sexta-feira, 29 de junho de 2018

Vigia Ética

A PATRULHA DO POLITICAMENTE CORRETO
João Joaquim  

Vivemos em uma sociedade e em tempos nos quais tem havido um constante patrulhamento e monitoração de tudo. Estamos sob a égide da vigilância, da censura de tudo quanto fazemos, de como comportamos e mais importante do, do  que falamos, como falamos e de quem falamos. Em resumo: agir em conformidade com o chamado politicamente correto se tornou um zelo, um cuidado e filtro necessários.
E para tanto é bom trazer esse reforço, de todos agora sabido, que vivemos a era da tecnologia da informação, as já populares TI, tempos digitais, da internet, da comunicação instantânea, das globais e massificadas redes sociais.
Traduzindo para termos práticos e para o cotidiano, com um celular à mão o indivíduo pode tudo em TI. Ele comunica, ele grava em áudio, ele fotografa, ele faz um filme (vídeo). Tudo em tempo real, a cores, com a melhor nitidez de tudo quanto queira e não queira à sua volta. Estamos na era imagética, dos vídeos, das fotos, nos tempos cenográficos.
O telefone celular hoje (smartphone) se tornou um grande aliado do cidadão para o bem, quando de fato utilizado para essa finalidade; ou para a maledicência, para o mal e muitas outras intenções fraudulentas, imorais e ilegais. Ou seja, todas as mídias de comunicação vieram destinadas ao bem, em assessor positivamente o seu usuário. Assim pensou e as conceberam os seus inventores, os seus criadores , tecnólogos e cientistas.
Se alguém faz uso de qualquer tecnologia para degradar, para infamar, para caluniar, para fofocar e menosprezar o outro, torna-se questão da pessoa , da mente imbecil e idiota desse difamador, fofoqueiro ou criminoso (falsário, estelionatário,  forjador de fake news).
Quando se fala no tal expediente do politicamente correto, um capítulo por demais vasto de discussão e vieses interpretativos refere-se à fofoca. Termo ao que sugere ter uma origem em algum dialeto africano.
A fofoca refere-se em geral a uma informação divulgada sobre alguma pessoa, podendo ser uma notícia falsa ou até verdadeira. Na maioria dos casos ela representa um ataque indireto à pessoa, porque é divulgada de boca em boca ou empregando os recursos das mídias eletrônicas e as redes sociais.
O bullying difere da fofoca porque ele, geralmente,  se encerra a um ataque direto, na presença da vítima. Ele em geral é feito por um grupo de pessoas que buscam macular, infamar, menosprezar a vítima, referindo pejorativa e negativamente a alguma condição física, anatômica, funcional ou por pertencimento a alguma minoria. São exemplos de referências negativas um estatura alta ou baixa, um sobrepeso, a característica do cabelo, algum déficit físico ou funcional, a etnia negra ou indígena entre outros atributos destoantes da maioria.
Já na era da internet e das tão populares e ubíquas (globais) redes sócias andam em voga as tão pernósticas e rebarbativas fake News. Uma fake News difere da fofoca e do bullying porque ela muitas vezes tem ares de produção jornalística;  ou seja ela pode se referir a alguma personagem, uma pessoa pública, mas muitas vezes ela versa sobre política, estadistas, organizações políticas e sociais. Ela tem a natureza do popular boato. E é sempre parcial ou completamente falsa e tem o objetivo de ser apenas uma falsa notícia de impacto e apelo de marketing para um grupo, um jornal, uma entidade qualquer, sem compromisso com a verdade e a fidelidade dos fatos.
Além da fofoca temos uma outra forma de informação sobre a vida alheia que é a calúnia. Esta quase sempre se define como uma falsa imputação a alguém. É atribuir um ato ou expediente ilícito, fraudulento ou delituoso a alguma pessoa, indevidamente.
Sociólogos, filósofos, psicólogos; os que mais estudam sobre a fofoca e calúnia são uníssimos ao tratar da tema e como reagir a essa forma de comunicação sobre a vida alheia.
Seja aquela fofoca com  teor benigno, jocoso, pilhérico ou desqualificando uma  pessoa. Seja mesmo uma calúnia, uma divulgação inverídica. Como deve reagir a pessoa alvo de tais comentários e atributos?
Em se tratando de uma fofoca, seja ela com teor falso ou verdadeiro. O conselho que se deixa é pelo princípio do gosto do jiló ou jurubeba. Seja ao comer a polpa ou suco da fruta.
Que em outras palavras seria: a fofoca (jiló ou jurubeba) só será amargo e de mau gosto se a pessoa beber ou comer. Ignorar e esquecer o autor. Esta seria a  Melhor resposta.
Na calúnia tem-se a mesma diretriz. Se uma pessoa qualquer refere-se a mim com um qualificativo, um atributo, um comportamento, um caráter que não possuo, eu só posso ter esse fofoqueiro e agressor como um imbecil ou mentecapto. Portador de algum grau de idiotia.  Só isso!

Tipo aquele indivíduo que acusou a cunhada de ser uma golpista do baú. Isto é , aquela madame que se casou , tendo imenso amor, reconditamente falando, pelo emprego do marido, pelos seus bens, seu salário acima do teto funcional público. E esta madame, com meneios e carinhos pelo maridão, nada fazia e nada produzia na vida. Ela vivia da mesada e paixão do consorte. Advertida sobre esse estilo de vida, ela se rebelou, esbravejou , deblaterou e expectorou todos os impropérios contra o fofoqueiro cunhado.  No caso aqui concreto. Tem-se no popular um diagnóstico certeiro. Ela assim reagiu porque a carapuça lhe  serviu. Foi um exemplo de fofoca verdadeira.             Junho/2018. 

