sábado, 30 de setembro de 2017

BLASFÊMIA E IGNOMÍNIA

 NO MÍNIMO DE MUITO  MAU GOSTO E  IGNÓBIL
João Joaquim  

Eu tenho certeza de que nenhum fato anterior causou tanto espanto e estarrecimento nas pessoas do que esses de nosso mundo político do Brasil. Aliás, fatos político-policiais. São ocorrências dantescas porque interessam a todas as instâncias de autoridades máximas do país. Entre estas, polícia federal, ministério público, tribunais superiores e autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Como  constam de denúncias e inquéritos do MPF, o país hoje está tomado pelas quadrilhas organizadas. São os “quadrilhões” ou cartéis oficiais,  formados por presidente da república, ministros em atividades , ex-ministros , ex   parlamentares. Os nomes são muitos e constam de todos os sites de notícias. Omito aqui os atores, e lembra-los me causa asco e engulho. Já bastam-me outros enjoos e amuos da vida.
O cartel criminoso é tão grande que deixa à margem outros fatos perversos, que em outros tempos, não seriam minimizados. Nesse contexto, trago como exemplo um desses tais que causou-me repulsa e um certo mal estar. Trata-se da exibição de uma peça teatral denominada “o evangelho segundo Jesus, rainha do céu”. Conforme resumo oficial da companhia teatral do serviço social do comércio (SESC) de Jundiaí-SP,  a peça é uma adaptação brasileira da autora e dramaturga escocesa, a transexual JO Clifford.
Nessa dramaturgia a figura de Jesus é encenada, numa versão moderna, como uma figura transexual feminina;  como se deduz do próprio título (rainha do céu). A atriz  transexual Renata Carvalho é a personagem da versão tupiniquim.
A peça foi suspensa de exibição a pedido da advogada Virgínia Bossonaro Rampin Paiva, contra o Sesc de Jundiaí . A 1º vara cível de Jundiaí-SP acatou o pedido e determinou  a suspensão da mostra da peça teatral. Na decisão final, o juiz Luiz Antonio de Campos Júnior argumenta que “as circunstâncias jurídicas alegadas corroboram o fato de ser a peça em epigrafe atentatória à dignidade cristã, na qual Jesus Cristo não é uma imagem e muito menos um objeto de adoração apenas, mas sim o filho de Deus”. A ofensa se dá no mínimo aos cristãos e mesmo para aqueles que respeitam pessoas e símbolos sagrados. Além de injúria a esse personagem divino e histórico. 
Continua o magistrado: “não se olvida a liberdade de expressão”, mas o que não pode ser tolerado é o desrespeito a uma crença, a uma religião; enfim a uma figura venerada no mundo inteiro”.
“De fato, não se olvida da crença religiosa em nosso Estado, que tem Jesus Cristo, como o filho de Deus. Em se permitindo uma peça em que esse homem sagrado seja encenado como um travesti, com  toda evidência, caracteriza-se ofensa a um sem-número de pessoas.
A diretora da peça, Natalia Mallo, pelas redes sociais ainda tentou justificar. Disse ela: “Afirmar que a travestilidade da atriz representa em si uma afronta à fé cristã ou concluir que é um insulto a imagem de Cristo é, do nosso ponto de vista, negar a diversidade da experiência humana; ” cria-se categorias onde algumas experiências são válidas e outras não, algumas vidas têm valor outras não”.
No mínimo é tentar justificar o injustificável. Minha opinião como articulista; Independentemente da religião do autor que aqui subscreve, tal polêmica aqui levantada poderia no mínimo ter sido evitada. Têm razão os seguidores direitistas do movimento Brasil livre (MBL), têm razão os cristãos, têm razão pessoas de qualquer religião, a até os ateus e agnósticos, com bom senso ético; e mesmo de convivência e respeito a diversidade cultural, mística e religiosa. 
Têm razão  também a advogada que impetrou a ação e a Justiça que proibiu a exibição desse teatro (peça). É no mínimo uma criação de mau gosto, de mau caráter, desde a peça original da canadense JO Clifford.
Que direito assiste a qualquer autor, sendo ele crente em determinada religião , ou sendo ateu,  em caricaturar ou blasfemar um símbolo ou nome sagrado de certa denominação religiosa? Que direito assiste a qualquer autor, ator, criador em criar tamanha polêmica , para determinados setores da sociedade?  Como se sentiria um islamista, um budista ou xintoísta vendo um ícone de sua fé religiosa sendo encenado como uma personagem, sujeita a preconceito ou intolerância . Intolerância e preconceito é igual a feiura e diabetes, não têm cura e faz parte do comportamento e atitude de muitas pessoas, da mente e critica de grande parte de pessoas, de muitos segmentos sociais e culturais. 
Tal iniciativa, dessa campanha teatral do Sesc de Jundiaí-SP, foi no mínimo, de baixa criatividade intelectual e artística; e em máximo desrespeito e deselegância com os cristãos e outros adeptos de outras religiões; e com aqueles que isento de razão religiosa são cultores de boa ética e respeito aos símbolos sagrados e místicos.
Vamos imaginar como argumento final para os autores dessa peça em tela. Imagine se alguma companhia teatral encenasse um drama, representação qualquer, tendo como “ homenagem” a mãe, o pai, ou os próprios autores de tal peça, no caso a escritora J0 clifford, a diretora Natalia Mallo. Será que elas iriam aplaudir ou protestar ?  Eis a questão. Ao que sugerem tais criações , de tais companhias e autores e atores, liberdade de expressão parece muito normal quando envolve a vida alheia, senda essas vidas de ícones sagrados ou de pessoas fora de seus laços genéticos e familiares.

