quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Direito e Liberdade

 

 NADA MAIS LIVRE O PENSAMENTO E PODER REGISTRÁ-LO EM PALAVRAS

 

 

Segundo Carlos Britto, alguns dos pilares da democracia brasileira são a informação em plenitude e a transparência do poder. “Por isso que emerge da nossa Constituição a inviolabilidade da liberdade de expressão e de informação (incisos IV, V, IX e XXXIII do artigo 5º) e todo um capítulo que é a mais nítida exaltação da liberdade de imprensa”, argumentou.

“Tudo a patentear que imprensa e democracia, na vigente ordem constitucional brasileira, são irmãs siamesas. Uma a dizer para a outra, solene e agradecidamente, 'eu sou quem sou para serdes vós quem sois' (verso colhido em Vicente Carvalho, no bojo do poema Soneto da Mudança). Por isso que, em nosso país, a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade, porquanto o que quer que seja pode ser dito por quem quer que seja”, escreveu o ministro.

(Des)Governança

 

A IMUNIDADE QUE GERA IMPUNIDADE PARA OS DESMANDOS DE GOVERNO

João Joaquim  

 

 Quando olhamos o cenário político atual, quando assistimos às relações das pessoas que comandam uma nação , um país, seus interesses internacionais(diplomacia), os interesses domésticos(Brasil como exemplo), não há como não se fazer algumas reflexões , uma análise informal, um parecer da natureza prática que rege essas relações, esse compartilhamento de responsabilidade, essa troca e cooperação de comando dos destinos do Estado, da sociedade.

Esse intercâmbio de responsabilidade, de comando do funcionamento da chamada máquina estatal(metáfora), como de todos sabido se rege por um conjunto de regras de nome bem conhecido, e se chama Constituição ou Carta Magna, Lei Maior. A nossa última é de 1988. Esse conjunto de leis, de normativos, de regras, postulados, ditames, não é tão grande. É como um livro médio, a depender do tamanho da fonte(letra) não passa de 150 páginas, 200 páginas.

Quando se lê cada seção, cada capítulo, as disposições gerais, os artigos, os incisos, os direitos dos cidadãos, os deveres do Estado para com o cidadão (pagador de impostos e tributos de toda ordem ), fica a sensação e interpretação de que muito do que ali está assentado, soa como uma utopia, uma peça de ficção política, beirando até uma certa mofa e chiste das pessoas de um mínimo de bom senso. Pegue lá por exemplo o artigo 5º do capítulo I – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Artigos 44 a 47 – Da Organização dos Poderes (Legislativo – Executivo – Judiciário), e assim consecutivamente, com várias outras disposições atinentes às relações sociais, dos poderes, etc. e tal.


Uma outra reflexão que trago à baila, refere-se aos desmandos, às ingerências dos chefes dos poderes constituídos. Tais desmandos (vamos assim nominá-los) podem ser na retórica, na prática, nas acusações que este e aqueloutro chefe, mandatário faz ao outro. Geralmente, por ele não ter seguido à risca os ditames constitucionais, por ter tido rompantes de déspota, de antidemocrático e fatos e feitos que o valha. Mas, por que de tal reflexão? Porque está na constituição que todos, ipsis litteris , são iguais perante a lei , seja o João, o dr João, o sr Chico, o Dr ou meritíssimo ou excelentíssimo Francisco, Antônio, etc. não importa se um sujeito ocupa um cargo hierarquicamente alto , médio ou baixo. A Lei Maior, o Código Penal, assim está expressa a lei que deveria funcionar para todos igualmente.

E então para concluir, vem a estranheza e estupefação de nossa reflexão. Como que em meio a todos esses (vamos assim chamar) deslizes, desvios funcionais, de responsabilidade, de comando das coisas públicas, dos crimes de omissão, dos xingamentos aos outros gestores do outros poderes, aos outros presidentes dos outros poderes, às polícias judiciarias; enfim, a tantos impropérios, crimes de lesa isto, lesa aquilo, etc. Nada acontece com quem comete tais delitos? Não importa quem seja o autor desses descaminhos de governo. Presidente da República, do Congresso Nacional, do Supremo, não importa. Todos, conforme a constituição não são iguais perante ela, A Constituição? Então deveria ser interpelado por quem de Dever de fazê-lo e ser responsabilizado.