Apelidos

NOSSA CAPACIDADE DE DAR APELIDOS E  RÓTULOS
João Joaquim 

Uma das muitas vocações ou tendências inerentes às pessoas refere-se à capacidade ou criatividade delas em nomear, dar títulos, rótulos, qualificativos, adjetivos e outros atributos ao sabor de suas conveniências. Sejam tais conveniências as de mais variadas naturezas. Assim temos desde os  de caráter pejorativo como o são os apelidos discriminatórios ou vexatórios até  aqueles também de senso gentil e afetivo.
Nesse rol de adjetivações entram por exemplo os pronomes e adjuntos ao nome. São os casos de vossa excelência, e de  doutor no sentido de alta dignificação pela condição de autoridade, bem assim pela qualificação profissional ou acadêmica do indivíduo.
No que concerne aos apelidos temos um capítulo à parte. Revela-se questão até de natureza psiquiatra e sociológica dada a revelação da capacidade criativa da mente humana seja para o bem ou para o mal.
Para esse expediente  afetuoso em atribuir nomes e apelidos carinhosos temos um nome, hipocorístico, de origem grega com o significado de diminuto, pequeno. Exemplos, Zezé,Didi, lulu, lucita,Chiquinho joaozinho, zequinha etc.
Na tendência pejorativa e até revelando bulling temos um sem-números de casos. Assim temos o gordo, o cabeção, o zarolho, o vesgo, o cambota, o zoiudo, o bocão, o mané, o pezão, etc.
No campo da antropometria e biotipologia temos outra demonstração da infinita capacidade da inteligência humana em lidar com as características das pessoas atribuindo-lhes qualificativos, classificação e adjetivos . Sejam  eles (nomes) de conotação negativa ou positiva. Assim são os casos dos adjetivos gordo, obeso, jamanta, baleia, magrão, gordinho, pançudo, toquinho de amarrar jegue, girafa, entre outros.
Por fim dois tópicos merecem uma análise social e psiquiátrica quando se fala da aptidão e criatividade de nossa mente em lidar com nomes, apelidos e adjetivos. Primeiro , com situações patológica ou nomeação das doenças ou as consequências e sequelas sofridas. Aqui entram os adjetivos diminutivos ou de minimização dos sintomas e afeções sofridas. Neste rol temos muitas vezes o “início de tal doença”, mas nunca a doença completa. Fulano ou a própria pessoa teve não uma doença tal ou enfermidade tal,  mas o início de pneumonia, de infarto, de derrame, de diabetes, de enxaqueca.
O correto aqui na terminologia é graduar essas doenças, leve, moderada grave, ou grau I,II,III etc. Uma doença tem início, meio e fim. Com cura, com ou sem sequela ou morte.
O câncer ainda é uma doença que traz estigma e discriminação, por isso é muitas vezes referido como aquela doença” ou se bem localizdo também denominado início de câncer.
Segundo e último tópico, se alude em como as famílias, cuidadores e mesma a sociedade e associações representativas tratam os portadores de muitas síndromes genéticas, as malformações somáticas e outros portadores de sequelas, déficits funcionais e anatômicos ou amputados. Para essa classe de pessoas, a sociedade e as famílias encontraram um tratamento eufemístico, uma forma de abrandamento ou minimização daquela alteração ou funcional ou física. Temos os nomeados especais. portadores de necessidades especiais.
São os portadores de necessidades especiais, para um sem-número de condições. Não importa qual o déficit funcional, cognitivo ou anatômico. Lembra-me a propósito um caso que me ocorrera. Uma mãe leva o filho ao  hospital onde eu trabalhava. No atendimento interrogo-a sobre a doença pregressa (que síndrome) o filha tinha, e ela responde: doutor ele é especial! A quem eu devolvi com uma resposta simples e direta, mãe, especial para a sra., mas eu preciso saber qual é o seu déficit para eu medicá-lo corretamente. Ela não sabia precisar o transtorno, o déficit que tornava aquela filho “ especial” .
E especial, nos dias de hoje, com a educação que está sendo dada aos filhos e alunos, muitos deles parecem mesmo especiais , especiais em não saber se comunicar com os outros à sua volta, em não saber redigir um bilhete, em articular corretamente um diálogo formal, em se fazer entender e expressar o que querem da vida. São novos e pós modernos tempos. Tempos dos memes, da Internet, do esvaziamento completo de conteúdo intelectual, de conhecimentos, de ética, de relações humanos.  Todos conectados às redes sociais.
Enfim, e ao cabo é a nossa infinita tendência em criar apelidos, rótulos, tratamentos, títulos, chistes, chacotas, eufemismos. Alguns ora beiram ao hilário, outros ao preconceito e, às vezes, não dizem bulhufas.

JUNHO/2018

Desgovernança do Brasil

UM PAÍS EM DEGRADAÇÃO SOCIAL E EDUCACIONAL E DESGOVERNADO

João Joaquim  
Tinha absoluta razão aquele pai ao estrilar contra todas as autoridades no comando desta nação. Seu filho assim que se assentou na maioridade foi preso por crime de tráfico de drogas. O mais estrambólico da história é que tudo ocorreu de forma dolosa, por displicência de pai e filho, por uma atitude também fraudulenta de ambos.
O pai tinha registrado o filho com 6 anos de atraso. E no cartório  fora consignado com um ano mais velho. Mas, no último aniversário todos tinham certeza: o filho tinha vivido apenas 17 anos. Esqueceram que o que contava era a certidão de nascimento e RG. Dezoito anos de idade já tinham sido excedidos em meses. Não teve choro, nem argumento adiantava, o delinquente estava em cana mesmo, por comércio de 700 g de cocaína em pasta base.
Seja como for o desassossego agora daquele pai com o filho no cárcere, se revestia de sentido e fundamento. A precarização do ensino público, a falta de uma educação de qualidade, a omissão do Estado nesse quesito constitucional e de direito têm sido presente em todo o ciclo fundamental das escolas.
Analfabetismo absoluto e funcional, formação técnica e profissional insuficiente ou deficitária, desemprego crescente têm constituído um campo fértil e formador de violência, do tráfico de drogas, de pirataria e crimes de toda ordem.  As estatísticas provam  tudo isso.
Falta mesmo educação em toda a sua abrangência. Educação é um processo complexo, uma corrente de responsabilidades, da qual o governo tem participação e deve ser um  acionista majoritário no concernente aos investimentos. Sejam  com instituições escolares bem equipadas com bibliotecas, laboratórios, imóveis seguros, refeições de qualidade para os alunos e no quesito mais importante, o professor. É justamente no professor o investimento mais produtivo.
O professor é o protagonista da educação. Não só na sua digna remuneração, mas em sua contínua formação e reciclagem. A responsabilidade dos governos de municípios, do Estado ou da união deve ser solidária e questão insusceptível de controvérsia . O que resulta ponto pacificado. Entretanto outras responsabilidades e corrente de atuação se fazem necessárias, como se discorre a seguir.
A gênese, os pontos fulcrais e basilares de toda a teia e malha da educação das crianças, dos filhos e dos jovens se dão nos ensinos da família. A verdadeira formação do indivíduo, do caráter, de honestidade, de participação produtiva, começa no berço, no lar , na casa paterna.
A formação ética, social, moral; mais que isto, as normas de boas relações sociais e de cidadania quem as ministra e as plasma no caráter do educando sãos os familiares, cuidadores e tutores desse indivíduo em formação. Nesse processo o pai e a mãe, quando presentes são protagonistas decisivos. Na falta destes,  com exceções, o substituto(a) desses dois genitores e educadores terá o mesmo desempenho a mesma eficácia. Como exemplos, uma avó, avô, tia, tio ou outro parente nessa missão.
 Assim, se torna de dedução consensual que a tarefa educacional se faz de forma hereditária, ou quase atávica. É o princípio ou teoria da pessoa como resultado do meio onde ela recebeu a sua criação;  como um processo biológico, onde recebeu sua primeira educação, a sua primeira formação como um indivíduo. Enfim, todos os predicados e qualificações (para o bem ou para o mal) constituem uma herança que esse primeiro meio  social lhe transmitiu e modelou.
A escola como instituição de ensino terá um papel paralelo também significativo, no sentido da complementação ética e técnica e científica da criança, do filho, do educando.
No concernente específico ao Brasil, temos que há um número crescente, ou se otimista, constante de analfabetos absolutos e funcionais. Bem assim uma  legião de desempregados e de trabalho informal, sem qualificação profissional. São condições reflexas da falência dos governos do partido dos trabalhadores, com os gigantescos esquemas de corrupção, programas assistencialistas eleitoreiros e baixa investimento em educação e criação de empregos.
Assim caminha o Brasil, que parece em  uma marcha irrefreável para o fracasso e a deterioração em tudo.  O fenômeno se faz no efeito dominó.
Famílias e pais dominados por ignorância e analfabetismo, seja ele absoluto ou funcional. Falta de escolas e ensino de qualidade. O que esperar de filhos, de crianças e jovens desse meio familiar e social tão precário e tão bronco e ignorante. Os frutos, a prole desse meio, dessa influência se torna o que se constata nesses estratos sociais de pobreza e desassistidos das políticas dos governos de todos os níveis. Os milhões de analfabetos absolutos e funcionais são uma prova viva desse descalabro que tem sido um governo após outro.
No complemento desse dantesco quadro social temos um outro cancro que dilacera, carcome e dissemina suas metástases em todos os setores da vida brasileira, a corrupção com suas garras que dilapida e corrói o erário e a riqueza dos órgãos de governo.

