quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Fofoca

A FOFOCA EM SUA ESSÊNCIA
Joao Joaquim

Uma das funções muito em voga das redes sociais se chama fofoca. E essa atividade tem sido exercida ,à larga, porque a internet permite o anonimato, a clandestinidade. Com um aviso e alerta aos fofoqueiros mais afoitos e desavisados: quando a pessoa alvo de maledicências denuncia e faz um boletim de ocorrência (BO) a polícia com uma ordem judicial vai atrás e acha o agressor. Ou seja, o malfeito ou mexerico só ficará sem identificação de autoria se não houver um inquérito policial.
O que se tem de certo e registrado é que o expediente de bisbilhotagem ou fofoca faz parte da história da humanidade. Em todas as épocas, em todas as esferas da vida, em todas as classes sociais esse expediente de explorar e maldizer a vida alheia sempre existiu. Para tanto basta revisitar e estudar as biografias de distintos personagens , e  lá estão os relatos da vida privada das pessoas, sua intimidade, suas relações conjugais e muitos outros feitos e fatos impublicáveis por iniciativa das vítimas.
Se assim pode ser feito, pode-se classificar a fofoca em benigna e maligna, no que se refere ao seu grau de ofensividade. Em termos de consequências para ofensor e ofendido, bem entendido.  Pode se ter a fofoca noticiosa e criminal, a depender do sentido meramente jornalístico ou com intenção  ignominiosa e ofensiva ao outrem. A fofoca benigna é aquele relato de detalhes da vida alheia sem tom pejorativo ou malicioso. São características quase públicas da pessoa alvo desses enredos. Como são os casos da celebridades e famosos.  Como exemplos os hábitos alimentares, o gosto pessoal com roupas, a preferência cultural e de lazer, entre outros comportamentos.
A fofoca maligna busca sempre o menosprezo, algum feito ou um comportamento antissocial e ilícito, um adultério que a pessoa tenha cometido, etc.
Nessa circunstância o fofoqueiro tem como objetivo a desqualificação e vilipêndio do outro.
O que se tem de concreto é que a fofoca traz sempre uma conotação negativa e ofensiva ao outro. Ela gera uma instabilidade emocional, muito mal estar e sofrimento psíquico na vítima. Há circunstâncias em que ela se torna até motivos de crimes e assassinatos. De uma inicial intenção informativa e noticiosa algumas fofocas podem se resvalar  para a esfera penal com graves consequências para vítima e autor das injúrias. Vejamos o enredo fofoqueiro a seguir que envolveu duas famílias, três personagens, um assassino frio e calculista e duplo homicídio.
Foram três integrantes de nomes Mário e Camila, casados;  e um terceiro, Ricardo, casado com Jéssica. História real .  Mário e Camila viviam juntos. Eles viviam tão bem que iam se casar. Camila avistou com Ricardo em algumas baladas (festas e danças noturnas, muito preferidas por jovens). Ricardo era visto em companhia de mulheres em tais festejos. Camila, de smartphone em mãos, fotografa Ricardo e envia para sua esposa. Até que um certo dia, Ricardo vê as fotos (os prints) no celular da própria esposa, enviadas por Camila, noiva de Mário( que já viviam juntos e iam se casar). O que faz Ricardo? Ele pega a esposa, vai à casa do casal Camila e Mário. Eles eram casais amigos. Aperta a campainha, Camila abre o portão. Ricardo mostra-lhe as fotos no celular da esposa. Ele dá-lhe um tiro fatal. Mário, que nada tinha a ver com a história vem em socorro da amada e leva também o tiro fatal.
Nenhuma fofoca justifica um tiro, nenhuma intriga justifica um assassinato. Um duplo homicídio então ultrapassa as raias da loucura e do desvario humano. Mas, quem garante de ele não estar a espreita e não ocorrer. Nas probabilidades humanas tudo é possível, tudo é passível de alguns laivos passionais, tudo pode ter um quê de atos de pessoas aloucadas ou até mais, as tresloucadas.
Todo mexerico, toda bisbilhotice da vida alheia, todo boato e pós-verdade tem esse potencial corrosivo, difamatório e destrutivo. A fofoca, ainda que traga traços verídicos, traz mensagens falaciosas, fantasiosas e pejorativas, com um potencial de trágicos desfechos para os dois lados do enredo. O caso aqui narrado, dos dois casais é apenas mais um de tantos que ocorre aqui e alhures. Basta olhar as manchetes do telejornais policiais e fofoqueiros. Cruz credo! Tal enredo  é uma mostra dessa virulência que traria até inveja em Sófocles, Ésquilo ou Eurípedes. A maldade , a malícia, a astúcia. Que o digam esses luminares autores das tragédias gregas. Como foi o caso do destino de Édipo-Rei , registrado das tragédias gregas.  Novembro/ 2017

