terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Não Precisa...

NÃO PRECISA EXPLICAR, EU SÓ QUERIA ENTENDER
João Joaquim 
 “Não precisa explicar, eu só queria entender”. Este era o bordão do macaco Sócrates exibido no humorístico da TV Globo nos idos de 1980. E é com ele que mostro minha estranheza e incompreensão diante de tantos fenômenos, fatos e comportamentos de nossa sociedade, do Brasil e do mundo. Porque é isto mesmo. Há certas coisas e ocorrências em nosso mundo para as quais não se tem uma explicação consistente e convincente. De momento, um fato nesse sentido tem sido o temor e terror das pessoas com os casos de morte por febre amarela. São casos concretos, tem havido alguns óbitos causado por febre amarela. Mas, por que de tanto medo e pânico?
Diversas autoridades de saúde, por diversas vezes, têm reiterado, por vários veículos de comunicação, que febre amarela urbana não existe. Só há risco se a pessoa vai passear em região rural, onde tem vegetação extensa que possa ter os mosquitos hemagogus e sabethes, que transmitem o vírus pela picada. O inseto é hematófago, ele pica o doente (macaco ou humano) e se picar uma pessoa sadia, inocula nesta pessoa  o vírus da doença. E ponto final!. E acreditem mais, tem gente que mata o macaco supondo ser ele o culpado. Ao contrário, ele não transmite a doença, e mais, serve de alerta , quando morre da doença, provando que em sua mata tem o mosquito vetor da febre amarela.
Agora o bordão: “Não precisa explicar, eu só queria entender”. Por que medo e tanto terror se a pessoa é estritamente urbana e não vai viajar para áreas de risco? Assistindo às pessoas que assim procedem, fica a impressão que elas são obtusas ou retardadas mentais. Seria o mesmo exemplo de se ter fobia e preocupação com a AIDS se o sujeito não tem comportamento de risco ou relação sexual desprotegida (sem preservativo).
Há 2 anos o mesmo fenômeno (medo, terror) ocorreu com as infecções com o vírus zika e o surgimento de microcefalia. Foram  casos de crianças nascidas com tal malformação de mães que contraíram a virose nos três primeiros meses da gravidez. Como amplamente esclarecido, à época, a doença só traria risco para a gestante pelo risco de contaminar o feto. O certo é que se disseminou o pânico. Homens, idosos, crianças, mulheres de todas as idades e não grávidas queriam se proteger do mosquito (aedes aegypti) pelo terror de se infectar pelo vírus zika.  Na verdade trata-se de uma virose banal e com sintomas leves, tipo uma gripe.
No começo dos casos de microcefalia  eu escrevi um artigo e afirmei que daria dois anos e ninguém mais falaria em zika ou microcefalia. E expliquei o mecanismo desse arrefecimento ou esquecimento pelo princípio da acomodação, ou também por muitos estudiosos denominado zona de conforto. É o princípio que consiste em se esquecer ,  adaptar ou conviver com  alguma coisa ruim,  com o passar do tempo. A convivência com aquele fato ou realidade se torna normal. É a naturalização daquele fato que não existia e não  tido como normal e padrão. A repetição e persistência se encarregam pela normalização ou naturalização do que incomodava, era nocivo ou molestava. Outro exemplo, a corrupção e os corruptos á nossa volta, sofremos ( muitos pessoas) uma espécie de lavagem cerebral, e o crime e os criminosos se tornam normais.
O princípio da acomodação ou zona de conforto explica muitos outros fatos e concorrências negativas na vida das pessoas, da sociedade, do Brasil e do mundo. Basta recorrer a algumas estatísticas no próprio âmbito da saúde. Como   nos exemplos a seguir.
 Mortes no trânsito. No Brasil, têm-se a cada ano 60.000 vitimas fatais nas rodovias e vias urbanas. São números de guerra. Mesmo com mais rigidez da legislação de tráfego e aumento da fiscalização e multas. Isto não intimida os infratores e a quantidade de acidentes, mortos e feridos tendem a aumentar. Ou seja, são tragédias que entram na normalização ou naturalização do cotidiano das pessoas, da sociedade e do país. Nesta questão o que o Estado poderia fazer seria aumentar as penas para os homicídios de trânsito. Todavia, é pouco crível que diminua significativamente as mortes e mutilados. O mesmo princípio e raciocínio se fazem com os homicídios por arma de fogo. No que ajudou o estatuto do desarmamento? Em nada. Talvez aos criminosos porque estes com ou sem leis eles agem do mesmo modo delitivo.  As pessoas continuam no mesmo diapasão de antes, sendo vítimas e autoras de crimes por arma de fogo. Os escores são os mesmos de conflitos bélicos, 60 mil mortos/ano.
Por fim, dois hábitos praticados pela sociedade que mais causam mortes no mundo inteiro, o tabagismo e o alcoolismo. Apesar de campanhas e leis que desencorajem o uso de nicotina e álcool, esses vícios são praticados por milhões de pessoas. E elas têm ciência dos inúmeros casos de câncer  e outras doenças incuráveis que mais matam no mundo.
Dessa forma, diante do pânico das pessoas com a febre amarela ou zika; mas sem medo do trânsito, de armas de fogo, do cigarro e do alcoolismo, eu valho-me do bordão do macaco Sócrates: “Não precisa explicar, eu só queria entender”. Entender por que medo de uma doença que se sabe onde há risco de contraí-la, de ser contaminado pelo vetor do vírus e não medo de tantas outras condições de risco como as citadas acima ?   Janeiro/2018.