Em Porto Alegre, foi fechada uma mostra do  Santander Cultural, de nome Queermuseu . Foi a reação da instituição ao movimento de protesto de entidades e pessoas que avaliaram a exposição como ofensiva, por razões que vão de "blasfêmia" no uso de símbolos católicos à difusão de "pedofilia" e "zoofilia" em alguns dos trabalhos expostos. Ou seja, estão  faltando bom senso e boa criatividade no mundo artístico.  No mínimo .       Mas, atenção! -  tanto a peça, como o Queermuseu, continuarão a ser exibidos, não tão ostensivos. Há gente que quer ver, é livre.  Setembro//2017.   

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

CRIMES JOVENS

OS CRIMES INFANTOJUVENIS VEM DA MÁ EDUCAÇÃO FAMILIAR E DAS DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS OMITIDAS PELAS FAMÍLIAS

João Joaquim 


Uma questão social e comportamental que tem preocupado as famílias e a sociedade tem sido o envolvimento de adolescentes e jovens na prática de crimes contra a vida. São ameaças, lesões corporais e a consumação de muitos desses delitos. Muito tem se discutido sobre tais questões. O que representa o bullying nesse contexto? Os jogos eletrônicos de violência;  o consumo de drogas ilícitas; O papel da chamada educação familiar; e as doenças psiquiátricas.
Na digressão desta temática e para facilitar nosso raciocínio, vamos dividir tão grave questão em dois módulos, a) as causas socioeducativas e b) as causas por distúrbios patológicos do comportamento /ou os transtornos  psiquiátricos.
No conceito  de educação não custa relembrar que o homem é fruto do meio social onde nasce e vive, onde é educado, enfim ,onde recebe as primeiras impressões sensoriais que o marcarão para sempre.
Em matéria tão importante ficam aqui as teses do empirismo de Francis Bacon( 1561-1626) John Locke(1631-1704) e David Hume(171-1776). Esses três grandes filósofos contrariam as teorias de Platão e de Renê Descartes para os quais o indivíduo já nasce com ideias inatas (teoria do inatismo).
Ora, torna-se de fácil entendimento, conforme explica John Locke, que a criança ao nascer tem o seu cérebro comparado a uma lousa em branco (tabula rasa). É bem perceptível que o aprendizado mais rudimentar e a linguagem são dominados de forma repetitiva e paulatina. E assim ocorre com toda percepção sensorial, com todo o comportamento social e aquisição dos conhecimentos que são dispensados e propostos a essa pessoa em formação, por isso criança (de criar, criantia).
Com fundamento nessas premissas da vida cotidiana de cada família, de cada pessoa, torna-se de fácil e simples aceitação que o indivíduo é fruto sobretudo de sua educação de berço, dos pais, dos cuidadores, de seus primeiros referenciais que são esses parentes. Que sejam na maioria das vezes o pai e/ou a mãe, os avós ou outros cuidadores e responsáveis. Não importa quem educa !
O que se tem de certo e muito robusto é que esses primeiros responsáveis, criadores e tutores inscreverão, gravarão, plasmarão e determinarão se essa cria, essa criança trilhará o caminho do bem, do mais ou menos bem, ou do mal. Cumpridas todas essas diretrizes na educação de uma criança até a idade adulto, se ela se desviar de uma conduta honesta e cidadã, provavelmente essa pessoa tem alguma doença social, comportamental ou psiquiátrica. E as estatísticas e censos são incapazes dessa quantificação por culpa das próprias famílias que omitem ao máximo tais casos  pelo estigma e preconceito que esses transtornos trazem.
