sexta-feira, 31 de agosto de 2018

AS TIs DO BEM


SANTAS E GUARDIÃS TECNOLOGIAS  DA ÉTICA E DA JUSTIÇA

João Joaquim 


Nos albores desse século XXI, vivemos uma atmosfera de muita tecnologia. Fala-se  muito de relações sociais e corporativas, têm-se muitas repetições do verbete ética, mas, a rigor muitas transgressões éticas e morais. Justamente ofensas a ela, A Ética. Em termos simples, poderíamos defini-la  como a boa arte da convivência humana. Ela tem um valor tão grande que ganhou outros títulos. Deontologia, código profissional, códigos de conduta, normas de trabalho. Ganhou até no português, um anglicismo muito repetido, como tudo importado, compliance.
As organizações, empresas, bancos; muitas entidades referem-se ao vocábulo com muito gosto e modismo.”Compliance”. A Ética, pode não ser muito praticada, mas, “compliance” é repetida a exaustão.
O cometimento de infrações éticas de nossa era digital se tornou mais ostensivo justamente por causa das tecnologias da informação. Não é que as pessoas se tornaram mais contra a ética (antiéticas). A questão é que as diferentes ilicitudes passaram a ser registradas, gravadas e denunciadas.
Em todos os cenários da vida os expedientes e atitudes de encontro a Ética se tornaram rotineiras e exibidas por diversos aparelhos de mídia e de vigilância. Nos tempos pré câmaras de vídeos, pré celular, pré internet, muitos atos ilícitos e delitivos ficavam impunes porque não se tinham prova material e eletrônica. Foi-se esse tempo. Quer prova mais robusta da perpetração de um crime do que a gravação das cenas desse crime? São imagens definitivas e valem mais que os relatos de todas as testemunhas do fato.
Ocorrem-me aqui dois fatos criminosos e de graves infrações éticas, cujos registros digitais desmontam qualquer defesa ou argumento em contrário, muito ruim para os infratores e advogados de defesa. São provas robustas e de clareza meridiana.
O primeiro fato se deu no interior do Paraná, quando uma jovem despencou do 4º andar do prédio onde morava. Enfim  ,suicidou ou foi assassinada, eis a questão inicial . O marido, suspeito do assassinato, e respectivos parentes afirmavam categoricamente que o sujeito não faria tal atrocidade, enfim, que era bom mocinho e da paz.
Ato contínuo, em poucos dias a polícia obteve as gravações da chegada do casal ao prédio. O que se registra é uma sessão de torturas, agressões e espancamento;  e supostamente o lançamento da vítima pela janela do prédio. Em conclusão , tem-se ali a comprovação de um criminoso e feminicida da pior estirpe. Não há provas mais contundentes e robustas para que esse sanguinário cumpra a pena que a ele será cominada (aplicada).
Um outro caso de graves injúrias éticas e mesmo crime se deu no âmbito da saúde pública RJ. Um filho, com a mãe em estado emergencial, chega a um hospital para ser socorrida. Iniciou-se a peregrinação do filho cuidador no momento de fazer a ficha de atendimento. E a paciente se contorcendo de dor e falta de ar na cadeira de rodas, a espera de socorro.
A mãe já pré agônica e o filho em pânico pedindo a presença de um médico. No desespero, o filho vai até ao interior da enfermaria à procura dos médicos de plantão. De uma primeira plantonista naquele hospital, o filho obteve a resposta de que só atenderia a paciente (mãe) quando de posse da ficha vinda da recepção .  Ao avistar uma segunda plantonista, esta estava sentada e ocupada, conferindo as mensagens de redes sociais em seu smartphone. Uma ocupação incompatível naquele cenário de trabalho.
Ou seja, aqui houve várias transgressões aos princípios éticos e humanitários porque em um contexto de urgência, primeiro socorre o doente para depois saber seu RG, nome, se tem plano de saúde ou SUS. Constitui um dever elementar de qualquer médico e hospital (público ou privado) prestar socorro a quem corre risco  de morte.
O desfecho triste e lamentável desse segundo caso é que a senhora veio a falecer. Tudo convergindo para um exemplo típico de omissão de socorro. As cenas dessas infrações e crime foram gravadas pelo celular do próprio filho. Ou seja, uma santa tecnologia para punição desses graves erros médicos. São as tecnologias da informação a serviço do cidadania, da justiça e da Ética.
O que se pode concluir com o aqui descrito, concernente, ao conceito de ética e tecnologias da informação é que mudaram também o sentido de privacidade, confidencialidade e intimidade. O conjunto das tecnologias da informação, em nossos tempos digitais, representa “o grande irmão do bem” (big brother). Assim o imaginou George orwel no seu livro Big Brother. “O grande irmão zela por ti” ou o grande irmão está te observando” (Big Brother is watching you). Uma semelhança ao que pretendia Josef Stalin.  Claro , que aqui um descrição de tirania, de controle total das atos do cidadão, de desrespeito ao ser humano.
Enfim, como conclusão, todos os objetivos das mídias como um celular, câmaras, smartphone e gravações públicas vieram para o bem das pessoas de bem e para o mal das pessoas do mal. Se o indivíduo tem a vocação para a prática do que é lícito, justo e ético, que diferença lhe fará ser todos os seus atos e atitudes gravadas em vídeos e áudios públicos ou privados? Nenhuma, porque ele pratica um ato de aceitação universal, bem visto e aceito por todos.
Agora, os malvados, os trambiqueiros, os infratores e corruptos de toda ordem devem sim, estar incomodados e preocupados com os seus atos porque tudo pode estar sendo registrado em câmaras vigilantes como  o celular de alguém. Em nome da justiça, do cidadão de bem , da Ética;  vivam as  santas tecnologias da informação e das gravações.    Agosto/2018.  

