sábado, 27 de fevereiro de 2021

A VERDADE acima de tudo

 

 

Qualquer pessoa que usa sua massa cerebral cinzenta para pensar, analisar e refletir deve ter a sociedade, as pessoas e suas atitudes e maneiras de vida como um laboratório de Estudo e ensaios críticos. Esse deve ser o papel daqueles que escrevem, que opinam, que buscam se aprimorar em ramos científicos de toda natureza. Todo conhecimento, todo saber, a ciência, representam como que lupas, microscópios com que possamos enxergar melhor e deslindar o mundo, os fatos, o comportamento humano e as tendências de todas as esferas da vida, da sociedade.

   Ser filosofo, ser um sujeito pensante, ser um crítico em qualquer área do conhecimento. Estas são atribuições significativas e que demandam profundidade de causa, de responsabilidade e isenção. Sem radicalismo, sem sectarismo, sem ideologias monolíticas. O opinador, analista e parecerista não pode arrogar para si o monopólio da verdade; ser assertivo e incisivo nos argumentos, mas também ser capaz de oitiva e considerar o que pensa o outro, o interlocutor. Conforme apregoava Zigmunt Bauman estamos imersos na chamada hipermodernidade de um mundo plástico e liquido.

   E para este mundo liquido, da fluidez e transitoriedade, a Internet e as globalizadas redes sociais (antissociais) são as principais responsáveis dessa celeridade e superficialidades em tudo. Na esteira dessa modernidade estão as ações, as tendências, o comportamento, a caráter, os valores éticos e morais das pessoas.

   A rapidez e fluidez das coisas e fatos propiciaram a que a sociedade, as pessoas também adotassem novos padrões de comportamento, de interpretação do mundo e adoção de novas e modificadas relações sociais.

   Paralelo aos avanços científicos e sociais as pessoas se tornaram também mais ativas na Política, na discussão das decisões tomadas pelos governantes, pelas casas legislativas, pelas instâncias de justiça, por autoridades como as Polícias e Ministério Público, seja em âmbito regional ou nacional. São expressões de Democracia.

Decorrente dessa maior participação política temos o fenômeno da polarização. O que vem a ser? Revela-se no choque, no confronto de ideologias (uma subversão de ideias). Nessa rivalidade do que pensa e defende uma pessoa, um grupo, um partido, um governo surgem exaltação de ânimos, disputas por apoiadores, seguidores, simpatizantes, sectários e patrocínios. Ou até mesmo se no âmbito individual e minoritário os cúmplices e defensores. E desses nocivos antagonismos (polarização) vêm o ódio, cultura do ódio, conflitos, disputas, clima beligerante, agressões e até mortes.

   E como conclusão, é aqui que devem atuar com equilíbrio e moderação aqueles que pensam, que escrevem, que opinam, que fazem um jornalismo técnico e científico. Porque estes emitem opiniões (concretas, textuais) com base em fatos verídicos, reais e comprovados, como hoje são tão fáceis de provar com as tecnologias da informação.

A NATURALIZAÇÃO do antinatural

 

Vivemos tempos, habitamos uma época quando a vida tem sido regida e guiada por 3 enes (N). Os NN da normalização, da normatização e da naturalização. Para tanto basta que observemos os costumes, os hábitos, as atitudes, as relações humanas; enfim que fiquemos atentos ao que esse mesmo mundo e essa sociedade chamam de tendência das coisas.

   Todas essas mudanças, essas tendências guardam estreita harmonia com os avanços das ciências, das tecnologias, com as conquistas sociais no âmbito dos Direitos Humanos, da Medicina, da Biologia, da Engenharia genética, etc. E para turbinar toda essa evolução, vêm contribuindo de forma marcante a Internet e todos os recursos dela derivados. É a informática e a tecnologia da informação, através das mídias digitais acelerando tantas transformações das pessoas em todas as suas ações. Sejam estas velocidades para o bem ou para o mal.

   Vamos aqui deslindar cada um desses princípios ou regras de vida de nossa hipermodernidade. Normalização. Seria tornar normal aquilo que as gerações mais idosas não consideram normal. Exemplos: um adolescente ou jovem não respeitar um avô, avó, um indivíduo idoso. De idêntica forma tratar um idoso, um avô por você ou ele se referir sem o mínimo de consideração ou respeito. De mesmo gênero de desrespeito não ter a devida cerimônia ou tratamento com a professora (professor). Enfim, são encontradiços esses gestos de normalização nas relações humanas. Seria uma nova semântica dos costumes, das relações humanas, entre as pessoas, entre as gerações mais jovens.