Uma outra tese que temos que admitir é que a criança é uma semente em potencial para o bem ou para o mal. Ela se inclinará para um ou outro polo a depender dos estímulos recebidos. Ou seja, do processo educacional iniciado na fase do berço e da chupeta. As escolas e seus métodos pedagógicos terão um papel complementar, sobretudo na imposição de disciplina e limites, no ensino de ética e honestidade.
Quanto à violência e crimes relacionados com bullying. Trata-se de uma forma de discriminação, de preconceito em enxergar no outro algum detalhe ou diferença anatômica, um comportamento ou gestual discordante com o “padrão”. Vale ressaltar que muitas vezes tal reação de rejeição do outro vem de um comportamento familiar. Nenhuma criança ou adolescente traz esse comportamento inato, gravado nos seus circuitos cerebrais. Ele é um comportamento aprendido de casa. Ninguém nasce com a vocação da rejeição.
Quanto aos games e jogos com teor de violência; como exemplo o ainda praticado jogo da baleia. Trata-se da maior insanidade e demente permissão a um adolescente ou jovem. Uma bestialidade e insensatez no rosário de besteiras que oferece o mundo dos games e jogos eletrônicos.
Que diversão demoníaca é essa onde o jovem é desafiado ao suplício, a automutilação, culminando até ao suicídio? Só mesmo na mente de um criador psicopata e mentecapto poderia se concretizar tal invenção, deveria se possível ser segregado do convívio social porque está a serviço do crime, da violência e deturpação das mentes dos usuários dessa monstruosidade “ lúdica”.
Por fim as questões de violência e crimes tendo como causa as doenças comportamentais  e psiquiátricos. É bem sabido e certo que toda psicopatia traz um enorme estigma social.
A própria depressão e o transtorno de ansiedade já trazem em si uma rejeição, uma omissão, uma subnotificação, por culpa dos familiares de seu portador. São doenças muito prevalentes e que geram um certo preconceito no meio social e profissional do portador.
Agora, imaginemos as doenças psiquiátricas de maior impacto social e emocional e de pior prognóstico. São os diagnósticos por exemplo de uma esquizofrenia, transtorno bipolar, personalidade psicopática. São distúrbios psiquiátricos que as famílias não aceitam nos seus sintomas iniciais. Muitos casos só se tornam conhecidos e tratados após algum episódio de grave agressão física ou assassinato.
Um portador de  esquizofrenia ou de conduta antissocial tem o mesmo potencial pernicioso e de violência que um pedófilo ou estuprador. Será que alguém em sã consciência tem dúvida da mente patológica desses tipos aqui referidos. De igual forma  com aquele que comente feminicídio motivado por um ciúme doentio, como assistimos tanto em nossos dias e noticiados nos jornais, redes sociais e televisão.
A biologia, a psicologia e a psiquiatria não podem mais duvidar dessa triste realidade que, às vezes, é  subestimada e subnotificada pelas famílias e cuidadores.   Agosto/2017

