sejam geradores( genitores) de pessoas sem finalidade, infelizes pra  si mesmas  , para sua família e para a sociedade. Isto é muito sério. Novembro/2016. 

RIA, RIA...

 SIMPLESMENTE RISÍVEL E HILARIANTE
João Joaquim 

Eu sou um quase fanático por palavras. Elas são tudo ou nada em nossas vidas. Tudo vai depender de qual, de como e onde emprega-las. Elas tanto podem glorificar como desgraçar a vida de uma pessoa. Vamos pegar o exemplo cristalino que tem ocorrido em nosso cenário político. Surge por exemplo aquela salada de interesses do público com o  privado, no caso  Brasil, do mais privado do que o público, quando se trata do múnus dos agentes públicos. Explico melhor: tem lá o ministro fulano que pressionou o colega sicrano para que este tornasse aquele prédio viável, visto que o fulano era dono de um apê naquele imóvel. Prédio este sujeito a embargos de construção por desfigurar o bairro Ladeira da Barra em  Salvador- BA, bairro esse considerado patrimônio nacional pelo Iphan.
Tal fato, como se diz no vulgo, está bombando na imprensa e redes sociais. Em consequência, o agora ex Marcelo Calero- ele era ministro da Cultura, que anda (des)culturada -  pediu demissão e se justificou que não se compactua com ilicitudes e ilegalidade;  e o agora também ex, Gedel Vieira Lima ( era  ministro chefe da secretaria da Casa civil, governo Michel Temer) . Este   se demitiu pela pressão popular, da imprensa e dos adversários políticos. E ainda explicou que o fez por motivos de muita tristeza, dele e de familiares em Salvador, alguns muito bem apessoados, social e financeiramente. 
Mas, as incógnitas continuam.  O que falou o sr  Gedel ? Com que intenção e em  que contexto? Que palavras foram empregadas? “ . Que termos e vocábulos foram proferidos. As gravações poderão  um dia revelarem. 
" verba volant, scripta manent”. As palavras voam, os escritos permanecem. Trata-se de um provérbio de grande significado no aconselhamento do bom emprego das palavras, dos termos corretos para as circunstâncias certas.
Para melhor análise dessa máxima, atemporal, se faz necessário trazê-la para os nossos dias, épocas do esplendor das tecnologias digitais, quando quase nada se faz de forma anônima e clandestina. Ou seja num mundo e numa  era em que tem-se gravação de vozes e imagens, de quase tudo à nossa volta . E aqui dão-se ênfase e louvor a essa banda útil e eficaz das tecnologias, para o bem do lado bom e honesto da sociedade,  e para o mal e a ruína do lado podre e criminoso dessa mesma sociedade.
 E o mais saudável e admirável desse emprego das tecnologias pelas polícias em seus inquéritos e pelo judiciário nas condenações dos criminosos é que a validade das provas se dá para o delinquente comum,  para o pobre desonesto ,  até para os chamados bandidos e quadrilhas do colarinho branco. Os políticos, governantes e empresários por exemplo. Todos do lado público, em cartel e conluio com o lado privado, com  o propósito único e maior de fraudes e assalto ao Estado e aos cofres dos governos.
Hoje, com as mídias digitais, o antigo provérbio  “as palavras voam e os escritos permanecem” tem que ser reescrito. Sugiro este entre outros possíveis: os escritos se destroem, as palavras ficam para sempre. Graças, claro aos celulares, aos smartphones, às canetas que escrevem e gravam, aos Ipads, tablests etc. 
 E com os novos recursos e avanços da internet, o que se diz (diálogo) é gravado e repicado em cópias aos milhares através das tão difusas e propaladas redes sociais e pelas emissoras  de TV. Nada e ninguém mais escapam às gravações. Viva os recursos digitais.
Muito curioso e esdrúxulo sãos os argumentos e justificativas de nossos políticos e outras autoridades públicas quando  são flagradas em suas conversas e palavras nada republicanas
─ Não, não ,  tais expressões, palavras e diálogos não queriam dizer isto e aquilo que os áudios e a imprensa estão dizendo.  ─  Os termos 5%, milhões de reais, a cota que me toca foram expressas em outro contexto. -  quando eu disse Lava-Jato, estava me referindo a meu carro que ia ser lavado no lava-jato
 – Mas , e estancar as investigações ? pergunta um repórter. -  Não, não, eu me referia as investigações de um roubo que ocorrera em meu bairro, do carro de minha família.
 Só gargalhando mesmo de tais risíveis  e estapafúrdias  explicações.
Tais interpretações e (re)significados dados por nosso meliantes e corruptos do mundo político  são similares aquela resposta do marido adúltero que entrevistado na saída de algum motel com a amante sai com esta: a gente estava ali rezando.
 Simplesmente hilariante e risível -  Só isto.  dezembro/2016. 