Assim, tem razão o pai do jovem traficante. Como  tantos outros adolescentes e jovens que são  arrebanhados pelos tentáculos do crime. Falta  mesmo educação, falta formação ética e social das famílias em salvar seus filhos de tanta desgraça, do império do mal, do descaso e abandono de nossos governantes, que de roldão e num efeito dominó atinge a imensa maioria dos desvalidos, pobres e faltos de educação. Fevereiro/2018.    



Visibilidade...

SOBRE OS PORTADORES DE VISIBILIDADE OU INVISIBILIDADE
João Joaquim  

Uma das palavras muito elegantes e largamente empregada pelos homens de estado, adivinhem quem for capaz. Esta mesmo. Visibilidade. Significa aquela condição ou qualificação que torna a pessoa, o objeto, empresa ou feito conhecido (visível) pela sociedade, pelos meios de comunicação, sejam os tradicionais ou modernos a exemplo da internet e suas ubíquas redes sociais.
Existe uma classificação para a visibilidade. Quanto à duração, ela pode ser fugaz, temporária ou permanente. Exemplos, um figurante big brother ou de outro reality show, essa mediocridade da modernidade de tanta audiência, de nossos tenebrosos tempos. Esse  ator pode ter visibilidade fugaz ou temporária.
As missões do homem à lua, com Yuri Gagarim e cia, visibilidade permanente. A atuação de Nelson Mandela para o fim do apartheid na África do Sul. Eternamente será lembrando pelos sul-africanos e pelo mundo. Pelo fim daquela ignominiosa discriminação étnicorracial e pelo grande estadista que foi Mandela.
Quanto à organização, a visibilidade pode ser pública ou privada. A Ford por exemplo é uma empresa privada de visibilidade eterna. Já a nossa querida Petrobras se tornou uma organização pública de visibilidade permanente. Com os nossos lamentos de que para o bem e para o mal. Para o bem porque foi, ainda o é a nossa maior produtora de petróleo e derivados.
 Para o mal e eu explico. Não que nossa estatal petroleira seja predestinada ao mal. Ao contrário, pessoas, gestores dela mesma, executivos, políticos de mau caráter, dilapidaram-na, saquearam-na, assaltaram-na em bilhões de reais, e quase levaram-na à ruína, à bancarrota. Passado o esquema de corrupção cognominado petróleo, a justiça, na operação Lava-Jato, vem, paulatinamente, salvando-a dessa triste e permanente visibilidade. Oxalá que seja temporária. Mas, que está difícil, está.
Disse no pórtico do artigo do gosto de muitos estadistas pela palavra da moda, visibilidade. Há poucos dias ouvi de um governador e aspirante a presidente. Numa entrevista de cerca de 3 minutos ele repetiu a palavra 6 vezes. A cada 30 segundos, visibilidade. Ele fala da construção de uma ponte, em um “rio natural”. Segundo esse governante a inauguração daquela obra era no sentido de dar mais visibilidade aos fatos e feitos de sua administração. No mínimo ele teve uma visibilidade fugaz. Talvez temporária.
Ao contrário de sua antônima, pouco apreço ou distinção tem o verbete invisibilidade. Que à semelhança de sua antagonista pode ser fugaz, temporária, permanente, pública ou privada.
Conceitualmente, invisibilidade é a condição ou estado no qual uma pessoa, fato, feito ou empreendimento passa despercebido (invisível) do conhecimento da sociedade, dos meios de comunicação e do mundo.
Estendendo melhor os signos e significantes da invisibilidade vamos delinear no estrito sentido da natureza humana. Para mais clareza e consistência falemos primeiro das pessoas de visibilidade. Nesse quesito pode-se separá-las em apenas famosas, famosas e importantes. Muitas são algumas de fama fugaz ou até permanente. Vale caracterizar que muitos famosos não têm nenhuma importância. Como exemplos um ator global da Rede Globo ou de cinema,  o maior craque de futebol do Brasil,  um vencedor de big brother , etc.
Nesse grupo estão aqueles que nada fazem para além de sua cicatriz umbilical. Muitos são esses tais que ganham fama, têm visibilidade, mas nada trazem de bem estar ou construtivo para além dos muros de seus bens, seu patrimônio e visibilidade.
No outro extremo temos um grupo de abnegados, filantrópicos, voluntários que, embora sem acúmulo de riqueza e fortuna têm grande importância. São importantes não famosos e sem  visibilidade, mas com enorme utilidade moral.
Assim é o gênero humano, assim são as ambições humanas. Assim se poderia escrever laudas, tomos, ensaios e livros sobre esses dois estados, um tão em voga,  outro anônimo, recôndito, a invisibilidade humana.
Por outro  lado a visibilidade pessoal pode repimpar e revitalizar  o ego, a estima pessoal. A perda da liberdade de locomoção, talvez seja superada pelo aparato e logística de segurança oferecida ao indivíduo de alta visibilidade. São muitos estadistas.
Nesse sentido e como exemplo Imagine o ex presidente Lula, Donald Trump, Vladimir Putim. Eles que são populares e impopulares nos rincões do Brasil, nos cantões da Suiça e outros cantos do planeta. Eles não sabem o sabor e o regalo de ir a uma praça (do povo),  a uma cachoeira ou recanto natural sem a costumeira guarda pessoal armada. Qual o sentido  dessa visibilidade sem liberdade de ir e vir ?