Jus Mora

MORATÓRIA DO JUDICIÁRIO E OS RISCOS DA VACA IR PARA O BREJO

JOAO JOAQUIM



Meus caros compatrícios. Falo para todos os brasileiros (as) e mineiros de minha querida Minas Gerais. Tão rica a Minha Gerais, que entre muitos bons trigos produz também alguns nocivos joios;  politicamente falando. E expresso então o que sinto também como brasileiro. Isto depois de assistir mais a  algumas sessões dos três poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo). Enfim sessões do Supremo Tribunal Federal, reunião da presidência da República , Senado e Câmara dos deputados. Da reunião do executivo , na verdade li sobre a temática: como salvar o mandato do presidente( a bola ou presidente da vez Michel Temer). E deu resultado mais uma vez. Temer continua presidente. Assim o decidiu a câmara dos deputados.
A que ponto chegou a nossa República (de res publica, coisa pública) Democrática (de demos, povo, cracia, governo) Brasileira (de Brasil, pau-brasil, cor de brasa)! A pergunta que fica é esta: Será que nosso país tem jeito? No concernente ao STF tem razão estar mofando milhares de processos em nossos tribunais à espera de uma decisão final. Porque nos trâmites  têm várias intermediárias protelatórias. Porque nesse entremeio entram recursos, recorrências de toda ordem, embargos de declaração, infringências, chicana  dos advogados dos réus etc.
E nesse interstício o cidadão que recorre à justiça vai sendo fritado paulatinamente. Hajam paciência e perseverança. O paciente é fritado até pelos termos que lhe são infligidos pelo juridiquês, que expressam as decisões e sentenças. Isto quanto aos recursos, à diversidade das leis e a interpretação que estas propiciam. O certo é que até o trânsito em julgado, tem muito reco-reco e ramerrame como meros itens moratórios.
O segundo motivo da lentidão da justiça e o cúmulo de processos refere-se à prolixidade, aos volteios, circunlóquios , perífrases  ou nhenhenhéns  dos julgamentos, votos e comentários das sessões. O que se vê, usando um pouco de juridiquês, é muita teleologia e tautologia; ou seja, muita explicação e interpretação (Exegese), mas, também muitas repetições, lugares-comuns e motos-contínuos ( ou mais dos mesmos).
Agora! O que se tem de lengalenga e eruditice  nos julgamentos é outra característica digna de menção. É nesse momento que se percebem os egos e vaidades dos juízes dessas cortes maiores;  cada um, a seu modo, arrota, brande e exala toda sua sapiência para público e câmaras de TV; com a soberba e jactância peculiares a cada um. São traços personalíssimos .
Uma outra postura que o STF vem assumindo é o tal do ativismo político. Em várias decisões, jurisprudências e liminares , fica nítida a tendência dos juízes em arbitrar a favor desse e outro político ou empresário conforme a biografia do investigado ou réu.
Quando um  tribunal supremo( nosso colendo STF) delega ao congresso a prerrogativa de decidir sobre crime praticado por um deputado ou senador, fica clara a tendência de nosso judiciário em exercer uma jurisdição politiqueira, na medida dos autores dos processos, das petições, dos recursos. A estatura e peso dos acusados e réus são as medidas dos resultados dos julgamentos. 
Outro estado melancólico em que se encontra o País, vemo-lo   no poder executivo; é o fato de um presidente da República (Michel Temer) e seus principais ministros não se ocupar de nenhuma outra atividade relevante que não seja se defender de tantos crimes, conforme os acusam os procuradores do Ministério Público Federal. De igual modo atuam também o Congresso Nacional. As pautas de câmara e senado se encerram nesses temas: defender os seus membros dos inquéritos e processos que tramitam no STF. E são muitos os investigados, indiciados e réus, com processos no STF e na operação Lava-Jata, sediada em Curitiba, sob a batuta do severo juiz Sérgio Moro. 
Enfim, todos nós temos razão em estarmos estarrecidos com os rumos que os fatos e crimes políticos estão dando ao Brasil. Precisamos todos, sociedade, imprensa e segmentos  civis, nos protestar contra  os desmandos e camarilhas de políticos corruptos  e empresários corruptores  e salvar nosso país desses energúmenos e sicários, salteadores e saqueadores da República .  Do contrário naufragaremos nesse odioso lamaçal que ameaça tragar a todos nós. 
Antigamente, dizia-se sobre as formigas-saúvas , ou se  acaba com a saúva , ou a saúva acaba com o Brasil. Não se acabou nenhum dos dois.  Mas agora é sério. Ou se acabam com os corruptos( PT e PMDB inclusos) ou os corruptos acabam com o Brasil.