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ALIMENTOS....ORIGEM

A HISTÓRIA DA RELAÇÃO DO HOMEM COM OS ALIMENTOS
 João Joaquim  

A  relação do homem com os alimentos vem de priscas épocas. Alguém pode ver nesta frase uma certa tautologia. Decerto o homem tem nexo com o alimento desde o nascimento, seja de forma ontogenética ou filogenética. O que se busca com essa abordagem é mostrar como se deu essa evolução do bicho-homem com todo meio de subsistência nutricional.
Nos albores da história da humanidade as fontes de alimentos eram escassas e de difícil acesso. No que concerne aos vegetais, pode-se afirmar: muitas eram as opções de frutas, folhas, legumes e grãos. Tudo era natural e orgânico. E quanta vantagem! Não havia os tais agrotóxicos nem os tais dos geneticamente modificados. O certo é que a concorrência com a fauna (animais selvagens) era enorme. Mas, havia abundância de vegetais, por isso o equilíbrio era certo.
Uma questão complicada era a proteína animal. Isto em se tratando do homem primitivo ou das cavernas. Porque no abate de animais selvagens se empregavam as próprias forças ou ferramentas rudimentares da própria natureza. Pedra , arco e flecha, e armadilhas na caça e pesca, eram estas as ferramentas utilizadas. Enfim a busca por carne animal ou pescado era árdua e de alto risco. Ora o homem era caçador, ora se tornava caça de muitos predadores.
Já dando um grande salto para a idade média e desta para a moderna, muito se evoluiu em se tratando da ligação do homem com suas fontes nutricionais. Vieram a mecanização e o vasto emprego de ferramentas mais modernas. A produção agropecuária ganhou outro destaque na vida dos rurícolas e agricultores. Com o emprego do arado e adubos orgânicos (estercos) e químicos houve avanços na produtividade e qualidade na produção agrícola.
Saindo da produção agrícola com o emprego de ferramentas e mecanização, com a utilização de arados motorizados, semeadeiras e colheitadeiras chegamos na era da indústria alimentícia. E esta é o foco principal da presente matéria. Falar em revolução industrial alimentícia se torna imperativo trazer à lembrança a teoria malthusiana, do britânico T.R . Malthus (1766-1834).
Esse importante escritor e economista do século XIX afirmou que a fome e a miséria só seriam minimizadas com um rígido controle de natalidade e com abstinência sexual. De certo modo tinha razão o cientista porque em muitos países subdesenvolvidos a insegurança alimentar, a fome e a subnutrição constituem graves questões para esses povos. São nações com precárias políticas em se tratamento de planejamento familiar e controle de natalidade.
Agora ,  em se falando de países terceiro-mundistas e emergentes como o Brasil. A verdade real é que alimentos existem para todos em todos os  tempos. Pelas estatísticas do governo temos cerca de 14 milhões de desempregados. Se contar o número de subempregados e informais, essas cifras de pessoas atingem no mínimo 25% da população, ou mais de 50 milhões de bocas para alimentar.
 Enfim, a verdade real é que se produzem muitos alimentos, mas, da colheita até o consumidor se perde quase 40%. Perdas que dariam para alimentar de forma satisfatória a todos os brasileiros.
Uma outra gravíssima questão , que se mostra de muita insensatez ou sandice mental se refere ao grupo de pessoas de melhores posses e capacidade aquisitiva. Essa classe de pessoas tem no alimento, e nas bebidas uma fonte de alegria, prazer e “felicidade”. Elas comem muito mais do que o necessário, o exigido para o aporte nutricional. Disto resulta a epidêmica e mórbida obesidade. Se na África temos os desnutridos, aqui no Brasil temos os disnutridos ou os dismórficos corporais( prefixo dis com sentido de disfunção, doença). O nutrólatra ou o fagólatra  come tanto e desmedidamente que se torna em obeso dismórfico. Aí nem lipo, nem bariátrica resolvem porque as artérias e o coração estão cheios de gordura e colesterol.
O que adiante retirar a casca( nas cirurgias plásticas ) se o miolo e  o cerne da pessoa( coração e artérias ) estão repletos de placas de gordura e colesterol. Nesse caso o infarto é só uma questão de tempo. Que triste !  AGOSTO /2017. 

COMER E PRAZER...

