quarta-feira, 7 de junho de 2017

Delações e dilações...

FRENTE A TANTAS   DELAÇÕES ESPERAM-ME MAIS DILAÇÕES NA PUNIÇÃO AOS CORRUPTOS E CORRUPTORES NA OPERAÇÃO LAVA-JATO

João Joaquim   


Finalmente o mundo, o Brasil, o planeta inteiro teve a certeza plena das razões, das causas de nossa derrocada, de nossa ruína, de nossa falência econômica e social. Principalmente econômica, que como de roldão, numa aluvião e borrasca levou  ao aniquilamento de nossos bens e recursos sociais e éticos. Estou a me referir aos descalabros, aos assombros, aos horrores que vêm sendo exibidos pelos jornais nacionais e do mundo, alusivos às delações do “fim do mundo”, dos executivos da empreiteira e construtora Odebrecht, desde quando ela foi criada.
São delações dos crimes de corrupção de todos os partidos, de todos os governos.
E os depoimentos dos ex executivos da Petrobras, do ex presidente Lula da Silva e dos marqueteiros João Santana e esposa Mônica Moura ?  Tem-se ali o tiro de misericórdia na responsabilidade , sobretudo , dos companheiros Lula e Dilma Rousseff, nos descalabros delitivos quando ambos foram presidentes do Brasil.
Não sobrou ninguém. De norte a sul, de leste a oeste. Autoridades de todos os níveis, de todas as instituições faziam parte do esquema de propinas, subornos e corrupção. Corruptores e corrompidos, todos irmanados no mesmo objetivo. O alvo de todos era dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. E não era qualquer dinheiro. A unidade monetária básica não era mil, mas milhão. De preferência moeda forte, dólar ou euro.
O lado perverso e curioso de toda essa horrorização é que não escapou ninguém. Todos solidariamente estão envolvidos no megaesquema criminoso de exigir e receber propinas, mesadas e outros pagamentos de corrupção. Em troca as empresas e construtoras tinham regalias, licitações fraudadas, obras superfaturadas e milhões de lucro , a custa do dinheiro público, do BNDES, do tesouro nacional.
Milhões de reais e dólares eram repartidos entre os partidos e políticos. Os filiados e prepostos do PT reclamavam que o mensalão (esquema de corrupção ocorrido no governo do partido dos trabalhadores, do ex presidente Lula da Silva) foi uma perseguição engendrada pelos adversários da sigla. O que é uma falácia e pós-verdade, porque as provas documentais do ministério público e justiça foram robustas e fartas; tanto que vários petistas e coligados foram condenados e presos.
Os depoimentos dos executivos da Odebrecht, quando revelam como eram feitos os acordos de troca pública com o  privado têm sido de estarrecer até aos próprios depoentes e corruptores. Pelo que fica dedutível é que a empresa não tinha concorrentes. Ela comprava e fraudava a execução de todas a obras.
Os esquemas e arranjos criminosos iam além das fronteiras. Várias obras, em vários países eram executadas com as mãos e influência de nossos governantes (Angola e Cuba, por exemplo). Em Cuba, por exemplo, foi construído o Porto de Mariel, com financiamento de nosso BNDES, com promessa de pagamento a perder de vista, um mimo para a ditadura comunista dos irmãos Castro.
O que sugere de “bom” agora, se assim pode se dizer; é que no cartel público-privado governo/Odebrecht, todos passaram a ter culpa no cartório e na justiça. Alguns políticos estão de cabelos eriçados e insones. Não é para menos.
Uma questão que causa impacto e assombro nos depoimentos é a naturalidade, normalidade e fluência dos depoimentos dos delatores. Tanto os empreiteiros donos, Sr. Emílio e filho Marcelo Odebrecht  ,falam em uníssono com os outros executivos responsáveis pelos vários braços de atuação da empresa.
O mais espantoso é que as empreiteiras tinham um departamento de propinas, onde se contabilizavam quem iria receber quanto. Cada corrupto politico tinha um apelido, e essa face do cartel de delitos merece até um estudo antropológico e psiquiátrico.
Havia como que um governo paralelo. Um comando privado em comunhão com o governo federal e todas as demais lideranças de estados e municípios( em camarilha ou quadrilha mútua). Na Odebrecht, esse departamento tinha até um nome pomposo, departamento estruturado, com um executivo dos mais competentes para gerir essas propinas.
Enfim, não se acredita ter chegado ao fim do mundo, nem do Brasil. Embora, econômica e moralmente, esteja o país na UTI, respirando com ajuda de cateteres de O2. As revelações das causas de tanto fracasso e quebradeira se mostram uma oportunidade de a justiça, o ministério público e a sociedade recuperar o país de tão grave e sistêmica crise em que está mergulhado. Para quando, se torna imprevisível. São mais de 200 denunciados, políticos e empresários . Se passados 5 anos, ao menos 10% deles estiverem presos e pagando pelos malfeitos já fica a sensação de punição. Mas, que ficam um certo ceticismo e desconfiança, ficam.  Maio/2017. 

