sexta-feira, 30 de junho de 2017

inveja

MALIGNA E SANTA INVEJA
João Joaquim  

Para falar do presente tema eu inicio com uma reflexão pontual sobre um sentimento humano. Um sentimento que pode se subdividir em dois polos quase antagônicos. Estou a me referir à inveja. Dois são os significados que podem-se atribuir a tal sentimento. O primeiro de tendência negativa e destrutiva. Nada mais é do que a cobiça, o desejo patológico pelo fracasso do sucesso de outem .  Sucesso ou atributo que vejo em outra pessoa. Ou ainda, nesses mesmos termos um certo sofrimento ou incômodo em não possuir o que o outro possui, seja em atributos sociais e intelectuais ou bens materiais( essa também dita inveja maligna).
O segundo significado refere-se à inveja construtiva e benfazeja. Também nomeada de santa inveja. Essa forma de inveja se torna construtiva e saudável sobretudo quando o indivíduo se propõe a repetir, copiar, mimetizar e estender os feitos, realizações e talento de outra pessoa. Trata-se de uma imitação do bem, quando esse atributo traz benefícios morais, intelectuais e até material a esse repetidor e imitador (copiador   do bem). Mais importante que beneficiar o próprio agente dessa imitação, se essa prática da santa inveja resultar no bem de outras pessoas, sejam elas das relações ou não desse agente propagador ( bom invejoso).
De como surgiram as duas invejas. O que se narram lá do nascedouro das coisas e da vida dos seres viventes:  deram-se assim o surgimento das duas invejas, a santa e a maligna inveja. Diz a lenda que acabado o mundo Deus impingiu em sua criatura todos os sentimentos do bem. Inconformado, o renegado lúcifer, o decaído e antes habitante do paraíso mostrou-se invejoso das virtudes do criador e instituiu-se o seu demoníaco sentimento antagônico em antítese a santa inveja. Deus se tornou invejado. “Invejado! A invejar os invejosos” (Castro Alves).
Foi dessa passagem e circunstância que estabeleceram-se essas duas faces ou tipos de sentimentos em relação a outra pessoa. Alguns ramos das ciências humanas nas áreas do comportamento e psicologia já iniciaram ensaios e estudos das invejas, mas todos resultaram inconclusivos. De todo modo, segundo  a Estatística, a ciência da imprecisão dos números e nas conjecturas, afirma peremptoriamente que a inveja maligna supera geometricamente a inveja santa. O que fazendo também uma análise observacional e empírica tem-se a mesma conclusão.
Assim seguem o mundo e a sociedade. Assim se dá a toada das coisas e dos homens que comandam a humanidade. Bom e virtuoso seria que o planeta fosse povoado e cuidado só de gente imbuída e movida por aquela santa e construtiva inveja.
Dessa forma, esse generoso sentimento seria aquela vetor, aquela força-motriz a propagar tudo que fosse útil, benfazejo, construtivo e consútil.
Como  se daria o empreendimento da santa inveja? Tem-se em minha cidade ou em outras plagas alguém que chegou-se a uma boa descoberta ou grande invento. Vamos disseminar o seu emprego a todas as pessoas. Tem-se lá um grupo filantrópico, acolhendo e socorrendo carentes e deficientes. Vamos num gesto e inciativa fremente replicar tal feito caritativo a todas as gentes, sejam elas indigentes ou de outros cuidados e sentimentos carentes. Não importa!
Entretanto, o que tem grassado, reverberado e desgraçado a sociedade tem sido essa iníqua, malvada e diabólica inveja. E tal sentimento tem vicejado e germinado em todas as searas da vida. Do campo  estatal ao religioso, do empresarial ao pessoal, do coletivo ao individual. São os invejosos do mal, são os invejosos vandálicos, sãos os invejosos a invejar o que não lhes pertencem e nem lhes diz respeito!
Assim vem prosperando o mal, a malignidade e todos os seus herdeiros e correlatos. A corrupção, a impunidade, os crimes passionais, o feminicídio são exemplos deles. Toda forma de violência  que se assiste contra a mulher é uma classe de inveja maligna ou diabólica inveja> Outro grupo movido da maligna inveja, o de políticos. Tem-se lá os da situação, que estão se locupletando, se corrompendo com dinheiro público. Novas eleições, novos ocupantes do Poder. A a corrupção volta na mesma toada. Era pura inveja dos que estavam fora do governo.  Ou alguém pensa diferente? Se tem gente que assim o faz e reflete, eu não tenho a mínima inveja dessa classe de gente e fim de papo.Junho/2017.  