A FAMÍLIA FAZ O CIDADÃO


DAS FAMÍLIAS VÊM OS CIDADÃOS BEM OU MAL EDUCADOS

João Joaquim 


Vivemos uma época de muitas dificuldades nas relações sociais . Dificuldades e degradações em todos os âmbitos da vida. A família é a célula mater da sociedade. E ela é justamente a origem, a gênese, o nascedouro de tantas deformações, transgressões e subversão de valores.
“A família como célula  mater da sociedade”. O crédito deste princípio é de Ruy Barbosa, jurisconsulto e senador baiano, falecido em 1923. Uma das maiores inteligências que este país já teve. Foi um dos mais notáveis tribunos do fim do império e primeira república.
Para sorte dele(Ruy), talvez, foi derrotado 2 vezes em eleições  a presidente da república. O que ele tão aguerridamente denunciava naquela época se repete hoje, na mesma natureza, e em escala bem maior por aumento da população de governantes e políticos  em atividade. A maldita e malsinada corrupção.
A família deve ser levada em consideração como se fosse uma miniatura, uma maquete, um microcosmo da nação, do país, na natureza estamental, moral e social de um povo em suas relações diversas, seja com as pessoas, com  os segmentos da sociedade civil, pública ou privada.
É bem conhecida a gênese das ciências econômicas. A economia teve como origem a administração de uma casa, a família, o lar. O verbete vem do grego oikos, casa, domicílio. A dona de casa, ainda majoritariamente, é considerada a mãe da economia;  inspirada nela foi sistematizada como ciência nos dias de hoje. Se tornou um sistema tecnocientífico dos mais relevantes na organização estatal (administração política);  como também de qualquer empresa, a exemplo dos ramos financeiro e bancário.
Ora, tendo em comento as questões das relações humanas, as relações e interações pessoais, a família adquire o papel e influência das mais importantes na construção, na formação da sociedade como um todo. Nessa fundamental participação a educação dos filhos, das crianças, dos jovens terá uma influência protagonista e modelo na constituição no sentido de nação, de nacionalidade, de pátria como  organização em todos os seus quesitos de moralidade, civilidade, cidadania e comportamento ético (de etos, costume, uso de um povo, de  uma comunidade).
Tem-se como um consenso, uma anuência entre os estudiosos e cientistas da natureza das relações sociais que a família molda o indivíduo . Os expedientes, as características e hábitos de uma sociedade, de um povo e de uma nação constituem o corolário (reflexos) da qualificação educacional que os filhos recebem sob a tutela, supervisão e orientação no seio familiar. Daí o sentido da família como célula mater da sociedade.
Nesse sentido busquemos um exemplo lapidar de um grande humanista e pensador. Aristóteles (384-322 a.C). Ele foi o maior representante das ciências e filosofia ocidental. Ele pode ser considerado o prócere e protagonista na formação ética e moral do indivíduo. Para ele toda criança é aética e amoral. Em outros termos, ela nasce absolutamente analfabeta e ignorante em qualquer rudimento ou nação de moral e de ética. É como se ela nascesse inimputável a qualquer deslize ou transgressões desses princípios. Portanto, ética não é congênita e deve ser ensinada, treinada e praticada( palavras de Aristóteles ) .
As relações de esquisitice, de inversão de valores, de quebra de hierarquia entre pessoas têm vicejado dentro das próprias famílias, dos lares; degradações  que se reproduzem nas escolas e se espraiam por toda a sociedade.
Vamos assim repicar  o comportamento nas relações filhos/pais. Tem sido disseminada uma cultura de um novo modelo educacional. Tendência ou diretriz defendida pela nova geração de pais, pelos próprios filhos, pelos direitos dos pais na relação com as escolas, nos moldes e cláusulas do código do consumidor e com a chancela do instituto dos Direitos Humanos.
Existem novas diretrizes na educação da criança. São postulados e métodos de uma nova psicopedagogia. Entre esses princípios estão o de não reprovar o aluno. Ainda que a criança não alcance o mínimo de aprendizagem ela deve passar de série. Nenhum limite constrangedor, coercitivo ou punitivo pode ser aplicado ao filho, ao aluno. Para tanto existe uma lei de título curioso, lei das palmadas. O pai que infringir alguma palmada, chinelada ou cintada à criança, se denunciado por esta pode ser processado e ser penalizado pela justiça. Imagine essa realidade e lei vigentes, o pai pode ser punido se corrigir mais severamente um filho transgressor e rebelde.
Com isto, já em conclusão, ao que sugerem as degradações e subversões das relações sociais é que muito desse cenário disruptivo da ética e dos costumes  sugere ter como  origem a educação familiar,  da educação de berço. Ou mais precisamente da falta dessa educação de nossas crianças e adolescentes. São os filhos sem regras e sem limites.
 Pelas tendências que temos, cada vez mais as famílias têm produzido uma geração de indivíduos idiotas, imbecis, malcriados, palermas e tolos. Ao assistirmos muitas das crianças , adolescentes e jovens plugados em suas mídias sociais , em seus aparelhos de games, tablets e smartphones, ficam eles a nos lembrar zumbis , que vagam pelas casas, ambientes sociais e ruas, sem sequer se comunicar olhando nos rostos e olhos dos outros. Muitos já adquiriram até o biótipo do corcunda de Notre Dame.
Mas, ainda tem salvação;  felizes  e benditos os pais, as famílias que gestam( de gestação mesmo)  os filhos, mas  que os educam no senso o  mais amplo que o termo traduz. Educar não é só engravidar como outra fêmea qualquer. Criação de filhos não se faz como de outros animais, aos quais se dá ração e abrigo. Mais relevante do que criar é o continuo e rigoroso processo de educar, instruir, dar boa escola, boas regras de convivência com o meio social onde estiver inserido o indivíduo.   Então com tal expediente , sim, as famílias estarão criando e formando  cidadãos educados, trabalhadores e construtivos. Para o bem da própria pessoa, para as próprias famílias e para o mundo .  Setembro /2018.    