domingo, 30 de outubro de 2016

Trabalho...

OS INVENTORES E DETRATORES DO TRABALHO
João Joaquim  

Quando pego na pena neste exato instante eu sinto estar executando um tipo de trabalho. E é exatamente sobre ele que deu-me na telha em dissertar. Eu tenho a nitidez plena de que já houve outros milhares. Milhares? Talvez milhões de artigos sobre a mesma matéria. Trabalho é o que nunca faltou para a humanidade. O que sempre faltou foi energia em muitas pessoas para laborar, produzir, suar a camisa, usar a massa cinzenta; enfim prover o próprio sustento.
 O que tem de gente que vive às custas de outras pessoas, não está nas estatísticas do IBGE. Gente hígida e perfeita.  Isto porque aquele censo que saiu recentemente sobre os nem, nem (nem trabalham, nem estudam) é subestimada. Aliás, parece que estatística é a ciência da inexatidão das coisas. Até fundado no fato de que muitas informações são colhidas com as pessoas. E aí temos a turma que diz a verdade e a da mentira.
 Como fiar então nos dados estatísticos? O trabalho mais confiável que conheço sobre o trabalho, e certamente o primeiro e piloto em tão importante matéria foi elaborado em 6 dias. E é tudo o que nos revela. O autor é ninguém menos que Deus. Está lá no Gênesis. E não foi pouca coisa, tanto que ele se deu o direito de descansar no sétimo dia. E o fez muito bem porque foi obra mais do que hercúlea. Tanto que ele não permitiu que o homem em momento nenhum se desse a conhecer dimensões, volume e peso de sua produção. A gente pega o exemplo de uma estrela de 5º grandeza; qual o seu tamanho, volume e peso? Algo imensurável e incognoscível em termos de inteligência humana.
A questão a se lamentar é que Deus teve toda essa trabalheira da criação de seu mundo, separou ar, mares, e terra e  dividiu tudo.  Deixou para o homem cuidar e lotear entre a parentela e todos sabemos o resultado. Foi aquela brigaiada entre herdeiros e mais consequências. O todo poderoso se arrependeu! Não de ter feito o mundo, mas sua principal criação. O homem;  entrou em  tanta confusão, contendas por bens e terras que  duram até hoje. No início quem de fato salvou a humanidade foi o pio e justo Noé com sua família. 
Não fosse a fé desse personagem, adeus humanidade e toda bicharada recolhida e salva em sua arca. Conta-se que de cada espécie ele abrigou 7 casais. Agora! como coube tudo em sua arca?
Então convenhamos, essa parte foi apenas uma pequena mostra da primeira matéria, sobre o primeiro trabalhador desse mundão de meu Deus! Feito esse lembrete sobre o primeiro registro que versa sobre o trabalho, poderíamos citar dezenas, centenas de outras obras humanas. E perderíamos tomos e tomos em tão vasta matéria. Melhor então, para ser justo, fazer apenas considerações genéricas. Se cito por exemplo os trabalhos dos Macabeus, virão pessoas me questionar, ah, e os feitos do império Grão-Mogol? Os de Gengis Khan?
Em se falando de pessoas, se exalto as fases e escritos de Karl Max, virá alguém e me questionará, mas e os códigos de Cícero de Avicena? Avicena? O que de mais laborioso fez o lendário Avicena? Perguntará outro mais aficionado de tão mítico navegante da nossa História. E já quadrando tão inútil e tacanho artigo sobre o trabalho, pode-se hoje cravar seu medo de errar: a humanidade hoje está assim dividida: a classe dos que trabalham, e a classe dos que nada fazem, e nada quer com a dureza. Para esses o bom seria comida, sombra e água fresquinha de beber, ou quente de banho ,  que viesse  de Caldas Novas e Pousada do Rio Quente GO . Com um detalhe, nada dali sairia de graça, porque como as coisas ali andam salgadas no preço!  Isto porque as fontes jorram em borbotões da própria natureza.
Agora , sem muito alarde e  maior divulgação, o que tem de gente robusta, forte, sedentária e obesa vivendo às custas, primeiro da previdência social, que era para ser previdente,  um seguro de vida, mas não é .  Depois tem gente tão dissimulada, tonta e vagabunda que muitos se dão ao caradurismo de viver às expensas de marido, da mulher, do pai, de irmãos e até de outros parentes carentes com suas minguadas aposentadorias do INSS.
O que eu recomendaria a tais mínimos deficientes, que seja a mão , uma perna, ou um dedinho ;  que mirem no exemplo dos paraolímpicos. Quanto de energia e superação de todos os limites e déficits físicos !  Pior que isso, tem gente robusta , forte, que se diz inteligente que vive às expensas de outros ao jeito de parasitas e comensais. Não pode, não pode. É muita falta de vergonha e brio de parte dessas pessoas que nada fazem  em suas vidas.
Não é sem razão e sem vazão que muitas famílias continuam cada vez mais depauperadas e a previdência mais quebrada que arroz de segunda O pior é que se Deus enfurecer de novo com a humanidade, está faltando Noé para salvar a nossa raça. Como falta água da boa, restará fogo de enxofre na queima desta e nascer uma nova humanidade.     Outubro/2016.