CRISES. que crises

CRISE ECONÔMICA  E RECESSÃO ATÉ PARA OS SANTOS

João Joaquim  


A crise econômica na qual todos mergulhamos nessa década, parece que guarda semelhança com a queda (bancarrota) de Nova Iorque, de 1929. Guarda pontos em comum de forma qualitativa, porque em quantitativos não vejo precedentes na história, pelos déficits de bilhões de dólares no PIB de cada país atingido. Quando a atual crise iniciou em 2008, no setor financeiro, hipotecário, de empréstimos , serviços  e imobiliário lá nos EUA: vide fechamento e insolvência do banco Lehman  Brothers; ficava a impressão de que o Brasil não seria tão afetado. Mas, foi. E é dele de que eu quero me ocupar neste texto.
Eu começaria realçando alguns pontos no caso da recessão, da retração econômica, enfim da quebradeira que se abateu em todos os setores de atividades da vida brasileira. Até ali por volta de 2014, eu cheguei a conjecturar que iríamos  sair da recessão. Qual o quê! O que estava ruim piorou. Ao final desse 2016 o cenário piorou e mais; a atmosfera e os presságios são de mau agouro. Nunca as profecias do professor Murphy se mostraram de alta probabilidade de cumprimento. “ Se alguma coisa tem chance de sair errado, cuidado, ela pode ocorrer da pior forma possível”( Murphy)! Igual mentira. Não importa quantas vezes uma mentira for demonstrada, sempre haverá uma porcentagem de pessoas que acredita que é verdade. Estamos na era da pós verdade. É a crença maior em boatos e factoides do que em fatos reais.
Os desfalques, as falências, as concordatas, o fechamento de empresas, as dívidas, a inadimplência, o desemprego nunca estiveram tanto em voga. Antes eu pensava que certos setores de atividades e profissões estavam imunes à crise econômica. Ledo engano. Até setores cruciais como o de alimentação e saúde entraram na crise.
Até na seara mística e das religiões a crise pôs as suas garras e seus tentáculos. Prova disto fui uma entrevista que ouvi de um clérigo católico sobre  sua paróquia. O repórter indagava desse religioso como andava a reforma do prédio de sua igreja. Ao que retorquiu o entrevistado, reforma interrompida. As ofertas e dízimos se fizeram raros. Caiu em mais de metade nossa arrecadação. E fora essa costumeira fonte de renda temos poucos outros donativos.
Como ilustra essa amostra grátis, até para os santos o dinheiro escasseou. No campo da saúde, a medicina, na qual eu milito há 3 décadas, a quebradeira bateu sem piedade. Muitas pessoas, por demissões e desemprego perderam os seguros e planos de saúde. Por consequência os médicos também perderam muitos desses clientes. Foi-se embora muito dessa fidelidade de clientes. Os profissionais de saúde acabaram no bojo da crise. Muitos consultórios, clínicas e hospitais têm cerrado suas portas. Em função da queda de receitas desses ramos da saúde, os dividendos têm sido só prejuízos. Do lado dos pacientes, muitos têm procurado o SUS, e todos sabemos o quanto são penosas as filas e esperas da previdência a que todos têm direito, na letra indiferente e tácita  da constituição, que chamam-na ainda de cidadã. Pelo menos foi assim que a denominou nosso saudoso e impoluto Ulisses Guimarães. O homem era um esteio ético e moral.

