sábado, 26 de agosto de 2017

CIDADANIA no Brasil

CRITÉRIOS PARA SER CIDADÃO E ESTADISTA NO BRASIL. ELES EXISTEM ?

João Joaquim  


Quando eu era menor, em tamanho e idade, gostava muito de ouvir pessoas idosas a me contar os chamados contos ou histórias (estórias). Muitas vezes ficava de olhos arregalados como a rever e ouvir aquelas cenas do que me era narrado. Meus avós eram desses que me deixavam admirado com os contos e memórias de suas experiências e testemunhos. O encanto daqueles que contam um conto é o espanto que eles provocam no expectador. Ainda que haja aumento de um ponto naquilo que contam. “ Quem conta um conto aumenta um ponto”( ditado popular).
Na verdade o que há de muito construtivo e pedagógico em cada história é o valor filosófico e moral em cada narrativa. Pouco importa se encerra em lenda, mito, fantasia ou realidade. Como ilustração basta fixar nos mitos de cada cultura (grega, romana, escandinava, indiana, tupi-guarani). Cada mito desses povos antigos encerra em grande ensinamento, um símbolo de vida, um valor moral imenso. Quem não  conhece por exemplo, os mitos tupi do  boitatá ou saci-pererê?  Quanto de simbolismo e alegoria não traz o mito da caverna de Platão.
A própria obra “A República” deste grande filósofo encerra em grande lição de idealismo no que deveria ser o funcionamento de Estado, de uma organização administrativa e política de um país .
É justamente sobre tal questão que faço essa singela dissertação, organização estatal. Falo também sobre os homens de Estado. E para tanto remeto-me a alguns detalhes do que era a concepção grega e romana em se tratando da grande responsabilidade com o que era público e privado.
Se fizermos um paralelo entre a concepção política da Grécia antiga e do Império Romano com o que vimos hoje certamente que aqueles povos ficariam horrorizados. Em especial se tal comparação fosse feita com a política praticada no Brasil.
Vamos deter de início no campo dos direitos individuais. Para os romanos, os critérios de cidadania, o título de cidadão, eram muito mais rígidos do que o que se vê hoje no Brasil. O cidadão romano deveria ter qualidades éticas e morais para ser cidadão do mundo. Ele tinha como que um salvo-conduto para Roma e para o planeta.
Aos olhos e à crítica de nossos tempos tais exigências e triagem soariam como  discriminatórias.
De fato, ao crivo das leis de Estado da época, a sociedade era dividida por estratos. Havia a classe dos nobres e dos plebeus, dos senhores e dos escravos.  Os direitos tinham restrições, inclusive na escolha  dos representantes do povo, na eleição dos membros do parlamento( deputados e senadores)  e dos chefes do Estado. O indivíduo para ser eleitor ou eleito deveria reunir senso muito crítico, deveria ser  independente, ter discernimento , portar uma  conduta e honradez irretocáveis. Enfim, deveriam ser pessoas boas e honestas no sentido o mais amplo possível .
Afinal qual era a ideia de cidadania,  de cidadão, de civilidade e civismo para os  gregos e romanos? São termos e conceitos inter-relacionados. Para simplificar, cidadão deveria ser aquele indivíduo capaz de viver em grupo, em comunidade com outras pessoas, por isso formando o quê? Um todo harmônico e solidário  , onde todos deveriam ser inspirados e imbuídos de direitos e deveres iguais. Por isso a esse conjunto se deu originalmente o nome de cidade (civilate para os romanos) e polis (polis, metrópole, para os gregos).
Nos ensinamentos e regras na memorável obra “A República” de Platão, tem-se o desejo do autor , Platão, do  que ele  concebia como sendo uma organização estatal ideal . Tudo é muito hierarquizado conforme a aptidão de cada participante no funcionamento dos órgãos e divisões da república. Havia muita rigidez no concernente àquilo que pertencia ou dizia respeito ao público e ao privado, ao que era um bem do povo e ao que era particular. Na obra discute-se inclusive qual a melhor forma de governo. Seria a aristocracia, seria a democracia ?
Por fim, fazendo um paralelo no que era um direito na  Hélade, ou antiga Grécia e Roma e no  que seja um direito hoje no Brasil . Ser cidadão e exercer cidadania em nosso país significa ser apto a que ou portar o que? Não significa  nada. Ser cidadão brasileiro, ser eleitor e escolher os representantes ou se tornar eleito para qualquer cargo público político (parlamento) nada mais precisa apresentar do que um RG e CPF e um endereço fixo. Existe um grupo ou ONG no Brasil, chamado Direitos Humanos, ligado à ordem dos advogados. Eles apregoam e defendem muito os direitos das pessoas, falam muito em direitos. Quase nunca falam em deveres do cidadão, em responsabilidade social, em respeito ecológico, ou condutas do individuo em sociedade. Deveriam bater também nos deveres. Não o fazem .  Viver em cidades, em sociedade, se entende uma conduta  de mão dupla, um equilíbrio de direitos e deveres.