Uma vez Presos, doentes...

PRESOS DE PESO E SUAS DOENÇAS INCAPACITANTES DE FICAR NA CADEIA
João Joaquim  

Uma questão que me parece de menor relevância e tem passado ao longo das manchetes de jornais tem sido as doenças que acometem nossos presos “notáveis”. Todos os chamados suspeitos, condenados e os intitulados criminosos do colarinho branco. Não escapa nenhum! Assim que vai para a cadeia, o sujeito, através do seu advogado, apresenta um diagnóstico de alguma doença, alguma cirurgia ou procedimento que o impede de ficar encarcerado. Agora, muito curioso e hilário ficamos aqui ,eu  e os leitores,  e cada um no direito de perguntar a esses corruptos e larápios do dinheiro público. E quando foi para roubar e participar das quadrilhas ou mesmo, a sós, de crimes de toda ordem, o meliante não estava doente? Chega a ser cômico para não  dizer trágico, tal pretexto esfarrapado para escapar do xilindró.
A coisa ou estratégia deve funcionar assim. Tudo maquinado pelo advogado de defesa. Afinal, a arte de advogar vem dos ensinamentos dos sofistas. Argumentar, argumentar, convencer, convencer . Vamos lá que cola! , valeu nossa persuasão, valeu nossa arte de convencimento e de iludir a justiça. E tem juízes que caem nessa esparrela.
Apresentasse o réprobo, o precito e corrupto preso, queixas de sorumbatismo( sorumbático), certamente que convergiriam melhor os sintomas  com sua condição de recluso. Porque a perda de liberdade deixa a pessoa triste e macambúzia. A sensação é a mesma da nostalgia, aquela melancolia do exilado, privado que está de sua pátria, do afeto e amor de seus membros parentais.
Até então o preso mais notável que recorreu ao recurso de adoecer na cadeia foi o ex médico Roger Abdelmassih. Passados 2 anos e ele na cadeia, a defesa entrou com uma petição de cumprimento de pena em prisão domiciliar. Ele cumpria a pena na cadeia de Tremembé SP. E em idas e vindas, cadeia e casa, o supremo tribunal federal acatou a argumentação do advogado do condenado. Ela cumprirá sua pena no doce e reconfortante refúgio do lar. Só para refrescar nossa memória, o ex ilustre médico teve uma sentença de mais de 100 anos de prisão por crimes de estupros em suas ex pacientes numa clínica de fertilização. Ou seja, para ele os crimes compensaram. A justiça embarcou em seus diagnósticos pós prisão.
O ex presidente da câmara, ex deputado Eduardo Cunha tentou o mesmo expediente. Foi apresentado um diagnóstico de aneurisma cerebral. Nunca dos nuncas que a justiça poderia embarcar em tal justificativa. Como não aceitou tal petição. Então aquela pergunta inicial, nos tempos dos crimes, das falcatruas, dos atos de corrupção o sujeito estava em plena higidez. Uma vez preso, vem com tais doenças. Onde é que aneurisma cerebral torna o indivíduo e mala incapaz de ficar na cadeia? Nem de trabalhar. Só se for na Cochinchina .
O mesmo ocorreu estes dias com o acusado Carlos Nuzman, ex presidente do COB, em prisão temporária. A defesa do indiciou ingressou com recurso na justiça. Alegando que o cliente passou por uma cirurgia cardíaca e que precisa de cuidados domiciliares. Então as mesmas indagações. Para ter contas e barras de ouro na Suiça o corrupto não tinha nenhuma limitação física. Ele foi solto, cumpre prisão domiciliar. Parece que por vias legais.
Talvez limitação ética e de consciência e de brio. Essas justificativas seriam mais razoáveis .  De permeio faz-se necessário um comentário sobre a participação dos médicos que emitem atestados, relatórios, laudos e diagnósticos para suporte de referidas petições à justiça. O  que se tem de concreto é que um aneurisma cerebral, uma prótese vascular ou cardíaca, stents, infartos cicatrizados e marcapassos, nunca são impeditivos de cumprimento de pena na prisão. Até ao contrário, se o indivíduo está encarcerado, ele está mais de repouso, e menos risco terá de agravamento das citadas doenças. Faz bem a justiça em rejeitar tais estratégias e manipulações.
Quanto à participação dos médicos que assistem esses condenados. Eles (os médicos) deveriam ser ouvidos e inquiridos tanto pelos conselhos regionais de medicina, quanto pelo ministério público. Os casos de diagnósticos falsos, forjados e inverídicos existem. Por isso merecem serias e profundas investigações pelos órgãos de ética e de justiça.  novembro/2017

