terça-feira, 30 de outubro de 2018

Sofismas

PROPAGANDA ELEITORAL  LEMBRA A ARTE DE SOFISMAR
João Joaquim  

 Assistindo a propaganda eleitoral deste 2018, vêm-me a lembrança duas obras da filosofia ocidental. Uma a República de Platão, onde o grande filósofo valendo-se de sua teoria do mundo inteligível ou das ideias nos traz a concepção do que seriam as formas de governo ideal. A segunda obra de grande importância é a utopia do britânico Thomas Morus. Nessa magnífica criação o autor nos fala de um lugar imaginário. Ao pé da letra, do grego ou, não, topos, lugar =(utopia).
Literalmente, lugar nenhum, ou não lugar. Thomas Morus (1478-1535, Londres) tem uma biografia muito interessante. Ele foi um Lorde Chanceler do Rei Henrique VIII; soberano este  que se rebelou contra a igreja católica, porque se divorciou da 1ª  mulher, dona Catarina, para se casar com Ana Bolena. A igreja de Roma negou. O que fez o Rei? Ele rompeu com o vaticano e criou sua própria igreja. Dai surgiu a igreja anglicana (da Inglaterra). Thomas Morus, religioso e leal que era às decisões do vaticano se manteve solidário com o papa de então, clemente VII.
O que se teve em todo esse imbróglio é que Morus não se abdicou de suas convicções, ele foi preso e condenado à pena de morte. Tudo por causa de um devasso, tirano, ególatra e recalcitrante governante de nome Henrique VIII.
A organização estatal proposta na utopia de Morus é aquela de uma nação altamente organizada, harmônica, ordeira, com um povo continuamente feliz, realizado e seguro. Agora, façamos uma reflexão rasa e imediata. Se naquela tal concepção era uma ilusão, um feito irrealizável, imaginemos tal concretização em um Brasil de hoje.
Portanto,  nos fazem  lembrar essas magníficas obras, quando assistimos ao que apregoam nossos candidatos a cargos parlamentes, a chefia de Estado, a funções de grande responsabilidade na vida pública.
Outros personagens que me vêm à lembrança nas audiências que fazemos aos candidatos e políticos são os sofistas. Como refresco de memória, os safistas eram filósofos dedicados à oratória e  a retórica. Eram mestres na arte (ou ardil) do convencimento. Eles são considerados os predecessores da advocacia. O que faz um bom advogado? Ele cria uma tese, uma sequência de argumentos capazes de se tornar uma verdade ou realidade, que aos olhos de pessoas comuns não seriam de fato verdades.
Vem de sofista o termo sofisma. No senso comum o que vem ser um sofisma? Um argumento que embora falso pareça aos menos argutos e atentos uma afirmação válida;  mas que na essência está eivado de má-fé e falsidade.
Muitos são os nossos governantes e candidatos a funções eletivas que estudaram a fundo os filósofos sofistas e portanto sabem a arte de impressionar, de burlar, de convencer com seus discursos retumbantes e falaciosos. Ainda sobre os sofistas. Dois foram os mais proeminentes: Protágoras (480-410 a.C) e Górgias (485-380 a.C).
Protágoras é autor do axioma: o homem é a medida de todas as coisas.  Górgias afirmou que a linguagem é a principal ferramenta de qualquer líder, orador, defensor ou chefe de Estado. Os sofistas eram profissionais da palavra, da comunicação e da oratória. Eram mestres na lábia e na conquista da confiança e fé alheia, ainda que para tanto empregassem  a má-fé, a perfídia, a dissimulação.
Assim, os liames que se fazem de candidatos em épocas de eleições, com Platão, Thomas Morus e Protágoras têm vastos e todo o sentido. Os preceitos e postulados propostos na República platônica representam o que pode haver de mais ético, eficaz e humano numa organização estatal. E que fique lembrado, democracia, segundo Platão,  não é a melhor forma de governo. O melhor regime segundo o grande pensador seria a aristocracia. Um Estado governado pelos mais sábios, pelos mais aptos e éticos. Não se pode misturar Aristocracia , os melhores;  com  Oligarquia , governo de uma minoria privilegiada e desqualificada para o múnus que exerce. Coisas de Brasil.
A utopia de Morus tem sido a promessa de muitos de nossos populistas e demagogos. A maioria deles para se chegar ao trono ou se manter no poder usam e abusam de promessas irrealizáveis. São palavras e listas de promessas à feição de muitos Protágoras e Górgias. Tudo não passa de burlas, promessas vãs e sofismas. Mentiras, falácias de puro engano. E tem muita gente que acredita. Tanto é assim, que são eleitos. Só mesmo no Brasil.  Outubro /2018

Libertinagem


LIBERDADE IRRESTRITA  SE TRANSFORMA EM LIBERTINAGEM E ANARQUIA
João Joaquim  

Posso não concordar com nenhuma das palavras que disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. Voltaire - ou Evelyn Beatrice Hall.