Quantos de nossos políticos aqui no Brasil não respondem a inquéritos e processos na Justiça pelos seus crimes financeiros, por improbidade , por peculato, por corrupção ? O congresso está infestado desses tipos.
Agora, fica a pergunta: que discernimento tem um “cidadão” analfabeto ou funcional em ser eleitor de seu representante ou ser eleito para um cargo no poder executivo ou legislativo?
Por causa de  essas faltas de exigências e de regras em ser cidadão, de  ser eleitor e eleito, é que  temos o estado( situação)  de (des)governança  e de caos em que se encontram o país e os brasileiros. Que triste!. Falar nisso, quem é mesmo apto a ser o próximo presidente do Brasil. Parece que ninguém sabe.  Julho/2017

Castas...

OS BRAMANES E PÁRIAS DO BRASIL. PROPOSTA DE UMA INOPORTUNA PEC
 João Joaquim  
Vou começar esta dissertação estribado em um sentimento de protesto. De protesto e de conserto. Aliás, de consertos e de muitos protestos é que está o Brasil carecendo em meio à mais trágica crise em que estamos vivendo. Na verdade uma crise política que adveio de uma crise ética  e moral;  e que agora resultam em outras duas, a econômica e de credibilidade.
No entanto o meu protesto de então foge a essas  questões tão repicados por todos os braços da imprensa e das mídias sociais. Eu venho em especial para falar na categorização humana . A classificação das pessoas conforme sua importância social. Social, profissional e política. À  semelhança  do que se praticava  antigamente na Índia, de que ainda há alguns resquícios. E dessa tomo de empréstimo alguma influência e inspiração na divisão das gentes. Ei-la.
Em tempos remotos prevalecia na Índia o chamado sistema das castas. Em suma, as pessoas pertenciam a cinco categorias sociais. Bramanes; os pertences a 1º casta; xátrias, os de 2º casta, os vaixás; aqueles de 3º casta; sudras, os de 4ª casta  e os párias, os de 5ª  casta. Essas eram categorias bem estanques e delimitadas, com regras muito rígidas de direitos sociais, profissionais e religiosos. Direitos e deveres que se caracterizavam muito pelo ofício. Brâmanes. Nessa categoria estavam os religiosos de alta hierarquia e sacerdotes. Muitos desses se dedicavam às escolas, ao ensinamento de matérias  religiosas que se resumiam à interpretação dos quatro vedas, escrituras sagradas do hinduísmo e do bramanismo( deus brahma). Nada a ver com marca de cerveja.
Xátrias. Pertenciam a 2ª  casta, ou legião dos guerreiros. Esses se dedicavam à defesa do território, se dedicavam à guarda e segurança do país e dos chefes da nação.
Vaixás. Essa 3ª  casta era representada pelos comerciantes, pelos criadores de gado e pelos agricultores. Essa classe de pessoas era responsável pela movimentação da economia, finanças do Estado. Eram os gestores dos insumos e das comodities de subsistência das pessoas. Os produtos da atividade agropecuária.
Sudras, ou os de 4ª casta. Eram os servis, os trabalhadores braçais sem nenhuma instrução.