Lavagem cer..

LAVAGEM CEREBRAL NAS RELIGIÕES E NA POLÍTICA
João Joaquim  
Eu como um animal pensante e racional, ou seja, dotado que sou de razão e pensamento concreto, mas também emotivo e sensível, dotado que sou de emoção e coração, gostaria muito de compreender e saber mais sobre a lavagem cerebral. E pouco ou nada sei sobre esse fenômeno psíquico.
Quisera ter hoje um Sigmund Freud para auxiliar-me nesse entendimento. Além da psicanálise tal efeito psíquico e na consciência,  tem sido objeto de estudo da psicologia, da sociologia , da  neurologia; e mais recentemente na Política. Mas, dúvidas e perguntas persistem: como se dá todo o processo da tão disseminada e refratária lavagem cerebral? Aos fatos.
Por conceito tem-se que é um mecanismo ou expediente empregado em muitos cenários de atividade. Na religião e na Política por exemplo. Muitas seitas religiosas ainda se valem desse suporte pedagógico como captura de fieis, incutindo-lhes na consciência e memória sobre os seus dogmas e postulados. Algumas denominações ou igrejas adotam a chamada teoria ou “teologia” da riqueza ou da prosperidade junto aos seguidores. Referida prática se constata em seitas ditas pentecostais e neopentecostais. Esse expediente, uma espécie de Simonia  (tráfico de coisas sagradas) nos remete às mercancias da própria igreja católica dos séculos XV e XVI, com as venda das indulgências papais e outros líderes católicos. 
O sectarismo e fidelização em muitas das religiões de nossos tempos se estabelecem pela mercancia de feitos e objetos sagrados. Para tanto, muitas se valem das mídias de massa como rádio e televisão através da oratória e persuasão de seus pastores executivos e bons oradores. Desta forma se constrói o adesismo dos fieis. Os seguidores são impelidos a fazer ofertas, mensalidades, dízimos e muitas outras doações, num sistema de compra da remissão de culpas e pecados e garantia de um assento no paraíso quando morrer. Muitas são as promessas, recompensas e objetos ungidos (“consagrados”) direta ou indiretamente vendidos aos “irmãos”. É um autêntico e lídimo processo de lavagem cerebral.
Assim também o fazem as formas de governos, assim procedem os regimes tirânicos socialistas, comunistas e de direita, o mesmo mecanismo de impressão e sugestionamento é adotado pelos líderes carismáticos e opressores, ou carismáticos e populistas demagogos  desses partidos e dessas ideologias e liderança. Foram dessa forma que vingaram as prédicas e oratórias de Lenin, de Stalin, de Hitler, de Mussolini e muitos outros ditadores de antes e de hoje.
Muitos desses déspotas e sanguinários tiveram uma longa sobrevida com o emprego maciço e único da propaganda de mentiras e falsidades, ou da hoje tão conhecida lavagem cerebral. Um exemplo foi Joseph Goebells , ministro da propaganda do Nazismo, que cravou essa: " Uma mentira repetida 100 vezes se torna verdade ". 
As primeiras referências mais explícitas de lavagem cerebral se dão nos templos taoistas. O taoísmo é considerado uma filosofia ou religião de tradição chinesa. Um dos lemas ou mantras pregados nessas casas religiosas era a limpeza de coração das coisas nocivas à alma. Esse foi um mote muito repetido e empregado pelo partido comunista Chinês (PC Chinês). Ainda o é pelos seus líderes e ideólogos, numa clara estratégia de incutir suas ideias e “verdades”, nas mentes dos cidadãos (lavagem cerebral). Dois autores, Edward Hunter e Robert Liftor, nos idos de 1950, época da guerra fria, fazem extensas referências ao processo de lavagem cerebral imposto às pessoas.
De momento aqui no Brasil estamos vivendo um modelo bem nítido de lavagem cerebral. Ela se dá nos apoiadores, eleitores e seguidores do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como do mundo inteiro sabido, ele foi condenado por um tribunal de 2ª  instância (TR4, de Porto Alegre -RS), a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Eu disse do mundo inteiro sabido, mas disse mal, porque à exceção de seus eleitores e seguidores.  Mesmo  que ressoe pelos quatro cantos do país, eles negam a ouvir e acreditar no que prolataram (proclamaram) os três juízes do TR4.
No presente caso, Lula é o personagem, líder do partido dos trabalhadores (PT). Como poderia ser outro líder, PSDB, MDB, ex -Arena, ex UDN, etc. A referência aqui é apartidária e sem engajamento.
“lamentavelmente, Lula se corrompeu -É  essa conclusão a que se chega com uma análise técnica e isenta da prova, e não com uma visão que se faz míope pela veneração à figura política que foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”- Maurício Gerum, procurador da República, no julgamento do TRF4, em 24.01.18.
Dois comentários  se fazem pertinentes nesses caso de líderes carismáticos e populistas. Sejam eles de uma Venezuela, da Bolívia ou do Brasil. Dois são os grupos de seguidores e apoiadores. O daqueles que formam a claque e o palanque do líder.  Estes  têm memória e conhecimento dos fatos e feitos daquele político, mas dão –lhe apoio e guarida porque são participes e beneficiários dos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. Esses são leais ao chefe e líder porque também são corruptos e têm culpa na justiça e no cartório.
O outro grupo, mais numeroso,  daqueles desvalidos e menos escolados. Eles foram ou ainda são agraciados com algum programa social assistencial. Muitos desses eleitores e seguidores se negam a acreditar no que apuram os órgãos de polícia e de justiça. Esses últimos constituem os autênticos  cidadãos portadores do processo já tão conhecido de lavagem cerebral. Trata-se de um processo de arregimentação  empregado por líderes políticos , religiosos e outros  falsos profetas e falsos messias.   Janeiro/2018. 