Francois-Marie Arouet [Voltaire- (1694-1778- 83 anos} foi um dos filósofos iluministas. Pelas suas ideias pode ser considerado o pai ou defensor do liberalismo, não apenas no sentido político, mas como sistema de conduta de plena liberdade do indivíduo. Ele, apesar de ter vivido em uma época de muito dogmatismo, muitas restrições individuais, se opôs energicamente a todas as instituições que impunham restrições de expressão e opinião  ao cidadão. Não economizou críticas sequer à igreja católica da época nem aos sistemas políticos (monarquias absolutistas) e aos privilégios de clérigos e nobres de então. Pelo seu idealismo de liberdade sofreu perseguiu dos líderes católicos e reis . Em função de tais expedientes persecutórios, exilou-se na Inglaterra.
E assim com este mote, com as ideias de um iluminista do século XVIII, eu descrevo sobre as liberdades, pregadas, defendidas e praticadas no século XXI. Uma compilação e confrontação do que nasceu no século das luzes( Iluminismo Francês) com o que se tem hoje, o século da vida digital. Triste e deprimente é se registrar que passados mais de dois séculos, ainda se veem pelo planeta, nações inteiras vivendo os horrores da repressão, a violação e violência contra os direitos humanos, a rígida censura às liberdades de expressão, de opinião e até religiosa. Como exemplos:  os regimes comunistas de Cuba e Coréia do Norte e ditaduras no continente Africano e Teocracias como as da Arábia Saudita e Irã.
Mas, vamos então ao tema liberdade. “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! “  Medeiros de Albuquerque- no hino de proclamação da república.
Se abrimos qualquer bom dicionário ou enciclopédia lá está consignado o conceito de liberdade. Dentre os sentidos mais basilares é o direito de ir e vir, o direto que ampara a cada um de agir conforme sua própria vontade e livre-arbítrio. O direito por exemplo da mobilidade se constitui no mais sagrado da pessoa humana. Tanto que a Justiça, desde os primórdios da organização dos Estados, criou a privação da liberdade como a pena mais aplicada a crimes contra a vida e financeiros (corrupção).
E de fato, tirando a pena de morte, constitui na perda da maior das liberdades, no mais elementar dos direitos que é o de ir e vir. Basta lembrar de quando o indivíduo sofre um confinamento por restrição médica. Imagine a pessoa que passa por uma cirurgia ortopédica. Ela tem plena lucidez, consciência e desejos. Mas sem poder se deslocar de forma autônoma e independente. Aqui com toda assistência de enfermeiros, fisioterapeutas e o carinho de familiares. Agora, ao contrário, o indivíduo, julgado por um tribunal, um jurado, às vezes, censurado e execrado pela sociedade, pela imprensa e jogado numa cela ou solitária, vigiado por câmaras e carcereiros! Revela-se numa pena das mais cruéis. Tanto assim que há pessoas que não resistem e suicidam-se.
Trata-se, a privação da liberdade de locomoção ,  a  forma mais cruel de perseguição e vingança oficial imposta pelo Estado, que no caso representa a sociedade. Tanto é assim que o maior sonho de um condenado é a recuperação de sua liberdade. Daí surgiu o instituto do habeas corpus, do latim,  tenha o seu corpo.
Trazendo o tema liberdade ao contexto brasileiro. O supremo tribunal federal, e acima deste, a própria constituição, tem como cláusula pétrea a liberdade. Diz a constituição federal em seu artigo 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta constituição.
Pronto, não precisa nenhum argumento a mais. Adicionado ao direito de ir e vir aqui estão expressos os mais lídimos e justos diretos de que  goza o indivíduo.
Em sentido global será que liberdade é o direito que assiste a cada pessoa de ela fazer e expressar tudo conforme sua vontade e seu livre-arbítrio? A resposta é não, não e não!
Do contrário o as nações  e a sociedade se tornariam anárquicas (desorganizadas) e esquizofrênicas, tipo uma nau dos insensatos( título de livro e filme).
A própria constituição e leis infraconstitucionais já têm essa previsão legal. Dessa forma, ficam bem estabelecidos os critérios no concernente às liberdades individuais. Liberdade, direito de agir assim ou assado  com a condição de não prejudicar outra pessoa. Porque nesse caso cada pessoa está sujeita ao contraditório e de responder judicialmente por ofensas e danos materiais e morais. Simples, assim.
O meu direito se estende até onde começa o direito do outro. Desse outro  não ter invasão de seu lar, de seu patrimônio, de não sofrer infamação, de preservação de sua intimidade e dados pessoais, de não ser vítima de nenhuma forma de assédio (moral ou sexual).
De igual forma todos os veículos de informação, de imprensa. Inclusive as tão massivas e ubíquas redes sociais. A liberdade de imprensa prevê que qualquer jornalista ou veículo de imprensa divulgue fatos e acontecimentos que sejam verdades reais e não meros factoides ou conjecturas. Neste sentido tudo aquilo que não tiver prova documental, material ou audiovisual constituirão as tão pernósticas, rebarbativas e corrosivas mentiras, as Fake News, ou fofocas, como conhecias no popular.
E elas , as fake News, as fofocas, as infâmias, as difamações  pululam como parasitas ou voam como muriçocas nesses tenebrosos tempos de eleições no Brasil, com muitas  escaramuças entre apoiadores dos candidatos e os próprios candidatos, num autêntico pugilato ou UFC dos tempos virtuais . Como instrumentos e vetores as tão incensuráveis , libertárias e libertinas Redes Sociais( aqui como conexões humanas das mais insociáveis ) .   Outubro/2018

De Estimação ?