Párias. A essa classe pertenciam os escravos, os de  5º casta. Eram considerados os excluídos de qualquer direito civil ou religioso. Enfim, eram os sem classe. Eram como    mendigos e sem nada. Mas, não tinham sequer direitos a movimentos de reivindicação a esse e outro bem ou garantia , sob risco de punição do Estado, até com pena de morte.
Foi então tomando de empréstimo essa classificação do antigo sistema hindu que resolvi propor uma classe ou casta de pessoas para o nosso país tupiniquim . O Brasil,  que ficaria assim ordenada  e bem hierarquizada.
Primeira casta. Nesta categoria estariam os mandatários da nação. Entre eles entram membros dos três poderes : Executivo, Legislativo e Judiciário. Nessa categoria entrariam também os muitos ricos. Notadamente se donos de grandes empreiteiras de carnes e de infraestrutura cujos donos andassem de jatinhos e fossem amigos de membros dos três poderes.
Segunda casta. Nesta classe entrariam os executivos de empresas estatais ou privadas e os parlamentares de 2º escalão como deputados e senadores, subentendido , aqueles políticos responsáveis, na Câmara e Senado, pelos orçamentos de obras e construção com dinheiro do Estado. São os custos de arenas de futebol (o Itaquerão  do corinthians por exemplo) , rodovias ,sondas e estaleiros da Petrobras. Obras e construções de onde saem dutos de próprias para os corruptos do Estado. Além, de derivados de petróleo roubados por crime organizado, ante um Estado sem organização .
Terceira casta. Nesta categoria entrariam as autoridades em geral do 1º escalão, que seriam os representantes do Judiciário, de polícias estaduais ou federal. Também  os segundos ricos, criadores de gado e altos comerciantes. Nessa casta dois critérios são fundamentais. O status profissional (ex juízes, desembargadores) ou o econômico-financeiro, movimentação de dinheiro, de preferência muito dinheiro.
Quarta casta . Seriam funcionários públicos dos vários governos e políticos menores, gestores de autarquias, pequenos empresários e mesmo autoridades civis e militares de 2º ou 3º escalões.
Quinta  casta. Seriam os outros fora das castas anteriores. Não havendo impedimento que alguém desta classe de gente ascendesse às  4  categorias anteriores. . A constituição não o proíbe. Nessa 5ª categoria  estariam por exemplo os rebanhos de eleitores, que a cada dois ou quatro anos escolhem os próprios representantes para o executivo e legislativo da união e dos Estados. Nessa classe de pessoas estão  até os desempregados e os com direito, mas sem nada, sem casa, sem assistência médica, sem escolas, sem segurança, sem as garantias citadas na constituição. Os desempregados( 14 milhões de momento) , analfabetos absolutos e funcionais e uma galera menor de informais e ambulantes compõem  essa camada de pessoas,  como que os párias da sociedade.
Enfim, que tal a minha inoportuna PEC, proposta de emenda das castas? Julho/2017

