quinta-feira, 14 de junho de 2018

Alimento sem farra

ALIMENTO NÃO É OBJETO DE FARRA NEM DE PRAZER SEXUAL  

João Joaquim


Quando se fala em saúde pública, qualquer doença contagiosa que vem através de alguma epidemia ou surto traz um pânico generalizado nas pessoas. Tivemos por exemplo em anos recentes surtos de zikavirose. O país inteiro entrou em polvorosa. Não que o vírus zika mata, mas pelos riscos de microcefalia em filhos de mães que teve a infecção nos primeiros meses de gestação. Depois houve meses com o recrudescimento da epidemia de dengue. Foi sintetizada a vacina, mas, daí concluiu-se que só se pode tomar quem já teve a doença. Ou seja, a vacina para que não teve a infecção é mais grave, porque pode causar reações idênticas às do vírus da doença. Dá para entender?

Dias atrás as pessoas andaram atarantadas com os surtos de febre amarela. E tudo por absoluta ignorância. Basta lembrar que a febre amarela urbana não existe mais no Brasil.
                           
E a febre amarela  silvestre é restrita a algumas áreas de matas que tenham o mosquito hemagogos ou sabethes. Se a pessoa não vai deslocar para regiões rurais de mata, por que o pânico? Tudo se resume a tanta informação e pouca formação para compreender se tem risco ou não!

Agora, ainda, dentro da temática saúde pública. Quando se trata de uma doença crônica, mesmo useira e vezeira no cotidiano das pessoas, ela não traz a mínima preocupação. A explicação psicológica para tal comportamento é a teoria da acomodação ou a popular zona de conforto. É o processo da lenta aceitação daquela condição. Tendo em conta o mecanismo dessas reações das pessoas basta tomar o exemplo da obesidade. Trata-se de uma pandemia que afeta quase 40% das pessoas. A nação americana(E.U.A) é o país que lidera essa triste estatística. A doença guarda uma relação linear com a condição socioeconômica e o grau de desenvolvimento global da sociedade.

Quanto maior a renda per capita, maior a prevalência da obesidade dessa sociedade. Muitas foram e têm sido as explicações para a gênese do excesso ponderal. O que se tem de concreto até o momento é que o fator genético e os distúrbios endócrinos (glândulas) constituem uma minoria dos casos.

Há uma concordância de que a principal causa do ganho de peso é por uma excessiva ingestão de calorias. Mais ingestão de alimentos, menos gasto de energia, e como consequência o acúmulo de gordura corporal. Para tal quantificação tem-se o chamado índice de massa corporal (IMC). Assim tem-se desde uma obesidade leve, até a mórbida, com um amplo espectro de comorbidades( doenças companheiras), como diabetes, hipertensão, etc.

Uma tese por demais convincente  sobre as causas, a origem da obesidade, vem da psicanálise. Para tanto temos que reportar a Sigmund Freud, precursor desse campo das ciências médicas. No estudo da personalidade, segundo Freud, a criança em seu desenvolvimento psicossexual passa pelas etapas ou fases, oral, anal, e se completa com a fase genital, por volta dos 18 anos.
Cada uma dessas etapas deve ser bem transposta e bem resolvida.

No concernente por exemplo a fase oral na formação da personalidade, que vai do nascimento até os 18 meses de idade. Uma estratégia marcante é aquela relativa ao uso da chupeta, do desmame, por quanto tempo  deve-se a mamãe  amamentar a criança? O  hábito da sucção (chupar) o dedo ao que parece não se mostra muito saudável na maturação psicossexual da criança.  A relação da criança, nessa fase oral, com a mãe e sua correta solução e separação serão determinantes na maturação da personalidade no futuro do individuo.

Nessa mesma tese e no mesmo raciocínio, se a fase oral não tem uma fisiológica e construtiva solução e transposição, as sequelas e resquícios psíquicos ficarão para a fase adulta e para sempre.

Como concebido por Freud, na fase oral, todo prazer da criança se concentra na boca.  Em  quase tudo a criança usa o sentido gustativo para ter prazer.
Seria como uma sensibilidade libidinosa, do prazer quase orgástico no uso para tudo do sentido gustativo e do paladar.

A explicação do adulto hiperfágico (come-come) , glutão (comilão), com compulsão alimentar seria esta: resquícios, sequelas não resolvidas da fase oral da infância.
Daí, o prazer quase orgástico com o ato descontrolado de comer e o consequente ganho de peso. Uma bela e convincente explicação para a doença obesidade, que vem de forma muita racional , fisiológica da formação de nossa personalidade. Grande e insuperável Sigmund Freud, que nos surpreende até hoje com suas consistentes e plausíveis teorias. E o melhor, raramente surgem outros cientistas que o contestem e provam o contrário.   Maio/2018.     