A ESCRAVIDÃO E TORTURA DOS ANIMAIS
João Joaquim  

Nós humanos, mais humanos poderíamos nos tornar se nos relacionássemos mais humanamente com os outros animais não humanos. O mundo seria mais belo, o mundo seria mais aprazível, o mundo seria menos violento, e todos, homens e animais poderíamos  viver na absoluta harmonia. Ops, minhas escusas pelas anáforas.
Ao certo o que se tem é que a relação do homem com os animais vem de primitivas épocas. Tal interação de proximidade, exploração e cativeiro se inicia na narrativa bíblia da construção de tamanha nau, a arca de Noé .  Isto sem  dispensar o emprego da força animal. Impossível .  Em feito tão árduo e dispendioso necessário se fez o uso de ajuda de tração de elefantes. Portanto, o seu recolhimento à arca não se deu de forma graciosa. E mesmo quando da soltura da pomba para que ela retornasse com algum vegetal em sinal de terra à vista. Era o recuo das águas do dilúvio. Conforme nos registra o Livro de Genesis .
Fora da concepção e tradição bíblica o trato do homem para com os animais foi sempre de muita exploração, violência e maus tratos,  antes do que de amparo, proteção e cuidado. E tal relação de desrespeito e ofensas não se atenuou, mesmo  após a era industrial e têm-se as explicações.
Muito da atividade motriz se fazia às custas de animais. Peguem-se os exemplos dos equídeos. Quantos cavalos e muares não foram empregados em operações de guerra até fins do século XIX e início do 20. Mesmo nos tempos digitais, com a evolução do automóvel, e até das naves espaciais. Muitas nações, muitas plagas desse planeta, ainda se movimentam com  muito emprego da força animal. Em muitas regiões  inóspitas da terra cavalos e barros (asnos) são os principais meios de transporte humano e de cargas.
A predação de animais é outro triste capítulo que envolve os humanos versus animais. Se somos racionais deveríamos usar desse atributo superior para proteger nossos irmãos não  racionais. Sejam eles bípedes, quadrúpedes ou mesmo ápodes por um design de criação. É o caso por exemplo dos anelídeos, dos hirudíneos, dos peixes e ofídios. E mesmo grandes mamíferos. Basta rever a biografia dos elefantes, dos rinocerontes e muitos irmãos primatas. Muitos já foram extintos e outros em vias de sê-lo.
Para ser bem realista, até nossa mãe Luzia, de que tinha apenas um esqueleto fóssil no museu nacional do Rio de Janeiro. A Luzia, que viveu em Lagoa Santa MG, tinha quase 12 mil anos de idade. No incêndio do museu se transformou em pó, ou melhor em cinzas. Não é que ela estava destinada a tornar-se ao pó. Mas, pelo descaso de autoridades brasileiras, virou cinzas. Cumpriram-se as escrituras sacras,  veio do pó e ao pó tornou-se. Graças à digitalização, ficaram ao menos sua silhueta virtual e algum busto de gesso.
O abate de animais como fonte de proteína na alimentação das pessoas revela-se em outro condenável cenário adotado pela sociedade humana. Não que o consumo de carne vermelha mereça repúdio. O que se critica é a forma de criação, de transporte e abate dos bichos. Tudo se inicia pela forma, e pelas condições onde se dão o crescimento e engorda desses animais. Muitas das espécies para tais fins são confinadas em curtos espaços, em condições degradantes, com extremo desconforto e indução de ganho de peso com substâncias anabolizantes. O uso desses hormônios se traduz em um dano aos animais e às pessoas que vão se alimentar desses produtos frigoríficos contaminados. Outros derivados químicos na indústria frigorifica são as nitrosaminas, tidas e provadas como cancerígenas.
Os maus tratos e condições degradantes na criação de animais para abate têm outros requintes de crueldade. A exótica carne de vitela é obtida com a criação de bezerros em diminutos confinamentos. São tratados com dieta para que a carne fique branca ou rosada e abatidos com 3 a 4 meses. O animal não tem nenhuma mobilidade e não tem direito sequer a tomar sol. Esta e outras formas de violência são  práticas comuns com outros animais como porcos e aves para produção de carnes especiais.
Na produção do “foie gras” (fígado gorduroso ou esteatótico) os patos ou gansos são tratados com uma sonda passada pelo esôfago da ave. O animal fica em uma gaiola e recebe uma dieta líquida contínua num sistema chamado gavage. Desta forma a engorda do animal e o fígado gorduroso se dão em poucos dias. Trata-se de um processo patológico, a indução de uma doença, corresponde à esteatose, encontradiça nos humanos; sobretudo em obesidade avançada, diabetes e  excessos alimentares e alcoólicos.  Só mesmo os humanos são capazes de tais esquisitices. Provocar uma doença no animal e dela se refestelar de prazer  e satisfação gastronômica (sic).
As técnicas de abate dos animais são outras demonstrações  da banalização da violência e tortura por que passam os animais.
Muitos dos maus tratos, violência e crimes contra os animais se fazem sob a displicência, sob a tolerância, quando não com a chancela e omissão de governos e autoridades sanitárias e do meio ambiente. Um exemplo para além do absurdo se deu com um navio de carga viva em outubro 2015, em Barcarena PA, no Rio Pará. Como apurado, a embarcação em precárias condições transportaria 5000 bois para a Ásia. O navio naufragou antes da partida. As carcaças dos 5000 animais continuam no fundo do Rio Pará. Nesse trágico dano à vida animal e ao meio ambiente  nada mais se falou, os responsáveis pela tragédia continuam impunes. Trata-se da mais robusta e morta prova do quanto tem sido a indignidade, vilania, desprezo e negligência dos mercadores e autoridades nas relações com os animais.
A insensatez e brutalidade em questão de relações dos humanos com os animais vão  a um absurdo de escravizarmos muitos bichos, encarcerá-los, prendê-los em peias e coleiras e referirmos a eles como nossos animais de estimação . Imaginemos agora o inverso, se fôssemos adotados pelos bichos ( vide A Revolução dos Bichos , de George Orwell). Já pensaram nisso ?  Se vivêssemos   guiados por coleiras e presos em gaiolas , em  estreitos e confinados  apartamentos . Tudo feito pelos bichos, nossos animais de estimação, que nos querem tanto bem !  Já Imaginou !  Outubro/2018.    