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Pilulas da felicidade

                             AS PÍLULAS DA FELICIDADE

João Joaquim  



Feliz aniversário! Feliz Ano Novo! Felicidades! Estas são expressões muito repetidas em nossa sociedade. Elas sufragam um bem supremo que buscamos a vida inteira, para nós mesmos e para quem queremos o bem, o bom viver, a virtude; enfim a felicidade. Para os pessimistas trata-se de um desejo utópico, impossível de ser alcançado. E de fato quando avaliamos esse bem supremo sob a ótica do mundo atual torna-se uma conquista restrita a poucas pessoas. Isto porque vivemos uma sociedade dominada por uma cartilha e diretriz do capitalismo e  do consumismo a todo custo.
Para a imensa maioria das pessoas tal estado de realização (ser feliz) estaria sustentado em bens materiais como belos carros, bela casa ou apartamento, viagens pelos lugares mais belos do planeta, roupas de grife, os equipamentos digitais de última moda, satisfação plena no sexo ,  na mesa, etc.
Enfim, o objetivo de todos seria uma doce vida de nada fazer, custe o que custar. Como  resistir  também aos apelos, marketing e engodos dos mercados financeiros e de crédito? Tal comportamento é uma contínua busca para a maioria das pessoas. E isto gera o que ? Ansiedade, angústia, depressão e desilusão , porque nem tudo está ao alcance de todos . Mais dívidas, negativação em órgãos de restrição de crédito como Serasa, inscrição na dívida ativa, etc.
De  outro lado, para uma parcela menor; para aquelas pessoas mais espiritualizadas, a convivência com tantos problemas do cotidiano, os sofrimentos físicos e morais, a fome, a violência dos conflitos e guerras, a pobreza, o drama dos refugiados, o pavor provocado por terrorismo, a violência urbana, o crime organizado em conluio com agentes de Estado,  etc;  toda essa consciência nas pessoas generosas e de bem já traz um sentimento de pesar e mal estar, de infelicidade
Como então ser feliz, mesmo sem exigência de muito conforto material, ante tantos infortúnios que nos rondam, que são noticiados diuturnamente pelas redes sociais e pela televisão?
Ainda sobre a felicidade fundada no materialismo. Tem sido uma constante em nossa sociedade, uma sofreguidão e competição em busca das comidas propagadas e alardeadas como as melhores, como fonte de alegria, prazer e gozo. Esta tem sido uma das marcas dessa sociedade moderna, comer de forma orgástica e orgíaca; proceder às libações alcoólicas até ao estupor da razão e da critica.
Outra marca desses esquisitos tempos tem sido um sem-número dos transtornos psíquicos e nas relações humanas. Pais versus filhos, filhos versus educadores, esgarçamentos das relações conjugais, crimes passionais, feminicídios, assédios de toda ordem, moral e sexual, corrupção em todos os níveis ,  etc.
Como consequências veem-se nos consultórios de psicólogos e psiquiatras muitos frequentadores: os doentes de estresse, de depressão, de transtornos de ansiedade, fobias e ideação suicida.
A insatisfação com o modelo de corpo perfeito, a busca por tratamento estético, o tratamento das rugas e flacidez com botox, as cirurgias plásticas, as dietas restritivas e academias de ginásticas. Todos, são expedientes propostos por essa sociedade de consumo. O fracasso e ineficácia dessas metas resultam em mais ansiedade, sensação de fragilidade, mais angústia e infelicidade. Onde encontrar então a bem-aventurança, a felicidade?
Para tanto não faltam outras propostas. Assim o fez a indústria farmacêutica, com a criação das chamadas drogas lícitas, os psicofármacos. São medicamentos com a finalidade de promover a felicidade. São várias as pílulas da felicidade. Temos os ansiolíticos.
Vejam que sugestivo adjetivo criaram  os mercadores de remédios. Ansiolítico, seria a lysis, destruição, dissolução da ansiedade. E são muitos os fármacos vendidos com esse propósito: fluoxetina, citalopram,  clonazepan e tantas outras substâncias para mitigar, amainar o sofrimento da alma e do corpo.
E para os que sofrem com as frustrações e insônias, há também os soníferos ou soporíferos. Tomou, o indivíduo entra num estado de anestesia mental, estupor e sono mais profundo e prolongado. São ou não pílulas da felicidade, nesses tempos de tanta desilusão, de tanta devassidão, de completo apodrecimento dos valores morais e sociais, da política e da economia?
E mais um detalhe dessas chamadas pílulas da felicidade, elas viciam. Ou seja, os laboratórios ou  a indústria farmacêutica, também criaram essa marca dos medicamentos, receitados e comprados no mundo inteiro, por essa sociedade em franca derrocada e decadência. Lembra-me a antigo Império Romano.
Muitos foram os filósofos que abordaram o tema felicidade. Dos  apelos de felicidade impostos  pelas mídias, inclusos as drogas psicoativas.  Nietzsche Chamou esse expediente  de felicidade de rebanho. É um comportamento de mimetização, de imitação do que é divulgado como o padrão de consumo pelo sistema em que vivemos. O que vale é o pertencimento ao sistema.
Aldous Huxley escreveu um livro de título curioso-“ Admirável mundo novo”. Isto graças ao uso da soma, uma espécie de droga da felicidade abordada pela magnifica obra desse autor, onde as pessoas permanecem sempre jovens e felizes. Seria como um antídoto da tristeza e do sofrimento. Essa droga, a soma, hoje existe às dezenas no mercado dos psicotrópicos.
Aristóteles foi outro grande pensador que discorreu sobre a felicidade. Ele referiu que muitas vezes na busca da felicidade, tendo em conta bens materiais se foge dos atributos e valores da própria pessoa como a honra, a moral e a razão. De acordo com a ética aristotélica, conhecida por eudaimonia  (felicidade) os atos humanos tendem para o bem. E o bem supremo é a felicidade.
Esta é a bem-aventurança  que deve ser realizada e buscada  como excelência, o melhor de nós, que é a nossa natureza racional. É possível ser feliz com essa essência exclusiva e inerente  ao gênero humano. Basta cultivar esses valores imateriais e imanentes à pessoa humana, em que pese a certeza de que o mundo atual, com todos os seus engodos e sistemas de alienação, insistir em não deixar.  Como recomendou a menina Anne Frank , apesar de tudo, a gente deve acreditar na bondade humana. E eu acredito. Dezembro/2017

