segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Desamparo

 

Servidão por opção


João Joaquim  

 

São três circunstâncias que abordo neste artigo- o desamparo das pessoas no mundo, a aceitação da vassalagem ou subjugação ao outro, a busca de alguém como amparo para a falta de significado da vida na sociedade. Basta imaginar que por natureza somos criaturas frágeis. E cada um per si tem seu grau de fragilidade, de carência, de necessidade de um amparo, de uma escora na vida, na proporção dessa vulnerabilidade. É assim a regra dessas três condições existenciais.

Começando pelo sentido de nossa finitude na vida. Por que muitos e milhões de indivíduos são levados a ser enganados e ludibriados por muitos pastores, padres, religiosos, gurus, falsos profetas? Porque esses falsos messias, têm um algo a mais do que essas frágeis vítimas, eles detêm a habilidade da enganação, da ilusão, do falso amparo, de tornar venal aquilo que eles apregoam. Por isso o melhor rótulo para eles é esse: um falso profeta, um falso messias. Não é sem razão que o planeta está infestado desses tais. Seriam então os joãos de deus, os josés de deus, os divinos tais, os bispos tais, os apóstolos tais, as bispas tais. Ligue a TV, percorram os canais, e lá estão eles em seus poderosos merchandising, em seus marketings da fé, da salvação da alma, com seus ardis, suas palavras de ordem , com suas estratégias de lavagem cerebral, com as retóricas do terror, do medo, de fragilização da alma dos incautos, dos menos letrados, dos deprimidos, dos desamparados, e assim por diante.

O mesmo efeito da condição do sujeito ser um ente em desamparo se dá em muitas formas de crime, e podemos destacar os crimes de pedofilia. Quem são os maiores abusadores de crianças, adolescentes, jovens e mesmo mulheres adultas? Os parentes mais próximos, aqueles que em princípio detêm poder sobre as vítimas. Quem deveria ser o protetor, o tutor, o física e moralmente superior, tem uma hierarquia maior do que a pessoa abusada. Para tanto e concretude dessa realidade basta reestudar as estatísticas dessa perversidade. O mesmo se dá para muitas e milhares de forma de estupro. Os estupradores estão no entorno das pessoas. A maioria deles.

O silêncio ou aceitação de alguma forma de servidão ou vassalagem ao outro se dá no mesmo processo psicológico dos chamados assédios. Como bem descritos três são as principais formas desse controle do outro: o assédio sexual, o moral, e agora mais modernamente o processual. No sexual, de todos sabido, o assediador busca um favor sexual mediante opressão; e ameaça prejudicar a vítima, por exemplo na demissão de um emprego, de perda de uma justa vantagem adquirida no trabalho, etc. O moral, é o constrangimento de um subalterno, espezinhando-o, humilhando-o no seu trabalho, e explorando a sua fragilidade. O assédio processual é popular chicaneiro. É o sujeito vagabundo, que quer levar vantagem em muitas coisas e recorre à justiça para obter uma paga, uma indenização, o ganho de uma açao sem fundamentação plausível .

Por último , imaginemos aquela pessoa, aquele sujeito, aquele homem que meio fragilizado em suas relações, precisa, ele carece de uma escora, um amparo na vida para amainar sua condição de solidão, de desamparo, de isolamento social. Nessa atmosfera, nada mais imediato do que angariar, conquistar a complacência, de outra pessoa. Sendo hetero, ele vai em busca de uma parceira, uma esposa. Ele, nesse arranjo, aceita inclusive ser pai, mesmo não tendo o devido preparo social, psíquico e financeiro para essa sensível e nobre empreitada. E a outra pessoa aceita. Está satisfeita essa fragilidade e carência de amparo, de escora de apoio de intentos, de objetivos, de metas no curso da vida. Essa é uma realidade arrevesada de tocar a vida. Ou não. Olhemos o nosso redor.