AS BACANAIS EAS  DIONISÍACAS DO COMER E BEBER PELO PRAZER
João Joaquim  
Dentre as muitas imbecilidades e sandices a que assistimos na intitulada era moderna tem-se o  hábito alimentar das pessoas. A alimentação , conforme  define o próprio verbete deveria ser uma conduta nutritiva e promotora de saúde se transformou em um fator de risco para muitas doenças, como as cardiovasculares, metabólicas, endócrinas, afecções ligadas ao colesterol e a tão disfuncional, deformante e discriminatória obesidade.
O comportamento alimentar mórbido tem causas variáveis. Entre esses podem-se destacar a educação familiar das crianças e as propagandas impositivas (persuasivas, aliciantes) de produtos alimentares, muitos de péssimo valor nutricional.
Tem-se como de grande significado a correta educação alimentar infantil; e tal prática deve se dar desde o nascimento. A primeira grande orientação que se faz às mães é a aleitamento materno exclusivo até os 06 meses de idade. Outro erro a se evitar é nunca oferecer certos sabores, condimentos e alimentos exóticos  à criança até os 5 anos de idade. Como exemplos açúcares, chocolates, frituras e guloseimas. Tal prática condiciona o sentido gustativo da criança a preferir tais alimentos aos mais naturais e saudáveis.
E lamentavelmente são práticas recorrentes em nossa sociedade. Os doces, biscoitos e chocolates se tornaram iscas e lenitivos para as crianças quando choram e fazem birras. Tais alimentos insalubres e nocivos se tornaram aliados e calmantes para mães, babás e avós que não têm paciência e não sabem mais balançar, acalentar ,  brincar e acalmar os pequenos infantes. E para tanto não faltam criatividade e marketing das indústrias de alimentos com seus atrativos e engodos para a criançada. O que vale nesses produtos é o atiçamento, a provocação do prazer do paladar; assim , os açucares, gorduras e massas são os preferidos dos pequenos.
Partindo então desta premissa: uma criança que recebe uma dieta saudável tem muita chance de se tornar um adulto de hábitos alimentares saudáveis. Condutas tais que se repicará na prole seguinte. O reverso dessa assertiva é também verdadeiro. Uma criança, um filho cujos pais ou cuidadores são desregrados e imoderados na alimentação tem tudo para se tornar um adulto “mal educado” no trato alimentar. Em outros termos, essa criança está sujeita não somente  à obesidade bem assim a todo o espectro patológica que carreia o excesso de peso, tais como diabetes, colesterol alto, hipertensão, distúrbios glandulares, desregulação hormonal, etc. Hoje, se sabe que até a puberdade e a maturação sexual podem ser alteradas com uma dieta desbalanceada e o excesso de peso na infância.
Muitas têm sido as discussões  (teses) do por que do hábito alimentar patológico da sociedade moderna (pós industrial da era digital). Dentre tantas ideias temos que a “alimentação” passou a ser um marcador de prazer, um status social, um subterfúgio para os transtornos de ansiedade, um entretenimento e diversão etc.
É natural que assim como nos deleitamos e nos sentimos bem na audição de uma boa música (sentido da audição) ou na contemplação de uma linda paisagem (sentido da visão), também sintamos prazer e gozo na degustação de um saboroso alimento e bebida. A questão que emerge aqui é o comedimento, a disciplina e o equilíbrio entre a função nutricional e o prazer do paladar na atitude alimentar. Essa harmonia condicionada pelo  prazer do alimento com o efeito nutricional pode ser buscado com disciplina e a qualidade do que se come.
Este é o segredo fundamental, no gesto de se alimentar, nutrir; e também ter um momento de deleite e de prazer. Ter prazer, alegria e felicidade são objetivos e fins em si mesmos buscados pelo ser humano. Todos temos esse sagrado direito.
O comportamento alimentar patológico se verifica de duas maneiras. Primeira, quando se tem na ingestão dos alimentos uma fonte única de prazer, “felicidade”, diversão etc.
Tal prática tem sido uma das marcas do homem moderno pós-industral. Em detrimento de outras fontes e meios de entretenimento o indivíduo rotineiramente tem no ato de comer uma forma de prazer, de festa, de divertimento, de alegria, às vezes, beirando a um comportamento orgástico e orgíaco. Uma cultura que lembra as bacanais  ou dionisíacas do deus grego dionísio( das festas , do vinho e da insânia )  , muito praticada pelas pessoas  na derrocada do Império Romano. A insanidade era tamanha que o indivíduo se empanturrava de comida , vomitava ,comia novamente, e ia se repetindo insanamente.
A segunda forma patológica de se alimentar se dá nos transtornos de ansiedade e depressão. O hábito de comer repetidamente se torna instintivo e um subterfúgio (fuga) dos sintomas e sentimentos negativos que afligem a pessoa.
Enfim, de fato é inegável que o hábito de alimentar pode e deve prevalecer como um momento de confraternização, de comemoração, de alguma festividade, de compartilhamento e alegria. Mas, não se pode de igual forma se transformar numa atitude de exclusivo prazer , de diversão , de comer por puro e simples prazer e deleite. O equilíbrio , como em tudo na vida, deve ser um gesto de elevada racionalidade e respeito à saúde e bem-estar global. Agosto/2017. 

DÚVIDAS...

