sexta-feira, 31 de março de 2017

BESTEIROL...

COMO ACREDITAR NO BESTEIROL DAS MÍDIAS ANTISSOCIAIS

João Joaquim  

  O nosso cérebro e  nossa inteligência emocional têm uma certa  propensão em acreditar em quase tudo que nos é apresentado. Tratam-se de mecanismos os mais complexos e inextricáveis de nossas faculdades cognitivas e de nossa percepção das coisas. É o circuito fisiológico de compreensão do   mundo  concreto, do abstrato; de tudo sensitivo à nossa volta .
São estruturas, conexões, sinapses nervosas e psíquicas que são postas à luz para estudo das ciências médicas, da neurociência, da neurofisiologia. Contudo, jamais se tornarão compreendidas na sua inteireza, de como se dá o processo na mente e cérebro de cada pessoa.
Três são os conceitos que se fazem necessários para melhor situar tais questões . Temos assim a intuição, a fé e a  ciência em cada realidade. Usaremos cada uma dessas a depender da realidade que se nos  apresenta e do cabedal moral, educacional, e de formação do indivíduo. Intuição e fé se confundem. Se tenho algum fenômeno ou concepção que não  posso ver, palpar e comprovar , eu vou me valer da fé ou da intuição para ter aquilo como real e verdadeiro. Deus por exemplo. Eu não o vejo, mas tenho fé e intuição que ele existe. É impossível à ciência provar a existência de  Deus.
Assim ocorre com outras ideias, possibilidades e promessas que se nos apresentam. Tudo vai depender então do nível educacional, da sugestionabilidade, da sensibilidade e vulnerabilidade pessoal em se tornar crente, crível e acreditador no que se ouve, vê e percebe.
Sem se valer de termos muito fosfóricos ou meramente retóricos ,vamos tomar alguns exemplos práticos e repetitivos nos cenários sociais, políticos , recreativos e até religiosos para clarear mais as teses postas na abertura dessa matéria.
No âmbito social.  Como explicar o fato de um personagem que  de uma hora para outra, se torna uma referência e padrão nos comportamentos e num estilo de vida o mais esperado da sociedade? Aqui pode-se tomar vários itens como o corte de cabelo, o tom da gravata, o tipo de roupa; até nos adereços estéticos como tatuagens e cor das roupas. O poder de influência é tão rápido e tamanho que muitos se tornam profissionais e mercadores de tais tendências. A internet e redes antissociais (ou sociais) estão  povoadas desses exemplo. Há os tipos para todos os gostos. Até “ dress personal ou sexy personal”( técnicos de roupas pessoais e técnicos sexuais) se encontram. Acesse a internet, ligue em alguns canais de TV, e tem-se lá o gosto de cada consumidor.
No mundo político, como compreender a manipulação que muitos líderes e governantes fazem com as multidões e massas populares? Tem-se o nome do processo, mas como a psiquiatria e sociologia desnudariam a tal da lavagem cerebral a que muitas são submetidos?
Tomemos os casos concretos e próximos de nós. O fenômeno atrativo e de influência provocado pelo ex-presidente Lula da Silva e do deputado (capitão reformado do exército) Jair Bolsonaro? Com tudo que se sabe da personalidade, da ideologia, do projeto político dessas figuras públicas;  como entender a mente e discernimento dos seus seguidores e legiões de eleitores que eles detêm? São rebanhos e claques aos milhões que eles arregimentam em cada discurso, em cada preleção de suas ideologias.
No cenário recreativo, de entretenimento e “cultural”. Como se dá a gênese e funcionamento cerebral (emocional) dos milhões de adeptos aos tais “ídolos” e “heróis” desses e outros ramos de diversão, do esporte, da música, das modas de roupa, da culinária e outros usos e utensílios na rotina de vida das pessoas?
Palavras de honra! Por mais que me esforce, eu não consigo alcançar tal entendimento!
No vasto mundo das religiões, das crenças e das doutrinas. Nesse cenário estão os exemplos mais numerosos e explícitos dos fenômenos da acreditação, da inteligência emocional e fé das pessoas. O processo aqui é o mesmo que empregam os profissionais da política. É a força exercida da oratória, pelos discursos ornados das grandiloquentes figuras de linguagem. A influência retórica é a mesma empregada pelos pastores, pregadores e evangelistas.
Um bom padre, pastor evangélico e bom orador vão se valer em suas homilias, pregações e prédicas desses efeitos persuasivos e aterrorizantes das palavras e conceitos expressos a causar impacto e obediência tácita de quem se torna contrito e sugestionável a esse processo. Assim viviam os sofistas da antiga Grécia, assim pregava o grandiloquente Padre Vieira, que com seus sermões fazia tremer até os peixes de rios e mares.
São os mesmos princípios e influência empregados por Shakespeare e Miguel de Cervantes em suas obras Hamlet e Dom Quixote. Por isso que são obras de arte e tragédias de valor e efeitos atemporais. Porque elas são emblemáticas do que são o cérebro, a mente e alma (psique) das pessoas; Falado assim , parece até que sou ferrenhamente cético. Não sou , eu também acredito em muita coisa. Vá lá explicar!   Março/2017. 

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