SE é Para Complicar...COM a gente mesmo

 

MEDALHA DE OURO PARA O Brasil NO RANKING DA BUROCRACIA

João Joaquim  

 

 

É de senso comum que o Brasil é um dos países onde mais há burocracia. Como exemplos de entraves na obtenção de um bem, de formalizar um documento, de uma solicitação qualquer basta lembrar quantas não são as pessoas que precisaram ir a um cartório reconhecer uma assinatura como sua, ou mesmo assinatura de terceiros. Até mesmo em prescrições médicas, às vezes, o beneficiário desse serviço precisa primeiro ir a um cartório e provar para a farmácia, drogaria, que aquela receita não é falsificada, que o carimbo de fato pertence àquele profissional, que aquele papel timbrado não foi adulterado ou impresso como fraude.

 

Diante dessas e tantas outras dificuldades, nas ocasiões que tive que enfrentar e ainda enfrento como obter documentos públicos ou privados eu adotei uma atitude de não mais reclamar. Quando muito pondero a esse atendente, a esse funcionário que me atende, que estou de acordo. E complementarmente acrescento a esse servidor que em se tratando de Brasil, torna-se compreensível, onde a desonestidade, o jeitinho torto e sinistro de se viver fazem parte da cultura e senso das pessoas.

Em outros termos, significa o que? Que se fôssemos majoritariamente constituídos de pessoas probas, justas, corretas e honestas em tudo, não haveria necessidade de tantas exigências para se provar que nós somos nós mesmos, os que estamos ali presencialmente, que aqueles documentos apresentados são  de fatos nossos, que não houve fraude, que aquela assinatura que subscrevo naquele papel é de fato a minha, e assim, similarmente em muitas outras circunstâncias da vida de cada um.

E em se tratando de burocracia há situações que soam hilárias, em que pese até meio fúnebres e trágicas. Um bom exemplo é o do herdeiro que estava tratando do espólio do pai e chega em um órgão público para dar seguimento à partilha dos bens. Esse agente que o atendeu pediu o atestado de óbito da pai. E ele então exibe o documento original, que datava de 2 anos, emitido pelo cartório de registro civil. E qual não foi seu espanto ao ser inquirido pelo órgão (ou esse atendente do protocolo) que voltasse ao cartório que emitiu aquele documento porque aquele estava vencido. Dois anos. Como se tal documento, tivesse uma data de validade. Imagine tal disparate burocrático. Seria como se uma cédula de 5 anos, 10 anos não tivesse mais valor.

Outra cena useira e vezeira de nossa malfadada burocracia é a seguinte:  o cidadão chega em um certo órgão de governo ou mesmo privado para obter um serviço, registrar um documento, apresentar um requerimento para determinado fim. Ali é recebido pelo funcionário atendente. O interessado preenche os seus dados, faz um cadastro, fornece todos os dados pessoais, RG, CPF, endereço. Alguns lugares exigem até para qual time o sujeito torce e qual religião ele professa. Feito todo esse histórico pessoal, ali na presença e visão do atendente ele assina os documentos, assinatura idêntica àquela nos documentos originais que são ali mesmo copiados pelo servidor. Findo toda essa etapa, esse servidor, com a mais natural aparência faz mais uma exigência, a de o requerente se dirigir ao cartório e fazer um reconhecimento oficial de sua assinatura. Agora, veja se não é de dar engulho e nó na garganta, se esse brasileiro não estivesse habituado a essas esdrúxulas burocracias! Só mesmo no Brasil.

E por fim um exemplo da esperteza, do jeito desonesto e de levar vantagem ou mesmo roubar dos mais incautos. Dia desses o retrovisor interno de um carro meu, oito meses de uso, quebrou de forma espontânea e caiu no meu colo. Sem nenhum trauma, nenhuma avaria no interior do carro.  Procurei a concessionária para o reparo ou reposição. Era  só recolocar a peça. Não é que o funcionário da loja, representante autorizada da fábrica do veículo cobrou quase ®$ 300,00 pelo serviço. Inconformado liguei na fábrica. Para minha surpresa e surpresa do atendente honesto da fábrica do automóvel, aquela peça não  poderia ter sido cobrada, porque estava na garantia. Enfim, como expressam nosso folclore e nossas expressões idiomáticas, são jabuticabas e jabutis peculiares de nossa Pindorama, que anda pegando fogo, atolada em corrupção e outras ingerências e (des)governança como nunca se viu, nessa nossa  pátria varonil .