O MAL DA MENTE


O FASCÍNIO DA MENTE HUMANA  PELA MALDADE

João Joaquim  

Eternas e irrespondíveis perguntas ecoam pelos quatro cantos do universo (supondo que o infinito seja quadrado). As perguntas que não calam entre tantas sem respostas são: por que a mente humana tem tanta atração pelo  feio , pela deformação e pelo mal?
Por que a infelicidade alheia nos desperta mais interesse do que a felicidade? Entre o feio e o belo por que contemplar com mais atenção a feiura? Assim enunciadas, não tratam essas assertivas e afirmações de casuais e despropositadas frases e citações. Muitos têm sido os cientistas de ciências de humanidades que debruçam sobre tais questões e não acham respostas convincentes. O que se tem de concreto é essa certeza, a mente humana se caracteriza por essa preferência, tudo aquilo fora da norma, do convencional, do padrão, do ético, do bom, do belo; tudo desperta mais vivacidade, mais apelo, mais atenção e interesse das pessoas. O exemplos abundam no cotidiano das pessoas.
Trata-se pois de questão e inerência do cérebro humano. Uma das explicações de nossas eternas dúvidas está na anatomia, na fisiologia e nobreza que é o nosso tecido cerebral, de longe o órgão mais incompreendido e mais enigmático. E tal incógnita inicia pela sua própria anatomia e por que tão hermeticamente protegido por uma espessa carapaça óssea que é o crânio.
No trato fisiológico e  orgânico o cérebro mostra-se também impar e extremamente diferenciado. Na parte vascular se destaca por duas singularidades. A primeira é relativa a sua vascularização e autorregulação circulatória. Isto é, ele tem um mecanismo para manter constante sua pressão sanguínea.
A segunda particularidade é que tem extrema exigência nutricional e de oxigenação. Ele não tolera mais do que 3 ou 5 minutos de falta de glicose ou oxigênio. Com uma  anóxia (falta de O2) ou hipoglicemia de 3 minutos já é suficiente para entrar em coma ou morte celular. Uma dessas duas condições ou deixa sequela permanente ou a morte do indivíduo.
No tocante à função é a fisiologia abstrata a que mais sempre despertou interesse e causa curiosidade científica aos pesquisadores. Como exemplos citam-se o pensamento lógico e abstrato, o mecanismo dos sonhos, de como se dão os diversos sentimentos de ódio, de amor, de antipatia, de empatia, de solidariedade, de vingança, entre tantos outros inerentes ao ser humano, dotado que é de uma inteligência diferenciada , de racionalidade e emoção.
Quando se fala por exemplo no mecanismo do sonho, é inescapável não se reportar ao psicanalista Sigmund Freud. Poucos foram os seus sucessores que dele discordaram  e discordam  na formação da personalidade (ego, id, superego) e de como se dá o sonho. Como por ele referido o sonho se passa no subconsciente;  e essa função é flagrada pelo nosso consciente, por isso nossas lembranças do sonhos ser transitórias . Para Freud os sonhos representam os conflitos que as pessoas têm no dia a dia. Tais vivências são reproduzidas na fase do sono profundo (REM). De outra parte os sonhos são representações de desejos não realizados na vida normal das pessoas. Não é sem razão que popularmente (no vulgo) sonho significa um feito ou empreendimento impossível de se alcançar, de difícil concretização.
Tornando ao tema principal do por que da mente humana preferir o feio ao belo, o mal ao bem, a infelicidade à felicidade. Como, o porquê  e os motivos dessa inclinação e preferência ainda são e continuarão incompreendidos. O que se tem certeza é que elas são inerentes a mente humana.
Para dar mais foro e consistência dessa singularidade do cérebro, mente e consciência humana basta que tomemos alguns exemplos casuísticos no cotidiano das pessoas. Assim imaginemos algumas cenas. Numa caminhada simples de rua, deparamos uma primeira praça com algum músico tocando uma música clássica. Algumas poucas pessoas talvez estejam ali estáticas assistindo aquela melodia. Ato contínuo, em uma segunda praça com uma dançarina seminua, numa coreografia e meneios de sensualidade e erotismo. Que atrações despertará esse cenário ?
Certamente essa segunda apresentação estará apinhada de pessoas em êxtase e vivamente atentas a esse espetáculo erótico cenográfico. De mesmo efeito e interesse são as preferências pelas informações jornalísticas. Notadamente quando se têm os recursos audiovisuais, sejam nas redes de televisão ou as mídias digitais do facebook, youTube, whatsApp. Grandes são os apelos e interesse que despertam essa forma de comunicação.
Assim sobrevivem, prosperam e lucram os programas policiais ao vivo, a sangue e a cores das redes de televisão do Brasil e do mundo. Assim fazem sucesso e têm muita visão e audiência os reality shows (fazenda da  TV Record, BBB Rede Globo). Toda essa audiência e lucros auferidos dos patrocinadores se dão justamente na exploração dessa fragilidade e preferência das pessoas. Da mente, da cultura e gosto de grande parcela das pessoas. É a relação lucro/benefício desses fornecedores e consumidores.
Afinal, continuará essa pergunta, reverberando pelos mares, pelos campos, pelos ares. Aos quatro cantos do Planeta. Por que a preferência da mente humanas por coisas tão vis, tão sujas, e imorais ? Agosto / 2108