ENEM para os políticos


EXAMES PRÉ ADMISSONAIS E PROVAS DE APTIDÃO PARA CANDIDATOS POLÍTICOS
João Joaquim  

Falar e comentar sobre política no sentido de ciência é de fato uma missão para especialistas, para administradores (vide taylorismo); enfim, para os cientistas políticos. Por isso há essas cátedras nas universidades, uma formação de nível superior. O modesto escriba que aqui opina sempre foi de parecer (tese) de que todo administrador público, não importa o cargo, a hierarquia, deveria ter uma formação compatível com a função exercida. Como exemplos dessa formação técnica; gestão pública, administração ou mesmo ciências políticas. Ou seja, não importaria se vereador, prefeito, deputado estadual ou federal, governador ou presidente.
Do candidato a esses cargos eletivos tinham que ser exigidos, não só uma formação específica, mas, um concurso. E nesse certame seletivo provas oral e escrita por uma comissão isenta que avaliasse o sujeito (homem ou mulher) em vários quesitos. A começar pelo curriculum vitae. Aliás, faz-se bem aqui um adendo. O verbete candidato, já traz implícita a ideia de pureza, vem de candura (candidura), alvura, transparência. E afinal com toda a razão, porque o gestor público vai cuidar dos bens alheios, do povo, da comunidade, da municipalidade, do Estado, da nação.
O currículo, como de domínio popular é a trajetória de vida da pessoa, seus dados civis, sua profissão, o que ele faz, suas aptidões, e no tema aqui sua formação escolar. No caso estrito do político, sua folha corrida. De forma muito coerente e racional foi criada e promulgada uma lei de nome peculiar, a lei da ficha limpa. Esta, doravante é premissa fundamental. Para se buscar um cargo eletivo (voto popular) os indivíduos têm que no mínimo parecer, se comportar e demonstrar ser portador de honestidade, honradez e dignidade para o cargo pretendido. Vejam que tríade altamente qualificadora=  aparência, demonstração e concretude. Aliás, tal trinca para tudo na vida=  parecer, demonstrar e de fato ser.
Honestidade, probidade e dignidade, têm sido virtudes em falta na administração pública de nosso país.
Dessa forma uma vez visto esse primeiro passo, o da folha corrida, ou ficha limpa, o inscrito ao cargo eletivo sofreria uma sabatina, por uma banca examinadora sem vínculo ou ideologia partidária. A exemplo da sabatina a que passam os juízes (ministros ) de tribunais superiores. Seria uma prova oral técnica da sua formação naquela função pleiteada. Prefeito, deputado, senador, presidente da república. Como etapa final, a prova escrita. Aí, sim, seria a cereja do bolo. O toque final.
Tal exigência, nos moldes aqui propostos não beira nem a utopia, nem a distopia. Basta fazer um paralelo com o que se tinha há 20 anos e o que vigora hoje. Antes não havia exigência de bacharelato em direito para ser delegado de polícia. Hoje é requisito fundamental. E não só esse cargo . Há um concurso de prova teórica e prática. Há que se demonstrar formação superior em direito, aptidão técnica, inclusive com testes de aptidão física. Nos exames médicos pré admissionais fazem-se inclusive pesquisa atual e anterior do uso (dependência, adicção) de drogas ilícitas. Não exigir tal comprovação dos candidatos a cargos eletivos, soa como discriminativo, como uma flagrante desigualdade de direitos.  Por que exigir de um policial, um delegado tais exames e de um deputado, senador, governador  , não ?
Exige-se que o candidato seja ficha-limpa, ele não pode ter antecedentes criminais. Tome um outro exemplo, o egresso do curso de direito e “candidato” a ser advogado. Aquele profissional operador do direito, das leis, dos direitos e deveres de qualquer cidadão. Dele é exigido o mesmo aqui proposto ao político. Há para ele a conhecida prova da OAB. A ordem dos advogados do Brasil (OAB) ; tem em seu estatuto esse exigência. São cláusulas pétreas, para o exercício da advocacia fazem-se, além do diploma, duas provas, uma prática e uma escrita, de alto grau de dificuldade. Em alguns estados tem um índice de reprovação de quase 90 %. Tal constatação demonstra a qualificação dos formandos e dos cursos de direito que existem no país. Porque escolas de má qualidade é o que não falta.
A propósito é oportuno informar que existe uma proposta do conselho Federal de Medicina para que haja uma prova para os formandos em medicina. O que é muito louvável e salutar. Não basta o indivíduo ter graduação e diploma. É necessário demonstrar formação e aptidão na profissão. Diploma de médico e de advogado se consegue em muitas republiquetas por aí. Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador. Agora , ter suficiência nessas formações são outros  quinhentos   , outra pegada. Para médicos formados em outros países, existe por exemplo uma prova chamada Revalida. E com toda justeza.
Em se tratando de política no Brasil, temos um cenário dos mais tenebrosos. A qualificação, as credenciais, a folha corrida, a ficha, o currículo dos inscritos, ditos “candidatos” a cargos eletivos beiram a um teatro de horrores.
Vamos imaginar a seguinte previsão=  há cerca de 10 anos, um profeta disse então no ano 2000 ou 2008. Chegará um ano aqui no Brasil, ano de 2018, tempo de eleições gerais, em que a maioria dos “candidatos” além de fichas nada abonadoras e dignas, respondem a inquéritos e processos judiciais. Não se esconjure e nem persigne. Haverá candidato na condição de réu  e preso, lutando, deblaterando e vociferando aos quatro ventos que quer governar o país. É esta realidade tenebrosa em que vivemos . Presidiários, e réus, sendo reeleitos, e outros indiciados , encalacrados com a Justiça, brigando para assumir alguma função pública.
Por resto a recomendação, vamos escolher e votar no menos ruim. Seria o mínimo que cada votador , cada eleitor, cada escolhedor de nossos governantes , se imbui no dever, mais que direito de fazer. Vamos nessa ?     OUTRUBRO/2018.      