O GOVerno tá nem aí

 

A TRAGÉDIA DE NOSSA FAUNA E FLORA PELAS QUEIMADAS

João Joaquim  

 

 

Algumas cenas em nosso cenário geográfico e político vem chamando a atenção do Brasil e do mundo. Aliás, corrijo-me, chamando a atenção da sociedade, mas nem de toda categoria de gente. Porque existe uma classe de pessoas que está, como dito na gíria, pouco se lixando se o circo estiver pegando fogo. Penso logo que muitos que me leem já sabem de quem estou falando. Eles. Justamente eles, os homens do poder. Refiro-me mais estritamente aos homens do presidente da República, e ele próprio, o mandatário major (ou seria capitão?) do Brasil.

Quando digo circo pegando fogo, significa uma metáfora real, o circo, no caso é de fato o país, que se não está inteiro virando cinzas é graças à bravura, a ousadia, ao patriotismo de muitos e muitos brasileiros que estão a apagar os incêndios, que vem devastando áreas imensas de florestas, de pastagens, de campinas, de parques naturais, de preciosa flora em diversos estados do País. E o mais grave, dizimando milhares de espécies vegetais, queimando de forma inclemente uma fauna preciosa. Vejam as cenas que a todo dia são reprisadas das queimadas pelo Brasil a fora. São cenas pungentes, de cortar o coração até mesmo daqueles mais céticos, duros e insensíveis.

Ver centenas de animais silvestres sendo queimados, esturricados, outros mutilados e fugindo das labaredas, sem água, sem alimentos, com fome e sede é de dar engulho e dor que nos tocam a todos.

E então vêm nossa indignação, nossa decepção, nossa incapacidade de fazer alguma coisa, nós , os que estamos longe dessa tragédia ambiental. Nossas lamentações e tristeza é porque quem poderia fazer muito, fazer mais, sequer tem pronunciado sobre todos esses danos de difícil reparação.

Em Brasília, centro do poder, não está pegando fogo, literalmente não há nenhuma chama, nenhuma centelha a mover os espíritos e corações dos homens, dos ministros, dos auxiliares; enfim, do séquito do presidente. Todos estão a salvo. Sequer incomodados por alguma cobra naja.

Ali bem no coração do Brasil, o que vemos todos os dias? Potentes aeronaves, carrões, batedores, servos e servidores à disposição, comida farte regada a bons vinhos, champanhes, caviar, lagosta, camarões, mobília importada, salas luxuosas e climatizadas, caravana de seguranças e muitas outras regalias e mordomias. Para que incomodar? Fogo nas florestas e nos rabos dos bichos é como pimenta nos olhos dos inimigos. Refresco.

Uma segunda questão curiosa, curiosíssima; digo até mais, instigante e grave. O perdão pretendido pelas igrejas, do pagamento de impostos e tributos. Pretensão é direito de todos. Assim dizem a lei, a constituição. O código tributário, etc. Agora, o presidente da República e quem sabe o congresso autorizar essa anistia, soa, sugere, salta aos olhos da sociedade como uma decisão absurda, desigual, não isonômica. Soa esquizofrênica, se isso for permitido pelo congresso. No mínimo.

Tal disparate ou insanidade, o de tornar igrejas, todas as igrejas, isentas de pagamentos de impostos por lucros, ofertas e doações torna-se em um gesto de desumanidade, absurdo e sem nexos, desconexo com a presente realidade de momento, o curso  sem data para acabar da pandemia da covid 19. É o mínimo que acham, neste momento os brasileiros não políticos. E até mesmo muitos políticos e governantes do bem, aqueles que governam para todos.

criar SE Cria um cão

 

EDUCAÇÃO É MUITO DIFERENTE DE CRIAÇÃO

João Joaquim  

 

Quando se analisa certas questões significativas para a sociedade mundial e de cada país per si, por exemplo a Educação, guarda muitas conexões com outros valores e natureza. Tal interface surge porque cada povo, cada nação guarda suas peculiaridades, sua cultura, seus valores, seus princípios morais, o seu senso coletivo. A educação é um processo complexo, mesmo além desses aspectos e questões; ela vai ter influência de que mais? De etnia, de genética, a influência dos ancestrais, e mesma geográfica e geopolítica. Assim, temos que fazer algumas correlações e suas linhas com outros valores, nomeadamente valores adquiridos.