Estadistas honestos

PROCURAM-SE ESTADISTAS E POLÍTICOS HONESTOS
João Joaquim  

Os fatos e ocorrências em nossos tempos andam tão atrapalhados e esquisitos que há pessoas que até se enojam em comentá-los. E eu me incluo dentre esses. Todavia, não podemos também fugir a essas crises porque é justamente delas que surgem as soluções para um país e uma sociedade melhores.
Todos os críticos, jornalistas e ativistas de variadas classes têm expressado que o Brasil se encontra na mais dramática crise de toda a sua história. Alguém menos atento aos fatos e à nossa historiografia poderia se arvorar e lembrar de nossa guerra contra o Paraguai no final do século XIX (1860-1870), um verdadeiro massacre e genocídio contra aquela nação.
Poderiam ser lembradas as epidemias de febre amarela e tifo no inicio do século XX (1905).  Ou ainda a ditadura militar (1964-1985). Mas, o contra-argumento é enfático e direto, essas referidas crises foram de uma única natureza. Na guerra do Paraguai por exemplo foi uma crise de segurança e de soberania nacional que resultou também para o Brasil em uma crise econômica e humanitária. Embora vencedor do conflito, nosso país foi dilacerado em perdas de vida e na economia. Nas epidemias a população sofreu com a insegurança sanitária. Não se tinha antibióticos, saneamento de água e outros insumos sanitários. Vacinas, eram poucas.
Se fizermos uma comparação de nosso período democrático com a ditadura militar (de 1964-1985) concluiremos que naquele regime não tínhamos os direitos e a liberdade de hoje. Entretanto não havia crise ética, moral e econômica.
Estamos vivendo dias e anos que por mais que queiramos não temos condições e clima para nos alienarmos da situação vivida pelo país. E eu apresento um dentre outros motivos. Todos inescapavelmente foram e estão sendo vítimas da recessão econômica que se instalou no país há quase uma década. Crise econômica que trouxe de roldão o desemprego (são cerca de 14 milhões os desempregados), a inadimplência, a falência de muitas empresas e insegurança social. Fala-se até em insegurança alimentar, estamos nos venezuelando( verbo derivado da Venezuela), uma ditadura com apelido de Democracia.
Uma crise gera outra crise. Torna-se um círculo vicioso ou efeito dominó. Desde a reeleição de Dilma Rousseff (2015) instalou-se a instabilidade política. Os esquemas de corrupção com participação de políticos e empresários solaparam as economias de estatais (caso da ou do Petrobras) e do próprio país. Pior do que essas crises política e econômica são  as de natureza ética, moral e de confiança nos governantes e nas instituições públicas.
Eu fico a imaginar os homens públicos que temos hoje e em alguns estadistas e vultos históricos do passado (com perdão da redundância). E assim recordar de alguns desses verdadeiros filhos pródigos e patriotas.
O que diriam ou sentiriam alguns desses baluartes de nossa pátria e que muito fizeram pelo país, sem o menor deslize ou desatino que tisnasse a sua biografia? Vamos imaginar por exemplo um Dom Pedro II ! Um Ruy Barbosa. Mais recentemente um Juscelino Kubitschek, um Mário Covas ou um Tancredo Neves. Quanta tristeza e frustração não sentiriam todos esses grandes brasileiros se vissem os fatos e feitos de seus pares de agora! Numa força metafórica, eles devem estar se contorcendo nos respectivos túmulos .
Enfim e ao término dessa crônica, o nível de desqualificação, descrédito e denúncias contra os políticos são tamanhas e de natureza tão grave que fica difícil escolher algum parlamentar com aptidão moral e ética para ser governador de estado (unidade da federação) ou presidente do Brasil.
No caso por exemplo do afastamento do atual Michel Temer (cassação de mandato ou impeachment). Quem reúne os qualificativos e aceitação popular na sucessão presidencial? Pelo que temos no mundo político, não há ninguém que seja de consenso. Se permitido fosse, poderia se pensar em importar algum candidato. Mas é inconstitucional.
Em sendo assim eu tenho uma sugestão: ou me aceitem como candidato (prometo manter minha candura, por isso me sinto cândido e candidato) ou importemos alguém de outro país. Sugiro alguém da Suécia, da Suíça, da Islândia, ou até mesmo da Groelândia. Nessas nações pouco se sabe o que é corrupção e caixa 2. E propina é só um gorjeta doada ao garçom. julho/2017