Grande são as fileiras, as legiões e classes de homens e trabalhadores invisíveis. São os operários e proletários que compõem os órgãos e corporações deste Brasil e do mundo. Sejam elas públicas ou privadas. Entre centenas desses representantes temos os serviçais de condomínios  de residências, ou de serviços públicos e privados, os jardineiros, copeiros, porteiros, guardas de trânsito, os garis. Todos, literalmente todos, nunca são referidos, anunciados ou chamados pelo nomes, quando muito pelo trabalho, obra ou ofício que prestam. Esses constituem a maior população das pessoas ou homens invisíveis. O porteiro, o garçom, o jardineiro, o vigia, o policial, o gari entre outros que em meio à multidão se tornam invisíveis. São os portadores de invisibilidade permanente.   JUNHO / 2108

Como Bois em Boiadas

João Joaquim  

 Quando se fala em cultura, em escolaridade, em cidadania, em formação de senso crítico, em participação do indivíduo na vida social e política do país, etc, uma pergunta de grande significado e contundente se torna muito pertinente e presente. A pergunta seria: que organização ou órgão teria uma grande contribuição nesse sentido.  Enfim , em outras palavras, que instituições ou segmentos da vida pública ou privada poderiam melhorar ou piorar o nível de conhecimentos e conscientização do cidadão? Como exemplos neste sentido: a escolaridade do sujeito, os conhecimentos técnicos e científicos de cada pessoa nas relações civis e profissionais, os seus direitos e deveres entre outros atributos na sua formação global .
Como resposta eu imagino que todos vão pensar em uníssono que sejam os veículos de comunicação. Vamos pensar agora em termos de Brasil, nosso país tem no mínimo 15 milhões de analfabetos absolutos, numa cegueira escolar e cultural total. No que se refere aos analfabetos funcionais, as estatísticas não são muito confiáveis. Mas, com certeza esse rebanho de gente  ultrapassa os 50 milhões de pessoas. E os de baixa escolaridade outros 50 milhões.
E aqui então tem-se uma questão nevrálgica. Se a maioria das pessoas tem inaptidão para a leitura ou não compreendem um parágrafo de jornal, qual o veículo de comunicação que ela( maioria) mais compreende? Obviamente que a televisão. Tem-se também a opção de internet com áudios e vídeos, mas a televisão por questão de acessibilidade ainda é o veículo mais assistido e mais popular. Porque seu uso também se dá de forma coletiva.
Eis que então está posta a questão mais nevrálgica nessa comunicação e nessa contribuição. Vamos refletir aqui nas opções da TV aberta, aquela em que com um monitor (televisor) tem-se acesso a todos os canais.
Estamos em junho de 2018, mês quando se passa o torneio de futebol mundial Copa Fifa Rússia 2018. Para nortear o presente artigo, eu dispus-me durante 10 dias a  “navegar” por cerca de 20 canais de TV, aqueles abertos e os por assinatura. Com isso ter como fazer uma resenha crítica do que se passa nessas redes de televisão nos períodos diurno e noturno. Quanto ao jornalismo. Em relação ao noticiário social e político, todos os canais são repetitivos, mostrando os principais fatos e ocorrências, no mesmo tom e fidelidade, numa linguagem e português bem acessível às pessoas, mesmo para os analfabetos.
Quanto aos programas culturais, aqueles na modalidade de entrevistas ou “talk show”. Existem vários, mas cujo conteúdo cultural são na maioria de um nível ou proveito extremamente pobre e deficitário ao se cogitar  algum acréscimo na vida de qualquer pessoa.
Ainda na modalidade de jornalismo, temos alguns canais de TV aberta que exibem o chamado jornalismo policial, porque envolve toda forma de crime. Os programas, à maneira de um reality show tratam de todas as dinâmicas do submundo as mais imundas deste mundo. Neste mês em que se passa a copa FIFA Rússia 2018, têm-se aqueles canais que não transmitem os jogos da competição. No sentido de competição por audiência veem-se as cenas mais macabras e sinistras do mundo policial. No fundo e nos bastidores essas emissoras querem competir por telespectadores dos jogos de futebol das outras Tvs. Assim passa-se o caso do sequestro e assassinato de uma adolescente em São Paulo capital. Duas emissoras numa espécie de reality show macabro têm disputado a audiência diária sobre o episódio. Não basta a  notícia do andamento do inquérito e  oitivas de suspeitos, as cenas e depoimentos os mais sangramentos e ignóbeis têm que ser mostrados em toda sua crueza e perversidade.
Duas semanas do crime se passaram e a identidade do assassino continua uma incógnita . Este tem se constituído no mote do funesto seriado da duas redes de televisão em âmbito nacional. Ao que parece, vão exibir a horrorosa matéria até o final da copa do mundo. Os fins por audiência justificam todo o padrão desse jornalismo macabro e vilanias na mais genuína essência .  A conferir, vendo e assistindo a tais programações.
O padrão inqualificável e sofrível nos outros canais não param por aí. Tomemos a temática do momento, o futebol, debatido nos canais de transmissão dos jogos. Foram cinco os canais assistidos neste período de 10 dias. A primeira impressão que fica vendo tais programas com integrantes de variadas formações (jornalistas, ex jogadores, repórteres)  a primeira sensação então é que esses interlocutores falam apenas para nossos analfabetos. Assim pensando eles abrigam razão, porque são mesmo milhões espalhados pelo país como referido no início deste artigo. A audiência auferida com tal padrão inqualificável (fim) já justifica o faturamento com os patrocinadores que vendem suas marcas.  E os meios empregados desses canais televisivos.
Enfim, ouvindo e vendo as platitudes, os lugares-comuns, as abobrinhas, as futilidades e superficialidades de tais programas chega-se prontamente a conclusão: em nada, em absolutamente nada eles acrescentam alguma coisa de construtivo e melhoria  à cultura e na vida das pessoas. Se o sujeito já é bronco e acrítico, mais ignorante e bruto ele se tornará.
O que se tira e deduz de todo esse cenário, analisando as grades de programação de nossas redes de televisão, é que temos um expediente a que Nietzsche e Schopenhauer chamaram de efeito manada. Tem-se um sistema mercadológico , capitalista e consumista no comando.  Seus autores, atores, gestores e comunicadores se comportam como boiadeiros, peões e capatazes. Os comandados, as massas de pessoas, muitas acríticas e ignaras seguem esses comandos como bois-madrinhas. São massas de pessoas bovinas, num processo aviltante  de plena alienação e marginalização educativa e  social .

Ou seja, a televisão que poderia ter um papel aditivo na promoção do cabedal de cultura e cidadania, representa na verdade  um retrocesso, um engodo e alienação das pessoas. E tal efeito é sobretudo nocivo e destrutivo para nossas crianças e juventude. Quão triste e melancólico.                Julho/2018.  

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Paredistas do diesel

A IMOBILIZAÇÃO PAREDISTA DOS IRMÃOS CAMINHONEIROS

João Joaquim  


De repente eu me permiti uma parada reflexiva ao assistir o “movimento paredista” dos irmãos caminhoneiros. Permito-me a expressão ” movimento paredista” porque ela faz todo sentido. Trata-se de uma greve onde não se tem um líder ou comandante. Constitui um engajamento de pessoas, de uma categoria profissional, com reivindicações únicas ou diversas. O termo paredista deriva de parede. Traz como que a conotação de que o líder ou chefe da mobilização se acha oculto atrás de uma parede, muro ou escudo. E de fato essa é a “verdade real” porque em qualquer empreendimento, fato ou feito coletivo sempre existirá um comando, haverá uma ou até algumas cabeças pensantes para difundir e persuadir os demais do grupo ou categoria na participação ativa no processo. Na manifestação paredista esse líder não aparece.