No caso aqui em pauta, analisa-se as questões dos direitos humanos e a educação e formação ou transformação do ser humano, a partir de seu nascimento. O Instituto dos direitos humanos somado aos tantos avanços sociais, guardam uma correlação com a educação, lato sensu, nesta chamada era da hipermodernidade? Esta é a grande pergunta que se faz nos dias de hoje.

As famílias da era moderna, será que estão cumprindo o seu papel de educar e formar os seus filhos?  Porque a um filho não basta apenas criar. Criação se aplica bem a uma criação, animal irracional e bruto. E essa criação vai depender a que fim se destina esse animal. Será um animal para abate e produzir proteína animal? Então, nem precisa de adestramento. Ele cresce bronco, bruto, animalesco mesmo e será abatido para consumo. Será um animal para auxílio no trabalho? para entretenimento? guarda de patrimônio, de domicílio? Então, esse animal, vai precisar de um adestramento, de ser domado para esse fim, temos assim a chamada educação animal.

Ao se falar na Educação do animal humano, ela guarda alguma similitude com a doma, o adestramento, a correção e corretivos de qualquer outro bicho, contanto que este animal tenha alguma organização neuronal um pouco mais diferenciada. Como exemplos os mamíferos, muitas aves, etc. Ninguém vai querer domar, adestrar e corrigir um réptil, uma serpente, um lagarto, um crocodilo, porque seu cérebro é muito primitivo e indiferenciado. Muito abaixo de um cérebro humano que tem um neocórtex, lobos frontais e parietais e ainda um sistema límbico, ligado às emoções e sentimentos que nos caracterizam e distanciam dos outros irracionais.

Ao se conceituar e conceber a Educação humana, basta lembrar o modesto princípio de que todos nascemos analfabetos e ignaros. Ninguém nasce pronto. A família, a sociedade, as escolas, as interconexões sociais, as mais abrangentes e variadas ligações é que vão construir esse sujeito, como uma pessoa autônoma, produtiva, benfazeja, operosa, trabalhadeira e responsável, no mínimo pela sua sobrevivência.

Diante de todos esses fatores influenciadores e balizadores da conduta, da formação e construção do indivíduo, ficam muitas perguntas nesta era intitulada hipermodernidade ou era digital. A família, as escolas, a sociedade como um todo será que estão cumprindo esse tão nobre e responsável papel? Primeiro no quesito controle da natalidade e planejamento familiar. Depois em, de fato e de concreto trazer uma educação aos filhos como pais, aos alunos como escolas, aos cidadãos como Estado e Políticas de Educação.

Pelo cheiro da brilhantina, pelo andar dos bondes e da carruagem, fica a sensação de que primeiro: as famílias, as mulheres e homens criam filhos como criam um cachorrinho, um burrinho, um porquinho. Depois sequer preocupam se podem ou não prover aos filhos os quesitos básicos de uma educação ética e humanizada. Parece que todos, literalmente todos, se tornaram embevecidos, embriagados e entretidos com os objetos (melhor seria abjetos) da modernidade. Todos os filhos, adolescentes e jovens se transformando em um bando de nerds , desocupados e imbecis. Ninguém mais pensa, ninguém mais constrói, ninguém mais trabalha ou produz. Uma legião de indivíduos que nem estudam, nem trabalham, e nem querem saber de tais atividades.