Eu e Deus

NEM TUDO SE DEVE A DEUS
JOAO JOAQUIM

Conta-nos a narração bíblica da criação do mundo que até Deus trabalhou duríssimo para a conclusão se sua monumental obra. Até Deus, imagine. Acabada   a sua obra, veio-lhe a mais divina de suas criações, o próprio homem. No tocante ao seu maior engenho, o universo (talvez não um, mas multiversos   ) Ele laborou durante 6 dias. Ao final , Ele se deu o direito de um dia de descanso, o domingo, do latim dies dominicu, dia do senhor. 
Não é sem razão que muitas seitas religiosas e tradições têm o 1º dia da semana, domingo, como um dia santo, em que além de reservado ao descanso é também dedicado aos ritos religiosos, missas, cultos, celebrações e toda devoção a Deus.
Concluída então a sua maior e preeminente obra, entendeu  o criador que precisava de alguém que administrasse esse feito épico, essa divina epopeia . Se não todo o cosmo , ao menos o planeta Terra. Porque aqui em princípio, foi o planeta escolhido para o acolhimento de todos os outros animais. Mas, enfim que bicho, que animal iria ter uma atuação de liderança, para gerenciar toda a natureza, suas riquezas e toda a bicharada. Aí que estava mesmo a maior charada. Não podia ser um elefante, um dinossauro, ou uma anta qualquer. Foi então que nosso Deus teve aquela centelha (divina por sinal), aquele “insight”. Cogitou então o criador”. Eu concebo um animal (de animus, alma), que seja bípede, racional, inteligente e criativo; e que possa reinar superior aos outros irracionais”.
Assim concebido, assim foi criado. No princípio, para todo regalo, deleite e plena felicidade da criatura, esculpida à imagem e semelhança do próprio criador. Deus fez surgir também o Éden, aqueles campos e prados elísios. Um paraíso da mais almejada bem-aventurança. Era como que o panteão dos santos, heróis e justos. Entrementes, como uma cláusula  de barreira, havia uma árvore, cujo fruto era proibido. Era como que um segredo de Deus. Algo como que o sabor da sabedoria. Deus tinha esse sagrado direito, não dar todo o conhecimento e revelação ao homem.  Era ter um pouco de sabor daquele apetitoso fruto e ter-se-ia a máxima sabedoria, todo o saber dos segredos da vida.
A sequência é de todos agora sabida. Entre os bichos, tinha lá a tal da serpente, pérfida e maliciosa. Ela se acerca da Eva, companheira e cônjuge de Adão. “Que nada, prove dessa fruta e o segredo da vida e do universo, virá ao seu  conhecimento”. Inocente e sem malicia, Eva foi aliciada e caiu na esparrela de pecar e comer o fruto proibido. Resultado, foram-se para água abaixo toda aquela  pureza, a eterna ventura e bem-aventurança.
A maior e pior consequência dessa desobediência de Eva foi o chamado pecado original. Acabou-se ali o que era doce e terno. Todos tiveram que passar a trabalhar com transpiração e inspiração para o próprio sustento. Essa foi a pena imputada pelo criador a todas as suas criaturas. “Labor, laborai todos para o vosso sustento, seja de dia ou de noite, com chuva ou com sol. Vivereis com o pão e com o suor de vossos rostos.
O que remanesceu de bom e útil é que Deus, de sua infinita onisciência e vontade não esvaiu ou espoliou o ser humano  de sua razão, alma e inteligência. Foram mantidas em cada pessoa essas centelhas divinas, essas chamas que dão sentido de humanidade a todas as criaturas de Deus.
Santas e divinas razão e inteligência. Porque através delas o homem e a mulher podem prover o próprio sustento. É tudo isto! Porque Deus tendo outras lidas e atributos maiores delegou ao homem o condão, a condição de inteligente. Assim, com a aptidão, força e criatividade para muitos feitos, sem de Deus precisar para  tudo. O que se tem de concreto é esta diretriz. Vamos deixar para Deus só aquilo que nos é impossível. Portanto aquele hábito e reco-reco de tudo ter sido feito e conseguido  graças a Deus tem que ser relativizado . Nem sempre tal hábito  verte  razão. Graças também à própria pessoa que já tem essa prerrogativa concebida pelo próprio Deus do discernimento, do racional e da inteligência.  Assim muitos coisas que fazemos podemos lembrar Graças a mim e a Deus. Tipo aquele sujeito que volta e meia tem um utensilio, um automóvel, um traste utilitário, e tem-se lá um dístico, um mote “ presente de Deus”. Será . Deus não tem nenhuma pretensão material para nós, o que ele nos quer dar , isto sim/ é a garantia, se assim o merecermos, a morada no Paraíso, no céu , quando findada nossa jornada nessa Terra. Aqui sim, se Deus quiser. E ele há de querer o meu e o seu ingresso em sua morada. Julho/2017