Na estrita questão do “movimento paredista”, dos manos caminhoneiros, várias questões despertaram-me os meus sentimentos. De  tristeza, melancolia, misericórdia e fraternidade. Sentimentos que suponho faltaram aos irmãos das rodovias. Os motoristas que levam e trazem toda sorte de carga. Entre essas, as que são vitais para o país como alimentos, animais, ração animal, medicamentos e combustíveis de toda natureza, em especial etanol e gasolina, para os demais irmãos não caminhoneiros.

O primeiro sentimento que tive em relação aos grevistas do asfalto foi justamente o de fraternidade. Não se trata aqui de estar criando imagem ou fazendo estilo, e explico o por quê.
Os caminhões, carretas, todos os veículos de carga dos caminhoneiros usam como combustível o óleo diesel e ele está muito caro. Em contrapartida o preço do transporte muito barato. E esta distorção diesel caro e frete barato foi o gatilho ou estopim para as reivindicações desses trabalhadores das estradas. E nesse quesito, que não é uma “simples questiúncula” os irmãos caminhoneiros estão cobertos de razão. De motivos para referida mobilização, ou paralisação , como quer alguns.

De outro lado tem que se consignar que o governo federal fez uma contraproposta de redução do preço do litro de diesel em R$ 0,46. Mesmo assim os grevistas, decorridos 10 dias de greve, se mostraram recalcitrantes e mantiveram paredistas. E aqui vêm nossa tristeza e melancolia por essa resistência e insensibilidade de nossos “irmãos do asfalto”. Passada mais de uma semana da paralisação do transporte rodoviário já se contabilizam mais de 100 milhões de aves mortas por falta de ração, quase um bilhão de ovos jogados fora, milhares de litros de leite perdidos, toneladas de hortifrutigranjeiros e outros alimentos perdidos. Mais de 3 bilhões de prejuízos no Brasil todo.

Frente a tamanha tragédia, fica a pergunta:  por que tantas perdas para um Brasil com a economia já  em frangalhos ? Têm que assim ser considerada, tragédia. E tragédia inominável, porque representa em graves perdas de vida animal, com riscos de mais perda de vida humana. Porque um irmão caminhoneiro já foi assassinado em Rondônia, por um outro motorista, de quem ainda não se tem identidade. A arma do crime foi uma pedrada, que estilhaçou o para-brisa e a cabeça da vítima.

Ante então o enorme descalabro para um país em crise pus-me a repensar. Primeiro, longe de imaginar  na fraternidade (amor de irmão) de nossos patrícios caminhoneiros. Sequer  longe de haver  tal sentimento generoso na  mente e consciência desses grevistas. Não foram eles  nada fraternos e solidários. Primeiro , com os milhões de perdas de animais e alimentos. Segundo, com o próprio abastecimento de alimentos para as centrais de distribuição e combustíveis como etanol e gasolina nos postos de venda aos consumidores. Não teriam eles outras formas de protestos ?

Uma outra luz (insight) que me ocorreu sob a forma de melancolia e compaixão foi pela lembrança de nossos “hermanos” Venezuelanos. O mundo todo tem ciência do estado calamitoso porque passa nossa vizinha nação bolivariana( quanto tristeza para Simon Bolívar, deve estar se revirando no túmulo). A crise vivida por aqueles nossos irmãos é infinitamente maior que a que vivem os brasileiros. Está surgindo em nosso país vizinho uma legião de pessoas esfomeadas, desnutridas e raquíticas. A escassez de alimentos tem sido crítica e mortes por fome podem aparecer. Porque de mortes sociais , muitos já estão mortos. Além de mortes por direitos de expressão, direitos políticos e de protestos. Temos ali, sim, uma ditadura socialista bolivariana, sob a batuta do ex caminhoneiro Nicolás Maduro, o atual presidente do país.

Foi então que veio-me tal ideia. Na Venezuela não há crise de combustível, porque ela é grande produtora de petróleo, através da estatal PDVSA. Duas seriam as possibilidades, o Brasil poderia trocar alimentos por petróleo, no caso gasolina e diesel. Seria bom e proveitoso para as duas nações.

Ou em uma segunda opção, nem troca, nem nada. Ao invés de tantas perdas de aves, ovos e outras toneladas de alimentos, o Brasil poderia estar  doando tudo aos irmãos famintos e desnutridos. Nessa hipótese, com uma condição: toda a logística e transporte por conta de aviões vindos da própria Venezuela. Até porque combustível lá é praticamente de custo zero. Com uma questão ressurgida de última hora. Como fazer tais alimentos, do território brasileiro, chegar até os aeroportos, e embarcar nos aviões vindo da Venezuela ? Uma solução, seria trazer caminhões de lá mesmo. E isso não interferiria nos propósitos de nossos grevistas. O desabastecimento aqui continuaria, postos nossos sem combustíveis, até uma solução final. Eh, daria para ter essa saída.

Aí, sim, poderíamos ser por eles chamados de irmãos brasileiros. Seria um belíssimo exemplo de generosidade! De nossos irmãos brasileiros, políticos, cidadãos empreiteiros, sejam esses do ramo das transportadoras , empreiteiras ou não.  Porque , repitamos, se está tendo alimentos perdidos por falta de transporte, nesse quesito a Venezuela, tem de sobra, aviões parados e combustível em superávit. Muitos dizem que nosso país, o Brasil, está , aos poucos , se venezuelando. Isto é, está sendo sucateado em tudo, em economia, em honestidade e administração. Além do cancro da   corrupção. Nisso , nós não devemos acreditar, e fazer a nossa parte, naquilo que  nos cabe.    Junho /2018