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Vendilhões dos feriados

O MERCADO DOS FERIADOS CIVIS E RELIGIOSOS 
João Joaquim  

A  páscoa se passou mas falo dela nesse artigo. Há passagens e datas tão solenes, tão magnificentes que são atemporais. Assim penso para o Natal, para o 7 de setembro, para o dia do Índio, para  o 15 de novembro da Proclamação da República, etc.  A Páscoa.  Trata-se de mais uma ocasião quando podemos observar, constatar e analisar o comportamento, as atitudes, as tendências das pessoas, do gênero e bicho homem e do sistema mercadológico que nos engana, alicia e nos  escraviza. Há um cartel capitalista, comercial e de marketing que se tornou escravagista e escravocrata dos consumidores.
Estamos vivendo tempos políticos tão sombrios e tenebrosos que relembrar o símbolo da Páscoa faz bem à alma , aos corações. Oxalá pudéssemos viver o espirito de Natal e Pascal ,eternamente.
Antes de adentrar à questão central, vale a pena relembrar o que vem a significar a palavra. Páscoa vem do hebraico, pesach, com o significado de passagem, ou também de renascimento, renovação. Ao que parece, pela história geral e ensinamentos bíblicos, a origem remonta aos tempos pré-mosaicos.  Ela era a festa de primavera dos pastores nômades, quando se davam os dias  festivos com muita alegria e júbilo pela renovação (flores) da natureza. Ela se refere também ao Êxodo, a fuga dos hebreus do Egito. Se transformou em símbolo e memorial desse magno acontecimento.
No âmbito do cristianismo (muito celebrada pelos católicos) a páscoa simboliza a ressurreição de Cristo. E aqui dou ênfase a esse simbolismo. Páscoa, passagem (pesach). Nada mais nos traz à lembrança do que  a vitória de Cristo sobre a morte, com a sua ressurreição. Ou seja, Ele deixa a dimensão humana e torna à condição de Deus-Filho, para o convívio com o Deus-Pai. E assim acreditamos todos nós cristãos e religiosos (religados) com o salvador e com Deus. “ Eu sou o caminho, a verdade e a vida, quem crê em mim ainda que esteja  morto viverá”, Jesus Cristo.
Retomo o tema central então e reitero que a Páscoa é mais uma daquelas datas que é contaminada com o desvio de significado e de finalidade. Nos mesmos fins que tomou o Natal e ano novo. A figura do papai Noel por exemplo foi uma criação da capitalista e multinacional coca-cola. Basta verificar o biotipo do barbudo e bom velhinho e os frascos e garrafões da bebida, comprada e ingerida por todos os terráqueos.
Papai Noel e garrafas de coca são muito parecidos. As indústrias do chocolate, de trigo, do açúcar e do leite tiveram os mesmos “insights” da coca-cola. Pode parecer estranho mas, muitos “chocolates” industrializados e vendidos, têm menos cacau do que estes citados ingredientes(açúcar , leite) muito mais baratos e de baixo poder nutritivo. Além de outras substâncias aromáticas e sabor muito agradável. Numa clara estratégia de se tornar uma isca e aliciar as pessoas ao consumo exagerado. As crianças, como em muitas armadilhas de marketing, são os principais alvos. Os produtos (chocolates) são consumidos pela maioria das pessoas, sem uma consulta aos rótulos da composição e percentual dos ingredientes. Muitas vezes o que menos contem é o anunciado nos rótulos e propagandas( os “ chocolates” são exemplos padrão ).
Os preços oferecidos ao consumidor constituem uma outra página digna de reflexão. Grosso modo, conforme uma pesquisa de alguns Procons e associação de donas de casa, a variação chega a 120%. Ou seja, conforme a embalagem, o plástico, as cores e formato do invólucro, o quilo varia de R$ 22,00 a R$ 250,00. Considerando que se come a mesma composição, dá a impressão que a embalagem é foleada a ouro. E na verdade não é porque todas têm o mesmo destino, o lixo.
Enfim e ao cabo das coisas, dos seres e dos víveres e  viveres, feitas tais e quais considerações, tiveram elas as simples e puras análises do quanto somos produtos e pessoas resultantes do meio, da cultura e das imposições dos sistemas que nos rodeiam. Sofremos sempre dos efeitos das ondas contra ou a nosso favor. Somos diuturnamente influenciados pelo chamado efeito-manada.
Assim ocorre com a cultura do saber e dos sabor, do lazer e do entretenimento. Assim se dá com a relação de consumo, com as tendências da moda. Até  nas ideologias. Somos eternamente os(as) maria-vai-com-as-outras.
Que tal se criássemos nas datas de 21 de abril ( Inconfidência Mineira, Tiradentes), 7 de setembro (emancipação do Brasil) e 15 de novembro (Proclamação da República) produtos, livros e objetos históricos relativos aos heróis desses feitos épicos de nossa Pátria . Ainda que se vendesse pouco em comparação com os chocolates e presentes de Natal e da Páscoa  , já seria um bom começo para melhor instruir e formar nossas crianças e juventude de nossa História.       Maio/2017.  