Comodismo

ZONA DE CONFORTO

João Joaquim  


Um comportamento a que tenho assistido com certa frequência nesses últimos tempos se chama acomodação. Trata-se de uma inclinação a que muitos chamam de zona de conforto. Estado de espirito e de vontade tal  que aliás ocorre em todas as searas da vida. Desde o âmbito do trabalho, no entretenimento, na vida conjugal, até na iniciativa religiosa.
O que vem a ser a acomodação, zona ou estágio de conforto? Refere-se aquele estágio vivido pelo indivíduo onde ele se encontra sem nenhuma ambição a mais na vida. Sem  nenhuma iniciativa de mudança da condição onde se encontra.
Ele só se propõe a alterar tal situação instigado e mobilizado por convencimento de outra pessoa ou alguma circunstância que o incite a essa transformação, a mudar sua postura de inércia, imobilismo social , profissional e improdutivo. É uma estagnação absoluta.
Uma condição bem encontradiça dessa intitulada zona de conforto está no próprio estilo de vida, onde a pessoa vai acumulando os chamados fatores de risco (FR) para doenças que representam ameaça à saúde, à qualidade de vida e a própria  vida.
Na condição de médico me tornam fáceis tais citações para bem elucidar a atitude ou conduta de acomodação a que muitos chegam;   a tão costumeira e vezeira referida zona de conforto. Para tanto vamos olhar à nossa volta, em nossas relações familiares e sociais, passadas e presentes, e fazer a seguinte reflexão: quantas pessoas nós conhecemos que já ficaram inválidas ou faleceram e que tiveram como causa, de longo prazo, a absoluta falta de prevenção? São dezenas, talvez .
Para mais clareza tomemos como exemplo  aquele indivíduo sedentário, inativo e obeso, que em que pese usufruir de higidez física e boa saúde constitucional.  Ele vai pari passu adquirindo os classificados grandes FR para doenças cardiovasculares e outras afecções oncológicas e degenerativas( infarto e câncer por exemplo). Entre esses já conhecidos fatores mórbidos podem listar o sedentarismo crônico , a obesidade, dieta hipercalórica e hiperprotêica de carnes e frituras, o alcoolismo de variados graus, hipertensão arterial, etc. Nossa sociedade, da hipermodernidade tem na comida uma fonte de “ felicidade”, de autopromoção, de alegria e prazer.  
Assim, como se tratam de fatores de risco silenciosos, nenhum deles representa motivo de mudança do estilo de vida. O portador dessas condições, paulatinamente, entra no processo da acomodação ou zona de conforto. Se nada dói , nada gera falta de ar e desconforto para que incomodar ? Na verdade trata-se de premissas de certa  insanidade mental. Comer, comer, sobreviver e morrer.
Nesse status de conforto ou acomodação, o que levaria o sujeito a alguma mobilização e atitude de melhora? Um susto! Um mal estar, um surto cardiovascular ou algum sintoma de mau agouro. São os casos por exemplo de um infarto do miocárdio, um acidente vascular cerebral(AVC).
Diante de algum desses diagnósticos, o indivíduo rapidamente faz uma retrospectiva de sua vida. Assim, a ameaça de alguma invalidez ou de morte tira de imediato o paciente de sua acomodação, da crônica zona de conforto e a iniciativa de mudança é imediata. Nessa circunstância, pelo medo da morte, de uma invalidez, de pronto o sujeito  é incitado a mudanças do tão antigo estilo de vida, como visto acima dos mais insalubres. Ele então vai fazer caminhadas, procurar uma academia de ginástica, consultar com um cardiologista ou nutrólogo , pilates, um personal trainer, um charlatão famoso da Internet, uma liposuccão de gorduras, uma cirurgia bariátrica, uma plástica de barriga, de glúteos, etc. São imagens de nossa sociedade fremente e demente em visível decadência.
Como na saúde, temos o mesmo processo comportamental em muitos outros cenários da vida. No casamento, quantas pessoas uma vez em vida conjugal entram na sua zona de conforto de forma permanente e tornam a vida na mesmice, numa  rotina sem nenhum encanto a mais?  Muitas uniões chegam ao ponto de absoluta insignificância e falência conjugal. E  a saída é a separação. Se amigável e consensual menos ruim, porque em muitos casos a dissolução do casamento se transforma em um autêntico inferno para pais e filhos; quando não em eternas desavenças e crimes.
Muitos outros exemplos podem ser lembrados do processo da zona de conforto ou acomodação . Na carreira profissional, nas opções de entretenimento e lazer. Até na opção religiosa podem constatar tais comportamentos. Para tanto não faltam os falsos profetas, igrejas com interesse e teologia de prosperidade e lucros pelos dízimos e outras ofertas dos fieis. Um sistema parecido com a venda das indulgências da idade média. Doem-nos  os seus bens e em troca terão um assento no céu. Este o mote ou lema de muitas igrejas.
Uma classe de pessoas na qual constatamos o fenômeno da acomodação tem sido a dos jovens. Ao que sugerem estudos e pareceres de especialistas a questão tem fundamento no processo educacional familiar, nos métodos pedagógicos das escolas e na influência das tecnologias de mídia e redes sociais da internet.
Trata-se de uma influência recente, da idade da própria Internet. O certo é que a  chamada tecnologia da informação(TI) tem trazido este efeito colateral para a chamada geração digital ou z. São as crianças, os adolescentes e jovens, criados e educados quase totalmente imersos nas mídias digitais e redes sociais. Esses vêm formando a legião dos nem-nem-nem. Nem estudam, nem trabalham, nem interesse têm em ambas as iniciativas. Os pais e outros parentes, se tornam os mantenedores. Outra triste imagem de nossos tempos.
E desse embevecimento, desse encantamento, dessa embriaguez e alienação mental tem sobrevindo a tão paralisante e passiva acomodação ou zona de conforto de nossa juventude. Que os pais e educadores não se acomodem e possam evitar essa tendência tão desestimulante e desconstrutiva da pessoa humana. Tal tarefa é possível e deve começar em casa, ainda na primeira infância, e com escolas e professores.  Dezembro/2017. 