Doping

USAR MACONHA E COCAÍNA DEVERIA SER TAMBÉM DIREITO DOS ATLETAS

João Joaquim   


Todos aqueles afeiçoados e afeitos aos esportes  não mais estranham os recorrentes casos de doping entre os atletas. A origem do termo é controversa. A mais aceita é que vem de dop, um termo africano para designar uma bebida alucinógena empregada por tribos primitivas em seus rituais religiosos e encontros sociais. Com o tempo, da semântica ficou o sentido de qualquer substância empregada por atletas com a finalidade de aumentar o  desempenho físico. Os medicamentos mais empregados para tais fins são os anabolizantes, os analgésicos, os diuréticos, os broncodilatadores e corticoides. Há uma lista extensa que pode ser consultada na internet.
Um outro grupo de medicamentos vedados aos atletas é composto dos chamados psicofármacos ou substâncias psicoativas. São os também intitulados psicotrópicos, drogas estas “lícitas”, largamente prescritas por médicos e indiscriminadamente ingeridas (consumidas) pelas pessoas. A  aquisição se faz com as receitinhas azuis ou especiais de um médico bonzinho e amigo; ou nem disso precisa, porque se compra no mercado pirata das esquinas ou pela internet.
Um outro grupo de substâncias que constitui um verdadeiro cancro social é representado pelas drogas ilícitas, cujos principais exemplos são a cocaína, o crack e a maconha.
A relação das pessoas com as drogas ilícitas constitui um cenário de muitos debates, discussões, dissenso e conflitos. Pode-se partir de uma parcela da sociedade que acha por exemplo que o consumo recreativo ou dependente da maconha é um hábito normal e inócuo. Ideia chancelada, acreditem, pela nossa suprema corte de justiça. Essa que se intitula a guardiã das leis e da constituição.

Em geral esses adeptos da liberação da maconha  ou são os próprios usuários já adictos ou têm parentes em casa como dependentes. Ou, seja há uma nítida aquiescência em proteger um parente dependente ou a si próprio como viciado.

Todos os trabalhos científicos são concordantes em que o uso não médico ou terapêutico da maconha traz graves danos à saúde psíquica e orgânica de seus dependentes, muita vez com sequelas neuropsíquicas permanentes.
O uso médico do canabidiol( derivado da maconha) é restrito a algumas doenças neurológicas e epilépticas, sob estrita indicação médica.
Com relação às demais drogas proibidas, o que se tem de bom e positivo é que até os próprios viciados têm plena consciência e certeza de seus graves riscos à saúde. Hoje, além da cocaína e seus derivados têm-se no mercado as drogas sintéticas com efeitos psicodélicos, delirantes, alucinatórios e psicóticos, altamente nocivos a quem consome.
São drogas com um alto potencial de risco de alteração comportamental, passíveis de danos ao próprio usuário e às pessoas próximas desses drogaditos.
Como referido inicialmente, muitos são os casos em que no exame antidoping se detectam derivados de maconha e cocaína no organismo (urina) dos atletas. A  punição aos consumidores, nesses casos, se torna muito mais severa do que se fosse um diurético ou analgésico proibido no esporte como os medicamentos derivados da morfina (opioides).
O que se deduz desses casos de antidoping positivo para maconha e cocaína é que muitos atletas do futebol e outros esportes são de fatos usuários “recreativos” ou dependentes e de vez em quando  são flagrados nos sorteios para os referidos testes antidoping.
Uma outra questão ainda conflitante e passível de legislação especifica refere-se a exclusão do candidato a vaga de emprego nos exames médicos pré-admissionais. São os exemplos de função pública das polícias e atividades de segurança pública e mesmo outros cargos de governo.
Muitas das seleções de pessoal( recursos humanos) desses órgãos são tão rígidas que os exames para substâncias ilícitas são feitos no cabelo; com uma característica, esses exames detectam a substância no organismo (cabelo), passados até três meses do uso da droga.
Deixo aqui  um argumento a favor do candidato. Com essa quarentena, bom mesmo é que ele mantenha a abstinência para sempre e garanta o emprego, às vezes, tão almejado.
Assim é a relação do homem, da sociedade, de muitos órgãos gestores de esportes e de empresas com o chamado doping e com as drogas psicotrópicas legais e ilícitas.
Uma questão que chega ser intrigante e inexplicável é como o nosso judiciário vê o consumo de drogas no Brasil. Por exemplo, para o supremo tribunal federal, ser usuário de qualquer droga ilícita é normal, lícito e legal.  Inclusive  portar algumas gramas para consumo. Isto para qualquer cidadão comum.
Uma pergunta me causa comichão e curiosidade: se usar maconha ou cocaína é direito de todos, como o define o nosso colendo Supremo Tribunal Federal( STF) e para o  para o trabalhador-atleta?
Não seria também normal e de direito? É tempo de nossa justiça se posicionar a respeito. Provisoriamente uma jurisprudência ou súmula-vinculante resolveria esse impasse. Afinal, de acordo com o artigo V de nossa constituição , todos são iguais em direitos e deveres. Inclusive o direito  de portar e usar algum baseado. Atletas e jogadores são também cidadãos de mesmos direitos. Eles possuem as mesmas garantias trabalhistas de outras pessoas não atletas. Ou não ? – Com a palavra nossos juízes do STF.   Novembro/2017.  