Antifinalidade das pessoas

PESSOAS E COISAS  SEM FINALIDADE
João Joaquim  



Uma questão que é intrínseca ao próprio homem é a preocupação com a finalidade de cada coisa, ser, ação e atitude. É tão importante que existe um sistema filosófico nesse sentido, o finalismo. É um modelo de pensamento que tem por objetivo simplesmente essa relevante matéria: a finalidade de tudo quanto há nesse mundo de meu Deus, ou mesmo do diabo.
Deus e o diabo por exemplo entram nos questionamentos do finalismo. É de todos sabido por exemplo que o embate  do bem versus  o mal é uma luta eterna, desde que o mundo é mundo, desde o surgimento do homem.
Aplicar a finalidade a toda forma de existir pode-se principiar pela existência do próprio  gênero humano, mais seletivamente pelo homo sapiens sapiens. Ou seja, desse animal humano, pensante, inteligente e considerado superior a todas as outras  espécies de vida do planeta.
A introdução foi longa, mas não à toa, dado que o tema é complexo, inextricável em sua plenitude  e despertante de atenção, discussões e permanentes estudos e reflexões no campo das ciências e ramos da filosofia(finalismo, metafísica, existencialismo).
Uma eterna pergunta que envolve finalidade refere-se aquela inerente a própria presença do homem no planeta: de onde vim? Onde estou? O que sou? Para onde vou? Na verdade são quatro questões emblemáticas do por quê, que finalidade tem a  existência do bicho homem neste planeta.
Em se falando em  tais assertivas da finalidade das coisas e das ações humanas vamos em tese e de forma mais compreensível deixar algumas proposições e resultados de muitas coisas e empreendimentos cometidos pelos humanos.
Iniciemos  pelo próprio fim (destino, razão, finalidade, do homem). Tem-se que o objetivo era cuidar, povoar e administrar o planeta e toda a forma de vida animal e vegetal. No quesito povoar se começou e continua mal porque há lugares que têm gente de mais, outros de menos. Uns têm muito o que comer outros morrem de fome e de sede; catastrófico!
No quesito cuidar e administrar a terra e os outros viventes. Aqui também temos outras derrapadas e fracassos. A terra na verdade pede socorro. São degradações do meio ambiente, poluição de rios, mares e ar. A coisa anda tão feia que corre-se o risco de extinção da vida no planeta e ter-se aqui extensões de deserto e de calor. Condições incompatíveis com qualquer forma de vida. Ainda catastrófico!
Por falta de espaço e licença vamos afinar e afunilar para o mundinho de cada um, no seu dia a dia. Que finalidade por exemplo vê um indivíduo de baixos teres e haveres em ter uma prole de dois, quatro ou sete filhos? Seria aumentar o rebanho de analfabetos, desempregados e desqualificados? Já não bastam os que aí existem aos milhões? Já não chegam os membros nem, nem ,nem? Aqueles que nem estudam, nem trabalham, nem ânimo têm para ambas as coisas?
Assim então temos nesses exemplos a antifinalidade das coisas e ações do homem ou mulher, no senso de isonomia e responsabilidade entre os dois sexos . Ainda catastrófico!
Adentrando e particularizando como conclusões dessa digressão da finalidade de tudo existente e vivente. Tem-se lá um casal. Não importa o status social e econômico,  casal que  mora num apertado e restrito apê. Vida que anda muito difícil, de muitos impostos, prestações vincendas e cartão de crédito inadimplente. Pergunta final de finalidade: por que ter e criar um bicho de estimação, um pet? Por quê? Qual a finalidade? Por gentileza, quem estiver me ouvindo e  tiver as respostas que me as  traga , que continuo curioso e intrigado! Sempre catastrófico. Maio/2017. 