EFEITO REBANHO

 

O EFEITO REBANHO NA GÊNESE DA TRAGÉDIA DA COVID 19 

João Joaquim  

 

 

O filósofo Arthur Schopenhauer(1788-1860), afirmou:  Sentimos a dor mas não a sua ausência. Em sua magnifica obra O Mundo como vontade e representação, ele descreve que somos movidos pelos desejos. O dinheiro é a coisa mais importante do mundo. Representa: saúde, força, honra, generosidade e beleza, do mesmo modo que a falta dele representa: doença, fraqueza, desgraça, maldade e fealdade.

“Não tendo padrões próprios, também o animal de rebanho nietzschiano busca no grupo a sua referência. É herdeiro da “moral do escravo”, cujo valor para si mesmo era somente aquilo pelo qual era tido – jamais habituado a estabelecer valores por si mesmo, tampouco se atribuía outro valor que não o atribuído por seus senhores. O homem comum espera, precisa da opinião dos outros para determinar o que pensa de si mesmo” – Tradução do pensamento de Nietzsche.

A Etologia é a ciência que estuda o comportamento dos animais irracionais. Como se dá suas relações com os de sua espécie e com indivíduos de espécies diferentes. A princípio, A Etologia, aplicada essencialmente na Zoologia e Biologia, também passou a ser aplicada aos humanos, que guardam muitos dos instintos, reflexos, mecanismo de defesa do ego, da reação de fuga e luta, etc.

Um braço significativo de estudo da Etologia, se refere ao conceito de gênero masculino e feminino e do comportamento do chamado líder alfa (alpha) e aquele membro submisso ou ômega, também por alguns denominado beta. Referido sentido advem do alfabeto grego, 1ª letra alfa, e ômega a última. 

O indivíduo, e aqui em se falando dos humanos, caracterizado como alfa seria aquele membro de um grupo de pessoas, trabalho, família, numa reunião, num esporte até; seria o que assume um símbolo de confiança e poder, ele é  mais pensante, mais apto para ser um modelo de atividade, de movimentação, atitude e trabalho. Esse destaque pode se dar em todas as relações humanos, sejam essas de trabalho, em uma reunião, e muito frequentemente em uma relação conjugal: marido/mulher, namorado/namorada. Esse papel é exercido majoritariamente pelo homem. Todavia, muitas são as mulheres que assumem também essa característica de membro alfa na relação social. Tornando então as outras pessoas do grupo, como integrantes beta. É o caso de corporações trabalhistas, de organizações sociais para fins diversos. No mundo animal, um bom exemplo de membro alfa, masculino ou feminino se dá nas matilhas de lobos. O alfa pode ser o lobo ou a loba.

Um outro conceito muito dominante no mundo dos humanos se dá pela influência ou dominância do rebanho. O mecanismo social e psicológico é muito similar pela ação de liderança alfa. O primeiro influenciador,  ou líder da manada assume um comportamento, uma atitude; por efeito rebote ou cascata o segundo segue esse alfa, e assim todo o caudal de pessoas.

O chamado efeito alfa ou efeito de rebanho (manada) pode trazer efeitos muito positivos, quando esse líder, de fato pelas suas diferenciadas qualidades cognitivas, resolutivas e intelectuais, ou mesmo de habilidades técnicas de seu múnus profissional vai transmitir esses conhecimentos e aptidão aos outros integrantes do grupo. Todavia, os efeitos e resultados desse alfa, podem também ser extremamente nocivos, destrutivos e aniquiladores para todos os seus imitadores, seguidores e apoiadores. Nesse caso concreto, ele muito assume de um indivíduo fanático, um falso messias e líder demagógico porque teve ruídos de um sauro(nauro), mas que ao cabo e termo da jornada não passou de falso alfa, de boçal e enganador para todo o seu séquito de gente. É o que presenciamos com a pandemia da covid 19 no Brasil. Haja maus exemplos e crimes de lesa-humanidade de nossos mandatários.

O mando dos bichos

 

 A POTESTADE DOS BICHOS

João Joaquim  

Aquele território vinha sendo dominado, ou melhor administrado há anos por diferentes formas de governo irracional. Era o mundo dos ferozes animais. Em diferentes épocas havia alternância de domínio. Foi então que os bichos se reuniram e criaram um novo estamento, uma espécie de cartilha de governança. Reunida em coorte dos animais, ficou pactuada a forma de atuação, delimitação territorial, o que cada animal podia e não podia fazer, inclusive não ultrapassando as linhas demarcatórias do mando um do outro. Cada um deixava os seus odores por onde andasse.