Casamento

O CASAMENTO
João Joaquim 

Um feito ou feitos que têm me despertado atenção e curiosidade referem-se às cerimônias de casamento. Mais especificamente aos aparatos burocráticos, religiosos e festivos. De todos sabido, trata-se de uma instituição antiguíssima . A biografia de personagens nobres, ricos e burgueses registram e descrevem como foram os seus ritos esponsalícios.
A história nos descreve muitos casos de casamentos e seus desfechos, felizes ou não. Reis, rainhas e outras pessoas de grande visibilidade sempre tiveram registros históricos de seus rituais nupciais. Alguns exemplos: Cleópatra, Júlio Cesar, Henrique VIII da França, Dom Pedro II. E tantos outros vultos dos tempos atuais, nobres, artistas, bilionários. O caso mais fresquinho é o do príncipe Harry, com a plebeia Meghan Makle, no Reino Unido. Casaram em maio/2018.  Quanta pompa, quantos arranjos , luxos e riqueza. O casamento do príncipe Charles com a princesa Daiane. Pais de Harry. O mundo todo sabe como se deu o começo , o fim do casamento e o fim da vida de Daiane. O mundo todo ficou consternado com sua morte trágica.
Nesta breve digressão, sobre o casamento, este fato tão  comum em todas as famílias, duas são as considerações a se fazer sobre este ato tão solene. A primeira questão seria o preparo material, a segunda de ordem social.
A questão social do casamento se principia no interesse interpessoal e tomemos como modelo a aproximação, contato, afetividade entre um homem e uma mulher. Embora na abrangência dos direitos humanos e nos modernos arranjos familiares, existem as já oficiais uniões estáveis homoafetivas e mesmo os casamentos entre indivíduos do mesmo sexo. Assim o decidiu a nossa suprema corte de justiça, o supremo tribunal federal. São diferenças, inovações e evolução social do ser humano (sic). Assim o declara os grupos de direitos humanos. Assim o amparam nossas leis. Ainda não consta da Constituição, mas de legislação infraconstitucional .
Se reveste de bom alvitre, em se falando de casamento, fazer um paralelo entre o casamento tradicional, dos idos tempos antes da internet e mídias digitais e o casamento dos tempos pós internet. Para uma melhor retrospectiva, torna-se de valor histórico revisitar de como se dava as uniões conjugais até início do século XX, décadas antes do surgimento da televisão, no Brasil. Como se dava a aproximação do rapaz e da moça? Havia muita participação das duas famílias. Mais precisamente dos chefes de família (regime patriarcal). Os pais desses jovens, muitas vezes, como que negociavam esse casamento. Muita vez, esses futuros namorados eram os últimos a saber do namoro e interesse das famílias nessa aproximação, no noivado e casamento. Um costume que ao crivo de hoje fere os sentimentos, e os direitos das pessoas da livre escolha, do gostar ou não de alguém, para daí  se dar  um namoro, as bodas nupciais.  Casar nos moldes antigos, se parecia com um negócio entre dois proprietários. De um lado o pai do noivo, de outro o pai da noiva.
É bom que se registre que esse expediente de arranjo conjugal se dava em todas as classes sociais. Fossem as pessoas ou indivíduos comuns, plebeus, burgueses ou nobres. E talvez, tal costume tenha de fato sido copiado e imitado dos nobres e ricos, pela influência e grande visibilidade que sempre exerciam essas pessoas , na cultura e nos costumes. 