Intolerância


UMA ELEIÇÃO MARCADA POR ÓDIO E INTOLERÂNCIA
Joao Joaquim
De todos os fatos, de todos os feitos, de todos os acontecimentos se podem tirar frutos, lições e conclusões. Na presente consideração eu tomei como  acontecimento nossas eleições. Nem menos, nem mais, nossas eleições gerais para presidente do Brasil, governadores e outros cargos mais. Assistindo às muitas campanhas, palestras, encontros dos digladiadores, debates televisivos, vinhetas, mensagens pelas redes sociais (facebook, whatsapp), etc; eu pude assistir a um novo homem , o homo passio.  Ou no bom Português , homem de paixão.
As eleições no Brasil têm  se transformado nesse grande palco, quando através de todos os instrumentos e recursos de comunicação as pessoas expressam, verbalizam, vociferam e arrotam seus instintos e recalques de ódio, de violência, de intolerância, de discriminação, de preconceito de toda ordem.
E que nenhum oriental ou fundamentalista , que por ventura me lê, que  pense que referidas atitudes se restringem aos chamados candidatos e assessores. Tais expressões de raiva, de rancor, de violência, de intolerância vêm de todas as classes de gente. Inclusas aquelas pessoas que entendem bulhufas ou patavinas de política, de democracia, de estado democrático de direito.
Muitos dos praticantes desse acirramento de ânimos, dessas contendas o fazem a mando, com instrução de líderes ideológicos de partidos políticos. Ou nem disso precisa, porque são violentos , rancorosos, raivosos por natureza, por índole natural. 
São pessoas com igualdade.  Igualmente  broncas, rudes, ignorantes que sobrevivem profissionalmente dessa atividade. Atividade que é o incitamento, o açulamento das massas rivais. Muitos desses contratados, para espalhar e contrapor as ideias políticas têm como instrumento de trabalho as redes sociais. Nessa terra de ninguém, sem censura e sem controle de qualidade que é a internet, todos ganham voz e vez.
São os blogueiros profissionais;  os mais destemidos se tornam até  videovisuais, através da rede YouTube. Se tornam youtubers por ofício. Sãos as chamados celebridades momentâneas, efêmeras. Se bem que existem alguns que se comportam como herpes labial, vão e voltam. 
Temos  então os embates, ou UFCs, dos mortadelas (os socialistas ou de esquerda) contra os coxinhas (conservadores ou de direita). Ou coxinhas versus petralhas. As redes sociais e os comícios são seus octógonos.
Fazendo um contexto histórico sobre o “homo passio”. Nada de paz e amor, nada da cordialidade do brasileiro como o apregoado por Sérgio Buarque de Holanda em sua obra Raízes do Brasil.
Quem homem cordial é este descrito pelo indigitado historiador ? Basta revisitar detida e isentamente os anais e fatos de nossa historiografia.
As coisas, a realidade da natureza da personalidade brasileira, já não se inicia bem com a vinda dos primeiros colonizadores. Muitos dos que para cá vieram já não tinham bom caráter. Relata a história paralela que na verdade muitos dos primeiros imigrantes eram foragidos da justiça de Portugal. Outros tantos aqui aportaram como desterrados e degredados dos países de origem. A própria história oficial nos relata do quanto de violência, maus tratos, estupros e mortes se praticou contra os nativos. E depois se seguiu com os horrores e perversidade da escravidão dos negros africanos.
O tráfico negreiro é um fato que tisna, que mancha o nome do Brasil. Que violência, que ódio maior do que a prática da escravidão? A exploração dos negros no cativeiro se encerra numa abominação e foi praticada por quase quinhentos anos no Brasil. Oficialmente ela acabou em 1888. Acabou ? Será ? E os serviçais e trabalhadores em condições degradantes de tantos canteiros de obras do país? E os trabalhadores semelhantes a escravos que sempre são apanhados e resgatados  pelos órgãos de fiscalização como Delegacias Regionais do Trabalho? Quer violência mais degradante do que esta !  Tudo isto em plena era das luzes do mundo digital . Que horror
Percorrendo os fatos e ocorrências de nossa história o quanto de violência e ódio se registra no comportamento e expediente das pessoas. Notadamente quando se trata de gente de posses e de poder. Neste sentido basta revisitar os conflitos internos, as guerras, as revoltas, os golpes políticos de nossa história.
Tomemos o exemplo da guerra do Paraguai. E aqui a violência não foi exclusiva do Brasil, foi uma tríplice violência,  da tríplice aliança Brasil, Argentina e Uruguai contra o perdedor Paraguai. A verdade é que a derrota do país guarani significou um autêntico genocídio. Matou sem piedade, civis, mulheres e crianças. Que cordialidade é essa de nosso brasileiro? 
E assim sucedeu com outras intolerâncias, ódio e violência. A guerra de Canudos contra o sr  Antonio Conselheiro, ocorrida no Arraial de Canudos, interior da Bahia, entre 1896/1897. A guerra do contestado, e tantos outros conflitos.
A própria história republicana é recheada de golpes, violência, intolerância e ódio. Mortes. Muitas mortes se deram a pretexto de ideologia  e discriminação política. Basta reestudar como foram o golpe da proclamação da república e o banimento da família imperial de Dom Pedro II.  A ditadura implantada Por Getúlio Vargas no chamado estado novo. O clima de escaramuças e ódio que resultou no suicídio de Getúlio Vargas.
O golpe militar e a ditadura implantada em 1964. Muita repressão, torturas e violação de direitos humanos foram praticadas nesse período. Com um registro a se fazer: não fosse os militares, certamente os militantes de esquerda tinham convertido o Brasil em uma ditadura comunista, aos moldes de Cuba da dinastia da família Castro (Fidel e herdeiros).
E assim se deduz( cada um a seu modo)  dessas eleições gerais de 2018, que nunca se viu tanta manifestação de ódio, de intolerância, de violência e desrespeito à livre manifestação do outro. À liberdade de gosto e escolha. Ainda e mesmo que essa liberdade e escolha sejam o partido X ou Y. ainda que a simpatia seja por um candidato com muitos pecados e culpas nos cartórios e nos tribunais superiores, como nunca tivemos em nossa História Republicana. Falei e disse, e como diz Bariani Ortêncio , Maktub . Ah, e também se não estava escrito eu deixo escrito agora. Outubro/2018.  