REAÇÕES QUÍMICAS E HUMANAS


RELAÇÕES  HUMANAS  SÃO COMO ÁTOMOS DE  NITROGLICERINA


 João Joaquim 


Podemos comparar as relações humanas com as reações químicas. Do encontro de duas substâncias podem-se obter os mais variados compostos, ou relações ou reações físico-químicas. Um exemplo vital para qualquer animal, a relação de hidrogênio (H) com o oxigênio (O). Quer exemplo da melhor, da mais benfazeja,  da mais feliz relação (reação) química do que esta ?  Do encontro de dois gases, tem-se o mais precioso dos compostos químicos. A água (H2O), imprescindível a toda e qualquer forma de vida no universo, seja aqui e supostamente em outros planetas siderais( permitam-me o pleonasmo).
Em raciocínio oposto basta imaginar quando duas substâncias incompatíveis se encontram , se misturam. Podem-se ter os resultados, os mais nocivos, perigosos e lesivos, como o são os venenos e explosivos. Nesse exemplo ,um modelo simples é o da nitroglicerina (C3H5N3O9) ou seja, isoladamente o carbono, o hidrogênio, o nitrogênio e o oxigênio são inócuos ou essenciais a vida, mas quando juntos se tornam destruidores com potencial explosivo. Daí surgiu até o adjetivo, o sujeito se muito colérico ou irascível é tachado de nitroglicerina pura.
Ora, o mote comparativo aqui presente faz muito sentido. Se na química temos ilimitados exemplos de incompatibilidade dos elementos, basta fazer o mesmo paralelismo com nós humanos. Somos constituídos, aliás, de elementos e compostos químicos. Carbono, nitrogênio, oxigênio, cálcio, hidrogênio,  água ,etc.
E para complicar as relações humanos somos constituídos de sistema nervoso, de inteligência, de emoções, de sentimentos os mais diversos, de racionalidade e pensamentos. Pensamentos concretos e abstratos.
Tomando em consideração os exemplos da química os mesmos princípios podem ser aplicados na convivência humana, nas relações sociais, de amizades, afetivas, de namoros e conjugais. Até nas relações profissionais, corporativas, trabalhistas e empresariais. Nestes últimos modelos, quantas não são as relações societárias, comerciais e mercadológicas que acabam desfeitas, com desavenças, litígios, processos judiciais, inimizades e até homicídios. Se analisadas com as necessárias diligências, tudo se deu por escolhas infelizes dos elementos humanos, as pessoas constitutivas dessas relações (reações) de negócios.
Na seara das relações sociais, tomem-se os exemplos mais comezinhos, os namoros. Cada pessoa ao deparar com outra e surgir, nesse encontro, alguma atração, não importa a faixa etária, deveria levar em conta todos os qualificativos do interessado(a). Se há tantos pontos e predicados incompatíveis, o afastamento lento e civilizado é o melhor conselho. Não queira transformar essa relação em uma reação química explosiva, às vezes, até de fissão nuclear, como uma bomba de hidrogênio, ou quando menos de nitroglicerina.
Muitas têm sido as relações humanas de pura infelicidade, de sofrimento psíquico, de insegurança e mesmo crimes (feminicídios). Todas por absoluta falta dos critérios na hora de escolha do parceiro.
No campo das relações de amizade e relações parentais eu miro nos relatos de um dos poucos, pouquíssimos amigos que cultivo. Trata-se de sujeito de moral irrepreensível e alta qualificação profissional e acadêmica: conta-me ele que cultiva alguns inimigos e antipáticos, e escassos amigos.
Ou seja, subsiste nos inevitáveis contatos uma aura muito forte de antipatia e inimizade.
De certa feita, revelou-me esse amigo de poucos amigos, houve um diálogo mais áspero (bate-boca) com um desses inimigos. E ele então pode passar a limpo, algumas dessas incongruências com o seu opositor. E ele foi enumerando alguns desses pontos incomuns. Em tradução livre e pessoal foi esse o diálogo, que no caso virou um monólogo.
- Nenhuma frustação ou decepção resta-me de sua inimizade. Eu sou um indivíduo produtivo e trabalhador. Dividas não tenho sequer com cartão de débito ou crédito.
-Todo o meu patrimônio, continua o interlocutor ao inimigo,  seja ele moral ou material eu os ganhei com o labor de minha mente e bagagem  profissional. Nunca em nossas relações, nada lhe pedi e nada devo, portanto, mantenho minha consciência, minha alma e minha ficha limpas ;  passar bem é o mínimo que lhe desejo.
Nesses termos e em conclusão, o que muitas vezes conquistamos são também invejosos. E com esses devemos ter muita cautela. Maledicências e malquerências pululam pelo mundo físico e  pelas redes antissociais. Agosto/2018. 