Estupros nas educação..

LINCHAMENTO E ESTUPRO,  ATÉ  NA ESCOLA
João joaquim

Quando me contaram que um linchador entrou na escola para linchar a professora, tal notícia me trouxe um certo pasmo e arrepios pela violência. Mas, como o agressor não deu cabo ao seu intento de extermínio, logo me adaptei à situação. Pelo que me narraram, esse discípulo de Willian Lynch (1742-1820) inconformado com sua reprovação, ele como aluno do 2º ano médio, quis uma vingança, um modo de justiçar uma causa pessoal, sem o devido processo legal. Ele tinha sido reprovado em Educação Física, Artes e Português.  Por sorte outros professores daquele colégio e presentes à circunstância salvaram a pele da colega do inopinado agressor, que preso em flagrante responderá ao inquérito e todo o justo processo.
A segunda notícia eu a repico e se deu no interior do Pará. Ela também envolve uma escola de ensino secundário e em sinopse foi assim: a professora, finda a aula, de período vespertino, fez um serão no sentido de preparo para atividades do dia seguinte. Ela encontrava-se só. Foi quando o animalesco sujeito adentrou o recinto escolar. Ele veio da rua e transpôs o tapume divisório; também conhecido como muro se segurança.  O crime não se consumou. E por pouco ele não sofreu linchamento pelos socorristas que, tempestivamente, o detiveram e repassaram sua custodia à polícia local.
Como se depreendem ( leitores , estudantes e professores) desta crônica escolar, tanto para mim que vos faço tal narrativa, como para muitos outros Brasil a fora, o pasmo e espanto já não se fazem com tanta intensidade ; a violência vem permeando as nossas vidas. A escola que deveria ser um ambiente sacro, bem que poderia estar incólume a ação de mentes insanas e corações tão desalmados. Certamente que para tais agressores faltaram cidadania, ética, educação de berço, da vida e mais valor à cultura.
 Agora, as notícias do momento, versando sobre escola que vêm me provocando alguns repelões são bem mais aterradoras que as de tentativas de linchamentos e estupro de professoras.
Todos aqueles aficionados à leitura devem ter lido uma notícia pasmosa. Acreditem, o país ainda tem o clube, a trupe dos que leem, a população dos que amam o livro físico, aquele maço de folhas de papel, que conforme o tempo de prelo tem textura e cheiros característicos. A notícia de muito espanto foi aquela tendo como personagem  a editora Cosac Naify. Ela que edita livros em encadernação luxuosa, mas vem enfrentando crise financeira há mais de 5 anos. No entanto, esta não é a notícia que dói os corações amantes da cultura e   boa leitura.
 Ocorre que a Cosac Naify tem um acervo de 400.000 livros e eles podem ir para o lixo. E o que é pior, picotados. Ou seja, além de descartados , essas joias da cultura podem sofrer essa espécie de linchamento. A pergunta que não quer calar é: por que não podem ser doados para escolas públicas e carentes?. Ou mesmo para organizações não governamentais(ONGs) voltadas para alfabetização e cultura ?
De acordo com a direção financeira da editora, a doação do estoque livresco custaria mais caro que a destruição. É uma insensatez prestes a se materializar, não sem muitos protestos e outras dúvidas do porquê do silêncio das autoridades da Cultura e da Educação. Seria até uma falta de educação , essas pessoas, na função de governantes,  não se manifestarem. O que fazem nossos gestores do Ministério da Cultura( MinC) ? Há poucos dias, esse ministério foi quase extinto. Os protestos de artistas e outros segmentos salvaram-no da guilhotina.
A 4º notícia que mais causa estupefação e inconformismo refere-se a reforma na educação do ensino médio. Em curtos termos, houve uma flexibilização no currículo do ensino fundamental. Mantiveram matemática, português e inglês como disciplinas obrigatórias. “ Todavia, contudo e entretanto”, educação física e artes são opcionais. Farão  estas matérias quem quiser. Em síntese, se a educação em outras áreas do conhecimento não andam lá essas coisas, a do corpo (físico) e da criação também que se danem. Mais uma daquelas frutinhas raras de nossos governos. Ao fim e ao cabo são linchamentos, estupros, uma forma subliminar de violência  até na educação brasileira. Quão triste!                  out/2016.