Mas, não. Nada disso resultada em punição, reprimenda, em ao menos uma censura, uma pena de suspensão temporária do cargo que seja. Tudo, vai se passando, se ajeitando aqui e ali, um telefonema para lá, para cá, um lero-lero. E tudo cai no olvido, no esquecimento, na impunidade. Ficam a parecer, que esses mandatários, agem como dois tigres de sabre, que rosnam, rosnam um para o outro e, ao fim, e ao termo de tudo, acabam dividindo a carcaça da presa abatida. Só em países bananeiros e tupiniquins mesmo.

Como um Prédio

 

 A CONSTRUÇÃO DA PESSOA HUMANA

João Joaquim  

 

Muito se debate sobre o processo educacional do ser humano. E não sem razão. Basta imaginar, embora singelo, o princípio de que ninguém nasce pronto. Aliás, uma criança nasce com todas as deficiências fisicointelectuais. Ela nasce apenas com alguns instintos comuns a outros animais. Chora por leite e agasalho, por dor, urina, defeca e mais nada. Aos poucos com o desenvolvimento, inicia-se o aprendizado, estimulada pela mãe, por uma cuidadora, tutora, não importa quem. Nesta reflexão basta lembrar que se uma criança é criada por um casal surdo-mudo, surda-muda ele se tornará. Assim se dá no reflexo da marcha, do andar, de iniciar as primeiras vocalizações, da fala, etc.

Feitas essas breves e simples reflexões, vamos ao tema principal do artigo que é a educação, a formação do indivíduo, desde o nascimento até a sua vida adulta; , a sua independência social como sujeito do mundo, ou ao menos de seu mundo, de seu entorno, de seu pedaço de chão.

Ao se trazer o tema Educação à baila muito útil e adicional é trazer alguns ilustres pensadores da formação da pessoa. Como exemplos Jean Piaget, Paulo Freire e Jean Jacques Rousseau. Deste último temos por exemplo a teoria do bom selvagem com a emblemática frase: “Todo homem nasce bom a sociedade é que o corrompe”.

A educação dever ser sempre entendida como um processo de transformação do indivíduo, do sujeito/autor de seu próprio destino, desse autor ir além de sua existência. Conforme teorizou Sartre a existência precede a essência. A pessoa não nasce, se faz pessoa pelo que ela vai receber de ensinamentos e educação desde os primórdios de vida. E aqui torna-se de importância fulcral, determinante, a participação da família, através, em primeiro lugar dos pais, tendo a mãe como protagonista neste processo transformador. Potencialmente o indivíduo quando nasce tem um duplo potencial, para o bem (boa educação) ou para o mal (ausência de educação). Entendido Educação como todos os expedientes adotados no sentido de ensinar, de adestrar, de habilitar essa criança para a vida de adulto, como sujeito de seu próprio destino, sua trajetória de vida.

Todos os estudos antropológicos, sociológicos, ontológicos e filogenéticos atestam, são síncronos e uníssonos de que cada pessoa é fruto, é o resultado, o corolário do meio social. Meio social este geral, amplo, genérico. Todavia, um meio social seletivo, particular e determinante se chama família. O núcleo familiar é o eixo mestre, a espinha dorsal na formação do indivíduo. Nesses termos todos os especialistas de humanidades são concordantes que a primeira e fundamental escola da pessoa humana se alicerça nos valores familiares. “Dize-me qual é o cabedal, os qualificativos morais, éticos, sociais e até econômicos de sua família e eu dir-te-ei o que serás!”

Nesses termos e dentro de tais incontestes assertivas, pode-se cravar sem a mínima chance de dissenso e erro que cada família no seu mister, no seu expediente, no seu jeito e padrão de educar um filho, e aqui não cabe o adjetivo educar bem, porque a educação, como referido, já significa um processo de boa construção do indivíduo. Assim, a família que educa ou não um filho está atribuindo a ele uma sentença de uma vida boa, lato sensu; ou ao contrário, pela ausência de educação, de tolerância aos maus hábitos, a ausência de limites de comportamento, a falta de disciplina;  essa família está propiciando a que esse filho que se torne um cidadão( ou anticidadão) inútil, vagabundo, improdutivo e até delinquente.

Por isso, eu firmo e reafirmo que quando um sujeito se torna criminoso, de forma intencional, voluntária e dolosamente, junto com esse sujeito deveriam também os pais ser interrogados de como foi a educação (deseducação) desse meliante. Talvez até, conforme o perfil desse meliante, a família ser também responsabilizada, uma forma solidária de punição. Algo a se pensar e por em leis.