O PROGRESSO NOS TROUXE MUITAS AMBIVALÊNCIAS E DUBIEDADES
João Joaquim  
Nós estamos vivenciando tempos tão esdrúxulos e difíceis em que muitas pessoas, até mesmo entidades ligadas à filosofia, sociologia, antropologia ou mesmo de direitos humanos passaram a fazer questionamentos e duvidar de algumas prévias certezas. Acreditem! Trata-se da mais pura verdade nesses sombrios tempos da modernidade e da tão ubíqua e massificada internet. Francamente, eu começo a duvidar de minhas dúvidas e questionar as minhas certezas. Onde iremos parar com tantas afirmações, sermões e ideologias?
Para contextualizar o presente artigo em bem que poderia me fundamentar apenas em Sigmund Freud, pai da psicanálise, e dos estudos da sexualidade . Isto porque uma das polêmicas  em voga no momento é a questão de gênero. Não faz tantos anos em que se tinha certeza que havia 2 sexos, masculino e feminino. Coetâneo à internet surgiram as dissensões. O que é homem, o que é mulher? O que é masculino ou feminino? Transgênero? Sexo  indefinido? Será que eu sou um ser andrógino? Misógino é que não sou, garanto!
Ainda dentro da conformação de gêneros na constituição da família. Antes era de aceitação universal e até legislação pétrea que os pais eram constituídos da união homem (masculino e heterossexual ) mais uma mulher (feminina e heterossexual). Em tempos mais remotos não se falava nem em união estável do homem mais uma mulher. O casamento era um contrato celebrado em cartório e ponto final. Fora desse contrato tinham-se concubinato, amásio, caso extraconjugal, comborçaria e outras relações consideradas clandestinas. Atualmente quando se fala em família, não se tem mais aquela dualidade homem e mulher, pai e mãe.
Vale tudo no conceito de formação familiar,  até relação a três, dois homens (homoafetivos), duas mulheres (homoafetivas), barriga de aluguel, banco de esperma com pai anônimo, banco de óvulos com mãe desconhecida e outras conformações fora dos antigos padrões. Não esquecendo que em todos esses modelos existem a sexagem, processo  para a escolha do sexo da criança;  e as clínicas de fertilização “in-vitro”. A mais famosa no Brasil pertencia ao ex ginecologista Roger Abdelmassih, condenado por vários crimes de estupro que praticava contra as clientes de sua clínica.
Parece sintomático de que vivemos tempos estranhos, onde quase tudo pode e vale, do é ilícito ? É , mas a lei permite e me convem. Eu pago , eu posso, não está escrito no código penal, na legislação etc.
A história nos mostra que de fato a humanidade tem passado por várias crises. E muitas vezes de uma terrível crise ela sai revigorada, em que pese às custas de muito ônus material e perda de vidas de muitos insanos e inocentes. Basta lembrar das duas guerras mundiais, da revolução comunista na Rússia (antiga URSS), da guerra dos EEUU contra o Vietnam, etc.
De igual forma, sem guerra, mas com acordos multinacionais vale lembrar a abolição da escravidão no mundo, quando se deliberou que o homem não pode explorar e aviltar o outro. E que se faça justiça, o Brasil foi o último país a decretar o fim do tráfico negreiro. E que fique bem cristalino e nítido, foi extinta a escravocracia da forma ignominiosa e comercial como se dava em todos os rincões do mundo , porque na forma de direitos e de exploração ela continua legalizada. Para tal realidade basta se informar de como são estabelecidas as relações de trabalho de pessoas e operários de baixa qualificação. Como exemplos os trabalhadores braçais em atividades de campo e da construção civil. Todos trabalham como escravos, alimentam mal, não têm onde morar, assistência médica precária;  e quando sobrevivem os 35 anos de trabalho árduo vão receber um salário mínimo da previdência social. Isto assemelha ou não aos escravos dos antigos engenhos de açúcar ? Eu não sei o que é pior.
E quando se fala em dualidade do bom e do mau, do bem versus mal, do certo e errado, do justo versus injusto, do feio versus belo, não tem como esquecer da política. Primitivamente foi concebida (Aristóteles, Platão) como a ciência ou arte de governar, entendendo-se governar como gestão dos bens públicos, da coletividade. Partindo dessas premissas, a que descalabro e subversão chegou a política no Brasil e no mundo. Hoje ela se tornou o expediente dos conchavos, do fisiologismo, da corrupção, do engano, do uso da pós-verdade, da cooptação e compra de todas as instituições do Estado. Tal condição , estas propriedades e prerrogativas são porque estamos a falar dos chamados regimes democráticos. O Brasil tem sido esse péssimo exemplo. Que horror .
Que democracia é essa? Governo do povo e em nome do povo? Povo que na hora das decisões e dos arranjos são mandados às favas. Que é alijado e dispensado de qualquer resultado. O Brasil, Venezuela, a Rússia são exemplos dessas vilanias e monstruosidades em que se transformaram a política e os governos com estética, propaganda e verniz de democracia.
Enfim são tantas coisas esquisitas, estranhas e bizarras que nada escapa dessas tendências e desta sociedade cada vez mais distópica, dismórfica, conflitiva e cheia de ambivalências e dubiedades. Por isso até me pergunto: o que sou? Onde estou? Para onde vou? O que eu faço nesse planeta? Que sociedade é essa onde poucos valem muito e muitos não valem nada ?
 Agosto /2017.       

NOSSA EXTINÇÃO...