Cachorros na rua

CACHORRO NÃO É BURRO MAS EMPACA
João Joaquim  

Eu trotava pelas ruas de Belo Horizonte MG( caminhada ) quando, de súbito, deparei-me com um pequeno cenário que se dissesse que fora inopinado não estaria fazendo imagem nem estilo. Isto porque além de não tão raro, ele pode mesmo se suceder pela natureza bravia e resistida do animal. Vamos aos fatos. No meio-fio havia uma dona ( suposta proprietária) de dois cães, animais que a mulher  puxava pelas coleiras. Na verdade um cão e uma cadela, um da raça labrador, o outro sem raça, o popular vira-lata, neste caso a vira-lata. O  que de inusitado ocorreu foi que os dois bichos estavam empacados. Eu suponho que um se embirrou e não queria passear. A cadela foi induzida e também se empacou. Dois pets empacados na rua, e a dona estática sem saber o que fazer.
A gente sabe por natureza e rebeldia que quem empaca e não anda é asno. Agora eu sei que cachorro não é asno mas também empaca. Assistindo àquela cena veio-me o ímpeto em parar em socorro à dona. Mas, ato contínuo ,refleti que eu poderia ser atacado pelos animais  e continuei minha jornada. Ainda assim pude tirar daquela inesperada ocorrência algumas assertivas do bicho-homem condutor e dono de todos os demais animais classificados de irracionais, classificação essa  sem muita razão, penso eu. O humanos racionais e os outros irracionais. Ora essa!
Uma mulher e seus dois bichões de estimação, mas empacados. Digo bichões  porque ,além dos portes grandes, eram obesos os bichos; em semelhança com o próprio biotipo da dona. O que representavam aquelas criaturas empacantes na vida da própria dona? Em seguida  me vêm a cabeça alguns qualificativos : estrovenga? trambolho?, estrupício?  estorvo? embaraço? trangalho? Chega! São muitos os qualificativos possíveis!
Quantos são os estrupícios na vida de uma pessoa? Quantos deles são possíveis? São muitas as variantes. Por definição temos que trambolho ou estrupício se constitui num ente concreto ou abstrato que traz alguma dificuldade, sofrimento, privação, humilhação, trabalho, ônus entre outros efeitos negativos na qualidade de vida e relações sociais.
No sentido de concretizar, robustecer e aclarar as assertivas do que seja um estrovenga ou embaraço tomemos o exemplo de alguns bens pessoais. Imaginemos o sujeito com um automóvel em idade de sucata, de 20 anos, 30 anos de uso. Além de um trambolho com ônus em sua precária manutenção, tal bem (patrimônio automóvel) representa na verdade um mal, e um risco à integridade física e à vida desse dono( dona).
No campo abstrato. Imaginemos agora um sujeito, um pai de família ou mãe de família, ou dois pais ou duas mães de família. Enfim, não importa. Ia me esquecendo que a conformação de família mudou muito com as chamadas uniões ou casamentos homoafetivos. São tempos modernos, com legislações avançadas.
No caso então de uma dessas pessoas, a pretexto de se mostrar bem apessoada ela começa a adquirir bens duráveis e perecíveis através de crédito e financiamento bancário; ou através do cartão de crédito (na verdade cartão de dívida, olhe o engodo). Que ironia do marketing capitalista e consumista, o sujeito contrata um cartão de “ crédito” que pode lhe trazer a pior das dívidas , porque ou se paga, ou se tem os bens alienados e a vida arruinada.
Com o passar do tempo tais expedientes podem se tornar em autênticos trambolhos e empecilhos na vida dessa pessoa. Tais compromissos têm tudo para arruinar a vida do devedor inadimplente e sua família. Tais estrupícios, voluntariamente contraídos, podem derreter a harmonia familiar e conjugal.
Um outro estrupício ou autêntica estrovenga que a pessoa pode adquirir se dá no campo concreto nas relações conjugais. Quantas pessoas não representam autênticos trambolhos e embaraço na vida de outra pessoa! Temos exemplos aos milhares pelo Brasil e pelo mundo, de indivíduo que, uma vez acabado o namoro ou casamento se julga inconformado, abandonado e parte para perseguição, assédio moral, alienação parental, quando não raro, comete feminicídio ou homicídio, pelo ciúme doentio em não aceitar a separação conjugal. São indivíduos insanos e autênticos trambolhos conjugais na vida e liberdade da outra pessoa.
Enfim, são esses os trambolhos mais encontradiços nos tempos modernos. A aquisição (contração) de dívidas impagáveis em nome de um status ou vaidade pessoal; a aceitação de uma relação conjugal de alto risco, seja na perda da autonomia ou liberdade pessoal;  e naquele expediente tão comezinho e da moda de se criar um animal de estimação que, às vezes, traz negatividade, risco à saúde, ônus no seu cuidado, um ladrador  estorvo e empecilho até nas relações sociais com outras pessoas e no direito de ir e vir. 
Agora reconheçamos em alto e bom som, trata-se de questão pacificada, líquida e correta, cada qual tem o direito de ter os estrovengas ou trambolhos que bem lhe aprouver e ponto de exclamação  ou final !   Julho/2017.   

Comer e viver...

