REAÇÕES QUÍMICAS E HUMANAS
RELAÇÕES HUMANAS SÃO
COMO ÁTOMOS DE NITROGLICERINA
João
Joaquim
Podemos
comparar as relações humanas com as reações químicas. Do encontro de duas
substâncias podem-se obter os mais variados compostos, ou relações ou reações
físico-químicas. Um exemplo vital para qualquer animal, a relação de hidrogênio
(H) com o oxigênio (O). Quer exemplo da melhor, da mais benfazeja, da
mais feliz relação (reação) química do que esta ? Do encontro de dois gases,
tem-se o mais precioso dos compostos químicos. A água (H2O), imprescindível a
toda e qualquer forma de vida no universo, seja aqui e supostamente em outros
planetas siderais( permitam-me o pleonasmo).
Em
raciocínio oposto basta imaginar quando duas substâncias incompatíveis se
encontram , se misturam. Podem-se ter os resultados, os mais nocivos, perigosos
e lesivos, como o são os venenos e explosivos. Nesse exemplo ,um modelo simples
é o da nitroglicerina (C3H5N3O9) ou seja, isoladamente o carbono, o hidrogênio,
o nitrogênio e o oxigênio são inócuos ou essenciais a vida, mas quando juntos
se tornam destruidores com potencial explosivo. Daí surgiu até o adjetivo, o
sujeito se muito colérico ou irascível é tachado de nitroglicerina pura.
Ora, o
mote comparativo aqui presente faz muito sentido. Se na química temos
ilimitados exemplos de incompatibilidade dos elementos, basta fazer o mesmo
paralelismo com nós humanos. Somos constituídos, aliás, de elementos e
compostos químicos. Carbono, nitrogênio, oxigênio, cálcio, hidrogênio,
água ,etc.
E para
complicar as relações humanos somos constituídos de sistema nervoso, de
inteligência, de emoções, de sentimentos os mais diversos, de racionalidade e
pensamentos. Pensamentos concretos e abstratos.
Tomando
em consideração os exemplos da química os mesmos princípios podem ser aplicados
na convivência humana, nas relações sociais, de amizades, afetivas, de namoros
e conjugais. Até nas relações profissionais, corporativas, trabalhistas e
empresariais. Nestes últimos modelos, quantas não são as relações societárias,
comerciais e mercadológicas que acabam desfeitas, com desavenças, litígios,
processos judiciais, inimizades e até homicídios. Se analisadas com as
necessárias diligências, tudo se deu por escolhas infelizes dos elementos
humanos, as pessoas constitutivas dessas relações (reações) de negócios.
Na seara
das relações sociais, tomem-se os exemplos mais comezinhos, os namoros. Cada
pessoa ao deparar com outra e surgir, nesse encontro, alguma atração, não
importa a faixa etária, deveria levar em conta todos os qualificativos do
interessado(a). Se há tantos pontos e predicados incompatíveis, o afastamento
lento e civilizado é o melhor conselho. Não queira transformar essa relação em
uma reação química explosiva, às vezes, até de fissão nuclear, como uma bomba
de hidrogênio, ou quando menos de nitroglicerina.
Muitas
têm sido as relações humanas de pura infelicidade, de sofrimento psíquico, de
insegurança e mesmo crimes (feminicídios). Todas por absoluta falta dos
critérios na hora de escolha do parceiro.
No campo
das relações de amizade e relações parentais eu miro nos relatos de um dos
poucos, pouquíssimos amigos que cultivo. Trata-se de sujeito de moral
irrepreensível e alta qualificação profissional e acadêmica: conta-me ele que
cultiva alguns inimigos e antipáticos, e escassos amigos.
Ou seja,
subsiste nos inevitáveis contatos uma aura muito forte de antipatia e
inimizade.
De certa
feita, revelou-me esse amigo de poucos amigos, houve um diálogo mais áspero
(bate-boca) com um desses inimigos. E ele então pode passar a limpo, algumas
dessas incongruências com o seu opositor. E ele foi enumerando alguns desses
pontos incomuns. Em tradução livre e pessoal foi esse o diálogo, que no caso
virou um monólogo.
-
Nenhuma frustação ou decepção resta-me de sua inimizade. Eu sou um indivíduo
produtivo e trabalhador. Dividas não tenho sequer com cartão de débito ou
crédito.
-Todo o
meu patrimônio, continua o interlocutor ao inimigo, seja ele moral ou
material eu os ganhei com o labor de minha mente e bagagem profissional.
Nunca em nossas relações, nada lhe pedi e nada devo, portanto, mantenho minha
consciência, minha alma e minha ficha limpas ; passar bem é o mínimo que
lhe desejo.
Nesses
termos e em conclusão, o que muitas vezes conquistamos são também invejosos. E
com esses devemos ter muita cautela. Maledicências e malquerências pululam pelo
mundo físico e pelas redes antissociais. Agosto/2018.