 Agora, uma curiosidade. Há algumas categorias de pessoas para as quais não há  crise. Que crise! Poderiam exclamar algumas dessas. Por exemplo, para a classe de muitos gestores públicos. Entre esses, políticos, juízes e aposentados desses órgãos de governo. Os contracheques dessa casta de brasileiros não sofrem nenhum corte ou déficit. E todos têm os reajustes acima da inflação. E assim muitos outros ramos de atividade.
 No mundo privado por exemplo. No ramo ou comércio de combustíveis. Cada vez mais caros para o consumidor. Para os empresários só lucro. Etanol, gasolina, óleo Diesel , gás de cozinha.
No futebol é outra atividade sem crise. Que crise! Jogadores, técnicos e cartolas ganham tanto, que os salários são sigilosos. E os estádios com ou sem crise andam lotados de torcedores. Bem, aqui se trata de senso crítico e discernimento de cada um e não tem como fazer nada.
Por falar em crise e corrupção, recentemente caíram os últimos redutos que pareciam incorruptíveis. Essa monstruosidade negocial. Ela chegou ao Vaticano e nos bastidores do Comitê Olímpico Internacional- COI. Já se sabe, por denúncias, que a roubalheira chegou à frente nas Olimpíadas realizadas no Brasil 2016.  Também nenhuma novidade , estamos entre os próceres do suborno e da corrupção. Nos tornamos exportadores dessa matéria prima. Que triste, que coisa medonha e horrorosa. Até nesse cancro somos mais do que penta.  Maio/ 2017.

semi-deus...e

O HOMEM COMO UM SEMI-DEUS E INTELIGENTE AO SUJEITO VIL E DEMENTE

João Joaquim


O animal ou bicho homem (gênero) sempre foi exaltado e alçado à condição de animal superior e diferenciado pela sua condição de inteligente, racional e animado (dotado de espírito e alma).
Todos os ramos científicos, todas as correntes filosóficas são uníssonas nessas questões. A Antropologia, a Sociologia, a Metafísica; até a Teologia tem o gênero humano como sendo aquele animal distinto em tudo das demais espécies por trazer tais atributos. Quais são essas marcas? Inteligência superior aos demais bichos de todas as espécies, portador de razão e pensamento abstrato e dotado de um componente anímico (alma ou espírito). Dualidade esta, corpo e alma que o aproxima do Criador, Deus.
Conforme  a expressão de inteligência e de criação o homem tem lampejos ou chispas de um Deus, daí a expressão das próprias escrituras sagradas: Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.
Para dar mais consistência a essas assertivas e definições dos atributos humanos basta deter por alguns minutos diante das obras de arte de um grande pintor ou autor de outras criações artísticas.
Podem ser os casos dos afrescos de um Cândido Portinari, das pinturas de um Michelangelo, de um Da Vinci, das esculturas de um Aleijadinho, das poesias de um Camões ou Castro Alves, entre tantos outros exemplos de autores geniais. O que me instiga e me excita a tais reflexões é ver e constatar as diferentes manifestações desses atributos ou faculdades da mente, da consciência e do cérebro humano.