COMER PARA VIVER OU MORRER DE COMER. EIS A QUESTÃO  
João Joaquim  

Muitas são as latrias de que padece a pessoa humana. Para contextualizar, o verbete latria vem do grego latreía ou latim tardio latria. Tem o significado de culto a um ente qualquer. Na origem designava apenas culto a uma divindade, a um santo.
Com o passar dos séculos a semântica deu à palavra uma ampliação de significados. Assim temos que latria refere-se também àquele amor, gosto, apego exagerada a um objeto, a uma pessoa, a um artista, a um personagem ou até mesmo aos alimentos. Como exemplos podemos mencionar a idolatria, a alcoolatria, a chocolatria, a narcolatria( drogas ilícitas ) e até a egolatria. Neste caso nada mais seria do que o indivíduo se apaixonar por si mesmo. Este auto-sentimento é também denominado de narcisismo, autofilia, autocontemplação ou amor próprio. Ou seja ,é autoestima para lá da Indochina e aquém do Hindostão.
Assim muitas são as latrias que podem acometer o indivíduo. Uma em especial vem merecendo estudos e foco da comunidade de cientistas e profissionais de saúde e das ciências médicas. De poucos ainda compreendida na sua inteireza, a fagolatria ainda constitui um daqueles enigmas do comportamento e reflexos dos ser humano. Por definição a fagolatria é como uma atração ou desejo exacerbado por alimento. Ela pode ser aquela compulsão inespecífica, ou seja o fagólatra tem uma tendência por ingestão desregrada e irracional de qualquer alimento. Temos também a fagolatria seletiva. Condição em que o sujeito tem um apetite ou desejo exagerado para determinado alimento. Quando essa impulsão mórbida é para bebidas alcoólicas ela recebe o nome de dipsolatria(dipsomania) ou metomania. Popularmente recebe o nome de alcoolatria ou alcoolismo. É comum a associação da fagolatria com a dipsolatria.
No concernente às causas, os estudos e ensaios clínicos vêm propondo que há uma predisposição genética e um fator social e comportamental . O que parece é que há uma interação poligênica com o fator ambiental e meio social onde se acha inserido o paciente. De forma que um fator atua reforçando o outro.
Um fator ambiental que tem ganhado relevo na era das comunicações (televisão, internet, redes sociais) refere-se ao marketing ou propaganda de uma infinidade de alimentos e bebidas. O apelo ao consumo alimentar vem tendo efeitos devastadores na saúde do consumidor. Comer e beber se tornaram hábitos associados ao prazer, à satisfação tão ancestral da fome. Nos primórdios da civilização o indivíduo comia para sobreviver e se nutrir. Hoje se come num  impulso de satisfação instintiva do paladar. “Do comer para viver se passou ao viver para comer”.
As consequências da fagolatria e da dipsomania (dipsolatria) são a obesidade, as elevações lipidêmicas (colesterol, triglicérides), o diabetes tipo II e a síndrome metabólica com os seus graves riscos para as doenças cardiovasculares.
Os distúrbios da fagolatria e da dipsolatria se tornaram muito prevalentes na era digital ou pós-internet. A instantaneidade, facilidade e celeridade das informações se tornaram marcas dessa chamada hipermodernidade. Comer e beber de forma desmedida e compulsiva se tornaram hábitos e cultura de socialização.  Em outro contexto e circunstâncias, a farra e prazer na ingestão do alimento , se converteram   em fatores de recompensa e fuga da ansiedade e do estresse da vida competitiva e rápida de nossos tempos.
Uma tese que ganha muita adesão é de que a fagolatria tem uma origem  em nossa ancestralidade (ancien phagein). O homem primitivo (idade das cavernas) tinha escassez de alimento. Quando o obtinha estava esfomeado e esquálido. O instinto de sobrevivência o impelia a empanturrar e empanzinar de proteína animal. À  semelhança de outras selvagens ferozes. Aliás, é o que fazem muitos dos predadores nas selvas e savanas africanas de hoje ( leões, lobos, hienas). Frente ao exposto o que se tem de certo é que a fagolatria e a  dipsolatria se tornaram de difícil tratamento, vez que envolve comportamento com muita influência de marketing, dos apelos  de mercado e da  indústria de alimentos. Mas, não se pode desprezar essa herança ancestral, de nossos primórdios, de nossa ascendência das cavernas, do homem primitivo.
O que os estudos e ensaios clínicos preconizam são atitudes e expedientes preventivos dos pais, das famílias e escolas com os filhos e alunos desde a primeira infância. A educação higiênica e alimentar deve integrar a educação global da criança tornando-a um cidadão e cidadã consciente com sua saúde e com o meio ambiente.  Julho/2017.