Anti(em)Patia

 

NOSSO LIVRE-ARBÍTRIO E desprezo ético


João Joaquim  


Nesse sucinto artigo trago à baila dois conceitos de relevante importância nas relações sociais e no convívio humano. Um, a responsabilidade ética de cada pessoa para consigo mesma e com os outros à sua volta. Dois, a capacidade de cada um em se readaptar aos infortúnios e imprevistos da vida.

A esse conceito poderia ser adicionado a concepção de resiliência. O que seria? A capacidade de o indivíduo resistir a uma mudança brusca em sua vida, que pode ser transitória ou definitiva. Este conceito de resiliência tem sido tomado de empréstimo da Física e num sentido metafórico referido em muitos cenários da Psicologia do comportamento.

Depois da gripe espanhola (1918), que da Espanha só tinha o nome, porque surgiu nos EUA, nenhum acontecimento tem sido tão devastador para a humanidade como a pandemia da covid 19. Porque essa doença vem atingindo a todos com mito medo, ônus para os governos, com assistência medica, com sofrimento, depressão, luto e mortes. Diante dessa triste e mórbida realidade, todos têm que se adaptar.

E aqui entra então a responsabilidade ética , de generosidade e humanitária de cada um.

Conceituando Ética (Bioética). A melhor definição vem do filósofo alemão Immanuel Kant, no seu chamado Imperativo Categórico. Não literalmente, mas diz assim: Aja, pratique uma açao, uma atitude de forma a que essa iniciativa(atitude) tenha uma aceitação ou efeito benéfico universal.

Ética então é isto: é fazer o bem sem olhar quem é o beneficiário desse bem. Nesses termos poder-se-ia questionar: mas ética não implica em eu fazer o bem para mim mesmo? Nem sempre, eu precisaria ou deveria estar no pacote de beneficência da Ética.

E aqui entra outro valor e significado moral. Muitas são as doutrinas e correntes filosóficas que dizem: quando faço o bem ao outro, o primeiro agraciado sou eu.

Em se tratando de uma doença altamente contagiosa para a qual ainda não há antibióticos e antivirais o que existe de concreto e eficaz são as chamadas medidas de higiene e isolamento social. Lavagem de mãos com agua e sabão, uso de álcool gel na falta de agua e sabão, máscaras, óculos e não coçar o nariz, os olhos, sem limpeza prévia de mãos.

Estas são as medidas até então cientificamente comprovadas e capazes de evitar a contaminação de pessoas sadias e propagação da infecção. E eis que então deparamos com as cenas que ultrapassam a sandice, a insensatez e excentricidade do comportamento dos humanos: a recusa e resistência em adotar essas medidas profiláticas tão simples e nada dispendiosas

Nesse momento e diante de tais teimosias e negação estamos à beira do cometimento dos ilícitos éticos os mais comezinhos, mas também os mais graves e nocivos porque eu estou pronto, propicio e hábil em prejudicar, adoecer e matar o outro.

Numa reflexão mais elaborada e de direitos humanos, o indivíduo poderia arrogar para si a liberdade ou livre-arbítrio de assim agir, de contrair (pegar a covid 19, sofrer e morrer). Todavia , ele esquece que pode não ser só ele, porque vai adoecer e matar outras pessoas. Assim, na verdade, no seu livre-arbítrio ele está cometendo um desdém, um escarnio ético.

Portanto, ficam aqui essas justificativas do uso correto de máscaras e higiene de mãos . É o exercício mais ordinário  e humanístico da ética , a proteção do próximo, do outro

Mamulengos

 

 FILHOS LÚDICOS



João Joaquim  


Dois foram os gigantes no estudo da psique humana. E com eles eu começo estas reflexões; justamente sobre a psique(psiquê),ou o funcionamento comportamental, intencionalidade, desejos, os transtornos psíquicos enfim. Os dois próceres aqui lembrados são o psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856-1939) e Carl Jung (1876-1961). Qualquer profissional de saúde mental que queira saber muito deve, é imperioso, imprescindível que estude a fundo esses dois baluartes das Neurociências, da Psicologia e Psicopatologia humana.