A voz da Natureza

O LAMENTO DAS PLANTAS E DOS ANIMAIS  

 João Joaquim  



 Já é sabido e ressabido que todos os seres vivos possuem uma linguagem própria. Existem até alguns cientistas e estudiosos do assunto buscando entender a linguagem dos vegetais. Seria o idiobotânico, o idioma das árvores. E pensando de forma democrática se revela uma realidade muito plausível. Seria muito egoísmo da parte  dos humanos, supondo estes que a comunicação lhes fosse um monopólio, uma exclusividade.
Agora, por uma fatalidade dos vegetais( que sofrem os maus tratos humanos) e amenidade do humanos, poucas pessoas, mas uma ínfima porção de gente superdotada compreende e traduz o idiobotânico.  E por que refiro-me justamente  à amenidade de nós humanos? Simples. Basta entender o seguinte: o quanto de maus tratos, violência, lesão corporal, preconceito e morte vegetal a que se assiste no dia a dia. Haveria como que muito ranger e dor  de dentes, botanicamente falando. Eles sofrem e sofrem calados.
Um dado por demais interessante refere-se à questão do preconceito e discriminação racial (ou de espécie) no reino vegetal. Assim como no gênero humano ou reino dos homens, entre as plantas também viceja esse daninho sentimento. E como tal ele se inicia entre as próprias espécies botânicas. Têm-se por exemplo algumas espécies e mesmo alguns indivíduos que se julgam melhores e de mais direitos do que outros do mesmo filo, ou fito( de planta) e do mesmo reino.
No tamanho é até natural ter-se esse preconceito  . Algumas espécies e indivíduos se orgulhar ou se arvorar pela impressão da estatura, tornar-se-ia  aceitável. Cada qual vai ter a estatura que o telômero( uma parte do cromossomo) lhe indicar e medir. Todavia esquecem essas robustas e imponentes arborizações que os melhores perfumes e  os odores mais capitosos se acham nos menores sândalos e roseiras mais espinhosas. Ou uma vez sintetizados, os melhores perfumes e colônias se acham nos menores frascos. Provando aquele milenar dogma de que tamanho não é documento, nem identidade, nem fecundidade. Basta olhar atentamente para as maiores árvores, costumam ser as de menor semente, e ficam daquele  tamanhão.
Quando se versa sobre as questões do preconceito e racismo no mundo vegetal eles existem. Com as escusas da taxionomia (classificação), mas permito-me empregar aqui o verbete raça e injúria racial no mundo vegetal, por analogia como o que se verifica no meio dos humanos. Falemos assim dos filos ou fitos vegetais.
Como dito anteriormente tais sentimentos existem entre as divisões vegetais, mas, também de nós humanos e racionais contra os vegetais. 
Imaginem agora  os vegetais se não fôssemos, nós os humanos,  dotados de razão. De razão e consciência. Já tínhamos colocado fogo no planeta. Aliás, incêndio e queimadas não faltam pelo mundo afora. Só não queimam tudo porque vêm os bombeiros e as chuvas e nos salvam do inferno final. É um risco perene.
Em matéria de preconceito ou ofensa racial no mundo dos vegetais, vale registrar que há uma inversão de valor, se comparado com as mesmas negativistas atitudes entre os homens.