Paraolímpicos

LIÇÕES DE OURO DOS ATLETAS PARALÍMPICOS 

 João Joaquim de Oliveira  


Eu vi com muito interesse parte dos jogos das paralimpidas. Aliás, por que não parolimpiadas, já que o sentido, o núcleo central é olimpíada e não o prefixo para, proximidade, semelhante. Mas paralimpiada foi oficializada e tudo bem. O que importa é o espírito, o denodo, a energia e superação dos competidores.
Nos últimos jogos paraolímpicos, isto mesmo,  há 4 anos eu gostava até mais do verbete paraolímpico, eu escrevi uma crônica sobre o exemplo daqueles atletas, que por reveses da vida são classificados de portadores de necessidade especiais (sic). Na verdade, esta competição sim, deveria merecer por iniciativa pública e privada muito mais incentivo e apoio do que tem recebido. Todos os canais abertos de TV deveriam transmitir em rede as paralimpiadas. Seus protagonistas, os paratletas, deveriam servir de exemplos não só á garotada e juventude, mas a todos os brasileiros .
Mas, por que uma rede globo, uma Record, não se interessam por patrocinar uma olimpíada de “ portadores de necessidades especiais”? justamente, estas duas emissoras de TV aberta, que tanta brigam por audiência! Ora bolas! Estas redes de comunicação que tanto investem em programas de reality shows, big brother, em novelas em horários nobres vão lá se interessar por jogos parolímpicos! Para que? O que essas TVs gostam de mostrar são atletas de corpos esculturais, rigidamente malhados por academias e exercícios diários. Ou seja para essas empresas de mídia, o que vale são corpos bem turbinados, belos  em anatomia e sensualidade estonteante, ou seja na concepção dessa gente de TV aberta, vale o invólucro, a embalagem, a aparência exterior. Aqui tem peso e valor  os interesses venais e mercantis dos patrocinadores, o faturamento de milhões e pronto.
 Mas, tornando ao que interesse: os atletas parolímpicos. Se a gente for definir a importância, o valor de uma conquista de medalha pelo grau de dificuldade na disputa, este grau máximo está com os parolímpicos. Uma coisa é praticar um esporte, tendo braços, pernas e cérebro normais, outra muito mais complicada é ser amputado de um , dois membros, ou ter sido vitima de paralisia cerebral. A maioria desses competidores (natação, corrida, ciclismo) ganharia de muitas pessoas normais, mesmo sendo atletas. Os índices alcançados mostram  isso. O número de medalhas conquistado deve dar uma certa vergonha aos atletas normais, que estiveram nas olimpíadas de Londres/2012, foram 21 ouros, 14 pratas, 8 bronzes. Na verdade todo esse pessoal das paralimpiadas, deveria receber do governo brasileiro mais do que  medalhas e honrarias. Deveriam ser erguidas estatuas, bustos dos vencedores em praças públicas. Mas, estátuas reais,cópias fieis da anatomia da pessoa com exaltação de seus feitos e conquistas. No fundo, esses dignos brasileiros, têm na essência não necessidades, mas atitudes e vontades especiais. Uma energia, uma alegria , uma felicidade que vem não se sabe de onde! Eles representam modelos, exemplos não para amputados e portadores de outras disfunções, mas para nós ditos normais, com tudo em cima e perfeito.
Não é incomum em nosso dia-a-dia a gente deparar com pessoas que acham que o emprego é que os deve procurar; pessoas que toda trapaça faz para obter uma aposentadoria na previdência social sem merecê-la e outras falcatruas a mais para viver a La Macunaíma . Sabe o que é pior?  Existem  médicos e outros gestores públicos  que se acumpliciam e são subornados para tais fins. Todos deveriam ser processados e devolver os valores recebidos desonestamente. Todos estes maus brasileiros, malandros, acomodados, passivos diante dos obstáculos da vida deveriam mirar no exemplo dos atletas parolímpicos.
 Com certeza seria um belo começo para mudar a si próprio e o país. Viva os brasucas parolímpicos, exemplos de bons brasileiros, de garra e superação  !     