Quando referimos a Freud, basta lembrar que ele estudou o que há de patológico na mente humana. O fisiológico também, como funciona a mente, a organização da psique etc.  Bastar rememorar a divisão do aparelho psíquico ou psicanálise em id, ego, superego.  Já Carl Jung, estudou muito o que seria a estrutura fisiológica da mente humana, como é a normalidade. Como genial que foi também nesse estudo, descreveu também os tipos psicopatológicos, Jung exercia atividade clínica, atendia pacientes.

Em se falando de Jung, há aquela descrição do arquétipo da personalidade; a persona é a aparência que apresentamos ao mundo, a personagem que assumimos perante a sociedade, incluindo nossos papéis sociais, as roupas que vestimos e a maneira como nos expressamos nos mais distintos desejos, objetivos.  Enfim, o desiderato de cada um. Muito interessante é como, em se falando de arquétipo de personalidade, como cada pessoa muitas e inumeráveis vezes esconde, escamoteia o seu verdadeiro desejo ou objetivo em cada ato, em cada decisão, em cada escolha e atitude, nas relações.

Neste modesto e esquemático artigo, falo por exemplo sobre os motivos, as razões, os ocultos e secretos desígnios da maternidade de muitas, de milhões de mulheres de aqui, de ali, de alhures, de algures, de nosso entorno e contorno. “Jung, ah, o genial Carl Jung, se vivo fosse hoje, quantas máscaras cairiam por terra como as catadupas do Niágara”. Frase proferida por um renomado psicanalista brasileiro.

Não é sem motivo que Jung, teorizou sobre as quatro principais funções cognitivas do indivíduo. Na mulher então, como elas estão presentes. Em muitas mulheres. São elas a sensação, o pensamento, o sentimento e a intuição.

Segundo essa teoria, lá no recôndito, à socapa, sub-repticiamente, um sem-número do sexo frágil, opta em ser mãe, apenas como tendo no bebê, no rebento e pimpolho, um objeto lúdico, uma espécie de boneca. Assim, são as mães bonecas, porque veem nos filhos, a figura daquelas bonecas com as quais brincaram na infância. E como essa teoria, se afigura na prática. Basta olhar para muitas mães que nenhuma vocação traz ou aptidão natural se expressa para a plena e completa educação de um filho, no sentido o mais lato, amplo e fiel. Além das mães bonecas existem muitos outros subterfúgios para a maternidade. Falarei em outro artigo.

Basta que olhemos em nossas cercanias e concretar as teorias psicanalíticas do grande psicólogo e Psiquiatra que foi Carl Jung. Corroborado por Freud, ínclito Freud.

ZERO ou +

 

ÚTIL OU INÚTIL


João Joaquim 

 

Se Perguntar a uma pessoa o que seja Filosofia, ela pode até não ter aquela definição estética, acadêmica e técnica. Todavia, cada um guarda noção do que se trata. Um conjunto sistêmico de conhecimentos, uma sistematização dos pensamentos e reflexões dos grandes sábios. Como exemplos os pensadores gregos, entre eles, Sócrates, Platão e Aristóteles, os mais populares.

A Filosofia se dedica não só aos conhecimentos abstratos relativos ao cosmo, à existência humana, mas igualmente às Ciências. Como modelos a filosofia da natureza, a filosofia da Física, etc. E até da matemática.

Muitas são as indagações da Filosofia e poucas são as respostas. Muitas são as pessoas que se arvoram em supor que sabem, que detêm as respostas para tudo. Ledo, ingênuo e ignorante engano. Por isso Sócrates proferiu o sábio proverbio: “Ajuizados serás não supondo que sabes o que ignoras”.

Assim estabelecido o que poucos sabem, podemos fazer infinitas perguntas sem respostas. Exemplos: o que é a vida? O que é o homem? O que é a verdade? O que é a razão? 0 amor? Qual a verdade real? Qual o real significado do que o outro está me dizendo? Trata-se da interpretação ou exegese das coisas.

Eu dou de falar como exemplo de indagação filosófica o seguinte: qual a finalidade de cada pessoa em sua trajetória de vida? Cada pessoa no seu pedaço de chão, na sua comunidade vai ter uma utilidade ou finalidade. Finalidade aqui entendida como um ser produtivo, construtivo; ou o contrário, um ser neutro, negativo ou inútil.

O meio social mais simples, comezinho e comum a qualquer indivíduo é a família. Ninguém existe sem ter esse grupo e esse vínculo. Dentro então da Filosofia, estamos a falar de Finalismo, sistema filosófico do conhecimento humano que se dedica a finalidade dos seres e das coisas, dos animais e dos vegetais. Qual a finalidade do homem neste planeta, qual a finalidade das plantas, dos rios, dos animais, etc. inúmeras perguntas. Respostas?