Vamos falar da inteligência tendo em conta que ela funciona em paralelo e em simbiose com essa outra condição humana que é a razão. É inimaginável dissociar essas duas propriedades do cérebro humano. O que se tem de concreto é que a inteligência é congênita. Guardados (separados) os casos patológicos e as lesões intrauterinas , todos nascemos com o mesmo potencial ou o mesmo quociente (de inteligência). Um registro que faz-se útil à lembrança são as exceções geniais de inteligência. São poucos, mas existem aqueles que excedem em muito nesse fascinante atributo de inteligência. Um Mozart, um Chopin, um Galileu Galilei, um Einstein são exemplos desses tais.
Outra característica é que embora a inteligência seja inata, ela deve ser cultivada, exercitada e posta à prova. Ninguém nasce gênio e cresce gênio se ele não for estimulado e não tiver um ambiente propício às suas manifestações. Para tanto, independentemente de outras teses, basta revisitar as biografias e o currículo profissional dos homens e mulheres geniais da história da humanidade. Todos nasceram gênios e de alto QI, mas seus feitos e proezas não se deram sem esforços, sem ambição, sem curiosidade e muita transpiração; mais até do que inspiração como o disse Isaac Newton.
Como atrás referido falou-se aqui dos humanos fora da média, daqueles do acme da pirâmide dos inteligentes.
Venho agora de falar dos humanos normais, estrato de que faço parte; quais sejam aqueles que não são gênios, mas também não têm laivos ou indícios de dementes ou mentecaptos. Grupo de normais e medianos  de que faço parte, modesta à parte.
Eu disse de início da exaltação do homem como um animal superior pela sua condição de inteligente e racional. Num senso de bom humor, ou que seja bilioso ou amarelo, mas faz bem para fixação dessa dissertação.  Como entender a inteligência e a razão de alguns tipos de gente? Vamos a alguns desses classificados.
São os casos, por exemplo,  de um drogadito que sabe ser aquele narcótico altamente nocivo e mortal à sua saúde e continua em seu uso e abuso.  O motorista que dirige embriagado ou chapado de cocaína colocando a vida dele e de outros em risco de morte. Como entender a exposição de contrair HIV sabendo que a epidemia cresce e não tem cura?
Nos exemplos acima enumerados, o que dizer desse tal de livre-arbítrio, que o sujeito, o atarantado e trapalhado da cabeça faz o que bem dá na telha, mas desgraça, arruína e causa até a morte de outras pessoas? Ou seja, é uma liberdade de agir das mais tresloucadas de que se tem notícia. Livre-arbítrio saudável é aquele que decido por agir dessa ou de outra maneira , mas sem prejudicar ninguém , seja agora ou no futuro.
Como entender a escolha de um governante sem aptidão técnica e administrativa e sem condição moral para governar uma nação?
E mais , como aceitar e compreender o homem, dotado de inteligência e razão, mas carente de emprego e bens materiais, querer encher a casa e a sociedade de filhos?  Considerando que esse mesmo sujeito (ele ou ela) não tem posses para sua própria subsistência com dignidade?
Sem ser Sócrates ou Platão, mas eu inquiro de forma incisiva e intrigado. Por que? “ porque te amo , não vou deixar você nascer”  . Por último como entender um sujeito que sevicia uma pessoa menor de idade, a estupra e a extermina ? Como entender  uma galera que diz fazer manifestação contra medidas de governo, mas depreda patrimônio público, incendeia ônibus , leva reprimenda e cassetadas de policiais e ainda coloca a culpa nesses agentes da lei e da segurança ? Enfim, de homo sapiens, nos tornamos homo demens; ou no vulgar baderneiros e arruaceiros . Que horror!   Maio/2017.  