A etnia negra, humanamente falando, reclama-se e com enorme razão do preconceito sofrido pela cor da pele. Trata-se de um preconceito intolerável e sem sentido. Já no reino dos vegetais dá-se o contrário e levanto essa bandeira, de tão descabida discriminação.
É cediço e encontradiço o preconceito contra todo vegetal, cuja madeira seja branca ou esbranquiçada, ou mesmo sem cor. Basta visitar os canteiros de obras, oficinas, marcenarias, etc,  que lidam com madeira. Quantos e quantos mobiliários se fazem com moveis de cor forte ou carregada em desprezo ou detrimento daquelas brancas, brancas,  ou de tom fosco e esmaecido! Então é isso, no que tange aos vegetais, ficam aqui essas considerações, sem outras embromações. 

Saindo desse papo vegetal e resvalando ao animal, lembrou-me um fortuito encontro que tive com uma dupla de cães que vagava falante e livre pelas ruas. Na verdade foi num parque nativo. Trata-se de pura veracidade. Porque além de ladrar ou rosnar os cães têm também a sua linguagem com que dialogam com outras espécies e raças. Eram de um lado um “standard” ou vira-lata de nome bidu e de outro um  shih tzu de nome Lino, tal entendimento da língua canina eu pude melhor compreender lendo a fundo a epopeia de Lemuel Gulliver, pelo que dela narra nos encontros com os Houyhnhnms e os yahoos. O colóquio era nesse palavreado, numa livre tradução .
- Diz o standard bidu  nestes termos , como você se livrou da coleira, se ainda tem  no pescoço esta gargalheira ?
- Foi simples, replicou Lino, minha mãe, quero dizer minha ama e dona, deixou-me com fome. Foi nisso que aos trancos e solavancos me soltei e pus em debandada. Se a carroça não me pegar estou livre ; espero que para sempre. A gente se une e ficamos mais fortes, como faziam nossos precursores selvagens, em matilhas.
- No meu caso foi diferente  ‘ Já sou  meio velho, tenho 10 anos de idade. Meu dono, ou pai, pois assim, a mim se refere, sempre me deixa dar algumas voltinhas. Mas no fundo quero me sentir mais livre. Assim como foram nossos ancestrais que viviam livres, felizes e soltos. Passavam até alguma fome por falta de caças e bichos que comer. Mas, não viviam cativos e prisioneiros.
- Nisso interveio bidu. Eu já sofri horrores nas mãos dos humanos. Nossa vocação, bem sabe o amigo, é a liberdade, os campos e a alegria. Comer aquelas rações, tudo de forma temperada, sequer mudam o cheiro e o sabor das nossas refeições.
- Tem razão bidu. Além do que até nossa média de idade vem caindo. Antes se esperava  viver 20 anos, 30 anos.  Agora, não. Tenho visto amigos morrer com 10 anos, 12 anos. Parece que as doenças dos humanos nos contaminaram e morremos de tudo. De enfarte, de coração, de rins, de estômago; até de câncer; tenho visto muitos caninos bater as botas. Ou esticar as canelas como dizem no vulgar.
Nesse entretempo revoou um bando de pardal de uma fileira de macega , e assustou os dois fugitivos cães, que que se esgueiraram num canteiro de capim puba, e esvairam como fumaça.
É assim a língua canina. Agora imagine como seria, se todos entendessem não só a língua dos animais de “estimação” , mas o idioma dos vegetais. Quanto lamento, quantos queixumes.
Melhor a humanidade permanecer analfabeta no idiobotânico e na língua dos animais. Já bastam os nossos vales de lágrimas e outras praças de lamentações.  Dezembro/2017.   