Os pontos cardinais da carta administrativa eram assim:  O comando geral era composto de três potências, cada potência tinha uma QG ou quartel general, onde ficava cada potestade dessa potência. Cada comando deveria atuar dentro de seu quadrado, delimitado pelas linhas divisórias, as regras eram de um chefe territorial não invadir o território do outro, tais eram as cláusulas de consistência pétrea, aquelas que não se quebram nem por raios que as partissem.

A potência de comando mais abrangente, porque tinha o dever de comandar outros animais fora dos quadrados dos outros poderes tinha como que um dever ou regalia maior, porque exercia comando e administração de maior alcance geográfico. Este comando mais abrangente executava tarefas de distribuir viveres e presas para os bichos gerais e subalternos. Bichos esses dos mais variados caracteres, de alguma ou nula ferocidade.

Muitos desses bichos de menor ou nulo poder territorial, podiam se organizar em manadas com denominações escolhidas pelos membros dos rebanhos constituídos. Esses associados pequenos, tinham sempre um líder grupal, ou mais de algum comando nas respectivas coortes. Assim mesmo que escreve com dois os, coortes. Não misturar com Corte(ô) porque traz alguma similitude com certos grupos dos humanos. Essas coortes menores, aconteciam em algumas delas de ter alguma afinidade com a potestade executiva maior e geral e tinham de forma compreensível, mas não entendível essa explicação. Mas, tudo ia se ajeitando porque tinha as organizações de bichos notificadores, algo parecido com a imprensa dos humanos. Então por pressão, a potestade maior se urrava no aceno de que estava cumprindo sempre o estamento maior, nas suas várias cláusulas.

Este comando de maior execução tinha como chefe e líder o Tigre. Seu poder de execução maior não se dava porque detinha o maior urro, mas porque assim estabelecia a carta decidida em reunião de grupos representantes gerais dos bichos. O tigre, executivo e potestade maior passou a não  ter  limites para emitir os seus urros e por vezes o seu esturro, incomodando as outras potestades.

Na segunda potência estava o Leão, tido e havido por enérgico, bravo, valente, de pouco medo em seu quadrado territorial. Com a quebra dos decoros bichados da potestade geral, a potestade do leão deu-se por afetada e desrespeitada em suas demarcações e atribuições administrativas, porque era esse poder que julgava as infrações, as contrafações e invasões territoriais e diretivas dos bichos gerais. Essa potestade era uma espécie de sentinela, patrulha das regras gerais do estamento maior, a constituição geral das feras e dos mansos e submissos habitantes territoriais.

A 3ª potência, era comandada por duas potestades de igual ferocidade e mando territorial. E elas se davam muito bem porque se reuniam com certa frequência, numa espécie de confraria maior. Esse 3º poder tinha o papel também precípuo no fazimento e urdidura de muitas regras, ou todas as regras gerais vigiadas no todo e geral pela potestade do leão. Eram então o comando da onça e do leopardo.

O mais instigante, curioso e surpreendente é que volta e meia, e muito mais do que meia volta, a potestade geral e executiva, invadia as marcações territoriais dos outros poderes, com emissões de urros, grandes ruídos e alaridos, sempre apoiada(essa potestade)  por aquelas coortes com mais afinação em vozes animalescas e apoiamentos. Havia nítida e explícita quebra do que tinha sido acordado no estamento maior dos bichos. A coisa se dava assim, uma potestade claramente urrava como que mais alta do que a outra fera. Esta fera também emitia os seus urros e ruídos estrondosos. Mas como todos eram feras, havia como que um tácito respeito ao poder e potestade do outro, um urrozinho menor, um grunhido pouco audível aqui  outro ali e tudo se ajeitava e tudo ficava como dantes no território geral dos mastodontes.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...