TODOS corruptos

TODOS SOMOS POLÍTICOS E SOCIAIS E CORRUPTOS

João Joaquim  


Eu sempre fui um ardoroso leitor e admirador das teorias do filósofo Aristóteles. Por exemplo quando ele define o homem como um animal politico e  social. Quando de mistura pegamos o Aristóteles com o sociólogo Jean Jacques Rousseau  (franco-suíço), então com essas teses a gente entende um pouco da complexidade do que somos como um ser superior; dotados que somos de uma racionalidade, de uma inteligência diferenciada; e olhando pelo prisma religioso, constituídos desse mistério dual:  corpo e alma. Enfim, me sinto muito orgulhoso e honrado de ser esse bípede representante da espécie ou raça humana. ” Um homo sapiens sapiens”.
E aqui já concedo um aparte às mulheres. Não sejam afoitas! Quando refiro homo sapiens, estou a pensar em gênero. Diferente do que cravou a ex chefe de estado, Dilma Rousseff, a auto-referida  honesta,  “mulher sapiens”, em um discurso pelo dia da mandioca e dos jogos dos povos indígenas, maio de 2015. Se digo homo já englobo os dois gêneros. Cada indivíduo masculino ou feminino representa um belo exemplo do homo sapiens.
Todavia, não estou nem aí, nem aqui para falar de filosofia, de antropologia, de licantropia, nem tampouco de evolucionismo ou criacionismo. Venho de falar sobre um tema mais corriqueiro e comezinho.
Faço então uma digressão, algumas pinceladas do que vem a ser a influência que sofre cada um na interação e contato com o outro, com os circundantes e com o meio onde vive. Nesse sentido vou aplicar os princípios de Aristóteles no vulgar, no cotidiano ordinário de cada pessoa. Somos, não  fica dúvida, um animal social e político. Ser politico não precisa  pertencer a esse ou àquele partido. Basta ser partícipe da vida em comum, emitir opiniões , votar nas eleições,  pertencer ao que os gregos chamavam de  cidadania ( também os romanos)etc.
Em outros termos pode-se fazer a seguinte indagação: até que ponto, eu, você, cada um de nós sofre a influência do meio externo nas decisões e atitudes tomadas, na chamada autonomia ou autodeterminação ? Podemos até peneirar ainda mais tal questionamento e deixar a pergunta: até que ponto eu sofro a interferência dos outros em minhas decisões, em meus atos e comportamento?
Quando criança ouvia um parente falar que a propaganda é a alma do negócio. Tomo de empréstimo esse mote na ideia central. Hoje, temos até um termo importado para toda estratégia que envolve o fortalecimento e aceitação de um produto, um serviço ou uma ideia, marketing. Se vendo alguma coisa, um serviço, uma ideia ou invenção, uso do marketing na sua negociação .
A mercadologia ou marketing tem sido empregado em vários setores da vida. No empresarial, no social, no institucional. Até o marketing pessoal, verde ou ecológico tem ganhado relevo na relação interpessoal e com o meio ambiente.
Os mecanismos precisos que regem os circuitos e sinapses cerebrais na relação do consumidor com o marketing ainda não são plenamente compreendidos. Como de fato o é muitas outras funções e atividades psicoemocionais. O que se tem de certo é que todos somos movidos e sugestionados por essas interferências e interações neuropsíquicas e sensoriais.
Os estudos da psicologia do comportamento e interação social vem descortinando todo o processo, mas muito ainda se tem para entender e desvendar . Sofremos muitas influências sensoriais.
O poder do marketing ganhou tanta importância que a maioria das empresas investem enormemente nas estratégias de marketing e propaganda.
Só como exemplos, os grandes provedores de internet como o Google e Facebook dispõem de departamentos que estudam o gosto, as tendências e a curtição dos internautas e consumidores dos produtos que eles anunciam para essas empresas( anunciantes) do mundo virtual. Tais estratégias de marketing se tornaram muito fáceis para esses grandes provedores de Internet  porque ao navegar e acessar os sites  deixamos lá os nossos rastros, os nossos dados e o que estamos procurando e consumindo.
Todos somos influenciados, continuamente, com os cliques que fazemos e recebemos de nossas conexões. Ou seja, nesse campo do consumo e do marketing nos tornamos  ,tácita e inconscientemente, as maria-vai-com-as-outras ;em termos de escolhas e atitudes; em outras palavras sofremos diuturnamente do chamado efeito manado , que já falei dele nesse jornal.
Enfim, não fica dúvida de que somos de fato um animal social e político, mas também somos produto do meio com o qual fazemos interação desde o nascimento, somos um produto com as marcas da família, e da sociedade  onde estamos inseridos, nos benefícios e  malefícios que esses meios nos imprimem. Palavras de Aristóteles e Rousseau, com os quais  eu penso em uníssono . Faltou eles cravarem que somos também , todos, corruptos em potencial. O que faltam a muitos são oportunidades para tal.  Maio/2017