O bom ou mau exemplo

                             A PEDAGOGIA QUE VEM DO  LADRÃO
 João Joaquim  



Há um provérbio ou ditado popular que afirma: -Uma forma de se educar um filho ou uma criança é com o exemplo - Quanta sabedoria e verdade contem essa afirmação. Os ditados e sentenças, frutos da criação das pessoas, de um grupo social têm muito de sociologia, de antropologia e filosofia. Porque tais afirmações não são oriundas de simples opinião individual. Elas resultam de observações e vivências diárias de uma sociedade, de conclusões e experiências  concretas extraídos da vida diária  e são passadas entre gerações de pessoas. São muito mais coerentes e convincentes do que a Estatística, Ciência que  lida com números, dados e porcentagens. Enfim os provérbios têm muito de Ciência sem empregar ensaios científicos.
Um outro provérbio que trago para esse contexto é aquele que diz: A oportunidade faz o ladrão. Será ? Veremos em seguida.
Tomando então o princípio pedagógico de que uma maneira de se educar um filho ou uma criança começa pelo exemplo. Tome-se como ilustração  aquele princípio de que todos somos filhos dessa pátria chamada Brasil. Com tal consideração, os mandatários máximos da nação seriam figuras e atores na condição de pais de todos os governados.
É uma relação simples, governantes/governados. Fazendo uma analogia com os sistemas políticos da idade média. Quais sejam, do senhor feudal e seus vassalos, súditos e submissos. Política e hierarquicamente falando( do Brasil), mesmo sendo um regime democrático representativo, existem os estratos sociais e administrativos entre governantes e governados, eleitos e eleitores. Trata-se de nossa pátria Brasil. Formamos classes de cidadãos.
Serviços Públicos,  os políticos que nos representam , são escalas e classes em graus de funções e de importância. Assim é o Estamento, assim é uma organização estatal. O que importa é que a dignidade das pessoas seja a mesma. Seria uma configuração geométrica da pirâmide; no ápice têm-se os líderes e chefes de Estado e dos outros poderes, como congresso e judiciário; e na base estão os outros, os governados, os eleitores; enfim o povão.
Fazendo uma apreciação como sujeito, busquei então os fundamentos, as razões de tanta desonestidade, de tantas infrações éticas e legais em nossa sociedade. Nenhum setor da vida tem escapado aos desvios das normas da boa convivência social. Seja  no trânsito, nos ambientes de trabalho, de condomínios, de comércio, de lazer, de cultura. Sequer os ambientes místicos (ou míticos ) escapam aos expedientes e condutas do embuste, da fraude, do engano, do logro, da má fé. Aí têm-se os falsos profetas, falsos administradores, falsos gestores públicos, falsos amigos, falsos em tudo.
Os fundamentos da disseminação da desonra e tanta vilania vêm justamente no provérbio do exemplo como ferramenta pedagógica. Se nosso país(Brasil) , ou melhor, se nossos líderes, chefes e governantes mentem, trapaceiam e roubam eu também vou roubar. Por que não? Essa é a energia que viceja e paira no consciente coletivo, na mente e discernimento dos cidadãos (ãs). O modelo de conduta e inspiração de postura chega de forma vertical, vêm daqueles que sobrepairam a todos os súditos e governados. Em últimas palavras, se um presidente da república, se um chefe ou diretor de um poder legislativo ou judiciário comete fraude, improbidade administrativa ou peculato e até recebe propinas e outras vantagens por que não o cidadão comum e menor não faria o mesmo? Afinal este subalterno e mais humilde se espelha em algum modelo e exemplo como norma de vida. Veja o quanto funcionou o adágio popular – do exemplo como forma de educar.
Do outro adágio - A oportunidade faz o ladrão-  se tiram algumas explicações e conclusões. Em verdade a ocasião não faz o ladrão. Ela o complementa, faz o seu acabamento. Nenhuma oportunidade torna o indivíduo honesto ou ladrão. Ele já o é por índole e vocação. Aquele momento o favorece em sua conduta para o bem ou para o mal. Trata-se, uma vez mais, da atividade política e outras gestões da vida pública. Qualquer que seja a função, o servidor terá a chance de expressar o seu caráter, se para o bem ou para o mal, se para uma conduta ética e honesta ou delituosa e corrupta.
Um cidadão, um servidor público ou político honesto resistirá  a todas as tentações em questões de suborno, de tráfico de influência e de corrupção. Nenhum dinheiro, ouro ou vantagem tornará o seu caráter ou honra venal, mercadoria de negócio, compra e venda.
É o contrário do desonesto e corrupto por educação, exemplo e formação. Para o fim de se locupletar, de enriquecer, de obter vantagem ele será capaz de negociar não só o seu caráter e sua honra, mas até a própria alma. Honesto é honesto sempre. Larápio o é em todo lugar e circunstância.
Desgraçadamente o Brasil está infestado de exemplos de gente do mal , dado a corrupção, roubalheiras e trapaças. E estes são péssimos modelos para nossos adolescentes e jovens em formação .  Felizmente, tem-se do outro lado uma legião de pessoas humildes, honestas, cumpridores das leis e dos melhores exemplos éticos. Estes nos dão esperança de um País e um mundo melhores.    Dezembro/2017.