Relógio Bio...

NOSSO  RELÓGIO BIOLÓGICO  VALEU UM NOBEL DE MEDICINA

Joao Joaquim

Os vencedores do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2017 são os americanos Jeffrey Hall, Michael Rosbash e Michael Young, por suas descobertas sobre os mecanismos moleculares que controlam os chamados ritmos circadianos - uma espécie de relógio biológico interno que regula o metabolismo dos seres vivos. As descobertas feitas pelo trio explicam como as plantas, animais e humanos adaptam seus ritmos biológicos de maneira a sincronizá-los com a rotação da Terra.
O mérito dos vencedores começou em 1984, quando Hale e Posbash isolaram a proteína PER, codificada pelo gene período. Essa substância se acumula durante a noite e se degrada durante o dia, num ritmo de 24 horas (ritmo circadiano, vem de circan dien, cerca de um dia). Para chegar ao núcleo a proteína PER se liga a outra proteína de nome TIM, produzida pelo gene timeless (seu tempo), onde vão bloquear o gene período, inibindo mais produção da própria PER.
O relógio biológico está envolvido em diversos mecanismos fisiológicos dos seres vivos, incluindo os humanos e plantas. Vários genes são controlados por esse sistema. Os cientistas empregaram como modelos de estudo as moscas de fruta, por ter um curto período de vida.
A saúde, a qualidade de vida e bem estar das pessoas são afetados quando há um descompasso entre o ambiente externo e o nosso relógio biológico. Um bom exemplo é o fenômeno do “jet lag”, o mal estar causado nas grandes viagens, com vários fusos horários. Já há  estudos que mostram também o surgimento de várias doenças quando se combinam inversão do relógio biológico com um estilo de vida não saudável, com a aquisição dos chamados fatores de risco, a exemplo do sedentarismo, dos vícios, da obesidade e doenças como hipertensão arterial e diabetes.
Assim se explicam muitos de nossos fenômenos fisiológicos. Nossa hora de alimentar, de dormir, de acordar, de uma urgência fisiológica digestiva, intestinal, urinária. Até mesmo os momentos de um aconchego conjugal, de nosso amor e boas relações sociais. Quantas e quantas atividades nós fazemos de  dia ou de noite, porque se ajustam melhor ao nosso ritmo interno, ao nosso relógio natural.
Na era pós industrial o homem moderno teve que se submeter ao chamado tempo social, em detrimento do tempo da natureza ,regulado pela noite e dia, pelo sol e pela lua. O descompasso entre esse tempo biológico interno e o tempo social pode gerar sérios danos à saúde, inclusive o câncer, conforme o demonstram estudos pertinentes.
As primeiras evidencias dos ritmos circadianos vieram com o astrônomo francês Jean Jacques D’ortous de Mairan. Ele estudou as plantas do gênero mimosa ou dormideira, cujas folhas se fecham à noite e se abrem ao amanhecer. Mesmo quando isoladas no escuro por vários dias, elas continuam o mesmo ciclo, murcham durante o período noturno e abrem com o dia. Com isto fica demonstrado um controle genético interno como nos animais( biorritmo).
Outro cientista que também contribuiu para a compreensão do biorritmo foi o americano Seymor Benzer(1921-2007) . Ele estudou o gene período na mosca drosófila. Este cientista só não conseguiu desvendar os mecanismos intrínsecos , agora desvendados pelos cientistas agraciados com o Nobel de Medicina 2017.
Muito se tira e se conclui de bom e de útil da compreensão dos mecanismos de nosso relógio biológico (biorritmo, ritmo circadiano). A cronobiologia, ramo da biologia que estuda esses fenômenos poderá contribuir sobremaneira no estudo dos ciclos sono e vigília, na variabilidade desses ritmos entre as espécies e mesmo as diferenças individuais dos humanos.
Quantas não são as pessoas por exemplo que adormecem mais cedo e levantam mais cedo, ou vice-versa?  Quantos indivíduos produzem melhor em determinado período do dia?  São  os chamados matutinos, vespertinos e até noturnos!
Tal conscientização caberia então às empresas, aos órgãos de Estado, às politicas de Educação e cultura, e ao próprio  ministério da educação, no sentido de seguir mais o ritmo da natureza, com inicio e términos de aulas seguindo os ditames e regras gerais do organismo humano, da natureza. 
Dentro dessas diretrizes, abolir em definitivo o estéril, nocivo e imbecil horário de verão, que se provou sem nenhum utilidade para economia. E ainda que o fosse, continuaria uma imbecilidade por tantos danos e riscos que  traz à saúde e segurança das pessoas.
Ao que parece, pelas comunicações recentes,  o governo, finalmente, depois de três décadas dessa imposição, colocará um  final no malsinado e nocivo horário a partir de 2019. Tudo volta como dantes, seguindo os ditames e ciclos da natureza, do agora desvendado, em detalhes,  relógio biológico interno ou biorritmo. Ainda bem, antes tarde do que nunca. Viva a Ciência! Viva a Fisiologia ! Novembro/2017 