A TERRA E A HUMANIDADE CORREM SÉRIOS RISCOS DE EXTINÇÃO

João Joaquim 

O planeta, o mundo e o Brasil têm sinais e profecias nada alentadoras. Pelo que sugere o comportamento da humanidade temos motivos de sobra para preocupações. Fica a sensação de que o homem se tornou uma espécie degenerada no tocante ao convívio com a natureza, com a fauna e flora, com todos os recursos naturais. E  o mais preocupante, com outros indivíduos da mesma espécie, nosso irmãos e semelhantes. Basta lembrar deste princípio: “A terra é um só país e os seres humanos  os seus cidadãos,” Bahá u lláh

Há um cientista britânico de quem sou ardoroso admirador. Falo do físico Stephen Hawking. Ele seria como o nosso Einstein da era digital. Ainda recentemente, ele concedeu uma entrevista à rede BBC e falou sobre os riscos a que corre o planeta terra. Sua sugestão, se nenhuma prevenção for tomada, é que estamos condenados a extinção em um século, tal o nível de sofrimento, degradação e agonia porque passa a terra em muitos pontos do globo. Entre tantos fatores, alerta o genial cientista, estão a devastação de matas e florestas, as alterações climáticas e o crescimento insustentável da população mundial. Não se pode desconsiderar também que a ambição, a cobiça e sede de poder, o arsenal insano de armas radioativas são outros recursos perversos e forças que ameaçam a saúde do planeta, a paz e a segurança das pessoas .
Um outro alerta não menos profético foi divulgado pela agência espacial norte americana (NASA), sobre as ameaças de um colapso da civilização. Tal relatório foi feito pelo centro nacional de síntese socioambiental. Este risco de falência da civilização se deve grandemente pela exploração insustentável dos recursos naturais (extrativismo vegetal e mineral por exemplo) e aumento da desigualdade na distribuição de renda.
Os condutores desse relatório da NASA  são enfáticos em afirmar que o “progresso sem ordem” e a modernidade podem não livrar a humanidade do caos. As advertências de muitas agências e órgãos científicos não se dão sem razão. Na história da humanidade tivemos várias civilizações e impérios que sucumbiram. Que o digam os Incas, os Maias, o Império Romano, o Han, Gupta, entre outros povos. E muitos se fundaram em cultura avançada e progressista.
O cientista e matemático Safa Motesharrei, da Universidade de Maryland, levanta outras questões preocupantes. Entre as quais as tensões ambientais, a degradação do clima, a escassez de água, a crise energética, os desmatamentos, o degelo da Antártida e a contaminação de rios, mares e outros mananciais. Não menos significativas têm sido a crise econômica que alastra pelo mundo, a concentração da riqueza nas mãos de poucas pessoas, o aumento do desemprego e da população de pobres.

Na mesma linha de previsão pessimista, acentua Motesharrei, se temos progresso e avanço tecnológico temos a cultura do consumo. Que o atesta a nação norte-americana. Como lembra o cientista, se todos adotassem o estilo de vida dos EEUU em consumo de alimentos e outros bens perecíveis e descartáveis, em breve, precisaríamos de mais quatro planetas para sustentar a população mundial( hoje com cerca de 7,4 bilhões de pessoas).
A matemática, a biologia e outras ciências podem ajudar a evitar o pior. O economista político Benjamin Friedman afirma que o esgotamento do atual sistema de produção poderia fazer destruir as colunas sobre as quais foi erguida a atual civilização ocidental.
Muitos são os fatores de  preocupações e previsões sombrias para a humanidade. Quase metade da população mundial sobrevive com menos de US$ 3 por dia. O Brasil está  na página dos piores. No índice de desenvolvimento humano (IDH) estamos  entre os mais desiguais; somos o 79º ( 0,75) , entre 188 países avaliados.  
Em violência e homicídios situamos entre as nações que mais cometem crimes de toda ordem. São cifras de guerra. São cerca de 60.000 homicídios ano, 60.000 mortos no trânsito, com 39 assassinatos por 100 mil habitantes.
A violência, a insegurança e os assassinatos têm atingido as pessoas de forma tão continuada e recrudescente que parecem se tornar normais nas estatísticas dos governos federal, estadual e municipal. São ocorrências e taxas que ganham um ar e valor de normalidade ou naturalização como chamam os críticos e especialistas no assunto.
Enfim, juntando os dados dos referidos órgãos e advertências dos cientistas citados há de se ficar atemorizado com tantos riscos, crises e energias negativas a nos rondar. E pelo jeito, como recomenda Stephen Hawking, precisaremos mudar de planeta. Mas, ainda não se descobriu outro planeta habitável .  O melhor então é restaurar a terra e vivermos aqui eternamente, com os cuidados e amor à nossa casa comum , a própria Terra, este espaço  ainda tão azul , com tantos oceanos , florestas e rios. O azul a que me refiro , ao menos, é aquele visto lá do espaço bem longínquo. Porque aqui , presencialmente, a coisa está preta e feia.   Agosto/2017. 

ROUPAS.....

COM ROUPA E SEM ROUPA PORQUE É FASHION
João Joaquim  
“Não importa o lugar de onde você vem. O que importa é o que você é. E quem você é? Você sabe?” (Coco Chanel).