sábado, 29 de abril de 2017

GÊMEOS DIGITAIS

 XIFOPAGIA DIGITAL
João Joaquim  
  A palavra é xifopagia, e xifopagia digital a expressão de poucos conhecida. Antes disso.  Tem palavras que por si mesmas já não diz boas coisas e bons ensinamentos. Quer outras? Concupiscência, nem é bom citar na íntegra os seus significados. Delação. Esta encontra-se em moda. Fosse dilação, vá lá, mas delação arrepia só de pronunciar. Agora se tem uma injustiça semântica neste Brasil, ela se refere por exemplo à palavra propina. De uma módica e propícia gorjeta ao garçom virou sinônimo de corrupção e das grandes. Xifopagia digital em síntese é a simbiose estreita e contínua ou ligação doentia que se estabelece entre o dono e objeto  de mídia, em geral um celular ou smartphone.
Xifopagia e xifópagos. E aqui comento sobre a sua transição de signos e significados. O radical xifo vem do grego xíphos, na raiz tem o significado de espada. Por isso na anatomia humana temos o apêndice xifoide. É aquela cartilagem no final do osso esterno, localizada na parte anterior do tórax, aquela região popularmente chamada “boca do estomago”. Como refere o adjetivo xifoide, é um detalhe anatômico que lembra uma espada.
Eu me referi que o termo é feio por si só e não traz bons significados. Xifópago, primitivamente, na concepção mitológica referia-se a um monstro de dois corpos que eram ligados na altura do tórax (no apêndice xifoide). Xifódimo é outro nome que se dá a essa monstruosidade.
Na medicina temos essa malformação do feto, que gera os tão conhecidos gêmeos xifópagos. Na verdade eles podem nascer unidos ou colados um ao outro por outros segmentos corporais como abdome ou bacia pélvica. São malformações cuja correção cirúrgica de separação traz graves riscos de morte ou mutilações e sequelas. Enfim, são anomalias da embriogênese humana que traz muito sofrimento aos seus portadores e à família, e não há uma causa identificada, nem como evitar tal possibilidade em qualquer gestação.
Um outro nome que ainda se dá a essas crianças é gêmeos siameses. Isto porque os xifópagos mais famosos da história da medicina foram os irmãos Chang e Eng Bunker, nascidos na Tailândia (antigo Sião) em 1811 e mortos em 1874. Tiveram uma extraordinária longevidade, 63 anos, em face do prognóstico ruim que traz a síndrome. Eles não se submeteram a cirurgia de reparação pelos riscos que tal procedimento representava.  
Enfim, eu discorri com platitudes, com algumas anfractuosidades e abobrinhas para chegar numa forma atual de xifopagia. Como temos um grande rebanho de humanos, que se não viajou ao mundo da lua, vive ao menos imerso e disperso no mundo virtual com todos os seus insumos e apetrechos digitais, ficou fácil nominar tal gemelaridade (ligação genética e afetiva entre gêmeos). Temos então na era digital a tal da xifopagia digital, ou simplesmente gêmeos digitais. E eu a descrevo sem mais delongas. A grande diferença aqui é a ligação que se dá entre um humano e um objeto eletrônico, uma mídia digital, mais costumeiramente, um aparelho de telefonia celular, ou smartphone ou tablet.
Xifopagia digital é mais um daqueles corolários e fenômenos que veio ao mundo através da invenção da internet, das redes sociais e de todos os artigos da informática.
Hoje, na maioria dos países se tem mais celulares e smartphones do que habitantes. Não importa se são nações de primeiro mundo ou atrasados, social, cultural e economicamente com o Brasil.
A aqui nominada xifopagia digital já vem sendo estudada com outros nomes: webdependência, alienação digital, digitoadicção , entre outros termos. Tanto a psicologia, psiquiatria e as terapias do comportamento vêm se dedicando ao estudo, compreensão e tratamento dessa forma de dependência, que guarda semelhança com a drogadição, os vícios das drogas ilícitas.
Os principais sinais exteriores da xifopagia digital são a posse e porte continuados e incessantes  do parelho celular ou mídia equivalente (smartphone, tablet). É aquele indivíduo que porta seu celular diuturnamente. Seja numa atividade de lazer, na academia de ginástica, durante as refeições, numa cerimônia religiosa, em reuniões corporativas, no avião, na toalete, em terra, no enterro de um parente ou amigo, etc. Na análise psicológica o ciclo decorre do uso, reuso e abuso. Nesse ciclo e moto-contínuo é que se encontra o principal mecanismo da xifopagia digital; enfim no vínculo gemelar pessoa-mídia. Mas, tem prevenção e cura. Basta se conscientizar e aceitar o tratamento. 