Delações e dilações...

FRENTE A TANTAS   DELAÇÕES ESPERAM-ME MAIS DILAÇÕES NA PUNIÇÃO AOS CORRUPTOS E CORRUPTORES NA OPERAÇÃO LAVA-JATO

João Joaquim   


Finalmente o mundo, o Brasil, o planeta inteiro teve a certeza plena das razões, das causas de nossa derrocada, de nossa ruína, de nossa falência econômica e social. Principalmente econômica, que como de roldão, numa aluvião e borrasca levou  ao aniquilamento de nossos bens e recursos sociais e éticos. Estou a me referir aos descalabros, aos assombros, aos horrores que vêm sendo exibidos pelos jornais nacionais e do mundo, alusivos às delações do “fim do mundo”, dos executivos da empreiteira e construtora Odebrecht, desde quando ela foi criada.
São delações dos crimes de corrupção de todos os partidos, de todos os governos.
E os depoimentos dos ex executivos da Petrobras, do ex presidente Lula da Silva e dos marqueteiros João Santana e esposa Mônica Moura ?  Tem-se ali o tiro de misericórdia na responsabilidade , sobretudo , dos companheiros Lula e Dilma Rousseff, nos descalabros delitivos quando ambos foram presidentes do Brasil.
Não sobrou ninguém. De norte a sul, de leste a oeste. Autoridades de todos os níveis, de todas as instituições faziam parte do esquema de propinas, subornos e corrupção. Corruptores e corrompidos, todos irmanados no mesmo objetivo. O alvo de todos era dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. E não era qualquer dinheiro. A unidade monetária básica não era mil, mas milhão. De preferência moeda forte, dólar ou euro.
O lado perverso e curioso de toda essa horrorização é que não escapou ninguém. Todos solidariamente estão envolvidos no megaesquema criminoso de exigir e receber propinas, mesadas e outros pagamentos de corrupção. Em troca as empresas e construtoras tinham regalias, licitações fraudadas, obras superfaturadas e milhões de lucro , a custa do dinheiro público, do BNDES, do tesouro nacional.
Milhões de reais e dólares eram repartidos entre os partidos e políticos. Os filiados e prepostos do PT reclamavam que o mensalão (esquema de corrupção ocorrido no governo do partido dos trabalhadores, do ex presidente Lula da Silva) foi uma perseguição engendrada pelos adversários da sigla. O que é uma falácia e pós-verdade, porque as provas documentais do ministério público e justiça foram robustas e fartas; tanto que vários petistas e coligados foram condenados e presos.
Os depoimentos dos executivos da Odebrecht, quando revelam como eram feitos os acordos de troca pública com o  privado têm sido de estarrecer até aos próprios depoentes e corruptores. Pelo que fica dedutível é que a empresa não tinha concorrentes. Ela comprava e fraudava a execução de todas a obras.
Os esquemas e arranjos criminosos iam além das fronteiras. Várias obras, em vários países eram executadas com as mãos e influência de nossos governantes (Angola e Cuba, por exemplo). Em Cuba, por exemplo, foi construído o Porto de Mariel, com financiamento de nosso BNDES, com promessa de pagamento a perder de vista, um mimo para a ditadura comunista dos irmãos Castro.
O que sugere de “bom” agora, se assim pode se dizer; é que no cartel público-privado governo/Odebrecht, todos passaram a ter culpa no cartório e na justiça. Alguns políticos estão de cabelos eriçados e insones. Não é para menos.
Uma questão que causa impacto e assombro nos depoimentos é a naturalidade, normalidade e fluência dos depoimentos dos delatores. Tanto os empreiteiros donos, Sr. Emílio e filho Marcelo Odebrecht  ,falam em uníssono com os outros executivos responsáveis pelos vários braços de atuação da empresa.
O mais espantoso é que as empreiteiras tinham um departamento de propinas, onde se contabilizavam quem iria receber quanto. Cada corrupto politico tinha um apelido, e essa face do cartel de delitos merece até um estudo antropológico e psiquiátrico.
Havia como que um governo paralelo. Um comando privado em comunhão com o governo federal e todas as demais lideranças de estados e municípios( em camarilha ou quadrilha mútua). Na Odebrecht, esse departamento tinha até um nome pomposo, departamento estruturado, com um executivo dos mais competentes para gerir essas propinas.
Enfim, não se acredita ter chegado ao fim do mundo, nem do Brasil. Embora, econômica e moralmente, esteja o país na UTI, respirando com ajuda de cateteres de O2. As revelações das causas de tanto fracasso e quebradeira se mostram uma oportunidade de a justiça, o ministério público e a sociedade recuperar o país de tão grave e sistêmica crise em que está mergulhado. Para quando, se torna imprevisível. São mais de 200 denunciados, políticos e empresários . Se passados 5 anos, ao menos 10% deles estiverem presos e pagando pelos malfeitos já fica a sensação de punição. Mas, que ficam um certo ceticismo e desconfiança, ficam.  Maio/2017. 