ganho ponderal...

CONVERSA MOLE   SOBRE GANHO PONDERAL
João Joaquim 

Eu tenho para mim que nunca dos nuncas se falou tanto em obesidade como se fala em nossos tempos. Que tempos são esses? Estamos na era do predomínio do liberalismo ergonômico( produzir muito com pouco esforço), do cômico (de comedia e comer com diversão ) e  da crise econômica. O capitalismo ,que se manifesta na indústria e no livre-mercado, aproveitou essa deixa e pôs suas garras nesse filão de clientes. Comerciar e comer, eis os dois verbos mais conjugados nesses tempos, que se não rimam, combinam nas propagandas envenenadoras e enganadoras do consumismo. 
É o comunismo( não político) na mesma comunhão  de-  todos têm o direito ao prazer, ainda que passageiro, do se fartar, do se empanturrar de porco, de vaca (atolada ou pura), de aves , de frango e galinha  e tudo mais de roldão como acompanhamentos que vão da batata-palha às massas de trigo consumidas e apreciadas pela massa humana.
 Somadas a todas essas frituras, gorduras saturadas de carbono e de colesterol,  ou trans,  vêm as bebidas em profusão. Elas que não se destinam a fisiológicas hidratações, mas em libações prazenteiras, sedantes e excitatórias. São hábitos que, à moda dos antigos romanos, levam muitas vezes aos reflexos vomitórios, tudo como resultado do liberalismo gastronômico do comer, comer, comer;  para o fim de ao menos assim ter e obter o máximo de prazer; como já preconizam os epicuristas de priscas eras.
 “Nenhum prazer é, por essência, ruim: é o que produzimos com ele que, dependendo do tamanho de seu sofrimento, ditará se realmente valerá ser saciado. O prazer de tomarmos um copo de água quando estamos com muita sede é tão verdadeiro quanto o sofrimento de ser afogado pelas águas do mar. As drogas, por exemplo, usadas sem critério médico, podem produzir um mal muito maior que a euforia ou bem-estar que causam quanto ao prazer imediato que proporcionam. Em síntese, o prazer e o sofrimento resultam da relação do corpo com os objetos circundantes” ( princípios da prazer e da felicidade a qualquer custo, Segundo Epicuro, o filósofo do prazer).