A MEDICINA DO SACERDÓCIO E DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS

João Joaquim  

Não impropriamente a medicina já foi correspondida e definida como um sacerdócio. E de fato na sua gênese, na sua origem foi assim que os seus percursos, os seus criadores a  idealizaram. Para tanto faz-se necessário ler ao menos os juramentos de duas figuras da história da medicina, Hipócrates, filósofo e médico; e de Moisés Maimônides (1135-1204), judeu e grande cientista das religiões como judaísmo, islamismo e mesmo do Cristianismo, ou seja, ele foi um pensador eclético e sem barreiras.
Assim pensaram esses dois luminares históricos nos albores da profissão e na idealização de como deveria se comportar, pensar, atuar e praticar essa medicina, a arte de prevenir, de aliviar o sofrimento e cura das doenças. Daí surgiram   várias referências ,  sendo o  médico comparado a um sacerdote. Seria aquele profissional  com um misto de fraternidade, de arte e ciência ; um sacerdote da saúde a distribuir os dons dessa sua formação aos desvalidos de saúde, aos que sofrem, que padecem de qualquer enfermidade e tem ameaçada a sua vida.
Ao trazer essas atemporais concepções para nossos tempos poderíamos considerar a prática da medicina, tendo a internet e a informática como divisórias de duas épocas bem estanques e bem distintas. Porque essas duas conquistas da humanidade marcam uma era de antes e uma era do pós tecnologia da comunicação e de armazenamento de informações, as hoje já populares tecnologias da informação (TI).
A Informática cuida de    arquivo de dados com o emprego de vários instrumentos de gravação e salvamento de dados (salvar, salvar como). Os avanços tecnológicos e científicos coincidentes com o nascimento da internet e informática superam aqueles de 50 anos para trás. Nunca na história houve tantos avanços como os conferidos neste meio século .
Trazendo todos esses avanços técnicos e das ciências para a área da saúde se conclui :  o quanto de aprimoramento e eficácia em diagnósticos na área de análises clinicas, em radioimunoensaio, em dosagens hormonais e exames de imagem. Com isso foi também possível a medicina se superespecializar. Hoje, têm-se os especialistas segmentados no corpo humano. Assim temos o ortopedista de joelhos, o de coluna, o de mãos, o de ombros. Atingimos uma tamanha fragmentação de especialidades, que dividiram os órgãos em especialistas. Os exemplos são as subespecialidades da cardiologia. Não bastar ser cardiologista, têm-se os especialistas de hipertensão arterial, de arritmias, de marca-passo, de coronárias, de válvulas. Além do cirurgião dessa e outra parte do coração.
No campo da cirurgia, o quanto de qualidade, menor tempo operatório e segurança para o paciente e para o cirurgião. Como exemplo as cirurgias por endoscopias, laparoscopia (abdome), broncoscopia, laringoscopia. São técnicas empregadas para fins diagnósticos (biopsia, por exemplo) e fins curativos. Muitas são as doenças hoje realizadas com as endoscopias. A grande vantagem é o curto período de internação. 
Para o sistema cardiovascular, dispõem-se por exemplo das técnicas de cateterismo. Ele é rotineiramente utilizado para diagnóstico e terapêutica. Qualquer órgão vital como rim, coração, pulmão ou cérebro pode ter diagnóstico, implante de prótese  (stent  por exemplo) e outros procedimentos terapêuticos e cirúrgicos com segurança. São exemplos os stents nas coronárias, os clips de aneurisma cerebral e cateter para  desobstrução de alguma artéria de outro segmento corporal ou órgão interno.