SEM RAZÃO

ESTAMOS NUM  PROCESSO DE DESRACIONALIZAÇÃO  
João Joaquim  


Eu dei de começar este artigo por um outro artigo a que eu assisti. Assim expresso inda que  soa impróprio e esdrúxulo, mas, não! Ele foi emblemático e a genuína realidade do vem a ser a sandice, a insanidade e a insensatez que velejam na cabeça de enorme parte da humanidade. Não estou aqui para abobrinhas e platitudes. Simplesmente transunto e traduzo o que meus olhos veem e o que meus ouvidos ouvem das pessoas.
Eu estava de telespectador, atividade que faço com muita moderação e parcimônia. O artigo ou matéria que se veiculava era um programa do governo de Goiás para sorteio de casas populares, a preços subsidiados. Assemelhado ao “minha casa minha vida, do governo federal”. A matéria mostrou como exemplo uma adolescente senhora (cerca de 20 anos de idade) que fora contemplada no sorteio.
As imagens mostravam essa mãe ao lado de um rústico barracão cedido pelo sogro, com uma filha grudada ao corpo (cerca de 3 anos) e grávida do próximo filho (talvez 20 semanas de gestação).
A cena, as imagens que ficaram em minhas retinas foram estas: a menina filha como que assustada e quase nua, abraçada ao tronco da mãe. E esta mãe gestante (20 anos de idade) a espera de um abrigo mais digno para morar, cedido por referido programa social e de amparo do governo de Goiás.
É de direito de quem me lê se mostrar se não em pasmo, no mínimo curioso e talvez me inquirir: ora! O que tem a ver uma mãe tão jovem (20 anos) já à espera do 2º filho, que não tem onde morar e a espera de uma casinha subsidiada pelo Estado (seja o de Goiás, ou da União)?
Vou dar azo a mais um aparte a quem possa interessar. Mais que isso,  explicar que o meu espanto e minha reflexão não estão voltados apenas à figura da mãe e ao cenário de pobreza da referida família que ilustrou a matéria da televisão. Minha análise e preocupação se voltam para aquela criança (3 anos) e o nascituro, seu futuro  irmão.
Eu tomo de empréstimo e símbolos essas duas pequenas criaturas. Porque elas são emblemáticas do que se passa em nosso combalido e desacreditado Brasil, como de resto todas as nações com igual ou piores índices sociais, econômicos e de qualidade de vida; entre eles IDH, indicadores de educação como pisa e desempenho em matemática e idioma pátrio(leitura).
Tomando o caso do Brasil como modelo, temos a cada ano milhões de crianças que são jogadas ao mundo, postas ao léu, à prova de todas as indignidades a que pode suportar uma pessoa na sua fase de crescimento e desenvolvimento.
Uma criança de 3 anos ou 5 anos não tem, mas se déssemos a ela a capacidade crítica, o entendimento mínimo de revolta ou o poder da indignação, o que ela certamente protestaria seriam essas cruas e mordazes verdades e gritos de misericórdia . Oh! pai e mãe, por que vocês me fizeram nascer e me colocaram neste mundo de homens e mulheres tão desumanos. Que mundo, que vida, que terra são essas onde poucas pessoas têm tanto e muitos outros tão pouco ou nada têm?
Retomo então o exemplo da mãe adolescente e suas duas crias. Tal pessoa se mostra um indivíduo que porta um certo nível crítico, um dado discernimento e grau de inteligência; numa análise a distância. Tanto assim que se inscreveu num programa social de casa popular e aguardava ansiosamente pelo sorteio de seu nome. Ou seja, ter um abrigo com um mínimo de dignidade para si, para o marido e filhos. E seu planejamento familiar , controle de natalidade ?
Então vem a pergunta capital para referida pessoa: e o futuro e a dignidade dessas crianças postas no mundo. Como será a assistência na alimentação, na higiene, nos cuidados médicos, e o mais importante e decisivo: como será o processo educacional de longa duração dessas crianças? Assim postas tais simples questões, não parece muito de uma mente acometida de  sandice, de insanidade e insensatez que tomaram conta da humanidade?
É o que me parece! A mãe adolescente aqui retratada é apenas um exemplo das milhões que há pelo Brasil e outros países em franco atraso no que se refere aos atributos de uma pessoa humana. Animal racional, na taxonomia dos cientistas, classificado como superior, inteligente, dotado de discernimento , e portador de alma e de coração. Será  que foram perdidos  esses atributos ? Depois deste caso-modelo , como de resto milhões de outros , estou levantando uma tese de que vimos perdendo a razão e os princípios de sensatez. Março/2017