O modelo de união conjugal com a participação da indicação e arranjo dos pais praticamente não se vê mais no início do século XXI. Em tempo, e vale como exemplo, o casamento de D. Pedro II com Teresa Cristina de Bourbon, foi negociado antes dele conhecer a noiva. As bodas nupciais foram negociadas diplomaticamente.
A história nos conta que houve até decepção por parte do imperador quando recebeu a noiva. Coisas daqueles difíceis tempos de comunicação que eram meados do século XIX. Mas, enfim, eles casaram e viveram infelizes por muitos e muitos anos.
Muitas das formalidades, protocolos, questões decorativas do casamento tradicional ainda são vistas nos dias de hoje (era pós internet). São expedientes característicos os  ritos religiosos, quando muito colorido, arranjo musical e indumentária protocolar são exibidos. São itens de alto custo monetário e muito envolvimento pessoal, a cargo e de responsabilidade majoritariamente da noiva. Existem empresas especialistas   em casamento, em cerimônias conjugais.
Toda esse arranjo, rituais e protocolos do chamado casamento tradicional dos idos anos de 1900, até meados de 1950, vêm perdendo vez e espaço para as uniões conjugais dos tempos modernos virtuais. Referidas transformações se veem nas próprias relações iniciais de namoro.
A internet e suas ubíquas redes sociais, dos anos 2000,  tornaram as comunicações pessoais mais rápidas, instantâneas e fluidas. Conforme teoria de Zigmunt Bauman (1925-2017 ), vivemos com a internet a chamada modernidade líquida, fluida, superficial. Isto significa o que? Que as relações humanas são frágeis, inseguras, sem os ritos protocolares rígidos de antes. No lugar daquele namoro prolongado, de conquistas, de admiração e encantamento pelo outro, os jovens adotaram o expediente do ficar juntos. Eles se encontram e  têm contatos sem compromisso. Não deu certo esse relacionamento, partem para outras relações com outras pessoas; nada é permanente. É a modernidade líquida, fluida, solúvel.
O casamento tradicional, de ritos de conquista, de encantamento inicial vêm se tornando um fato histórico. Com a modernidade líquida e digital, casa se até pela internet. Sem meias palavras, sem cerimônias, sem festas. Até os cartórios com o casamento civil vêm perdendo a vez e importância.
Causa-me também uma certa curiosidade, estranheza, perplexidade, às vezes, observar e assistir em nossos dias, o quanto certos casamentos revestidos de tanto luxo, protocolos, festividades, despesas, muitas celebrações, juras de amor eterno, de tanta cumplicidade e felicidade; e passados alguns anos, tudo deságua em divórcios dramáticos, ódios, acusações, agressões  pessoais ou físicas , entre outros dissabores.
Eu penso que o casamento deveria ser desburocratizado em tudo. Como tem sido as novas tendências da época digital. O que é mais importante é o pacto de cumplicidade e solidariedade entre os dois. Para que tantos protocolos, contrato civil, religioso, padrinhos, testemunhas, papeis, despesas vultosas, dívidas. Para quê, se depois pode desandar tudo e ter que desfazer a sociedade ? A mim, tais rituais sofrem , ainda, uma grande influência das igrejas, especialmente da Católica. Até quando ?
São fatos e feitos dos tempos pós-internet. E pelo cheiro da brilhantina, vêm mais mudanças por aí. A conferir.   Maio/2018.  