CRISES. que crises

CRISE ECONÔMICA  E RECESSÃO ATÉ PARA OS SANTOS

João Joaquim  


A crise econômica na qual todos mergulhamos nessa década, parece que guarda semelhança com a queda (bancarrota) de Nova Iorque, de 1929. Guarda pontos em comum de forma qualitativa, porque em quantitativos não vejo precedentes na história, pelos déficits de bilhões de dólares no PIB de cada país atingido. Quando a atual crise iniciou em 2008, no setor financeiro, hipotecário, de empréstimos , serviços  e imobiliário lá nos EUA: vide fechamento e insolvência do banco Lehman  Brothers; ficava a impressão de que o Brasil não seria tão afetado. Mas, foi. E é dele de que eu quero me ocupar neste texto.
Eu começaria realçando alguns pontos no caso da recessão, da retração econômica, enfim da quebradeira que se abateu em todos os setores de atividades da vida brasileira. Até ali por volta de 2014, eu cheguei a conjecturar que iríamos  sair da recessão. Qual o quê! O que estava ruim piorou. Ao final desse 2016 o cenário piorou e mais; a atmosfera e os presságios são de mau agouro. Nunca as profecias do professor Murphy se mostraram de alta probabilidade de cumprimento. “ Se alguma coisa tem chance de sair errado, cuidado, ela pode ocorrer da pior forma possível”( Murphy)! Igual mentira. Não importa quantas vezes uma mentira for demonstrada, sempre haverá uma porcentagem de pessoas que acredita que é verdade. Estamos na era da pós verdade. É a crença maior em boatos e factoides do que em fatos reais.
Os desfalques, as falências, as concordatas, o fechamento de empresas, as dívidas, a inadimplência, o desemprego nunca estiveram tanto em voga. Antes eu pensava que certos setores de atividades e profissões estavam imunes à crise econômica. Ledo engano. Até setores cruciais como o de alimentação e saúde entraram na crise.
Até na seara mística e das religiões a crise pôs as suas garras e seus tentáculos. Prova disto fui uma entrevista que ouvi de um clérigo católico sobre  sua paróquia. O repórter indagava desse religioso como andava a reforma do prédio de sua igreja. Ao que retorquiu o entrevistado, reforma interrompida. As ofertas e dízimos se fizeram raros. Caiu em mais de metade nossa arrecadação. E fora essa costumeira fonte de renda temos poucos outros donativos.
Como ilustra essa amostra grátis, até para os santos o dinheiro escasseou. No campo da saúde, a medicina, na qual eu milito há 3 décadas, a quebradeira bateu sem piedade. Muitas pessoas, por demissões e desemprego perderam os seguros e planos de saúde. Por consequência os médicos também perderam muitos desses clientes. Foi-se embora muito dessa fidelidade de clientes. Os profissionais de saúde acabaram no bojo da crise. Muitos consultórios, clínicas e hospitais têm cerrado suas portas. Em função da queda de receitas desses ramos da saúde, os dividendos têm sido só prejuízos. Do lado dos pacientes, muitos têm procurado o SUS, e todos sabemos o quanto são penosas as filas e esperas da previdência a que todos têm direito, na letra indiferente e tácita  da constituição, que chamam-na ainda de cidadã. Pelo menos foi assim que a denominou nosso saudoso e impoluto Ulisses Guimarães. O homem era um esteio ético e moral.