TIs e doenças mentais

A INTERNET E AS REDES SOCIAIS COMO GATILHOS PARA DOENÇAS MENTAIS E O SUICÍDIO
João Joaquim 

Muitos têm sido os debates, muitas têm sido as conferências, muitas têm sido as hipóteses a respeito das causas e fisiopatologia (mecanismo) das doenças mentais. Trata-se de espectro  muito  amplo em classificação diagnóstica, com uma prevalência sempre  crescente nos últimos anos.
A estatística é tão alarmante que a maioria das afecções psíquicas se tornou de domínio e conhecimento popular. Dificilmente se tem uma família sem um membro isento de  algum transtorno psíquico ou psiquiátrico.
Assim são os casos useiros e vezeiros dos transtornos de ansiedade, de depressão, de ideação suicida entre outros. Outra questão intrigante e curiosa se refere ao arsenal terapêutico ao alcance dos profissionais de saúde e mesmo da população leiga, com mais uma característica intrigante. Muitos desses produtos farmacêuticos têm se tornado populares. Uma das explicações se dá pelo fenômeno tão comum e cultural da automedicação. Outra razão, agora profissional, se refere à prescrição irrestrita da maioria dessas drogas, pela maioria dos profissionais de saúde. Aliás, existe até um mercado paralelo e pirata desses medicamentos, em muitas farmácias e na internet, onde não se exige receita médica. A indústria farmacêutica investe cada vez mais na síntese de drogas derivadas e novas substâncias  como tratamento para as doenças mentais. Tornou-se um mercado atrativo e lucrativo, de milhões e milhões de dólares. Que ainda não ouviu falar das fluoxetinas, dos citaloprans, das sertralinas, dos diazepans, dos clanazepans, dos zolpidens, e tantos outros nomes de domínio popular?
As estatísticas da patologia mental é outro dado atormentador para as famílias e as políticas de saúde mental. Os estudos demonstram que cerca de 50% das pessoas sofrem, sofreram ou sofrerão de algum tipo de transtorno psíquico e/ou psiquiátrico. Quem de fato recebe esses dados com uma avaliação alvissareira têm sido os laboratórios farmacêuticos pelos lucros exorbitantes com a fabricação e venda de seus produtos.
São os ansiolíticos, os antidepressivos, os hipnóticos e sedativos. No tocante a origem, à gênese, são múltiplas as causas das afecções mentais. Tomemos como exemplo o diagnóstico da ansiedade. Ela pode ser episódica, temporária, de leve a severa intensidade. Pode simplesmente representar um sintoma de um outro fenômeno, uma circunstância negativa. Como exemplo a submissão a uma prova escolar, de um concurso de ingresso a um emprego, uma desavença pessoal, conjugal ou de relações empresariais, perda do emprego, prejuízo financeiro etc. O mais importante nesse tipo de ansiedade é a sua transitoriedade. Nem sempre exige tratamento, porque cessada a causa o paciente volta ao seu estado emocional de normalidade. Assim, fica esta forma de ansiedade caracterizada como fisiológica, um processo reativo da própria natureza de sensibilidade de cada pessoa.
Tirantes os casos secundários dos exemplos acima temos os conjuntos clínicos classificados como endógenos. São os tipos de depressão endógena ou transtorno de ansiedade endógeno. E porque do termo endógeno?
Constituem aquelas pessoas que sem nenhuma causa social, ambiental desenvolvem esses diagnósticos. Podem ocorrer em qualquer idade. Os últimos estudos e trabalhos científicos têm demonstrado que existem alterações neuroquímicas desencadeantes desses processos clínicos. Pesquisas comparativas têm provado déficit de alguns hormônios neurais.
Muitas análises têm documentado que pode ter muitos casos de natureza genética e hereditária. O indivíduo teria em seu genoma algum gene que o tornaria vulnerável a depressão ou ansiedade endógena.
A participação genética ou hereditária tem sido então uma das importantes chaves como explicação para muitos transtornos mentais. E essa participação tem como elo final as mudanças no homeostase dos chamados hormônios neurais( exs dopamina, serotonina,  endorfinas). Uma dessas substâncias neuroquímicas muita em voga é a serotonina; considerada como o hormônio do prazer e da alegria. Tanto assim que a maioria dos antidepressivos de ponta tem como efeito aumentar a concentração cerebral dessa substância. Consequentemente, reduzindo os sintomas de tristeza, abatimento psíquico e perda de alegria e prazer em quase tudo na vida( anedonia, é o termo médico para o desprazer) .
Uma gravíssima questão enfrentada pela sociedade e pelas famílias se refere ao suicídio. A ideação ou fabulação suicida tem sido um drama, uma tragédia enfrentada pelas famílias desses pacientes. Todavia, existe prevenção e ela começa com  aquele(s) parente(s) mais próximos do paciente que porta esses fatores de risco.
Ele( risco de suicídio)  pode ocorrer em qualquer idade, pode ser o desfecho final de um quadro clínico grave de depressão ou transtorno de ansiedade.
Muito se tem debatido, muitos são os pareceres, muitas dúvidas persistem sobre os mecanismos íntimos e psíquicos que levam um indivíduo a perder completamente o interesse pela vida. O que se tem de aceito, de forma consensual, é que a ideação suicida e o cometimento do suicídio têm causas intrínsecas ou endógenos, nos mesmos moldes de uma depressão, mas há também as causas secundárias de variada natureza.
Uma causa que tem despertado interesse da psicologia e psiquiatria e mesmo das autoridades tem sido o suicídio induzido ou estimulado por alguns tipos de jogos. O mais conhecido é o da baleia azul, onde o adolescente ou jovem é desafiado a automutilação até o cometimento do suicídio. Os criadores e promotores de tais games certamente têm um pacto com o diabo. É o mínimo que se pode dizer de tais criminosos. É questão mais policial e criminal do que propriamente médica e psiquiátrica. Esse conluio ou enredo diabólico ,desses jogos do mal ,provam mais uma vez do quanto ainda prospera o lado podre, nocivo e destrutivo da internet, com as suas tão atrativas, populares e corrosivas redes sociais. Por isso não custa repetir e pedir aos familiares , tutores, cuidadores, educadores uma  atenção redobrada, notadamente, no concernente  aos limites e disciplina aos  filhos;  e saber , ao menos, com quem eles falam e andam, inclusive com que “ amigos “ e contatos da  internet e das tão massificadas e pernósticas redes sociais( ops, na verdade antissociais e criminosas nesses casos). Maio/2018.

Alimento sem farra

ALIMENTO NÃO É OBJETO DE FARRA NEM DE PRAZER SEXUAL  

João Joaquim


Quando se fala em saúde pública, qualquer doença contagiosa que vem através de alguma epidemia ou surto traz um pânico generalizado nas pessoas. Tivemos por exemplo em anos recentes surtos de zikavirose. O país inteiro entrou em polvorosa. Não que o vírus zika mata, mas pelos riscos de microcefalia em filhos de mães que teve a infecção nos primeiros meses de gestação. Depois houve meses com o recrudescimento da epidemia de dengue. Foi sintetizada a vacina, mas, daí concluiu-se que só se pode tomar quem já teve a doença. Ou seja, a vacina para que não teve a infecção é mais grave, porque pode causar reações idênticas às do vírus da doença. Dá para entender?

Dias atrás as pessoas andaram atarantadas com os surtos de febre amarela. E tudo por absoluta ignorância. Basta lembrar que a febre amarela urbana não existe mais no Brasil.
                           
E a febre amarela  silvestre é restrita a algumas áreas de matas que tenham o mosquito hemagogos ou sabethes. Se a pessoa não vai deslocar para regiões rurais de mata, por que o pânico? Tudo se resume a tanta informação e pouca formação para compreender se tem risco ou não!

Agora, ainda, dentro da temática saúde pública. Quando se trata de uma doença crônica, mesmo useira e vezeira no cotidiano das pessoas, ela não traz a mínima preocupação. A explicação psicológica para tal comportamento é a teoria da acomodação ou a popular zona de conforto. É o processo da lenta aceitação daquela condição. Tendo em conta o mecanismo dessas reações das pessoas basta tomar o exemplo da obesidade. Trata-se de uma pandemia que afeta quase 40% das pessoas. A nação americana(E.U.A) é o país que lidera essa triste estatística. A doença guarda uma relação linear com a condição socioeconômica e o grau de desenvolvimento global da sociedade.

Quanto maior a renda per capita, maior a prevalência da obesidade dessa sociedade. Muitas foram e têm sido as explicações para a gênese do excesso ponderal. O que se tem de concreto até o momento é que o fator genético e os distúrbios endócrinos (glândulas) constituem uma minoria dos casos.