Febeapá

UM FESTIVAL DE BESTEIRAS DOS TEMPOS DIGITAIS

João Joaquim  


Nós brasileiros atingimos um grau tão requintado de fealdade em todas as searas da vida que mais me lembra a criação do Stanislaw Ponte Preta. O Sérgio Porto. Nos idos anos de 1966, ele escreveu um livro estilo panfletário, muito satírico em que fazia críticas acerbas e cômicas às autoridades do regime militar. É o seu divertido Febeapá -  Festival de besteiras que assola o país. Pena que esse brilhante autor morreu em seguida a edição do livro. Fosse vivo, hoje, teria terreno fértil para muitos febeapás. A obra mostra por exemplo o quanto os agentes de governo exerciam a função com muita truculência e autoritarismo e muito déficit cognitivo.
Vejam esta pérola do livro como amostra grátis: “ foi então que no teatro municipal de São Paulo passava a peça clássica Electra. Nesse Teatro compareceram  alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça. Ele foi  acusado de subversão. Mal sabiam o delegado e seus agentes da repressão que Sófocles  havia  falecido em 406 a. C. “ Além desta, muitas outras pérolas estão lá. Valem elas o prazer de ser revisitadas.
Ao fazer esta digressão por alguns fatos de nossos dias rendo aqui minhas homenagens a esse grande autor que foi Sérgio Porto, no heterônimo de Stanislaw Ponte Preta.
As besteiras e esquisitices a que assistimos hoje em dia brotam de todos os cenários da vida. Seja da política, da cultura, do esporte, dos costumes, das relações sociais as mais variadas. Mas têm sido a política e seus agentes os que mais contribuem para o festival de fatos e feitos que extrapolam o senso comum de normalidade, licitude, legalidade, ética e honestidade.
Falando um pouco de nossa história recente. Quando se faz uma comparação dos presidentes do regime militar (1964-1985) com aqueles após a redemocratização fica bem demonstrados nossos acontecimentos esdrúxulos e fora do eixo. Vejamos: os chefes de estado da ditadura militar, Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Ernesto Geisel e Figueiredo, entraram pobre e saíram quase indigentes. Agora com a democracia atual, temos quatro: Collor, Lula, Dilma e Michel Temer. Todos  encalacrados com a justiça. Desses, Luiz Inácio Lula da Silva, já está condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia e preso em Curitiba PR.  Ou seja, já é muita esquisitice para um período tão curto de redemocratização.
Outras vigas e pilares fora do eixo se dão quando vários de nossos representantes do Executivo e congresso estão com vários inquéritos e processos nas costas. Não ficam só por aí nossas coisas fora de prumo. Isto no que toca às funções de governo e nossos membros do parlamento. E é para lamento mesmo, a imagem que esses representantes do povo passam para a sociedade daqui e alhures.
E os candidatos tachados de fichas-sujas? Esses mesmos que têm uma folha corrida tão suja quanto chão batido de galinheiro. O mais melancólico é constatar que esses tais lutam com unhas e dentes para retornar ao múnus público perdido. Sejam de deputado, senador, governador, presidente desse e outro órgão.
Essa tem sido a via crucis de nosso ilustre ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva ,o homem está todo encalacrado de inquéritos,  processos judiciais, denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro e mesmo assim luta e reluta por ser novamente candidato a presidente. Pior do que isto, ele está condenado em 2ª instância a cumprir pena na cadeia. Com tudo isto, ele e seu séquito de bajuladores desafiam e  mofam da justiça;  e ameaçam que não acatarão  a decisão judicial de prisão. Quer coisas mais estapafúrdias ou bestas do que essas?
Abstraindo do reino da política e divertindo-se com o festival de futilidades e baixarias da cultura. Na música por exemplo. O que dizer de um país onde músicas e suas letras (anti-poesia) fazem apologia ao consumo de drogas ilícitas e prostituição? Muitas dessas  estão no topo das paradas. Só como tira gosto. Olhem este refrão:  “ Que tiro foi este”?  da cantora Jojo Todinho. Uma clara referência aos estampidos e pipocos dos projéteis que cruzam o Rio de Janeiro. Uma rotina para os cariocas, a convivência com a violência do crime organizado que tomou conta do Estado.
Ou este “ vai, malandra” , de Anita. Detalhes; nos shows e exibição dessas músicas, suas vocalistas e autoras se vestem em trajes (ou falta deles) os mais sumários. E os trejeitos, meneios e coreografias são de refinada pornografia, sexismo e striptease. Fica só uma pergunta: o que tem a ver música (quanta ofensa às musas da música) com erotismo e pornografia e incentivo ao consumo de drogas como maconha ,cocaína e outros baseados de alto poder destrutivo de pessoas e de famílias ?
Em conclusão, este é o país em que vivemos, em pleno século da informática e da internet. Em lugar de luzes, ideias e inspiração, vê-se um mundo de trevas, tomado de cretinismo, mediocridade,  insensatez e devassidão!   maio/2018.