Minhas origens


MNHAS REFERÊNCIAS
João Joaquim  

Já me fizeram uma pergunta e aqui vai a ampliação da resposta. Quais as minhas referências de vida? E aqui eu poderia abrir uma grande chave porque referências de vida se supõem múltiplas possibilidades. Mas, simplifiquemo-las em referências sociais, morais, éticas, culturais, religiosas, ecológicas, lúdicas, esportivas, etc.
Sem assemelhar a  uma resenha técnica ou científica mas a um apanhado prático e compreensível, eu início pela minha família. Sou oriundo de uma família humilde. Meus pais eram semianalfabetos. Ser analfabeto absoluto ou funcional não significa ser de inteligência parva ou tacanha, porque esta constitui um traço genético.
Todos nascemos com o mesmo potencial inteligível. O que distingue o cabedal ,o potencial técnico, cientifico e cultural de cada um é a oportunidade que o meio social vai lhe proporcional e os esforços que o sujeito vai despender para assimilar essas oportunidades oferecidas.
Meio social aqui incluem o patrimônio cultural da própria família, o acesso a escolas de boa qualidade, os atributos dos segmentos sociais com os quais se dá  a interação social do indivíduo, etc. Na maioria da sociedade, as pessoas são frutos do meio onde vive. “  O homem é o homem e suas circunstâncias “ Ortega Y  Gasset.
Assim iniciou-se minha primeira influência social. De minha família, herdei os preceitos mais primitivos de honestidade de não roubar, de me capacitar e buscar prover o sustento sem depender de outras pessoas, de praticar o bem independentemente de perguntar para quem, entre outros valores éticos e morais. Meus pais incutiram em minha cabeça o princípio que pode ser assim resumido: o melhor e maior patrimônio que um pai ou uma família pode legar ao filho é o patrimônio da cultura e do conhecimento. Enfim, é o ensinamento de que o saber é poder. Essa preleção e legado ficaram impregnados em minha memória, sobretudo por minha saudosa mãe, Sra. Ercília de Paula Neves, que não mediu esforços para me dedicar aos estudos, desde o nível fundamental.
Outro legado que ainda trago de família se refere à cultura da Bíblia. Dos ensinamentos contidos nas escrituras sagradas. E aqui abro uma outra chave de explicação. Todas as mensagens contidas na Bíblia encerram em códigos e cláusulas de ética e moral. Esta avaliação se dá independentemente do valor religioso do indivíduo, abrange inclusive ateus e agnósticos. Todos os postulados bíblicos  significam diretrizes para uma vida digna e de boa convivência para qualquer sociedade, não importa a ideologia e crenças. Na mínima das hipóteses tem-se ali a maior das inspirações que pode produzir o engenho criativo da mente humana. E para os que creem  são frutos de chispas e iluminação de Deus.
Paralelo ao lado místico e convicção na existência e imanência de Deus, eu sempre tive a Bíblia como a melhor expressão literária e poética.
Os evangelhos (boas novas) representam-me não apenas um guia de bem-aventurança  em uma conotação de religiosidade, mas a par dessa verdade em feitos poéticos e épicos. Em especial  para os que têm uma vivência harmoniosa com o planeta e sua flora e fauna. Daí então eu concluir e ter os escritos sagrados como minha fonte de beleza, de uma estética, e de  ética sem outras iguais.  A Estética e a Ética do Amor e da Generosidade. 
Assim fui singrando minha trajetória de vida e fazendo meus referenciais sócias, éticos e culturais. Toda minha formação escolar se deu em instituições públicas. E todas elas me deram um bom suporte de aprendizado. Na parte a mim devida, reafirmo que a minha tarefa foi das mais árduas e desafiantes, tendo em conta o baixo poder aquisitivo e econômico da família adicionado aos escassos recursos tecnológicos e de informação da época de estudante secundarista e universitário, anos de 1970. Formei-me em medicina em 1981, na universidade federal de Juiz de Fora - UFJF MG. Trago sempre minha pequena Iapu MG, e minha Ipatinga MG, nas minhas melhores reminiscências de infância.
Muitos foram em termos de cultura, os homens e autores de cultura que marcaram e marcam meu gosto, minha admiração e referências. Na literatura por exemplo. Tenho uma enorme atração e afeição por Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Lima Barreto, dos quais sou  um eterno leitor. Na poesia aprecio imensamente as criações de Olavo Bilac, Castro Alves, Álvares de Azevedo e Augusto dos Anjos. Aqui só para citar alguns gostos e preferências.
De música clássica cito Chopin, Bach, Mozart e Beethoven. De MPB Milton nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Morais e Chico Buarque.
De ativistas humanos e políticos sempre nutri muita admiração por Malcolm X, Patrice Lumumba, Mahatma Gandhi e Martin Luther King.
De homens estadistas e políticos eu citaria Nelson Mandela (África do Sul), Konrad Adenauer  (Alemanha), Juscelino Kubitscheck (Brasil).
Enfim, estes homens, muitos já falecidos, assim como algumas mulheres como Ana Neri, Olga Benário e Zilda Arns, foram e continuam sendo meus pontos de apoio em cultura, moralidade, dignidade e dedicação em prol de uma sociedade e um mundo melhores. São figuras públicas tão importantes e construtivas que não deveriam ter morrido porque fazem muita falta. Hoje vivemos tempos tão sombrios e incertos que não sabemos quem são nossos referenciais. O que se tem de certo é muita incerteza e muitas dúvidas quanto aos destinos de nosso País. Se pudesse, quem me dera , bem que gostaria de  ter a companhia de homens de outra era. Outubro /2018.   


Iluminismo mental..