HUMOR

 SER FELIZ   FLEUMÁTICO OU RAIVOSO E BILIOSO
João Joaquim  


Quando se fala em humor em nossos tempos vem logo à nossa memória aquele sentido que tem o termo de se referir à vocação ou tendência latente em cada um para a alegria, para a graça, para o riso, enfim àquele momento de relaxamento de ansiedade, enfim estar em  serenidade. Tal predisposição da alma e do espírito se tornou até uma arte, uma profissão. No Brasil, temos como exemplos um Tom Cavalcante, um Jô Soares e Chico Anísio (falecido) entre muitos outros humoristas  menos famosos.
Na verdade, trata-se de uma habilidade nata. O indivíduo já nasce engraçado. Um exemplo muito sabido , em âmbito mundial,  foi Charles Chaplin. Ele em si era o humor em pessoa, além de grande dramaturgo e exímio ator.
A origem do que hoje entendemos como humor vem de priscas eras e tinha outro significado. Ainda hoje temos resquícios do que era estudado pela antiga medicina. Vamos então a questões pontuais da história. Hipócrates, considerado o pai ou precursor da medicina propôs a teoria dos quatro humores. Eram eles o sangue, a fleuma, a bílis amarela e a bílis negra. Outro pensador e médico que defendia a mesma teoria foi o grego Claudio Galeno, de Pérgamo. Admite-se que a homeopatia criada por Samuel Hahnemann (1755-1843) foi inspirada na teoria dos quatro humores de Hipócrates e Galeno.
De fato há mesmo um certo nexo lógico entre os dois cientistas . Galeno pode ser  Considerado o pioneiro das chamadas formulações magistrais. São aquelas cujos princípios ativos são variáveis, a depender do paciente e profissional que as indica. Diferente da chamada fórmula  oficinal cujos ingredientes são fixos e tem validade mais prolongada.
Eu disse que a medicina atual tem resquícios da medicina hipocrática e galênica. Ao menos em terminologia. Por exemplo, nos olhos temos dois tipos de humor, o aquoso que preenche a câmara anterior do globo ocular e o humor vítreo (translúcido como vidro) que preenche a parte posterior dos olhos antes da retina. São componentes gelatinosos de grande importância na fisiologia da visão.
Outros pensadores e cientistas também defenderam a teoria inicial de Hipócrates e Galeno. Um exemplo que a história registra é a do médico suíço Paracelso (1493-1541). Ele dava muito realce por exemplo à composição e efeito dos minerais no organismo humano. Talvez dele  é que tenha nascido a ideia da chamada “medicina ortomolecular”. Prática não reconhecida pelo conselho federal de Medicina.
A tese central da teoria dos quatro humores de Hipócrates era que a saúde do indivíduo, a chamada homeostase interna dependeria da perfeita concentração e equilíbrio dos quatro humores: sangue, fleuma, bílis negra e bílis amarela.
O sentido das ideias de Hipócrates em sua teoria dos humores remanesce na medicina moderna e na cultura popular, senão vejamos alguns significados.
Do sangue temos os adjetivos  sanguíneo, sanguinário e pletórico. Traz a conotação de um indivíduo avermelhado, mau,  raivoso e colérico. De fleuma temos, fleumático  e diz-se do indivíduo sereno, pacífico, calmo. De bílis, bilioso, angustiado, deprimido. O termo humor negro por exemplo traz esse sentido, amargurado, deprimido, sem nenhuma graça ou encanto.
Por isso e como recomendação de boa saúde é  que eu, o que aqui vos escreve,  continuo fleumático, banhado dos humores da alegria, do riso e de felicidade.
Em termos científicos o que temos hoje? Dos quatro humores de real temos o sangue e a bílis. A cor da bílis é amarela e única. Ela pode se tornar negra, no caso de uma inflamação , de uma infecção o em sangramento de vias biliares. Talvez a fleuma a que se referia Hipócrates seja a linfa, da circulação linfática, de cor esbranquiçada tirante ao leite. Mas, ela nada tem a ver com efeito de alegria e bom humor. Se alterada e represada ela vai causar inchaço, edema e muito desconforto no órgão envolvido. A bílis fora da circulação hepática ( vias biliares) é uma substância altamente irritante e passível de graves complicações no abdome. O sangue quando diluído, com hemoglobina baixa gera  a anemia. Se muito concentrado, contrário da anemia, ele causa um estado pletórico, o indivíduo fica afogueado, vermelho e tem tendência a trombose. Por isso, nessa condição existe a indicação para sangria, que consiste em simplesmente o indivíduo  doar o sangue num banco de sangue e tratar a causa dessa chamada poliglobulia, alta concentração de hemácias e hemoglobina  .   Abril  /2017.  

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...