O malandro Na
dureza /Senta à mesa/Do café/ Bebe um gole/De cachaça/ Acha graça/E dá no
pé (canta chico Buarque).
Tanto a
Psicologia Positivista quanto a Sociologia se
debruçam sobre o desenvolvimento humano. A Psicologia trata muito da evolução
abstrata e emocional da pessoa desde os albores da infância. A Sociologia entra nesse estudo ajudando na
compreensão do bicho humano como um animal racional, político, social e
gregário. O próprio filósofo Aristóteles teorizou sobre o homem como um animal
político (de polis, cidade), de grupo e manada (gregário). Nietzsche igualmente afirmou que somos animais
de manada. Vamos com.....
Quem por
exemplo já leu o magnífico e emblemático livro Robinson Crusoé (autor Daniel
Defoe), vai se lembrar do personagem (náufrago) que vai viver isolado em uma
ilha. E como essa estadia nessa ilha foi possível? Foram 2 décadas sem ninguém.
Esse marujo foi assim obrigado a viver depois do naufrágio de um navio, ele, o
sobrevivente!
Essa vivência
isolada, se tornou menos sofrível porque Crusoé, tinha já internalizados em sua
memória os registros da convivência com outras pessoas, em sua vida. De certa
forma esse cenário memorial aflorava em sua mente, e assim, passou esse tempo
nessa “ilha do desespero”. Viveu a duras penas com os minguados recursos
encontrados na natureza, mas se salvou ao final.
A menção aqui
à Psicologia e à Sociologia se faz para nos lembrar que viver com outra pessoa
é muito saudável, confortante, solidário e de benefícios mútuos quando de fato,
essa terceira pessoa traz internamente, por vocação, por genética e educação
treinada (esta oferecida pelo pai e pela mãe) a ajuda nessa convivência. Tudo
se torna mais humano e possível quando essa companhia apresenta essa disposição
de corpo e espirito em de igual forma ser cooperativa, generosa e solidária com
a primeira pessoa.
Do contrário,
como acima exposto, se torna uma relação social parasitária, de uma (essa
terceira pessoa) nada fazer e compartilhar apenas os bônus dessa convivência.
Viver apenas do bônus de uma relação social é muito fácil e confortante.
Imagine em uma casa, em uma família, onde alguém nada produz, nenhuma receita
gera, sequer tem onde destinar seus despojos de “de cujos”, e todavia, querer
ter sempre comida prontinha, banho morno, roupas lavadas, contas de luz e
condomínios pagas, smartphone da moda, mas, nunca trabalhou e teve rendas para
fazer face a esses ônus obrigatórios de sobrevivência! Viver bem custa suor e
labor. Já dizia um sábio espírita e de notável saber humanístico. Ler Chico
Xavier, ajuda, sem ser adepto de sua doutrina.
O raciocínio
lógico e abstrato nesse contexto psíquico (Psicologia Social) e de relações
humanas é de compreensão acaciana (personagem conselheiro Acácio de Eça de
Queiroz, Primo Basílio, Queira Ver). Ou melhor representação como na obra de
Molière, Tartufo; queira de igual forma ler, em especial para os que só leem
abobrinhas, nesses tempos de celular e redes sociais.
Quando
olhamos o modus vivendi e operandi de diversos indivíduos (homens e mulheres,
entendam bem!) Percebemos o quanto são mimetizados esses notáveis personagens
de outras eras, outras culturas. Mas, atualíssimos. Quantos conselheiros
Acácios, quantos Tartufos, temos às nossas cercanias, em circunlóquios e
diálogos, tais e quejandos, em simulacros como esses indigitados críticos e
notáveis autores.
João Dhoria
Vijle.