País e terra sem Leis...

DESCONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
João Joaquim  

Nos estertores do século XX, bem me lembram aqueles tempos, ninguém imaginava passar o que estamos passando no início do XXI . E tal atmosfera a considerar que ainda estamos nos albores da era digital. O certo é que padecemos de várias crises pelo mundo afora  e o Brasil está a integrar esse contexto.
Quando fazemos um retrospecto da história, constatamos que a humanidade sofreu as mais diversas crises. Foram dramas e tragédias de doenças, de guerra, de conflitos geopolíticos, naturais e sísmicas como terremotos e maremotos; torturas e massacres nas mãos de ditadores e déspotas, o sofrimento de negros como escravos; etc.
Quando se lembra dos regimes tirânicos, o bom seria que todos eles fossem apenas registros históricos. Como o foi nosso regime militar de 1964-1985. Lamentavelmente, em pleno século XXI ainda sobrevivem algumas formas de governo tirânico, caso de Cuba, Coréia do Norte e alguns países da Ásia e da África. Mais melancólico ainda é haver em nossa época o ressurgimento de um governo de exceção (ditatorial) como a Venezuela. Referido governante (Nicolás Maduro) obtem o penhor e aval de alguns países latinos que ainda são regimes tirânicos e outros com fachada de democracia, mas que na prática e em termos de liberdades individuais comportam em mesmo grau ou pior do que o tal do bolivarianismo ( injustiça com Simon Bolívar),   do falecido Hugo Chaves.
Quando o partido dos trabalhadores(PT) assumiu a presidência do Brasil em 2002, independentemente de simpatia ou filiação partidária, todos almejavam que o país tivesse o salto de prosperidade em todas as searas sociais. Afinal, o dirigente-mor da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, já era homem calejado na vida, como ex metalúrgico e ex perseguido da ditadura militar.
Nos seus primeiros quatro anos de mandato, houve de fato progresso, muitos programas beneficentes e avanços sociais. Mas, foram só essas conquistas. Um governante não governa sozinho. E do tal fisiologismo e balcão de negócios nenhum bom ou mau político escapa. Foi então nos termos e cláusulas dessa política suja e podre que surgiu o maior esquema de corrupção, subornos e desvios de dinheiro dos cofres das estatais. Estamos a falar do Mensalão e outros mensalinhos da corrupção.  Era assim que funcionava o congresso. Ou melhor , é assim que funciona. Muitos  de seus membros se tornam venais, corruptos e corruptores.
O resultado é que o país foi jogado na pior crise de sua história. De sorte que no estágio em que nos encontramos ninguém dos poderes se salva de algum “benefício” ou participação no maior esquema criminoso do mundo. Assim o afirmam todas as autoridades integrantes da polícia federal, do ministério público e do judiciário. A quadrilha do maior esquema de corrupção do Brasil e do mundo iniciou no governo do presidente Lula em 2005. Mesmo com vários condenados,  a roubalheira, suborno e fraudes se perpetuaram por anos a fio. Mais que isso, todos os próceres e lideres do PT fizeram escola e um vasto discipulado porque depois vieram outras camarilhas e cartéis que dilapidaram muitas estatais como a Petrobras e suas subsidiárias de fabricação e comércio de petróleo e combustíveis. Até a Eletrobras e DNDES entraram nesse imbróglio.
A par da crise econômica e de recessão em que o país foi jogado vieram outras de igual gravidade. Citam-se aqui as crises política e de credibilidade. Tem sido de aceite consensual que nossa nação nunca esteve em tão alto descrédito com o que se tem de momento. Com tal cenário que se perpetua por anos é natural que outras crises surjam como no turismo, no investimento de capital estrangeiro etc; e o país mergulhando cada vez mais nesse lodaçal de governabilidade , de descrédito interno e externo a perder de vista. 
Não esquecendo que internamente temos crises na saúde, na educação, na segurança, nos sistemas de transporte, entre outros. E o que torna mais gravosas referidas crises é imaginar que até as instituições públicas estão ameaçadas de crises. Basta refletir a seguinte situação. Os poderes Executivo e Legislativo já estão espandongados e em frangalhos de tantas traficâncias e descrédito.
Agora se até  Judiciário e ministério público perdem crédito e o seu múnus público, aqui neste estágio estamos todos perdidos. Nos resta então mudarmos para a lua, porque para os “States” do Trump, de tanta trapalhada internacional,  é que não vou!. Ele já pensou em uma muralha separando o México. E o que ele mais quer, com ou sem razão, é barrar a entrada de outros imigrantes. Marte, Marte, será que daria para morar nesse longínquo planeta. Não, não , lá faltam agua potável e oxigênio. Mesmo esfumaçada e com efeito estufa , a Terra ainda continua redonda e boa para morar.

CriminoCracia

O BRASIL REFÉM DA CRIMINOCRACIA

João Joaquim  
  
Viver! Eu sei que a alma chora/ E a vida é só dor ingrata! Pranto, que a não alivia/ Olhos, que a estão a verter/Sofra o coração, embora!/ Sofra! Mas viva! Mas bata/ Cheio, ao menos, da alegria / De viver, de viver-“(Raimundo Correia, poesias).  