FALTA UM NOVO ILUMINISMO MENTAL E DE CRÍTICA  
 João Joaquim  

O iluminismo ou filosofia das luzes foi um movimento de pensadores , surgido no final do século XVIII,  que tinha por objetivo a confiança no progresso e na razão. Foi como que um desafio às crenças e verdades da época, com justificativa apenas na fé e crédito em  quem as pronunciasse. Nesse sentido a igreja (não importa a seita) tinha uma enorme participação. Essa revolução foi como um incentivo à liberdade do pensamento, de expressão e da razão. O propósito era buscar a verdade por métodos racionais e científicos. Um filósofo que não participou, mas, influenciou o Iluminismo foi René Descartes, com o seu Discurso de Método. Um tratado de como conduzir um trabalho científico. 
Foram Iluministas :   Montesquieu (1689-1755)  Voltaire (1694-1778) Diderot (1713-1784)   D’Alembert (1717-1783) Rousseau (1712-1778) John Locke (1632-1704)   Adam Smith (1723-1790).  Foram protagonistas dessa corrente de pensamentos. Montesquieu escreveu a obra o Espírito das Leis -“ O Espírito das Leis deve sobrepor à letra das leis”.
Passados mais de dois séculos dessa revolta das luzes (século das luzes) várias perguntas poderiam ser levantadas. Em que ajudou ao ser humano aquela mudança de mentalidade? Aquela energia de pensamentos?
As respostas são óbvias e cristalinas no sentido de clareza das pessoas em relação aos valores e “verdades” que eram uma obrigação e imposição aos cidadãos. Basta lembrar da concepção dos tempos da Inquisição ( Santo Ofício) , época de  Galileu Galilei. A crença da época era por exemplo  sobre a terra como centro do universo( geocentrismo). Então fica evidente o quão salutar e construtivo para a humanidade foram aqueles rebelados e revoltosos pensadores. Muito progresso, muitas descobertas, inúmeras invenções advieram com o  iluminismo Francês de Montesquieu e companheiros de mesmos ideais.
Esse mérito e todos os louvores tiveram e têm aquelas brilhantes mentes e inteligências, que despertaram contra as verdades impostas pela igreja católica. Verdades que se transformaram em mentiras, porque não tinham fundamentação racional e cientifica. Era o lema da época crer para ver. Quando o científico seria ver para crer( base do racionalismo cartesiano  ) .
Em que pese todo o avanço científico, ainda reina um rebanho de gente que parece viver na era medieval. Essa afirmativa é muito severa, muito incisiva, mas é bom que o seja porque se revela em uma constatação, em uma verdade e fato muito presentes em nossa sociedade.
Pode-se cravar sem receio de errar que nos últimos 50 anos (meio século) evoluímos (a humanidade) mais do que os últimos 1000 anos anteriores. Tal evolução, que fique bem claro, no tocante aos saltos e progresso das ciências e das tecnologias. Todo s os braços científicos, descobertas e invenções foram possíveis como nunca antes na história da humanidade. São contribuições por exemplo da física, da química, da astronomia e da medicina.
Assim também ocorreram com os variados ramos da tecnologia. Uma evolução que já prenunciava  o próprio Aristóteles. Do grego tecnologia, téchné, tratado sobre a arte( de que tratou este filósofo).
Foi dito e aqui se rediz que foram tantos avanços e progressos das ciências e das tecnologias. Apesar de tanta evolução fica a sensação de que há uma turma entre os humanos, cuja mentalidade, cuja inteligência e cuja concepção se encontram nos tempos pré iluministas.