 Agora, uma curiosidade. Há algumas categorias de pessoas para as quais não há  crise. Que crise! Poderiam exclamar algumas dessas. Por exemplo, para a classe de muitos gestores públicos. Entre esses, políticos, juízes e aposentados desses órgãos de governo. Os contracheques dessa casta de brasileiros não sofrem nenhum corte ou déficit. E todos têm os reajustes acima da inflação. E assim muitos outros ramos de atividade.
 No mundo privado por exemplo. No ramo ou comércio de combustíveis. Cada vez mais caros para o consumidor. Para os empresários só lucro. Etanol, gasolina, óleo Diesel , gás de cozinha.
No futebol é outra atividade sem crise. Que crise! Jogadores, técnicos e cartolas ganham tanto, que os salários são sigilosos. E os estádios com ou sem crise andam lotados de torcedores. Bem, aqui se trata de senso crítico e discernimento de cada um e não tem como fazer nada.
Por falar em crise e corrupção, recentemente caíram os últimos redutos que pareciam incorruptíveis. Essa monstruosidade negocial. Ela chegou ao Vaticano e nos bastidores do Comitê Olímpico Internacional- COI. Já se sabe, por denúncias, que a roubalheira chegou à frente nas Olimpíadas realizadas no Brasil 2016.  Também nenhuma novidade , estamos entre os próceres do suborno e da corrupção. Nos tornamos exportadores dessa matéria prima. Que triste, que coisa medonha e horrorosa. Até nesse cancro somos mais do que penta.  Maio/ 2017.