Outros progressos têm-se os utilizados como a radioatividade, tanto na cura para a maioria dos tipos de câncer, bem assim exames de imagem,  como as radiografias e tomografias. São  exames de imagem que mostram as mínimas lesões dos diversos tecidos e órgãos internos.
De igual importância, nesses avanços tecnológicos e científicos, têm-se as opções terapêuticas para as mais variadas enfermidades. Basta para ficar em dois exemplos, os casos de infecções pelo HIV e muitos tipos celulares de neoplasia (câncer). Na década 1990, ser contaminado pelo vírus HIV era quase uma sentença de morte lenta, humilhante e dolorosa. Houve muitos avanços nas chamadas drogas antirretrovirais (HIV = retrovírus).
Ainda não se tem a cura plena da AIDS( infecção pelo HIV), mas um controle pleno da infecção viral e longa sobrevida. O mesmo sucesso terapêutico se tem para a grande maioria de tumores malignos, quando se tem a cura total ou vigilância para prevenção de recidivas.
Postas assim tais conquistas e avanços nas ciências da saúde, ficam e sobram aqueles princípios e postulados, equiparando a medicina a um sacerdócio em prol da saúde e do bem-estar humano. E o protagonista, elemento central e foco único ou primeiro da medicina, o homem, o paciente, quem padece de alguma doença ?
O que se tem hoje é uma nova relação médico/paciente. Diante de tantas opções diagnósticas e terapêuticas. Cada vez mais esse contato do profissional com o doente tem se tornado superficial, raso, rápido e robotizado. Cada vez mais o médico pouco escuta, pouco ausculta, pouco examina e está sempre apressado, porque tem múltiplos compromissos profissionais, múltiplos empregos, plantões, etc. Nesse contexto, o que tem predominado é uma medicina informatizada, laboratorial, digital e imagética. É quando entra em cena um sem-número de exames hematológicos, de anticorpos, de proteínas, vitaminas e minerais. No capítulo das imagens há o uso e abuso dos scans , das cintilografias, das tomografias, dos ultrassons, dos exames de doppler, das ressonâncias, scopias e cateteres.
O lado negativo e danoso às pessoas é que os charlatões nunca fizeram tanto sucesso. Existe muito enganoterapia no mercado. Nunca os charlatões diplomados fizeram tanto sucesso. Eles estão `a solta, consultam e curam até pela Internet. Um perigo que ronda a sociedade.
Em que pese todos os benefícios, com tanto aprimoramento das tecnologia e das ciências, o paciente tem sido desumanizado. Não se trata mais o doente (pessoa) ,mas, sim a doença. Não se trata mais pessoa, mas um órgão. Um fígado, um cérebro, um coração. A relação médico/paciente se tornou robótica, digitalizada e protocolar. Em lugar de pessoa, tem-se um caso clinico, o usuário, um prontuário, um caso clínico  comum , um caso interessante, um  laudo, senhas, escores, algoritmos, diagnósticos e prognósticos, são tendências na desumanização dos humanos; e pelo  visto a coisa vai piorar , no que há que se lamentar.
 As vedetes da Medicina passaram a ser o Laboratório, as imagens, o escaneamento do corpo humano, as plásticas, as remodelações, os tratamentos cosméticos , os botox, as lipos, as esculturas, os compostos químicos para tudo, até a tentativa dos elixires de longa vida. Onde tudo isso vai parar ? Ninguém sabe.  Agosto 2018

