Iluminismo mental..
FALTA UM NOVO ILUMINISMO
MENTAL E DE CRÍTICA
João Joaquim
O iluminismo ou filosofia
das luzes foi um movimento de pensadores , surgido no final do século
XVIII, que tinha por objetivo a confiança no progresso e na razão. Foi
como que um desafio às crenças e verdades da época, com justificativa apenas na
fé e crédito em quem as pronunciasse. Nesse sentido a igreja (não importa
a seita) tinha uma enorme participação. Essa revolução foi como um incentivo à
liberdade do pensamento, de expressão e da razão. O propósito era buscar a
verdade por métodos racionais e científicos. Um filósofo que não participou,
mas, influenciou o Iluminismo foi René Descartes, com o seu Discurso de Método.
Um tratado de como conduzir um trabalho científico.
Foram Iluministas
: Montesquieu (1689-1755) Voltaire (1694-1778) Diderot (1713-1784) D’Alembert
(1717-1783) Rousseau (1712-1778) John Locke (1632-1704) Adam Smith (1723-1790). Foram protagonistas dessa
corrente de pensamentos. Montesquieu escreveu a obra o Espírito das Leis -“ O
Espírito das Leis deve sobrepor à letra das leis”.
Passados mais de dois
séculos dessa revolta das luzes (século das luzes) várias perguntas poderiam
ser levantadas. Em que ajudou ao ser humano aquela mudança de mentalidade?
Aquela energia de pensamentos?
As respostas são óbvias e
cristalinas no sentido de clareza das pessoas em relação aos valores e
“verdades” que eram uma obrigação e imposição aos cidadãos. Basta lembrar da
concepção dos tempos da Inquisição ( Santo Ofício) , época de Galileu
Galilei. A crença da época era por exemplo sobre a terra como centro do
universo( geocentrismo). Então fica evidente o quão salutar e construtivo para
a humanidade foram aqueles rebelados e revoltosos pensadores. Muito progresso,
muitas descobertas, inúmeras invenções advieram com o iluminismo Francês
de Montesquieu e companheiros de mesmos ideais.
Esse mérito e todos os
louvores tiveram e têm aquelas brilhantes mentes e inteligências, que
despertaram contra as verdades impostas pela igreja católica. Verdades que se
transformaram em mentiras, porque não tinham fundamentação racional e
cientifica. Era o lema da época crer para ver. Quando o científico seria ver
para crer( base do racionalismo cartesiano ) .
Em que pese todo o avanço
científico, ainda reina um rebanho de gente que parece viver na era medieval.
Essa afirmativa é muito severa, muito incisiva, mas é bom que o seja porque se
revela em uma constatação, em uma verdade e fato muito presentes em nossa
sociedade.
Pode-se cravar sem receio
de errar que nos últimos 50 anos (meio século) evoluímos (a humanidade) mais do
que os últimos 1000 anos anteriores. Tal evolução, que fique bem claro, no
tocante aos saltos e progresso das ciências e das tecnologias. Todo s os braços
científicos, descobertas e invenções foram possíveis como nunca antes na
história da humanidade. São contribuições por exemplo da física, da química, da
astronomia e da medicina.
Assim também ocorreram com
os variados ramos da tecnologia. Uma evolução que já prenunciava o
próprio Aristóteles. Do grego tecnologia, téchné, tratado sobre a arte( de que
tratou este filósofo).
Foi dito e aqui se rediz
que foram tantos avanços e progressos das ciências e das tecnologias. Apesar de
tanta evolução fica a sensação de que há uma turma entre os humanos, cuja
mentalidade, cuja inteligência e cuja concepção se encontram nos tempos pré
iluministas.
Para não ficar apenas na
retórica e na teórica, tomemos alguns comportamentos useiros e vezeiros de
segmentos de nossa sociedade. A crença e convicção em magia. O mundo mágico.
Quantas não as pessoas que acreditam em elfos, em duendes, em donaides, em
assombração, em vozes do além e tantos outros seres abstratos? Quantas não são
as pessoas que acreditam em benzedura (ação de benzer), em superstição,
em numerologia, em folhas de arruda, em sementes de romã, em pé de coelho, em
sopas de lentilha?
Quantas não são as que
creem em oferendas para iemanjá, em roupas brancas como símbolo de pureza ou
amarelas como atração de dinheiro, sejam essas cerimônias em aniversários
pessoais ou passagem de Natal e Ano-Novo? Muitos são os que
acreditam em ufos, em óvnis, em discos voadores, em ETs, em mães-do-ouro?
E para concluir. Aqui vão
outros dados e cultura de nossos tempos . Tornou-se como que um
lugar-comum, é muito cediço e encontradiço em nossos tempos as opções de curas
e terapias propostas. Parece até um feitiço, as tais terapias alternativas
desses tempos da hipermodernidade, de nossa tão massiva e ubíqua era
digital. Há cura para tudo quanto se fala em medicina alternativa.
E vejam todos os que leem e
escutam sobre tais tratamentos. Começa-se pelo pomposo nome medicina ou terapia
alternativa. Tais terapias, não importam os meios empregados, lembram os livros
de autoajuda. Eles servem como autoajuda para enriquecer os autores. Esses
autores e editores vão muito bem, obrigado.
E para os que leem esse
texto, sejam crédulos ou “ateus” nessas alternâncias de cura. Muitos dos
usuários e consumidores desses tratamentos medievais, porque não têm
comprovação científica, são pessoas muitos bem escoladas e “cultas”. É certo
que um enorme rebanho desses clientes têm um baixo ou mínimo senso crítico.
Outros tantos são analfabetos funcionais ou de esforço mental mínimo para se
informar ou estudar sobre o assunto.
E durmam todos com esse
barulho, muitos desses praticantes e prescritores de terapias alternativas são
médicos e outros profissionais de saúde. E acreditem, o próprio SUS, tem uma
lista das chamadas terapias alternativas. Trata-se na essência do mais puro e
refinado charlatanismo, cujos profissionais são diplomados e têm a chancela dos
órgãos e conselhos de classe, Federal e Regionais.
Entre essas alternativas de
terapias Têm-se os florais, a bromoterapia, a ozonioterapia, a
iridologia, a apiterapia, a imposição de mãos, a bioenergética, entre outras.
Ou seja, a exemplo dos
textos de autoajuda é muita embromoterapia e enganoterapia. Em Medicina, bem
que poderiam ser tipificadas, como falsidade ideológica. E seus praticantes os
falsários da saúde, os mercadores e piratas da saúde . Eles sobrevivem porque a
fiscalização, os conselhos de Ética, seguem na mesma toada das leis gerais e do
código penal. Muita tolerância, baixa autoestima e leniência. Ai que preguiça !
Está na hora e em tempo de
um NOVO ILUMINISMO CIENTÍFICO. De mais luzes e crítica na mente das pessoas que
ainda praticam e acreditam nessas bobagens, nesse rol de besteiras. Faltam
outros Montesquieu, outros Descartes e Kant, dos tempos
digitais. Outubro/2018.