Livre-arbítrio sem ética

O LIVRE-ARBÍTRIO TRAZ EMBUTIDO UM ESCÁRNIO ÉTICO
João Joaquim 

Uma questão por demais sensível que sempre tem me deixado curioso e interrogativo tem sido a bipolaridade em que vivem as pessoas. Questão a que podemos também nominar de dualidade, ambivalência, dilema entre outras. Mas, bipolaridade se revela mais adequado a essa tendência que pode se definir como se segue. Até na política estamos vivendo a chamada polarização .
Antes dessa conceituação faz-se necessário, por ser ilustrativo o chamado dilema( ou paradoxo)  do asno de Buridan. Foi uma experiência do filósofo francês Jean Buridan. Também chamado de escolha de Buridan. Seria uma experiência para também ilustrar o livre-arbítrio. A experiência consistiu em colocar de forma equidistante de um burro um pacote de feno e um balde de água. E o animal com fome e sede teria que fazer a escolha. Ele usando de sua “racionalidade” iria morrer de fome e/ou sede! O que fazer?  Matar a fome ou sede ? Ou morrer da carência de ambos?. Eis o dilema.
Vamos falar sore o livre-arbítrio (também chamado livre-alvedrio). Há uma concepção filosófica (ou metafísica) e uma teológica. Para melhor concepção a semântica e a filologia podem nos permitir a sua desmistificação para os dias de hoje. Arbítrio pode ser entendido como vontade. Assim seria a livre vontade do gênero humano em decidir sobre seus desejos, planos, projetos ou objetivos dos aludidos desejos. Planos projetos, objetos de desejo (lato sensu) são infinitos e incluem até nossos sentimentos, nossa crença ou amor em Deus (ser ou não crente em Deus). Ser incrédulo, agnóstico; ser ateu ou fiel ao criador. Até tais sentimentos, ou concepções se regem pelo livre-arbítrio. Assim seguem os indivíduos em suas humanas lidas de exercer a sua livre-vontade ou livre-arbítrio.
No concernente à natureza ética e moral, estaria toda forma de livre-arbítrio correta e justo quanto à liberdade do livre agir, da livre ação? Imaginemos o exercício da livre-vontade na atitude de um usuário de drogas ilícitas. Um alcoólatra que também por décadas agiu com a prerrogativa de com tal dependência trazer dissabores, desavenças, conflitos conjugais entre outros transtornos sociais ainda na sua plena higidez física e mental . Mas  o tempo corre, esse alcoólatra vai ter  tantas doenças e se tornar agora um doente com sequelas e perenemente incapacitado para sua vida laborativa e atividades sociais.
O que dizer agora daquela livre-vontade de se entregar a um vício tão nocivo e agora depender de tanto sacrifício se seus cuidadores? ( filhos , parentes, enfermeiros, profissionais de saúde). Que significado ético teve o livre-arbítrio desse alcoólatra para com seus familiares e parentes que com ele se coabitavam? O mesmo raciocínio ético e moral se pode fazer com muitas outras experiências e opções de relações do homem com os seus semelhantes e meio-ambiente. Assim ocorre com o livre-arbítrio do cocainômano , um maconha-dependente etc. Assim naquela livre escolha, o sujeito dessa liberdade jogou fora todos os postulados éticos e morais no concernente àqueles à sua volta, seus familiares, filhos, cônjuges , cuidadores.
A bipolaridade tem muito a ver, muitos pontos de comunhão com a prerrogativa do livre-arbítrio. Muitos são os cenários da vida em que ela se manifesta. Até mesmo como bem o ilustra o fenômeno mórbido psíquico denominado transtorno bipolar, originalmente intitulado psicose maníaco-depressiva. Tal afecção psiquiátrica se caracteriza pela bipolaridade humor alegre e humor triste. Assim tem-se o polo maníaco onde o indivíduo doente se mostra muito expansivo, ridente e hilariante. E o polo depressivo quando o paciente se torna ensimesmado, introspectivo, retraído, triste e sem alegria (anedonia). Nesse caso mórbido, que fique assentado:  o indivíduo é inocente, inimputável, neutro, sem culpa porque ele é vítima de um transtorno da fisiologia mental e cerebral, com sua homeostase neuropsíquica doente e precisa de psicotrópicos e psicoterapia.
Assim se dá a bipolaridade em muitas esferas do convívio humano. No econômico, quando o indivíduo tem a opção de ter um estilo de vida mais simples, sóbrio e frugal; mas,  não resiste aos apelos do marketing do consumo, da vaidade e da imagem. Para tanto ele se opta para esse outro polo de vida com endividamento e financiamentos a taxas e juros escorchantes a perder vista. Como consequência, nome inscrito em órgãos de inadimplentes e estado de falência. E nessa borrasca de irresponsabilidades podem muitos familiares e amigos ser levados de roldão.
De igual forma  se dá no âmbito conjugal, assim se dá no campo profissional. É o viés ou inclinação do ser humano a essa dualidade, a não se firmar e decidir sem hesitação a uma opção de escolha. Tal bipolaridade é encontradiça até numa questão sanitária de grande relevância e prevalência, o controle ponderal. Quantos não sãos os indivíduo no seu perpétuo movimento do engorda e emagrece. É um demonstrativo bem consistente da condição hoje tão presente da bipolaridade humana, em tantos cenários da vida. Mas, que é muito merencório e instigante, da personalidade e das reações e expedientes do bicho homem, com os outros de sua espécie, disso ninguém diverge. Maio/2018.