SUGESTÃO E FÉ


A SUGESTÃO E A FÉ COMO UM MERCADO DA ENGANAÇÃO

João Joaquim  


Causa-me muita dúvida e curiosidade o chamado fenômeno da sugestão ou sugestionabilidade. O que vem a ser a atividade ou efeito da sugestão. Segundo a psicologia é um processo no qual uma pessoa ou fato exerce influência na decisão da outra pessoa. E a questão de mostra complexa e de difícil compreensão em sua origem e sequência  funcional. Trata-se de uma intrincada cadeia de efeitos mentais e psicológicos que a neurociência tenta explicar.  Neurociência que engloba a Psicologia, Psiquiatria e Neurologia. O fato ou circunstância gerador do fenômeno quase sempre advém de um cenário não racional e não cientifico. Muitos dos efeitos da sugestão são míticos, intuitivos e místicos, e sem provas objetivas nos ramos das Ciências .
Para dar mais foro de compreensão ao fenômeno da sugestionabilidade podem ser citados ocorrências de fé religiosa, de pseudociências, de práticas terapêuticas sem bases cientificas, crença  nos livros de autoajuda, aceitação da existência de óvnis e discos voadores, crença em astrologia, afeição por uma ideologia, seguimento e simpatia a uma equipe esportiva,  etc.
Como modelo de sugestão por fé religiosa tomemos o comportamento do indivíduo que munido de amuletos e outros símbolos religiosos invoca a intercessão de Deus para a obtenção  de um resultado. Poderia também  ser em um  jogo de futebol, onde duas torcidas pedissem a Deus a vitória para o seu time. Seria como padrão as torcidas do Bahia Esporte Clube e do Vitória Esporte Clube, ambos os clubes sediados em Salvador BA.
Há quem opine que se funcionasse a contento, os jogos terminariam sempre empatados. Porque, no caso, Deus não poderia oferecer resultados de vitória às duas torcidas. O justo seria mesmo empate e um ponto para cada clube e torcida.
Em termos de pseudociência um bom modelo seria a prática da astrologia. Tudo que se diz em astrologia não tem nenhuma base ou consistência cientifica. São meras predições ou conjecturas da influência por exemplo da situação de tal astro nos destinos e vida de uma pessoa. Tal expediente se dá com o emprego do horóscopo, dos signos no zodíaco conforme a data de nascimento.
Que provas existem, que experimentos possíveis poderiam se fazer  mostrando  que o indivíduo nascido sob a influência de tal ou qual estrela vai ter tais e quais destinos em sua vida? Aos crivos da razão e das ciências fica impossível tal conclusão. Os que aceitam tal influência padecem simplesmente dos efeitos da sugestão. Como ocorre  com o  convencimento dos inúmeros charlatões, às soltas, pelo planeta  e vivem às custas da venda de delírios e fantasias. São os casos chegadinhos de frescos dos  doutores e doutras bumbuns. Quantos danos e mortes não ocorrem pelo efeito da sugestão que tais charlatões exercem ?
Nos ramos das práticas terapêuticas sem comprovação  cientifica temos desde as dietas da lua ou do miojo até as pílulas para cura da calvície ou do câncer. Um outro exemplo recente  tivemo-lo com o  emprego da ozonioterapia. Um insolente exemplo se dá com um médico de codinome Dr. Ozônio. A esquisitice é tamanha que o insólito profissional propõe a cura até de infecção pelo HIV e neoplasias malignas. Só mesmo os abestalhados e susceptíveis aos efeitos da sugestão para acolherem tal proposta terapêutica . E eles existem aos milhares e dão sobrevida a esses impostores e aventureiros .  
A propósito da ozonioterapia não há na literatura médica nenhum estudo duplo-cego ou experimento que comprove os seus efeitos em doença sistêmica. Ainda assim, milhares de pessoas acreditam e pagam caro por essas terapias. Isso mostra o quanto a mente, a psique humana é sugestionável e vulnerável à influência das infundadas falas e propostas aliciadoras   de outras pessoas. Um registro:  existe o emprego das chamadas câmaras hiperbáricas, com oxigênio. Mas com estrito controle de médicos especialistas no assunto.
Um outro exemplo recente se deu com a chamada pílula do câncer. A substância em xeque foi a fosfoetanolamina. Milhares de doentes portadores de formas avançadas de câncer passaram a usar as cápsulas de fosfoetanolamina como uma cápsula milagrosa e último avanço na cura de sua doença. Posteriormente, comprovou-se que  a pílula do câncer  e farinha de trigo tinham a mesma eficácia, ou seja,  nenhuma. Assim se dá na crença deste e daquele milagre com a intenção de  angariar a atenção ,  indução e crença das pessoas. Assim  enriquecem os autores de livros de autoajuda, assim se veem pessoas que creem de forma  fervorosa em óvnis e discos voadores.
Enfim e ao termo, são  exemplos bem consistentes do fenômeno generalizado dos efeitos da sugestão. Provas do quão maleável e da instabilidade da mente e da psique humana.  agosto/2018