   Normatização. Seria a criação de novas regras, novas normas nas diferentes esferas de atividade. Dois exemplos bem atuais. A união homoafetiva se tornou uma norma oficial e aceita pelo Estado e grande parte da sociedade civil, sem opor a essa normatização.

   A pandemia da Covid trouxe normatização de hábitos e comportamentos que antes ou não existiam ou eram negligenciados: lavar as mãos e os alimentos, fazer assepsia de mãos com água e sabão ou álcool em gel e uso de máscara em vias públicas e reuniões.

  Naturalização. Muitos são os cenários da vida onde tem havido uma disseminação de coisas ruins, inaceitáveis e condenáveis em todos os tempos. Temos assim: o calote; pessoas tomam de empréstimo dinheiro, objetos, bens e não pagam. Os crimes de toda ordem: contra o Estado, contra a honra, os danos morais, a violência contra a mulher, a difamação pela Internet e redes sociais.

   Enfim, são as novas tendências que vem se disseminando pelas sociedades do Planeta. Não se trata de um atributo do Brasil, mas da tribo global, dos humanos, das pessoas no uso dessas modernas ferramentas como o celular e as redes sociais. Evoluímos nas áreas das ciências e das tecnologias, mas recuamos nos quesitos de Ética, de solidariedade, de gentileza, de amizade, de respeito e empatia pelo próximo. Quão triste essas novas tendências.

A ÉTICA DOS OUTROS

 

Ser bom, parecer ser bom e na prática, de fato e no que é feito ser bom. Eis aqui os principais pilares e princípios da boa Ética. No atual estágio do progresso, das tecnologias e das ciências já se fala em Ética boa e má. Não deveria. Soa absurdo porque Ética encerra-se em virtude. E virtude significa levar o bem, a bondade e a beleza ao outro. Parece ser a semântica da linguagem. Cada organização, boa ou má costuma ter o seu código de conduta, as máfias, as facções criminosas então criaram a sua “Ética”. Na verdade, a antítese da Ética, porque tudo que eles fazem contraria as constituições até dos Estados totalitários, das Tiranias.

   Quando se fala em semântica, faz bem uma sucinta análise das palavras e termos para designar as coisas, os comportamentos, as atitudes e expedientes das pessoas. Por exemplo entre os gestores público, entre o Estado, as autarquias e o cidadão, temos. O termo de ajustamento. Nada mais é do que um compromisso desse cidadão comportar assim, assado, até mesmo nos modos de se pronunciar ou reclamar por alguma coisa. Porque pode ser que esta coisa ou reivindicação contraria o interesse da maioria ou de todos. Nas empresas, nas estruturas corporativas há a “compliance”. Já se tornou um anglicismo da moda. É um conjunto de normais das relações no trabalho, entre os colegas de emprego e com os clientes.

   O Código de Processo Civil (CPC) e o Código de Direito do Consumidor (CDC) são exemplos de Código de Ética. Deram-lhes outros nomes, até enfáticos e elegantes. Um observador atento, analítico faz da sociedade, do comportamento e reação das pessoas um laboratório para seus artigos, seus ensaios e registros. É como fazem os políticos e homens do poder para o bom humorista e chargista. Matéria prima de primeira qualidade. Nos princípios de parecer, ser e de fato ser. Basta imaginar aquele professor de Moral e Cívica, de Deontologia ou Ética que em sala de aula ministra suas disciplinas, mas em casa, no seu trabalho e em vias públicas pratica exatamente o contrário. Tomem-se como modelos o entorno social de cada um. Um parente qualquer. Um irmão. Uma irmã, um tio, uma tia, etc.

   Muitos são os casos que levam uma vida com “jeitinhos brasileiros” de sobrevivência. Comportam de maneiras muitas vezes sinistra, arrevesada, com falcatruas e arranjos nada lícitos. Tais fatos e averiguações são uma constância nas famílias de muita gente. Agora, quando alguém comete algum excesso contra elas, reclamam e buscam a todo custo que o outro seja reto e honesto.

 

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...