Retrocesso

O HOMEM NO SEU RETROCESSO, APESAR DO PROGRESSO

João Joaquim 

        
Quando avaliamos o nosso desenvolvimento tecnológico, nosso progresso científico, nossas conquistas sociais, etc; fica uma impressão bem patente. Fica a sensação que o animal humano (homem ou mulher) não está sabendo lidar com essa evolução, em todos os campos do conhecimento. E em tão sensível questão não há exemplo mais contundente e robusto do que todos os recursos da internet com suas tão ubíquas (universais) redes sociais. Nem digo tanto nos dispositivos de informática: e quando me refiro à informática, significa apenas os instrumentos, objetos de armazenamento de dados como o disco rígido de um computador, um cd, dvd, cartão ou pendrive.
Quando refiro-me então ao fato de as pessoas não estar aptas, preparadas em lidar com esta e aquela tecnologia eu me fundamento na exemplo da internet. Recurso que pode ser classificado como uma das maravilhas da era moderna, tamanho é o seu poder de enriquecer a vida de cada usuário, seja no sentido de entretenimento, da aquisição de informação e da cultura. Cada um ao seu gosto e preferência a utilizará como melhor lhe aprouver. 
Todavia, não têm sido esta a prática e a realidade. Da internet tem se extraído muita informação, notícias, troca de mensagens e até uma profusão de fofocas, mentiras e “fake News”, mas muito pouco de formação, cultura, conteúdo ético e aquisição técnica e científica (formação profissional). 
Quando se retrocede um pouco ao advento da informática, internet e redes sociais, temos duas conquistas que servem de comparação. Os avanços da tecnologia de energia nuclear e a televisão. Quando se analisa as técnicas no emprego da radioatividade, não ficam dúvidas de sua grande utilidade para a saúde humana. São exemplos o emprego de radioterapia para múltiplas indicações médicas e outras fontes de energia. Por outro lado, temos a sua destinação para o mal, para a destruição e ameaças. São os casos das bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, na 2ª  guerra mundial. O mesmo se diz das constantes ameaças dos países inimigos, a exemplo de EEUU e Coréia do Norte, EEUU e Irã. A humanidade dorme e acorda em polvorosa. Sobressaltada pelo temor do fim do mundo, se algumas ogivas forem lançadas nos países inimigos. O perigo é real, e muitos ditadores andam fuzilando ameaças. Contra , por exemplo ,o imperialismo americano. 
Portanto, os avanços científicos e tecnológicos no emprego dos elementos radioativos (urânio, hidrogênio, cobalto, plutônio) são provas irrefutáveis da pouca sabedoria humana em lidar com o progresso e descobertos científicas.
No tocante à invenção e descoberta da televisão, faz-se a mesma indagação. Em que grau, em que consistência ela contribuiu na formação cultural, profissional e ética do homem (gênero)? Não se têm mostras, provas claras nesse sentido. É possível que ela venha disseminando mais contracultura, incivilidade e baixarias antes que enriquecimento cultural, cívico e social para as pessoas. Para tal confirmação basta que o consumidor (telespectador) sente-se no sofá e faça em tur pelos canais abertos (sem assinatura).
Na maioria dessas redes televisivas encontrar-se-ão os intitulados realities shows ou big Brothers do Brasil (BBB), os programas policiais ao vivo e em cores e muitas outras abobrinhas e futilidades. Salva-se um ou outro canal de valor cultural ou social.
E assim caminhou e progrediu a humanidade e estamos na tão decantada (exaltada) e celebrada hipermodernidade digital. A maioria das pessoas vive numa cultura líquida e fluida. Nada é permanente ou sólido. Nesse sentido, a internet e suas redes sociais têm um papel fundamental. Elas que foram concebidas e criadas para troca de cultura, de informações e de conteúdos tecnocientíficos se transformaram em ferramentas de desinformação, de deformação de caráter e de costumes; enfim numa rede de boatos, fofocas, mentiras e futilidades. Vivemos a era também chamada de imbecilização ou idiotização da sociedade. Provas vivas e fresquinhas de como o ser humano não soube aprovar e lidar com as próprias conquistas e progresso. Os maiores provedores de Internet nada ou pouco investem em cultura de qualidade, em inforamações cosntrutivas e formadoras de cultura, de profissionalismo ou participação social e política. Todas essas redes de provedores( facebook, google, whatsApp, Twitter) estão muito preocupadas em criar uma horda, um população de consumidores e usuários de seus serviços e dos produtos de seus patrocinadores. Nada além disso, e pelo jeito a coisa vai piorar. 