Feito esse breve introdutório, falemos numa outra questão, a causa da obesidade. Pode parecer temas antagônicos, mas não são. Obesidade e indústria alimentícia têm muito em comunhão. São irmãs gêmeas que atuam no mesmo polo. Quando na verdade se fala em ganho de peso vem logo aquele ramerrame ou nhenhenhém  das causas de tão prevalente e grave pandemia que atinge ricos e pobres. Os ricos porque comem o que há de mais chique e requintado, os pobres, que custe até algum chilique,  mas não ficam sem os farináceos e requentados. E assim segue a marcha de toda a massa de humanos  que porta a tal debatida, rejeitada, mas redundante obesidade.
Em todos os painéis e simpósios assistidos por mim sobre o tema, têm sido recorrentes os fatores psíquicos e genéticos ( múltiplos ) para ganho ponderal. Verdadeiros e contributivos que sejam, esqueçamo-los e tragamos outros de grande quilate nessa ontológica e filogenética moléstia que tanto martiriza, estigmatiza, discrimina e mata a humanidade.  Exalto aqui dois dos mais esquecidos contribuintes no superávit ponderal, a saber, o cultural e o social.
O cultural que  salta aos olhos de qualquer pessoa; basta ver  que os grupos dos obesos trazem a cultura, o hábito de a tudo celebrar com comida, bebidas a perder de vista, ainda que tudo custe a inadimplência do cartão de crédito( nome impróprio para essa tarjeta de dívidas). O que mais abunda em todos os encontros dos obesos é o gozo, o regozijo e regalo do comer e do beber. Tudo, sejam encontros e desencontros, exige que seja regado a comida farta e bebidas para festivas libações. Estou alegre e feliz!  então vou comemorar me fartando do que me vier de sobrepeliz. Meu time perdeu logo hoje, traga aí aquela caninha como aperitivo  e que venham aqueles capitosos acepipes e salgadinhos. 
O fator social tem um pouco do cultural. Aqui entra a questão do status ou  importância ou destaque onde se acha inserido o indivíduo. Funciona, no quesito social ou cultural,  a lei do “eu sou o que eu como”. O sujeito se sente de mais status pelo quanto de melhor e o que mais come. São sinais e prenúncios de nossos tempos.
 Saindo da seriedade e sisudez de tão relevante tema, o que já não é sem tempo;  o que se devia fazer de mais produtivo e eficaz seria a educação nutricional na infância. As crianças ainda nas creches e jardim-de-infância (2 anos a 6 anos) deveriam ser educadas com uma alimentação saudável. Nessas refeições, o lanche matinal e vespertino deveria ser composto de um pãozinho integral (fibras), um produto lácteo sem açúcar (proteínas e cálcio para os ossos) e uma fruta (vitaminas e minerais).
 O que presenciamos  nas escolas e mochilas é justamente o contrário; doces, açúcares e chocolates. Num expediente de finura e muita esperteza , diversos ramos da indústria gastronômica põem no mercado os tais iogurtes, doces, coloridos e achocolatados. De fato saborosos , mas do mais puro engabelo para que a garotada, uma vez feita a degustação de tais produtos , nada mais lhe interessa. Pura sedução, que os pais e cuidadores , não têm como reverter tal apelativa educação . 
Crianças cujos pais são magros de genética ou  por uma cultura alimentar saudável, serão da mesma forma adultos saudáveis, porque assim foram educadas. Inclusive na questão do paladar daquilo  que realmente é antes nutritivo que calórico, antes construtivo, organicamente falando, que hipercalórico.
É assim que devem prevalecer os fatores cultural e social na formação e educação de uma sociedade não obesa e saudável. O resto de discussão é o mesmo reco-reco  infindável de falatórios que nada acrescenta aos frequentadores obesos dos refeitórios e certamente pacientes e clientes dos endocrinologistas e nutricionistas em seus frequentados, caros e obesos  consultórios. Basta , falei demais .  Outubro /2016.  

Somos o meio social...