semi-deus...e

O HOMEM COMO UM SEMI-DEUS E INTELIGENTE AO SUJEITO VIL E DEMENTE

João Joaquim


O animal ou bicho homem (gênero) sempre foi exaltado e alçado à condição de animal superior e diferenciado pela sua condição de inteligente, racional e animado (dotado de espírito e alma).
Todos os ramos científicos, todas as correntes filosóficas são uníssonas nessas questões. A Antropologia, a Sociologia, a Metafísica; até a Teologia tem o gênero humano como sendo aquele animal distinto em tudo das demais espécies por trazer tais atributos. Quais são essas marcas? Inteligência superior aos demais bichos de todas as espécies, portador de razão e pensamento abstrato e dotado de um componente anímico (alma ou espírito). Dualidade esta, corpo e alma que o aproxima do Criador, Deus.
Conforme  a expressão de inteligência e de criação o homem tem lampejos ou chispas de um Deus, daí a expressão das próprias escrituras sagradas: Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.
Para dar mais consistência a essas assertivas e definições dos atributos humanos basta deter por alguns minutos diante das obras de arte de um grande pintor ou autor de outras criações artísticas.
Podem ser os casos dos afrescos de um Cândido Portinari, das pinturas de um Michelangelo, de um Da Vinci, das esculturas de um Aleijadinho, das poesias de um Camões ou Castro Alves, entre tantos outros exemplos de autores geniais. O que me instiga e me excita a tais reflexões é ver e constatar as diferentes manifestações desses atributos ou faculdades da mente, da consciência e do cérebro humano.
Vamos falar da inteligência tendo em conta que ela funciona em paralelo e em simbiose com essa outra condição humana que é a razão. É inimaginável dissociar essas duas propriedades do cérebro humano. O que se tem de concreto é que a inteligência é congênita. Guardados (separados) os casos patológicos e as lesões intrauterinas , todos nascemos com o mesmo potencial ou o mesmo quociente (de inteligência). Um registro que faz-se útil à lembrança são as exceções geniais de inteligência. São poucos, mas existem aqueles que excedem em muito nesse fascinante atributo de inteligência. Um Mozart, um Chopin, um Galileu Galilei, um Einstein são exemplos desses tais.
Outra característica é que embora a inteligência seja inata, ela deve ser cultivada, exercitada e posta à prova. Ninguém nasce gênio e cresce gênio se ele não for estimulado e não tiver um ambiente propício às suas manifestações. Para tanto, independentemente de outras teses, basta revisitar as biografias e o currículo profissional dos homens e mulheres geniais da história da humanidade. Todos nasceram gênios e de alto QI, mas seus feitos e proezas não se deram sem esforços, sem ambição, sem curiosidade e muita transpiração; mais até do que inspiração como o disse Isaac Newton.
Como atrás referido falou-se aqui dos humanos fora da média, daqueles do acme da pirâmide dos inteligentes.
Venho agora de falar dos humanos normais, estrato de que faço parte; quais sejam aqueles que não são gênios, mas também não têm laivos ou indícios de dementes ou mentecaptos. Grupo de normais e medianos  de que faço parte, modesta à parte.
Eu disse de início da exaltação do homem como um animal superior pela sua condição de inteligente e racional. Num senso de bom humor, ou que seja bilioso ou amarelo, mas faz bem para fixação dessa dissertação.  Como entender a inteligência e a razão de alguns tipos de gente? Vamos a alguns desses classificados.
São os casos, por exemplo,  de um drogadito que sabe ser aquele narcótico altamente nocivo e mortal à sua saúde e continua em seu uso e abuso.  O motorista que dirige embriagado ou chapado de cocaína colocando a vida dele e de outros em risco de morte. Como entender a exposição de contrair HIV sabendo que a epidemia cresce e não tem cura?
Nos exemplos acima enumerados, o que dizer desse tal de livre-arbítrio, que o sujeito, o atarantado e trapalhado da cabeça faz o que bem dá na telha, mas desgraça, arruína e causa até a morte de outras pessoas? Ou seja, é uma liberdade de agir das mais tresloucadas de que se tem notícia. Livre-arbítrio saudável é aquele que decido por agir dessa ou de outra maneira , mas sem prejudicar ninguém , seja agora ou no futuro.
Como entender a escolha de um governante sem aptidão técnica e administrativa e sem condição moral para governar uma nação?
E mais , como aceitar e compreender o homem, dotado de inteligência e razão, mas carente de emprego e bens materiais, querer encher a casa e a sociedade de filhos?  Considerando que esse mesmo sujeito (ele ou ela) não tem posses para sua própria subsistência com dignidade?
Sem ser Sócrates ou Platão, mas eu inquiro de forma incisiva e intrigado. Por que? “ porque te amo , não vou deixar você nascer”  . Por último como entender um sujeito que sevicia uma pessoa menor de idade, a estupra e a extermina ? Como entender  uma galera que diz fazer manifestação contra medidas de governo, mas depreda patrimônio público, incendeia ônibus , leva reprimenda e cassetadas de policiais e ainda coloca a culpa nesses agentes da lei e da segurança ? Enfim, de homo sapiens, nos tornamos homo demens; ou no vulgar baderneiros e arruaceiros . Que horror!   Maio/2017.  