Com efeito ao se falar em moda, ou fashion ou estilo de indumentária tem-se que ler os críticos e as crônicas de priscas eras. Na verdade tudo começou com o primeiro casal a se aportar na terra, ou melhor no paraíso, que ficava em algum rincão  do planeta. E de fato a história de roupas começa quando nenhuma roupa existia. Quando muito, pelo que referem esparsas crônicas daqueles tempos, tanto Eva quanto Adão , se o fizeram, foram o uso de sumárias tangas de folhas vegetais. E assim se fez o nascimento do moda do vestuário. Vamos então ao começo de tudo.
Dizem as narrativas que lá no Éden Deus concebeu Adão, e de seu osso costal fez surgir sua fiel companheira, a Eva. E na pureza e inocência viviam ambos. E não viviam mal porque além de sombra e água fresca tinham fartura de muitos víveres e vegetais. Eram tão puros e imaculados que desconheciam o que era sexo, libido, sensações eróticas e concupiscência. A providência criadora, na manifestação de Deus, tinha lhes imposto uma exceção: não provar de uma fruta entre tantos outros vegetais. Era o fruto proibido , citado na Bíblia.
Se provasse daquele fruto proibido o faria sob pena de cometer um grande pecado e não só carregá-lo pelo resto da vida, como perpetuá-lo por todas as gerações do mundo. A prova de que maus conselheiros e a curiosidade já existiam desde a fundação da terra estava bem lá no paraíso. Também a sagacidade e a perfídia se faziam presentes, na pessoa, ou melhor na intenção rasteira de asquerosa serpente. E assim ela foi serpeando até ter a confiança e coragem de Eva. Inocente e sonsa Eva. 
Eis então que surge sub-repticiamente o peçonhento réptil, a serpente com toda sua malvadeza e dissimulação e faz valer o seu convincente e aliciante conselho. Disse então o rastejante ofídio: experimente deste fruto proibido e experimentará não só o quanto de delicioso e saboroso, mas deslindará as chaves da sabedoria. Foi assim então que Eva não só  quebrou seu juramento de fidelidade e obediência a Deus, como repassou a maçã para seu cônjuge Adão. Atacados então desse pecado original vieram até outros sub-pecados como o capital ou sete vícios(avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho e preguiça), veio  mais  o mortal pecado que propicia a danação da alma; e até o pecado venial que enfraquece a graça recebida.
Foi diante de tamanho pecado que o casal original se viu nu. Ou se assim pode-se dizer se sentiu envergonhado. De imediato Adão e Eva pejados de tanto pudor buscaram cobrir de corpo inteiro. Não se sentiam confortados em tapar apenas as partes pudendas, mas tudo quanto fosse de órgãos e partes anatômicas que pudessem atiçar a lascívia e os  instintos eróticos de forma solidária.

Foi então da ciência e consciência do pecado que surgiu e ressurgiu em distintas épocas o expediente ou habito de cobrir no todo ou em parte todas as partes do corpo. Vieram, sobrevieram e até hoje sobrevivem a indústria, o comércio e a arte ou estilo de se vestir. Foram calças, calções e calcinhas. Vieram camisas, camisolas e camisetas. Véus, burcas, chapéus e chapeletes. Roupas, roupões e estamparias a perder de vista e de gosto para os distintos consumidores. 
E assim pulando eras e eras do mundo fashion chegamos ao mundo de hoje. Temos duas tendências ou estilo de vestuário. E nesse confronto ou choque de moda há  pessoas que se vestem demais e gente que o faz de menos. Se olha os orientais muçulmanos, de véus, burcas, mantas e manteletes eles se cobrem de alto a baixo. Já para as bandas do ocidente, as peças de se vestir andam cada vez mais sumárias e indecentes. De sorte que se esse mundão fashion continuar nessa ascensão, todos voltarão a andar nus, como fizeram nossos predecessores Eva e Adão. 
Mas, eis que me depara um  intrigante paradoxo: se lá no Éden as roupas eram para cobrir a culpa de tamanho pecado, e a mulherada e os  homens de hoje? Se vestem quase pelados, por que? Aliviar o peso e ônus de tanta culpa ? Ou em outros termos , um  estilo de vida e modo de vestir, sem-vergonha e despudorado? A dúvida sobrepaira no ar . Se Coco Chanel, ainda estivesse aqui , será que ela saberia me explicar ?  Eu, quando passei pela São Paulo Fashion Week, não vi ninguém que me explicasse esse desfecho dos variados estilos de vestir, que tanto variaram pelos séculos dos séculos , e nem  digo  amém-
 agosto /2017.    

Necedade especial

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