SOMOS FRUTOS DA MEIO FAMILIAR E SOCIAL 
João Joaquim 


Se para algumas pessoas soa infértil e até rebarbativo, para outras ressuma em tema construtivo e edificante, por isso torno a ele com o interesse e entusiasmo de sempre. Expresso sobre a educação na construção e melhoramento do ser humano. A mim, veio-me de novo a abordagem do tema inspirado na lição e exemplo das competições das paralimpíadas( eu prefiro o termo parolimpíadas ) . Eu convidaria a cada leitor deste artigo a fazer a seguinte reflexão: o quanto a minha genética, o meu DNA, a minha herança familiar foram determinantes na pessoa que sou hoje? Vamos imaginar e conceituar o termo “ ser o que sou”, como um conjunto de atributos. Por exemplo, a personalidade, o caráter, qualidades éticas e sociais e a formação técnico-profissional.
 Uma segunda pergunta de igual relevância seria: o quanto o meu processo educacional foi importante “no que eu sou”? Devem ser postas nessa educação todas as etapas da criação e formação do indivíduo, a começar pelos ensinamentos recebidos dos pais e/ou cuidadores e todos os níveis de alfabetização e escolarização; ensino fundamental, médio e superior, quando for o caso: porque estamos falando de Brasil, onde nem todos têm acesso a ensinos de 3º e 4º graus (graduação e pós).
Feitas essas provocações iniciais vamos ao que dizem muitos especialistas, tomando estes pesquisadores, como referido, o próprio modelo dos atletas paraolímpicos. E a importância dessa classe de competidores não é pouca coisa porque eles são milhares de pessoas, com educação e treinamento de várias décadas. Aqueles que se aposentam por idade são sucedidos por novas gerações, com desempenho que sempre supera os predecessores.
 Ninguém pode negar que a herança genética é determinante nas características físicas, fisiológicas, psíquicas e de personalidade da pessoa. Hoje, já se sabe que uma outra herança significativa( aqui herança de costumes repassados às gerações futuras e filhos, não de DNA) em determinar  no que a pessoa vai ser é a educação que essa pessoa recebe, desde a infância até sua completa maturação psíquica, física e biológica. Não fosse assim seria fácil prever, uma vez nascido gênio, toda a prole seria composta de gênios. Então, quantos “Pelés, Drummonds e Moazarts”  não teríamos pelo mundo.
 É evidente que alguns poucos nascem gênios, sem contudo serem filhos de gênios. Basta rever as biografias de muitos luminares das artes e das ciências pelo mundo. O que se tem de verdadeiro hoje é que o indivíduo é o resultado de seu meio social como um todo ( teoria do bem selvagem de JJ Rousseau entre outros estudos científicos ).
A genética no que tange a saúde física, fisiológica e mental também terá a sua contribuição. É impossível transformar  um mentecapto ou idiota genético em um sujeito produtivo ou campeã de qualquer competição. Ainda assim, pode-se melhorá-lo com muito treino e repetições educativas.  
Trazendo os ensinamentos dos paratletas (paralimpíadas), das teses de filósofos e sociólogos, os resultados de outras pesquisas mais recentes chegamos à conclusão de que o indivíduo “é o que ele é”( sou o que sou )  como resultado de um longo processo de educação e treinamento.
Falo (eu) no caso específico do Brasil. Nós somos o resultado de fatores sociais, políticos, culturais e familiares. No âmbito de governos, somos vítimas de gestões incompetentes, populistas e socialistas (PT como sistema  da vez até 2016) que nada fez para melhorar o nível da educação brasileira. Houve até uma tese petista (ex presidente Lula da Silva) de que faculdade para o brasileiro não tinha muita importância. Um estímulo ao vigor da lei ou regra de Murphy “ se alguma coisa puder dar errado , ela o fará “ . Ou Seja o que estava ruim piorou, no caso da vez, a Educação Brasileira. Tentam agora, os gestores da Educação ( governo Michel Temer)  melhorá-la com a reforma e flexibilização do ensino médico, como período integral na educação, e outros ajustes nos moldes de países da OCDE,  pode ser uma saída. O tempo e os resultados dirão , se vamos acertar .  
Restrito ao núcleo de meus contatos, amigos e familiares vejo o quanto as teorias do meio social e familiar são cruciais no futuro de cada pessoa. Os filhos, crianças e jovens criados sob a excessiva proteção, mimo e complacência de mães e pais, primeiro muito protetores, segundo muito omissos e tolerantes nos limites educacionais; esses filhos e jovens tendem a “ não dar em nada na vida”. Expressão esta que tomo de empréstimo de meu falecido avô, na sua simples e observadora sabedoria.
Enfim, é isso aí, o quanto o processo educacional, disciplina, regras, imposição de limites,  estímulos à leitura e criação, podem fazer a diferença na construção, educação e formação do indivíduo. Somos , sem dúvida, o resultado  dessa interação , indivíduo com a família, e indivíduo com  escolas e meio social . 

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...