ESTÉTICA COM ÉTICA


POR QUE SE MORRE TANTO EM  CIRURGIAS PLÁSTICAS E ESTÉTICAS ?
João Joaquim  


Uma vez mais, o Brasil e o mundo, puderam assistir e constatar o quanto a aparência sobrepaira e supera a essência que deveria imperar ao lado da existência. Nesse sentido estão por aí todas as ofertas de estética, de cosmética, de plásticas, de tanta coisa sintética que foi-se parar no lixo a esquecida deontologia e mesmo morrer  qualquer diretriz ética. As rimas vieram de forma casual. 
Paralelamente a tamanho descalabro de império das aparências, vieram a lume outras questões por demais encontradiças do Brasil contemporâneo. Qual é a diferença entre o que é legal, o que é lícito e ético em nosso país?  Existe uma sigla PQD que encerra uma pergunta emblemática para nortear as ações humanas em sociedade. Será que tudo que eu posso e quero eu devo fazer(Posso-Quero- Devo ?).  Tal instigante questão nos reporta ao Eclesiastes que nos adverte: tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.
O caso modelo do mês  refere-se a mulher que insatisfeita com suas nádegas (glúteos) procurou um cirurgião plástico sem as necessárias credenciais e qualificação para tal procedimento. Ato contínuo, e sem as necessárias cautelas da paciente, o procedimento se deu na própria residência do profissional, bairro da Tijuca RJ. Houve complicações e a mulher veio a falecer. Pior que isso, no caudal de tamanho escândalo e desmedida insensatez vieram outros casos ao conhecimento público das autoridades, que agora estão a investigar tais ilícitos e criminais atuações profissionais pelo Brasil a fora .
Eis que então várias perguntas foram trazidas a público.
 Do lado da falecida. Como uma mulher, na madureza da vida, tida e havida como bem informada, se deixa ser operada, com um procedimento altamente invasivo, com injeção corporal de substância de alto poder de cair em vasos , e com isso provocar embolias de toda ordem, emergência essa das mais letais , por um profissional charlatão? O produto em questão foi o polimetilmetacrilato – pmma .
Pior do que charlatão, em um cenário não hospitalar, sem as elementares condições assépticas e de assistência emergencial na hipótese de complicações no curso transoperatório.
Basta lembrar que qualquer procedimento que envolve sedação, analgesia e anestesia tem o potencial de complicações. Entre essas, de maior frequência, têm-se a hipóxia, a convulsão, a hipertensão ou hipotensão arterial, as arritmias cardíacas, as tromboses, infarto do miocárdio e embolias. Todas de alto risco de morte súbita ou tardia em uma UTI; quem sobrevive pode portar sequelas pelo resto da vida .
Do lado do profissional -Como um sujeito que se diz médico, propõe a fazer um procedimento invasivo, em sua própria residência, sem os meios de monitoração das condições vitais e aparelhos de assistência emergencial, em caso de uma complicação perioperatória, que coloque em risco a vida do paciente?
Do ponto de vista ético e técnico e científico é no mínimo um sujeito abestalhado, aventureiro e irresponsável. São requintados erros de imprudência, negligência e imperícia médica. Conforme vem noticiando a imprensa, o infausto profissional da vez tem no curriculum vitae, um histórico de erros médicos, processos ético-profissionais, suspensão  do exercício profissional e até participação em homicídio. Como noticiado, o dito-cujo profissional tinha registros nos conselhos de medicina de GO, do DF e RJ. Como tais disparates são aceitáveis? No Brasil pode.
Do lado do conselho profissional (CRM);  como se permite ao auto intitulado médico, com uma folha corrida eivada de malfeitos, continuar no seu múnus de cuidar da saúde, das doenças, da vaidade e vida das pessoas?
Onde está consignado na cartilha do código de ética médica que um profissional com tais qualificadoras possa continuar exercendo um ofício tão nobre? Qual seja, o de promover a saúde, o bem estar, a vida e a felicidade das pessoas.
E por fim, Do lado da justiça. Como bem o expressa, a Justiça (com J maiúsculo) existe para fazer justiça. Simbolicamente, a deusa Témis, da mitologia grega, traz consigo uma balança (equilíbrio) e uma venda nos olhos. Por que de tais adereços? Julgar com equilíbrio e sem um juízo dos olhos, sem olhar a quem está aplicando justiça. Para esses objetivos em que se baseiam os operadores de justiça?
Em indícios, em relatos de testemunhas, em provas concretas de documentos, fatos, perícias. Como compreender, assimilar, aceitar a decisão de um magistrado que ante todas as provas de imprudência, imperícia e negligência libere um profissional médico para o exercício profissional? Tal natureza de decisão tem sido um fato recorrente em nosso país. Um médico comete lá um determinado ilícito, um grave erro no atendimento a um paciente, ele é suspenso do exercício profissional, vem uma liminar judicial com a permissão ao referido investigado o cassado profissional  a que volte a atuar em sua especialidade.
Por isso ficam aqui essas inquirições que nos inquietam, o que é ética, o que é lícito e legal neste país?
No caso líquido e concreto em foco dos erros médicos ficam aqui algumas diretrizes. Médico se equipa a muitas outras profissões. A um ourives, a um sapateiro, a um advogado ou jornalista. Assim como há os rábulas e chicaneiros na advocacia, há os charlatões da saúde. Já disse em outros artigos que o pior charlatão em saúde é aquele que faz uma faculdade e tem diploma. Com o diploma, o indivíduo tem autorização ética (conselho de medicina por exemplo) e legal para fazer o bem ou o mal . No Brasil com mais uma esquisitice vigente. Qualquer médico pode fazer procedimento de qualquer especialidade. Os conselhos de medicina e a lei assim o permitem. Não deveria ser. Mas é assim em nosso pais.
Então a melhor segurança é: observar o histórico do profissional na comunidade onde ele atende. Se informar sobre os pacientes por ele atendidos. E mais importante, se informar no conselho de medicina e na sociedade da especialidade. Com esses dados em mente se torna muito mais seguro passar por qualquer procedimento cirúrgico ou invasivo. E importantíssimo, fazer  exame pré operatório com um Cardiologista, além dos hematológicos indispensáveis para o procedimento.   Agosto/2018.  


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