Há uma concordância de que a principal causa do ganho de peso é por uma excessiva ingestão de calorias. Mais ingestão de alimentos, menos gasto de energia, e como consequência o acúmulo de gordura corporal. Para tal quantificação tem-se o chamado índice de massa corporal (IMC). Assim tem-se desde uma obesidade leve, até a mórbida, com um amplo espectro de comorbidades( doenças companheiras), como diabetes, hipertensão, etc.

Uma tese por demais convincente  sobre as causas, a origem da obesidade, vem da psicanálise. Para tanto temos que reportar a Sigmund Freud, precursor desse campo das ciências médicas. No estudo da personalidade, segundo Freud, a criança em seu desenvolvimento psicossexual passa pelas etapas ou fases, oral, anal, e se completa com a fase genital, por volta dos 18 anos.
Cada uma dessas etapas deve ser bem transposta e bem resolvida.

No concernente por exemplo a fase oral na formação da personalidade, que vai do nascimento até os 18 meses de idade. Uma estratégia marcante é aquela relativa ao uso da chupeta, do desmame, por quanto tempo  deve-se a mamãe  amamentar a criança? O  hábito da sucção (chupar) o dedo ao que parece não se mostra muito saudável na maturação psicossexual da criança.  A relação da criança, nessa fase oral, com a mãe e sua correta solução e separação serão determinantes na maturação da personalidade no futuro do individuo.

Nessa mesma tese e no mesmo raciocínio, se a fase oral não tem uma fisiológica e construtiva solução e transposição, as sequelas e resquícios psíquicos ficarão para a fase adulta e para sempre.

Como concebido por Freud, na fase oral, todo prazer da criança se concentra na boca.  Em  quase tudo a criança usa o sentido gustativo para ter prazer.
Seria como uma sensibilidade libidinosa, do prazer quase orgástico no uso para tudo do sentido gustativo e do paladar.

A explicação do adulto hiperfágico (come-come) , glutão (comilão), com compulsão alimentar seria esta: resquícios, sequelas não resolvidas da fase oral da infância.
Daí, o prazer quase orgástico com o ato descontrolado de comer e o consequente ganho de peso. Uma bela e convincente explicação para a doença obesidade, que vem de forma muita racional , fisiológica da formação de nossa personalidade. Grande e insuperável Sigmund Freud, que nos surpreende até hoje com suas consistentes e plausíveis teorias. E o melhor, raramente surgem outros cientistas que o contestem e provam o contrário.   Maio/2018.     

Casamento

O CASAMENTO
João Joaquim 

Um feito ou feitos que têm me despertado atenção e curiosidade referem-se às cerimônias de casamento. Mais especificamente aos aparatos burocráticos, religiosos e festivos. De todos sabido, trata-se de uma instituição antiguíssima . A biografia de personagens nobres, ricos e burgueses registram e descrevem como foram os seus ritos esponsalícios.
A história nos descreve muitos casos de casamentos e seus desfechos, felizes ou não. Reis, rainhas e outras pessoas de grande visibilidade sempre tiveram registros históricos de seus rituais nupciais. Alguns exemplos: Cleópatra, Júlio Cesar, Henrique VIII da França, Dom Pedro II. E tantos outros vultos dos tempos atuais, nobres, artistas, bilionários. O caso mais fresquinho é o do príncipe Harry, com a plebeia Meghan Makle, no Reino Unido. Casaram em maio/2018.  Quanta pompa, quantos arranjos , luxos e riqueza. O casamento do príncipe Charles com a princesa Daiane. Pais de Harry. O mundo todo sabe como se deu o começo , o fim do casamento e o fim da vida de Daiane. O mundo todo ficou consternado com sua morte trágica.
Nesta breve digressão, sobre o casamento, este fato tão  comum em todas as famílias, duas são as considerações a se fazer sobre este ato tão solene. A primeira questão seria o preparo material, a segunda de ordem social.
A questão social do casamento se principia no interesse interpessoal e tomemos como modelo a aproximação, contato, afetividade entre um homem e uma mulher. Embora na abrangência dos direitos humanos e nos modernos arranjos familiares, existem as já oficiais uniões estáveis homoafetivas e mesmo os casamentos entre indivíduos do mesmo sexo. Assim o decidiu a nossa suprema corte de justiça, o supremo tribunal federal. São diferenças, inovações e evolução social do ser humano (sic). Assim o declara os grupos de direitos humanos. Assim o amparam nossas leis. Ainda não consta da Constituição, mas de legislação infraconstitucional .
Se reveste de bom alvitre, em se falando de casamento, fazer um paralelo entre o casamento tradicional, dos idos tempos antes da internet e mídias digitais e o casamento dos tempos pós internet. Para uma melhor retrospectiva, torna-se de valor histórico revisitar de como se dava as uniões conjugais até início do século XX, décadas antes do surgimento da televisão, no Brasil. Como se dava a aproximação do rapaz e da moça? Havia muita participação das duas famílias. Mais precisamente dos chefes de família (regime patriarcal). Os pais desses jovens, muitas vezes, como que negociavam esse casamento. Muita vez, esses futuros namorados eram os últimos a saber do namoro e interesse das famílias nessa aproximação, no noivado e casamento. Um costume que ao crivo de hoje fere os sentimentos, e os direitos das pessoas da livre escolha, do gostar ou não de alguém, para daí  se dar  um namoro, as bodas nupciais.  Casar nos moldes antigos, se parecia com um negócio entre dois proprietários. De um lado o pai do noivo, de outro o pai da noiva.
É bom que se registre que esse expediente de arranjo conjugal se dava em todas as classes sociais. Fossem as pessoas ou indivíduos comuns, plebeus, burgueses ou nobres. E talvez, tal costume tenha de fato sido copiado e imitado dos nobres e ricos, pela influência e grande visibilidade que sempre exerciam essas pessoas , na cultura e nos costumes. 
O modelo de união conjugal com a participação da indicação e arranjo dos pais praticamente não se vê mais no início do século XXI. Em tempo, e vale como exemplo, o casamento de D. Pedro II com Teresa Cristina de Bourbon, foi negociado antes dele conhecer a noiva. As bodas nupciais foram negociadas diplomaticamente.
A história nos conta que houve até decepção por parte do imperador quando recebeu a noiva. Coisas daqueles difíceis tempos de comunicação que eram meados do século XIX. Mas, enfim, eles casaram e viveram infelizes por muitos e muitos anos.
Muitas das formalidades, protocolos, questões decorativas do casamento tradicional ainda são vistas nos dias de hoje (era pós internet). São expedientes característicos os  ritos religiosos, quando muito colorido, arranjo musical e indumentária protocolar são exibidos. São itens de alto custo monetário e muito envolvimento pessoal, a cargo e de responsabilidade majoritariamente da noiva. Existem empresas especialistas   em casamento, em cerimônias conjugais.
Toda esse arranjo, rituais e protocolos do chamado casamento tradicional dos idos anos de 1900, até meados de 1950, vêm perdendo vez e espaço para as uniões conjugais dos tempos modernos virtuais. Referidas transformações se veem nas próprias relações iniciais de namoro.
A internet e suas ubíquas redes sociais, dos anos 2000,  tornaram as comunicações pessoais mais rápidas, instantâneas e fluidas. Conforme teoria de Zigmunt Bauman (1925-2017 ), vivemos com a internet a chamada modernidade líquida, fluida, superficial. Isto significa o que? Que as relações humanas são frágeis, inseguras, sem os ritos protocolares rígidos de antes. No lugar daquele namoro prolongado, de conquistas, de admiração e encantamento pelo outro, os jovens adotaram o expediente do ficar juntos. Eles se encontram e  têm contatos sem compromisso. Não deu certo esse relacionamento, partem para outras relações com outras pessoas; nada é permanente. É a modernidade líquida, fluida, solúvel.
O casamento tradicional, de ritos de conquista, de encantamento inicial vêm se tornando um fato histórico. Com a modernidade líquida e digital, casa se até pela internet. Sem meias palavras, sem cerimônias, sem festas. Até os cartórios com o casamento civil vêm perdendo a vez e importância.
Causa-me também uma certa curiosidade, estranheza, perplexidade, às vezes, observar e assistir em nossos dias, o quanto certos casamentos revestidos de tanto luxo, protocolos, festividades, despesas, muitas celebrações, juras de amor eterno, de tanta cumplicidade e felicidade; e passados alguns anos, tudo deságua em divórcios dramáticos, ódios, acusações, agressões  pessoais ou físicas , entre outros dissabores.
Eu penso que o casamento deveria ser desburocratizado em tudo. Como tem sido as novas tendências da época digital. O que é mais importante é o pacto de cumplicidade e solidariedade entre os dois. Para que tantos protocolos, contrato civil, religioso, padrinhos, testemunhas, papeis, despesas vultosas, dívidas. Para quê, se depois pode desandar tudo e ter que desfazer a sociedade ? A mim, tais rituais sofrem , ainda, uma grande influência das igrejas, especialmente da Católica. Até quando ?
São fatos e feitos dos tempos pós-internet. E pelo cheiro da brilhantina, vêm mais mudanças por aí. A conferir.   Maio/2018.  