Verte desconfiança toda a sociedade, como de resto o fazem todas as pessoas no significado do que seja justiça no Brasil. E assim o expressa cada segmento da sociedade civil organizada, ordeira e sensata; com base no que se repete em nosso país, com as instituições que criam as leis e com outras instituições que deveriam guardá-las, e aplicá-las de forma justa e equânime a todos os cidadãos dessa pátria amada. Organismos que  deveriam reverenciar o seu lábaro, que deveriam manter flamejante a sua simbólica flâmula.
Basta pensar no que é hoje o Estamento (estado, organização política e administrativa) chamado  República Federativa do Brasil, composto de 26 estados mais o Distrito Federal. Essa disciplina se faz às expensas de três poderes;  a saber  o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Diz a nossa constituição cidadã e democrática (assim a intitulou o falecido Ulisses Guimarães, um patrimônio ético e moral que se foi); definiu então a constituição  que o sistema político é representativo. Significa que cada poder representa o povo com suas necessidades, anseios e reivindicações.
Vamos por partes para entender como muita coisa não sai como deveria ser. Os representantes do Executivo e Legislativo são eleitos pelo povo. Ponto final. Está de acordo com nossa suprema Carta, a Constituição . De acordo com o espírito constitucional democrático. 
Ministros de Estado, integrantes do Judiciário são escolhidos pelo presidente da República. Portanto, em desacordo com o espírito cidadão da carta magna. E assim ocorrem  decisões em outros tribunais país afora e ministério público nas funções de promotores e procuradores. 
Com os conselheiros e integrantes dos tribunais de conta dos Estados (TCE) têm-se as mesmas práticas, cuja indicação fica a critério dos governadores. Só que esse critério é subjetivo do chefe do Executivo local, e nunca nos critérios dos anseios da justiça e do povo. Olha a discordância com o espírito democrático. Cada governante indicará quem lhe vai favorecer em questões e questiúnculas pessoais. Não importa o tamanho da demanda.
No funcionamento político-administrativo tudo vai operando de forma canhestra e tortuosa. Cada poder acha que pode tudo, mas nunca em prol do povo, mas sim de seus integrantes. É a situação do chefe de Estado aqui no Brasil. Qual deveria ser o seu lema de ordem? “Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”. No caso concreto brasileiro há uma inversão desse postulado constitucional, com essa alocução: todo poder emana de mim mesmo e em meu nome será exercido.
Nesse espírito valem os expedientes e meios os mais daninhos e inescrupulosos  possíveis. Nesse cardápio têm-se por exemplo decretos, medidas provisórias, verbas orçamentárias para aliados e apaniguados, privilégios, imunidade e tantas outras amenidades para os integrantes paladinos. Que poder é esse exercido em nome do povo, se tanta gente passa por privações e muitos desatinos??  Muitos morrem à mingua de saneamento básico, de cuidados médicos básicos, de alimentação e moradias básicas. Enfim os básicos dos básicos sequer são atendidos a contento.