TODOS corruptos

TODOS SOMOS POLÍTICOS E SOCIAIS E CORRUPTOS

João Joaquim  


Eu sempre fui um ardoroso leitor e admirador das teorias do filósofo Aristóteles. Por exemplo quando ele define o homem como um animal politico e  social. Quando de mistura pegamos o Aristóteles com o sociólogo Jean Jacques Rousseau  (franco-suíço), então com essas teses a gente entende um pouco da complexidade do que somos como um ser superior; dotados que somos de uma racionalidade, de uma inteligência diferenciada; e olhando pelo prisma religioso, constituídos desse mistério dual:  corpo e alma. Enfim, me sinto muito orgulhoso e honrado de ser esse bípede representante da espécie ou raça humana. ” Um homo sapiens sapiens”.
E aqui já concedo um aparte às mulheres. Não sejam afoitas! Quando refiro homo sapiens, estou a pensar em gênero. Diferente do que cravou a ex chefe de estado, Dilma Rousseff, a auto-referida  honesta,  “mulher sapiens”, em um discurso pelo dia da mandioca e dos jogos dos povos indígenas, maio de 2015. Se digo homo já englobo os dois gêneros. Cada indivíduo masculino ou feminino representa um belo exemplo do homo sapiens.
Todavia, não estou nem aí, nem aqui para falar de filosofia, de antropologia, de licantropia, nem tampouco de evolucionismo ou criacionismo. Venho de falar sobre um tema mais corriqueiro e comezinho.
Faço então uma digressão, algumas pinceladas do que vem a ser a influência que sofre cada um na interação e contato com o outro, com os circundantes e com o meio onde vive. Nesse sentido vou aplicar os princípios de Aristóteles no vulgar, no cotidiano ordinário de cada pessoa. Somos, não  fica dúvida, um animal social e político. Ser politico não precisa  pertencer a esse ou àquele partido. Basta ser partícipe da vida em comum, emitir opiniões , votar nas eleições,  pertencer ao que os gregos chamavam de  cidadania ( também os romanos)etc.
Em outros termos pode-se fazer a seguinte indagação: até que ponto, eu, você, cada um de nós sofre a influência do meio externo nas decisões e atitudes tomadas, na chamada autonomia ou autodeterminação ? Podemos até peneirar ainda mais tal questionamento e deixar a pergunta: até que ponto eu sofro a interferência dos outros em minhas decisões, em meus atos e comportamento?
Quando criança ouvia um parente falar que a propaganda é a alma do negócio. Tomo de empréstimo esse mote na ideia central. Hoje, temos até um termo importado para toda estratégia que envolve o fortalecimento e aceitação de um produto, um serviço ou uma ideia, marketing. Se vendo alguma coisa, um serviço, uma ideia ou invenção, uso do marketing na sua negociação .
A mercadologia ou marketing tem sido empregado em vários setores da vida. No empresarial, no social, no institucional. Até o marketing pessoal, verde ou ecológico tem ganhado relevo na relação interpessoal e com o meio ambiente.
Os mecanismos precisos que regem os circuitos e sinapses cerebrais na relação do consumidor com o marketing ainda não são plenamente compreendidos. Como de fato o é muitas outras funções e atividades psicoemocionais. O que se tem de certo é que todos somos movidos e sugestionados por essas interferências e interações neuropsíquicas e sensoriais.
Os estudos da psicologia do comportamento e interação social vem descortinando todo o processo, mas muito ainda se tem para entender e desvendar . Sofremos muitas influências sensoriais.
O poder do marketing ganhou tanta importância que a maioria das empresas investem enormemente nas estratégias de marketing e propaganda.
Só como exemplos, os grandes provedores de internet como o Google e Facebook dispõem de departamentos que estudam o gosto, as tendências e a curtição dos internautas e consumidores dos produtos que eles anunciam para essas empresas( anunciantes) do mundo virtual. Tais estratégias de marketing se tornaram muito fáceis para esses grandes provedores de Internet  porque ao navegar e acessar os sites  deixamos lá os nossos rastros, os nossos dados e o que estamos procurando e consumindo.
Todos somos influenciados, continuamente, com os cliques que fazemos e recebemos de nossas conexões. Ou seja, nesse campo do consumo e do marketing nos tornamos  ,tácita e inconscientemente, as maria-vai-com-as-outras ;em termos de escolhas e atitudes; em outras palavras sofremos diuturnamente do chamado efeito manado , que já falei dele nesse jornal.
Enfim, não fica dúvida de que somos de fato um animal social e político, mas também somos produto do meio com o qual fazemos interação desde o nascimento, somos um produto com as marcas da família, e da sociedade  onde estamos inseridos, nos benefícios e  malefícios que esses meios nos imprimem. Palavras de Aristóteles e Rousseau, com os quais  eu penso em uníssono . Faltou eles cravarem que somos também , todos, corruptos em potencial. O que faltam a muitos são oportunidades para tal.  Maio/2017

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...