Alzheimer


                                  PREVENÇÃO  DO MAL DE ALZHEIMER

João Joaquim  


Com o aumento da longevidade sobrevêm na mesma proporção os casos de demências: entre essas a  de maior limitação e danos cognitivos o mal ou doença de Alzheimer. Com muita repetição tenho ouvido de pessoas próximas os relatos de que o pai, o avô, o tio, o engenheiro, o advogado, o dentista, o médico tal, que tinham plena higidez física e mental se viram de hora para outra com a demência de Alzheimer.
Como de muitos sabido as demências refletem um processo natural do envelhecimento. O cérebro entra neste pacote da senescência. A demência de Alzheimer em particular leva o nome de seu 1º descritor e estudioso, o psiquiatra alemão Alois Alzheimer (1864-1915). O caso mais emblemático descrito por esse pesquisador foi em 1906. Referia-se a uma paciente de 51 anos que progressivamente foi perdendo a memória para suas atividades triviais e outras funções  de orientação e cognição.
Os achados necroscópicos e histológicos dessa mulher mostraram depósitos das proteínas beta-amiloide e tau nos neurônios, em especial naquelas áreas cerebrais ligadas à memoria. Passados mais de 100 anos, pouco foi acrescentado aos trabalhos desse genial médico, que merecidamente deu seu próprio nome a essa doença.
Instigado por tanto relato de pessoas próximas com parentes idosos, doentes e falecidos com Alzheimer, decidi por fazer uma metanálise (pesquisa) de artigos sobre a matéria. Porque na verdadeira concepção da ciência   muitas afirmações podem se tornar no futuro puras abobrinhas e confabulações, sobre essa ou aquela doença. Uma verdade hoje, pode ser mentira amanhã .
Dois expedientes ou atitudes são defendidos pelos especialistas com os quais eu penso em uníssono. O primeiro deles se refere ao chamado estilo de vida saudável. Trata-se da mesma estratégia na prevenção das doenças cardiovasculares. Compõe-se de atividade física contínua, abstenção dos vícios de nicotina, álcool e drogas ilícitas, alimentação balanceada e sono de boa qualidade (reparador). O segundo expediente importante refere-se a todas as ações e hábitos para exercitar a memória de forma contínua. E aqui, que fique bem explícito e grifado: exercício da memória de forma contínua.
Nenhum dos trabalhos e artigos lidos fala que estilo de vida saudável ou intensa atividade intelectual,  interrompida depois de 20 ou 30 anos, vá proteger o seu praticante pelo resto da vida, na 3ª  ou 4ª  idade( velhice).
E por que tanta ênfase no caráter de continuidade dessas atitudes preventivas das demências ,seja a senil ou de Alzheimer? E afirmo porque tenho, de ouvida ou entreouvido, constatado o espanto ou surpresa dos aludidos parentes desses idosos(as) vítimas da doença. São essas as referências, são esses os espantos: Ah, mas como pode! Meu pai, minha mãe, meu tio(a); que trabalhou a vida inteira, que era engenheiro, que era professor, que era médico. Como? Ele, ou ela que fez pós graduação, mestrado, doutorado! As respostas a esses pasmos e estranhezas são simples e objetivas. Não importa que o indivíduo na sua vida mais produtiva tenha até se doutorado nessa ou naquela atividade profissional, tido uma intensa atividade intelectual e científica. Na verdade muitos desses veteranos mestres e doutores, aferrados ao trabalho e exímios no que faziam pararam no tempo em termos de exercícios da memória  e com estilo de vida insalubre. Muitos desses modelos aqui citados, estudaram, se tornaram experts no que trabalharamm, mas pararam no tempo como autômatos. Tudo que eles precisavam para bem trabalhar estavam no sistema automático do cérebro( trabalhavam como robôs ). Muitos desses(as) profissionais brilhantes, para agravo do risco de Alzheimer, se aposentam ainda não idosos, com 55 ou 60 anos. E para mais agravo, estacionaram em uma vida sedentária, sua atividade intelectual, de memória ou cerebral.  Muitos desses aposentados de suas atividades profissionais e ex doutores nisso ou naquilo, uma vez inativos, leem de menos, não aprendem nenhuma habilidade a mais, nada mais escrevem ou produzem mentalmente. Seriam ( tais pessoas) como que nunca tivessem tido uma ótima atividade produtiva intelectual. Porque houve descontinuidade.  
Conclusão: todo aquele esplendor  nas universidades, todos os estudos como mestres e doutores foram perdidos. Isto porque não tiveram continuidade. Na mesma analogia que se faz com atividade física para  o coração. Parou, em pouco tempo se tornam como  outros sedentários quaisquer.
Conselho final: quer prevenir de ficar gagá ou caduco (a)? aposente-se da obrigação de todo dia assinar o ponto na escritório ou emprego, mas continue lendo bons livros, treinando matemática, fazendo cruzadas, decifrando enigmas, aprendendo algum idioma, evite o sedentarismo mental e físico  e a depressão. Pronto. Esta a melhor receita  para se tornar um idoso independente, atraente e produtivo, sem demências, e sem Alzheimer.  Lembrete final, cuidado  com os falsos profetas da Saúde e da Medicina, não existe remédio para memória. O melhor medicamento para a memória, é o exercício da própria memoria.    Dez /2017

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...