A situação simbólica da vez é o Estado do Rio de Janeiro. Bem o expressou o ministro da justiça Torquato Jardim. Há poucos dias ele afirmou em alto e bom som que as máximas autoridades daquele Estado têm  conexões com o crime organizado. Houve algumas trocas retóricas e nada mais. Os dois lados silenciaram. Quem cala consente!
Veja se não soou arrazoado o veredito do ministro Torquato. O ex governador Sérgio Cabral encontra-se preso pelos crimes cometidos, se houver justiça ele ficará trancafiado até o fim da vida ou do mundo, o que acontecer primeiro. O atual governador  Luiz Fernando Pezão (ele calça 48) anda chafurdado em denúncias conforme oitivas de ex aliados. Os ex governadores Garotinho e Rosinha Garotinho estão presos; a ex primeira dama Adriana Ancelmo ( mulher de Sérgio Cabral)idem.
Todos os integrantes do TCE do Estado fluminense são suspeitos e acusados pelo Ministério Público Federal de envolvimento com o crime organizado ( olha que título, e o Estado desarrumado). Parece que se salvou um membro feminino. Viva a mulher!  Quase todos ,então, foram afastados do órgão sob acusações de corrupção. Imagine a que condição melancólica se desaguou um tribunal que deveria fiscalizar o executivo e o legislativo. De guardião da leis ele se tornou fiscalizado da lei e da polícia federal.
O presidente da assembleia legislativa, deputado Jorge Picciani e aliados próximos, Paulo Melo e Edson Albertassi ( deputados  do PMDB do RJ) estão sendo acusados e processados por corrupção e lavagem de dinheiro. Se não formaram uma quadrilha, sejamos justo, fizeram um trio, ou  trião, porque são três, os cabeças do esquema.  Chegaram a ser presos durante um dia por ordem da justiça federal. Foram soltos em seguida  por ordem dos próprios colegas deputados que assim deliberaram em sessão extra para tal finalidade. É o que estampam e relatam as manchetes de todos os jornais locais e nacionais. O Estado do Rio de Janeiro, que de geografia continua lindo, agora está em condição falimentar e deplorável. Em tempo, o trio da assembleia (Alerj) foi novamente preso por ordem do Tribunal Regional Federal - TRF2 do Rio de Janeiro, justiça se refez. Até quando ? Veremos .
Assim como alegações finais, tem razão a sociedade, tem razão cada cidadão em não acreditar nas instituições, sobretudo aquelas que fiscalizam, guardam e aplicam as leis. Em especial o código penal que parece funcionar muito bem  para os mais pobres e o civil em proteger os ricos e poderosos, em garantir-lhe os patrimônios roubados do Erário, dos saques aos  cofres públicos;  dinheiro do país, de todos, do povo. Bem o disse a procuradora geral da República, Raquel Dodge,  que o Rio de Janeiro se tornou uma terra sem lei. Pelo andar do andor , o Brasil corre o mesmo risco.   Novembro/2017.

parentes repelentes

O QUE HÁ DE PARENTES E REPELENTES PARASITAS ATÉ DEUS DUVIDA

João Joaquim  


Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...