Felicidade sem dor

A FELICIDADE SE GRACIOSA NÃO TEM SEM SABOR
João Joaquim  


Em todas as épocas, em todas as culturas e civilizações, as pessoas enfrentam o que se pode chamar de as durezas da vida. E não só pela crueldade que a própria vida pode nos dar, mas por muitos outros fatores gerados, perpetrados pelas próprias pessoas. Ou seja, sendo essas pessoas os sujeitos ativos dessas crueldades e tornando outras pessoas vítimas desse processo.
Há uma frase popular que afirma: o bom dessa vida é a vida que a gente leva. Vamos dissecar e desmistificar aqui o ressignificado dessa afirmação. Mais seletiva e especificamente o segmento vida que a gente leva. Vida leve, com leveza e serenidade seria o ideal da vida a levar. É possível que sempre tenha havido, mas, hoje mais do que nunca parece haver mais mediocridade e banalização no jeito de levar a vida. A humanidade, de fato e de concreto, atingiu um alto grau de progresso, de desenvolvimento, de avanços tecnológicos e científicos. Disso ninguém em sã e lúcida consciência vai divergir porque as provas e as próprias invenções estão ao alcance de todos como testemunhas vivas e ambulantes. Que o atestam os próprios meios e aparelhos de comunicação dos quais todos fazem uso. São exemplos os objetos de mídia e de informática como os tablets, os ipads, notebooks e smartphnes. SÃO sinais de avanço e de progresso.
Mas, que dicas e respostas se pode dar à que se leve a vida com leveza e serenidade? Muitos são os choros e lamentações a que passam ter as pessoas diante dos mais diversos imprevistos e infortúnios. E nesse sentido basta lembrar o próprio nascimento. Nenhum triunfo, nenhuma vitória, nenhum troféu ou medalha de bronze, de prata ou de ouro se consegue sem um esforço, algum grau de sofrimento e superação dos próprios limites( Super- Ação).
Esse é o primeiro princípio da própria vida. Para tal tome-se como ilustração o próprio nascimento. A invenção e opção da cesariana de fato minimiza e mitiga a dor para a mãe, mas não tanto para o feto e nascituro. Porque ele  passa pela quase via crucis do parto vaginal ou pela apertada incisão da cesariana, aos trancos e choros e palmadas no bumbum ( muitas vezes), para chorar e respirar.
Essa Perda do aconchego uterino do recém nascido , da proteção do ventre materno e agora ter que respirar e buscar o leite materno de forma ativa e plangente. É o primeiro e mais candente modelo de superação de dor, imprevisto e crueldade humana. E ele será feliz, se tiver os cuidados pater e maternais comuns a todos os animais, irracionais ou não .
Ora! E assim prosseguem as reflexões da leveza com que levar a vida. Mas, com a lucidez e consciência da infinita aptidão para a superação. Superar significa vencer, dominar, ultrapassar, pular ou atravessar um obstáculo, algum inimigo ou infortúnio. É ir além do ordinário, do comum de nossas ações (super-ação). E nesse sentido o período do trabalho (dor, sofrimento) do parto para o nascituro e parturiente é simbólico e emblemático.
Quantos e quantos não são os exemplos que podemos tirar do cotidiano humano nesse sentido. Muitos são os desafios, os imprevistos e durezas a que todos estão em risco. Assim pode suceder no sentido econômico e da carreira profissional, na integridade física e da saúde, nas relações sociais e conjugais.
Não é incomum que na trajetória de vida, cada pessoa perca um emprego, sofra um abalo na expectativa de ascensão  funcional ou tenha algum prejuízo financeiro. Nessa circunstância, se deprimir e inferiorizar jamais. Cada um e uma têm plenas condições de reagir, de com uma atitude ativa vencer, pular; enfim de superar tal imprevisto. E superar significa alcançar um grau qualificativo e de excelência acima do que foi perdido inesperadamente. O mesmo se afirma para um dano econômico ou financeiro.
Pode parecer difícil ou impossível, mas tome-se um caso concreto de uma sequela funcional, orgânica ou física. Como exemplo, uma amputação de membro, paralisia qualquer, um déficit visual(cegueira). Trata-se, por obvio, de uma condição imutável. A medicina e ninguém vão reverter tal crueldade e imprevisto que algum infortúnio patológico ou acidental nos impôs. Nenhum resmungo, lamentação, ou choro vão mudar a nova realidade. O que nos sobra? Superar, readaptar e viver com alegria a mesma felicidade de uma pessoa normal. E nesse sentido não faltam inúmeros exemplos ao nosso redor,  de pessoas readaptadas, uma vez vítimas de tais infortúnios e crueldades, seja por ação da natureza, algum revés, ou mesmo de outras pessoas. Imagine-se o caso de uma amputação de um braço, uma perna, a perda total da visão por uma doença inflamatória ou degenerativa. Seja ou não com uma prótese, órtese, a vida pode e deve ser readaptada e tocada com uma ressignificação e temperada com leveza, otimismo, produtividade e alegria. Esses indivíduos nos motivam, devemos mirar em seus exemplos e superação.
No tocante às relações sociais têm-se as mesmas diretrizes e recomendações. Quantas não são as pessoas que incompatíveis numa convivência mais próximas devem ser distanciadas e desconectadas de maior intimidade. De mesma natureza nas mais variadas formas de laços conjugais. São milhares os exemplos vistos no cotidiano das pessoas. O amor tem analogia com as reações fisioquímicas. Os componentes ou cônjuges uma vez incompatíveis podem gerar reações nocivas, virulentas ou venenosas. E dessas ralações inarmônicas, desajustadas, nocivas, odiosas, etc,  muitas tragédias pessoais e familiares podem surgir . Para quê? 
Que cada qual torne a vida mais leve e a leve com ternura e mais leveza. Ao modo e jeito de cada um . Para isso é até significativo que cada pessoa aprenda a respeitar a alteridade. Nunca devo querer no outro o meu alter ego. Jamais. O BELO da vida são as diferenças, porque do contrário seria um só tédio, um monocórdio, uma música de uma lnota só. Imagina isso! Seria horrível .    08  Maio /2018.