A família representa o melhor referencial de finalidade(utilidade) ou inutilidade do indivíduo. E aqui não importa que função tem essa pessoa no grupo familiar. Pai, mãe, irmão, filho. Para fins de definição tomemos o pai como um padrão de demonstração desse membro parental em relação aos filhos. E essa avaliação do que foi ou está sendo esse pai, deve ser feita por quem não pertence ao grupo, por um avaliador não parente, no sentido de não contaminar a avaliação. Sartre disse” primeiro vem a existência depois a essência”. O próprio indivíduo é autor de seu destino, ele se fará além de sua mera existência. Oscar Wilde disse” viver é a coisa mais rara. A maioria das pessoas apenas existe”. Muitas são as pessoas que são felizes apenas pela boca, no comer

Há pais que se tornam modelos construtivos de ética e retidão para os filhos. Eles se tornam uma imagem espelhar para os filhos e todos os demais descendentes. Um modelo e espelho de vida a seguir.

Em outro polo existem aqueles pais, irmãos, filhos que estagnaram na simples, mecânica e tacanha existência. Muitos se fossem ao menos só inúteis ou neutros, até que passariam despercebidos e toleráveis. Outros existem que em função do caráter, do estilo de vida e vícios de drogas e alcoolismo, que se transformam em autênticos trastes e trambolhos para a família. Quando não para a sociedade e para o Estado. Muitas são as famílias que têm desses tais. Indivíduos que dado a escolha, o estilo de vida que levaram e levam se transformam em genuínos trastes humanos, um peso negativo e pessoa-problema.  “ A tragédia não é quando um homem morre. A tragédia é o que morre dentro de um homem quando ele está vivo". Albert Schweitzer

Não mais ciência...

 

MEDICINA BASEADA NA FÉ

João Joaquim  

Até ali por meados do século XVI, época do astrônomo e físico Galileu Galilei, havia como que uma divisão entre conhecimentos baseados nas Ciências e “conhecimentos baseados na fé”. Muita coisa vinha do acreditar naquilo convencionado, pregado e imposto pela igreja católica. Isto porque a católica era como que o paradigma das religiões. Desafortunados muitos que não acreditavam em afirmações da Igreja, que o digam muitos protestantes, judeus, muçulmanos, etc.

As verdades e postulados da Igreja Católica eram os dogmas, os mistérios, textos de personalidades da Teologia, com uma exegese bem ao estilo e visão dos gestores e dirigentes da Igreja. Muitos desses ensinamentos persistem até hoje. Caso do celibato, da indissolubilidade do casamento, da excomunhão e outras imposições que tais.

Quem contrariasse as afirmações ditadas(ditadura mesmo) pela igreja era não só excomungado, o sujeito era julgado pelo Tribunal do Santo Ofício(Inquisição) e condenado à pena de morte. E não era qualquer mortinha. O condenado (precito) era queimado, primeiro virava bolhas, depois carvão e cinzas. Tomás de Torquemada foi um grande inquisidor e carrasco dos hereges.

Galileu Galilei, físico e descobridor do heliocentrismo ( sol como centro de nosso universo) para não ser queimado teve que renunciar, abjurar publicamente à sua teoria. Foi preso e escapou de virar cinzas.

E assim as Ciências foram caminhando. Vieram grandes cientistas como René Descartes (1596-1650). Vieram os pensadores do Iluminismo e tudo foi clareando, desmistificando as ditas “verdades mentirosas ”, enterrando tudo quanto era apenas intuição, crença e fé, no que se ignorava.

Para se ter ideia do rosário de besteiras e tamanha ignorância basta consultar os anais da Medicina de 150 anos, 200 anos atrás. No que acreditavam as pessoas nesses tempos soa hoje como trágico ( porque morria muita gente), e ao mesmo tempo tinha algo de cômico. Era mesmo muito anacronismo, atraso e absoluta ignorância quando a questão se referia a métodos científicos e Ciência.

Já imersos no século XXI, nossa intitulada era digital, da comunicação instantânea e em tempo real, era da Internet(  ou Infernet para muitos) e Redes Sociais, alguém menos avisado, pessoa menos informada do que acontece, do que circula por esses canais e vigora no Brasil, poderia indagar: E então, como andam as Ciências no Brasil, sobretudo no campo das Ciências Médicas?