Febeapá

UM FESTIVAL DE BESTEIRAS DOS TEMPOS DIGITAIS

João Joaquim  


Nós brasileiros atingimos um grau tão requintado de fealdade em todas as searas da vida que mais me lembra a criação do Stanislaw Ponte Preta. O Sérgio Porto. Nos idos anos de 1966, ele escreveu um livro estilo panfletário, muito satírico em que fazia críticas acerbas e cômicas às autoridades do regime militar. É o seu divertido Febeapá -  Festival de besteiras que assola o país. Pena que esse brilhante autor morreu em seguida a edição do livro. Fosse vivo, hoje, teria terreno fértil para muitos febeapás. A obra mostra por exemplo o quanto os agentes de governo exerciam a função com muita truculência e autoritarismo e muito déficit cognitivo.
Vejam esta pérola do livro como amostra grátis: “ foi então que no teatro municipal de São Paulo passava a peça clássica Electra. Nesse Teatro compareceram  alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça. Ele foi  acusado de subversão. Mal sabiam o delegado e seus agentes da repressão que Sófocles  havia  falecido em 406 a. C. “ Além desta, muitas outras pérolas estão lá. Valem elas o prazer de ser revisitadas.
Ao fazer esta digressão por alguns fatos de nossos dias rendo aqui minhas homenagens a esse grande autor que foi Sérgio Porto, no heterônimo de Stanislaw Ponte Preta.
As besteiras e esquisitices a que assistimos hoje em dia brotam de todos os cenários da vida. Seja da política, da cultura, do esporte, dos costumes, das relações sociais as mais variadas. Mas têm sido a política e seus agentes os que mais contribuem para o festival de fatos e feitos que extrapolam o senso comum de normalidade, licitude, legalidade, ética e honestidade.
Falando um pouco de nossa história recente. Quando se faz uma comparação dos presidentes do regime militar (1964-1985) com aqueles após a redemocratização fica bem demonstrados nossos acontecimentos esdrúxulos e fora do eixo. Vejamos: os chefes de estado da ditadura militar, Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Ernesto Geisel e Figueiredo, entraram pobre e saíram quase indigentes. Agora com a democracia atual, temos quatro: Collor, Lula, Dilma e Michel Temer. Todos  encalacrados com a justiça. Desses, Luiz Inácio Lula da Silva, já está condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia e preso em Curitiba PR.  Ou seja, já é muita esquisitice para um período tão curto de redemocratização.
Outras vigas e pilares fora do eixo se dão quando vários de nossos representantes do Executivo e congresso estão com vários inquéritos e processos nas costas. Não ficam só por aí nossas coisas fora de prumo. Isto no que toca às funções de governo e nossos membros do parlamento. E é para lamento mesmo, a imagem que esses representantes do povo passam para a sociedade daqui e alhures.
E os candidatos tachados de fichas-sujas? Esses mesmos que têm uma folha corrida tão suja quanto chão batido de galinheiro. O mais melancólico é constatar que esses tais lutam com unhas e dentes para retornar ao múnus público perdido. Sejam de deputado, senador, governador, presidente desse e outro órgão.
Essa tem sido a via crucis de nosso ilustre ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva ,o homem está todo encalacrado de inquéritos,  processos judiciais, denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro e mesmo assim luta e reluta por ser novamente candidato a presidente. Pior do que isto, ele está condenado em 2ª instância a cumprir pena na cadeia. Com tudo isto, ele e seu séquito de bajuladores desafiam e  mofam da justiça;  e ameaçam que não acatarão  a decisão judicial de prisão. Quer coisas mais estapafúrdias ou bestas do que essas?
Abstraindo do reino da política e divertindo-se com o festival de futilidades e baixarias da cultura. Na música por exemplo. O que dizer de um país onde músicas e suas letras (anti-poesia) fazem apologia ao consumo de drogas ilícitas e prostituição? Muitas dessas  estão no topo das paradas. Só como tira gosto. Olhem este refrão:  “ Que tiro foi este”?  da cantora Jojo Todinho. Uma clara referência aos estampidos e pipocos dos projéteis que cruzam o Rio de Janeiro. Uma rotina para os cariocas, a convivência com a violência do crime organizado que tomou conta do Estado.
Ou este “ vai, malandra” , de Anita. Detalhes; nos shows e exibição dessas músicas, suas vocalistas e autoras se vestem em trajes (ou falta deles) os mais sumários. E os trejeitos, meneios e coreografias são de refinada pornografia, sexismo e striptease. Fica só uma pergunta: o que tem a ver música (quanta ofensa às musas da música) com erotismo e pornografia e incentivo ao consumo de drogas como maconha ,cocaína e outros baseados de alto poder destrutivo de pessoas e de famílias ?
Em conclusão, este é o país em que vivemos, em pleno século da informática e da internet. Em lugar de luzes, ideias e inspiração, vê-se um mundo de trevas, tomado de cretinismo, mediocridade,  insensatez e devassidão!   maio/2018.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...