Dinheiro

DINHEIRO PODE E/OU NÃO TRAZER FELICIDADE
João Joaquim  

Em meus escritos semanais nunca falei em dinheiro. Primeiro porque não sou economista e depois porque fui educado compulsoriamente a não depender desse indigitado bem para a plena felicidade; embora ciente que ele (dinheiro) integra os itens da felicidade e sobrevivência da maioria das pessoas, inclusive a minha.
 Ainda me lembra aquela emblemática frase de placa de caminhão, que bem expressa o que pensam muitas pessoas sobre o “vil metal”. Ei-la: “Dinheiro não traz felicidade, dê o seu para mim e seja muito feliz”. Aqui está bem revelado o espírito da coisa, sua excelência, o dinheiro. Não há saída para falar em dinheiro, sem falar em economia. É aquela ciência ou conjunto técnico que trata não só do dinheiro em si, mas sobretudo dos bens de produção, sua distribuição e relação de consumo.
 Uma curiosidade é que o verbete economia tem a mesma origem de casa ou domicílio e com uma explicação justa e coerente. Economia, vem do grego oikos, casa, domicílio. E aqui vem as razões.
A criação da economia, sistematização de normas, regras e preceitos no manuseio de bens, de patrimônio, de custos e receitas, de tudo quanto há nesse mundo teve inspiração numa figura pouco lembrada até pelos próprios especialistas, os economistas. Trata-se aqui da própria dona-de-casa. Há um termo, caindo em desuso para se referir ao ofício da mulher dona-de-casa, prendas domésticas, é o nome oficial da profissão (em desuso) de cuidar de todas as atividades da casa, do lar, da família.
Basta entendermos que uma casa, uma residência, o lar , enfim,  funciona nos moldes de uma empresa. Portanto, nada mais justo e digno, a ciência dos bens, patrimônio e dinheiro, a tão aclamada economia ter se inspirado na quase esquecida profissão de prendas domésticas, a injusta e quase esquecida e pouco valorizada  dona-de-casa. Ela deve ser considerada a vanguardista e primeira economista da história da humanidade.
Esse conjunto de regras, taxas, índices; enfim, o tal do economês, uma boa dona-de-casa sabe de cor e salteado. E tudo sem calculadora, tabela ou planilha Exel. No frigir de tudo e análise de bens e patrimônio, todos, literalmente, todos deveriam ter noções, fundamentos práticos de economia e dinheiro.
Não tem como desvincular dinheiro de economia, com a qual até se confunde. Quase sempre quando se depara com um economista, fica a impressão que ele pisca cifrão, real, dólar e euro. E quando se busca nas origens, o dinheiro tem uma história muito curiosa. Começa pelo seu léxico e semântica. O termo tem várias origens. Por exemplo do grego bizantino. Bizâncio era uma cidade grega, depois virou Constantinopla e atualmente Istambul, capital da Turquia.  Ou  seja, é uma palavra nascida bem antes de Cristo e da filosofia grega.
No latim (influência do antigo império romano) dinheiro  se grafa denarius, vem de deni e significa uma dezena. O dinar por exemplo ainda é a moeda oficial da Argélia, do Barein, do Iraque, Jordânia, Líbia e Macedônia. Quando criança eu ouvia algumas lendas e alegorias de que há uma divindade do dinheiro, que se maltratada e contrariada pode deixar o ofensor ou agressor na lona, sem nada, quando tudo que o sujeito faz anda para trás. Ou seja, tudo dá errado.
Eu sempre tive tais relatos como fantasia e mitos. Mas, depois de maduro e calejado pela vida começo a desconfiar de algum ente, um nume qualquer que rege nossa relação do homem com o dinheiro. Temos que imaginá-lo não como a única e última condição para a felicidade. Ele contribui como parte, não como essência, porque antes da essência temos a existência que deve se sustentar em muitos outros valores imateriais, espirituais e metafísicos.
Na era pós internet, virtual e grandemente digitalizada, tem havido como que um culto, uma religião ao materialismo, ao dinheiro. Nossos tempos da chamada hipermodernidade têm levado as pessoas a outro sistema de vida, ao consumismo. É a modernidade liquida , conforme teoria de Sigmunt Bauman( filósofo polonês , 192-2017). Nós nos tornamos consumidores. De tudo. Do material, da posse, do ser visível e curtido (likes) nas redes sociais, na imprensa, nas mídias. As redes sociais se tornaram os objetos mais consumidos pelas pessoas. Para tanto, elas custam dinheiro porque os instrumentos (smartphones), custam muito dinheiro. E o estado online também custa dinheiro, porque as operadoras cobram alto pelos sistemas, 3G, 4G, até o XG.  
Dinheiro não é tudo, nem essencial porque antes disso eu sou um ser existencial. Dinheiro e economia. Se mal compreendidos nos trazem muita agonia. O que se tem de consenso é que se deve lidar racionalmente com ele. Se não é  tudo, tem hora que ele faz muita diferença mesmo. Maio/2018

Necedade especial

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