Para não ficar apenas na retórica e na teórica, tomemos alguns comportamentos useiros e vezeiros de segmentos de nossa sociedade. A crença e convicção em magia. O mundo mágico. Quantas não as pessoas que acreditam em elfos, em duendes, em donaides, em assombração, em vozes do além e tantos outros seres abstratos? Quantas não são as pessoas que acreditam em benzedura  (ação de benzer), em superstição, em numerologia, em folhas de arruda, em sementes de romã, em pé de coelho, em sopas de lentilha?
Quantas não são as que creem em oferendas para iemanjá, em roupas brancas como símbolo de pureza ou amarelas como atração de dinheiro, sejam essas cerimônias em aniversários pessoais ou passagem de Natal e Ano-Novo?   Muitos são os que acreditam em ufos, em óvnis, em discos voadores, em ETs,  em mães-do-ouro?
E para concluir. Aqui vão outros dados e cultura de nossos tempos . Tornou-se como  que um lugar-comum, é muito cediço e encontradiço em nossos tempos as opções de curas e terapias propostas. Parece até um feitiço, as tais terapias alternativas desses  tempos da hipermodernidade, de nossa tão massiva e ubíqua era digital. Há cura para tudo quanto se fala em medicina alternativa.
E vejam todos os que leem e escutam sobre tais tratamentos. Começa-se pelo pomposo nome medicina ou terapia alternativa. Tais terapias, não importam os meios empregados, lembram os livros de autoajuda. Eles servem como autoajuda para enriquecer os autores. Esses autores e editores vão muito bem, obrigado.
E para os que leem esse texto, sejam crédulos ou “ateus” nessas alternâncias de cura. Muitos dos usuários e consumidores desses tratamentos medievais, porque não têm comprovação científica, são pessoas muitos bem escoladas e “cultas”. É certo que um enorme rebanho desses clientes têm um baixo ou mínimo senso crítico. Outros tantos são analfabetos funcionais ou de esforço mental mínimo para se informar ou estudar sobre o assunto.
E durmam todos com esse barulho, muitos desses praticantes e prescritores de terapias alternativas são médicos e outros profissionais de saúde. E acreditem, o próprio SUS, tem uma lista das chamadas terapias alternativas. Trata-se na essência do mais puro e refinado charlatanismo, cujos profissionais são diplomados e têm a chancela dos órgãos e conselhos de classe, Federal e Regionais.
Entre essas alternativas de terapias Têm-se  os florais, a bromoterapia, a ozonioterapia, a iridologia, a apiterapia, a imposição de mãos, a bioenergética, entre outras.
Ou seja, a exemplo dos textos de autoajuda é muita embromoterapia e enganoterapia. Em Medicina, bem que poderiam ser tipificadas, como falsidade ideológica. E seus praticantes os falsários da saúde, os mercadores e piratas da saúde . Eles sobrevivem porque a fiscalização, os conselhos de Ética, seguem na mesma toada das leis gerais e do código penal. Muita tolerância, baixa autoestima e leniência. Ai que preguiça !
Está na hora e em tempo de um NOVO ILUMINISMO CIENTÍFICO. De mais luzes e crítica na mente das pessoas que ainda praticam e acreditam nessas bobagens, nesse rol de besteiras. Faltam outros Montesquieu, outros Descartes e Kant, dos tempos digitais.    Outubro/2018.


Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...