Alimentos - História

A HISTÓRIA DA RELAÇÃO DO HOMEM COM OS ALIMENTOS
 João Joaquim  

A  relação do homem com os alimentos vem de priscas épocas. Alguém pode ver nesta frase uma certa tautologia. Decerto o homem tem nexo com o alimento desde o nascimento, seja de forma ontogenética ou filogenética. O que se busca com essa abordagem é mostrar como se deu essa evolução do bicho-homem com todo meio de subsistência nutricional.
Nos albores da história da humanidade as fontes de alimentos eram escassas e de difícil acesso. No que concerne aos vegetais, pode-se afirmar: muitas eram as opções de frutas, folhas, legumes e grãos. Tudo era natural e orgânico. E quanta vantagem! Não havia os tais agrotóxicos nem os tais dos geneticamente modificados. O certo é que a concorrência com a fauna (animais selvagens) era enorme. Mas, havia abundância de vegetais, por isso o equilíbrio era certo.
Uma questão complicada era a proteína animal. Isto em se tratando do homem primitivo ou das cavernas. Porque no abate de animais selvagens se empregavam as próprias forças ou ferramentas rudimentares da própria natureza. Pedra , arco e flecha, e armadilhas na caça e pesca, eram estas as ferramentas utilizadas. Enfim a busca por carne animal ou pescado era árdua e de alto risco. Ora o homem era caçador, ora se tornava caça de muitos predadores.
Já dando um grande salto para a idade média e desta para a moderna, muito se evoluiu em se tratando da ligação do homem com suas fontes nutricionais. Vieram a mecanização e o vasto emprego de ferramentas mais modernas. A produção agropecuária ganhou outro destaque na vida dos rurícolas e agricultores. Com o emprego do arado e adubos orgânicos (estercos) e químicos houve avanços na produtividade e qualidade na produção agrícola.
Saindo da produção agrícola com o emprego de ferramentas e mecanização, com a utilização de arados motorizados, semeadeiras e colheitadeiras chegamos na era da indústria alimentícia. E esta é o foco principal da presente matéria. Falar em revolução industrial alimentícia se torna imperativo trazer à lembrança a teoria malthusiana, do britânico T.R . Malthus (1766-1834).
Esse importante escritor e economista do século XIX afirmou que a fome e a miséria só seriam minimizadas com um rígido controle de natalidade e com abstinência sexual. De certo modo tinha razão o cientista porque em muitos países subdesenvolvidos a insegurança alimentar, a fome e a subnutrição constituem graves questões para esses povos. São nações com precárias políticas em se tratamento de planejamento familiar e controle de natalidade.
Agora ,  em se falando de países terceiro-mundistas e emergentes como o Brasil. A verdade real é que alimentos existem para todos em todos os  tempos. Pelas estatísticas do governo temos cerca de 14 milhões de desempregados. Se contar o número de subempregados e informais, essas cifras de pessoas atingem no mínimo 25% da população, ou mais de 50 milhões de bocas para alimentar.
 Enfim, a verdade real é que se produzem muitos alimentos, mas, da colheita até o consumidor se perde quase 40%. Perdas que dariam para alimentar de forma satisfatória a todos os brasileiros.
Uma outra gravíssima questão , que se mostra de muita insensatez ou sandice mental se refere ao grupo de pessoas de melhores posses e capacidade aquisitiva. Essa classe de pessoas tem no alimento, e nas bebidas uma fonte de alegria, prazer e “felicidade”. Elas comem muito mais do que o necessário, o exigido para o aporte nutricional. Disto resulta a epidêmica e mórbida obesidade. Se na África temos os desnutridos, aqui no Brasil temos os disnutridos ou os dismórficos corporais( prefixo dis com sentido de disfunção, doença). O nutrólatra ou o fagólatra  come tanto e desmedidamente que se torna em obeso dismórfico. Aí nem lipo, nem bariátrica resolvem porque as artérias e o coração estão cheios de gordura e colesterol.
O que adiante retirar a casca( nas cirurgias plásticas ) se o miolo e  o cerne da pessoa( coração e artérias ) estão repletos de placas de gordura e colesterol. Nesse caso o infarto é só uma questão de tempo. Que triste !  AGOSTO /2017. 

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...