Respostas: eis que temos então a melancólica notícia! Triste! Tristíssima notícia. Da Medicina Baseada em Evidências. Da Medicina fundada no método cientifico, em ensaios clínicos, em estudos clínicos rigorosos e bioéticos

Hoje no Brasil, em tempos de milhares de mortos pela covid 19, prevalece a Medicina Baseada na Fé. Da Medicina em que de louco e curandeiro todos têm um pouco.

Com efeito, todos podem receitar o que quiser. Seja para câncer, para disfunção de ereção, para velhice, para rejuvenescimento, para memória. Até para covid 19. Há várias pessoas recomendando variadas drogas e simpatias para a cura da doença. Indo da já popular cloroquina, passando por excremento de vaca até ivermectina.

Ah ! em tempo: não precisa mais da Anvisa, nossa Agência reguladora de produtos farmacêuticos. O uso de medicamentos tem sido dado também por decretos e portarias. Coisitas de algumas repúblicas bananeiras, e do Brasil.

Nada Feito

 

NINGUÉM ESTÁ PRONTO AO SAIR DA FACULDADE

João Joaquim  

Qualquer que seja a atividade humana, o labor profissional do indivíduo, ele precisa de ter em mente que a vida é dinâmica , por isso que ela é vida, transformação, evolução. A pessoa, não importa que ramo de atividade desenvolva, ela carece de uma permanente revisão profissional, de conhecimentos, de uma perene renovação no que o mundo renova em  ciências, tecnologia e outros progressos. Vamos como modelo imaginar o sujeito que trabalha numa olaria. O bom oleiro, seria coerente e técnico que ele buscasse reciclar em sua arte de fazer objetos a partir do barro, da argila, da areia, etc.

Imagine como outro  modelo um médico que chega ao fim de sua graduação, faz uma residência e vai trabalhar, porque é isso que ele prefere a ser um catedrático, um pesquisador. Na sua faina e lida diária, ao iniciar suas atividades de diagnosticar, de prescrever remédios de toda ordem, de tratar doenças. De inicio então, esse profissional da saúde, estará com tudo chegadinho de fresco, novo e atualizado na cabeça. Ela acabou de ser assistido pelos mestres, por um staff de boa especialização médica. 

Passado um quinquênio, uma década de formado, se esse profissional não teve interesse em se renovar, em se atualizar, se  modernizar com os novos avanços das Ciências Médicas, ele começa a ficar mal informado com o que tem de mais ético, mais técnico e cientifico. E assim, se permanecer na estagnação total, não demorará se tornará retrógrado, atrasado, sucateado em termos de conhecimentos. Em Ciências, em Medicina, muitas verdades de hoje são balelas, charlatanismo e enganação  amanhã. Por isso que muitos(em se falando de médicos mesmo) acreditam em cloroquina, azitromicina, ivermectina  e vitamina D para cura da covid 19.

Muitos são os profissionais que se formam e acham que estão preparados para toda a carreira, a vida profissional. Quanto engano! Hoje, mais do que há 50 anos atrás, cada profissão exercida precisa de atualização, porque os avanços, as técnicas, as descobertas e invenções ocorrem de forma célere. Tome-se como modelo o mundo da informática, das tecnologias da informação (TI). Não demora um ano para um objeto de mídia, ser preterido àquele de mais recursos, de mais aplicativos, mais cores, mais velocidade na transmissão de dados. E assim, com muitos outros recursos técnicos nas mais diversas áreas das atividades acadêmicas, das profissões, dos ofícios de quem quer que seja.

Essa pandemia do coronavírus, mostrou mais essa face triste, melancólica e vira-lata de nossa sociedade, de nossas sociedades médicas, daqueles profissionais de saúde retrógrados que não re-estudam, que pensam como nos tempos do pré iluminismo. Não importa quem: médicos, bioquímicos, farmacêuticos, biólogos, políticos. Se bem que político até analfabeto pode ser. Temos, é justo e dignificante que se diga, levas de bons, ótimos, de excelentes profissionais, de cientistas que diuturnamente se dedicam aos seus misteres de trabalho, de investimento em mais conhecimento, em pesquisas. Esses merecem um panteão pelo que fazem. E nos dão orgulho. Já existem outros, dentre os quais, gestores disso, daquilo, da saúde, que nos envergonham pelo que fazem.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...