quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

MULHERES Construtivas

 

MULHERES QUE FIZERAM A DIFERENÇA

João Joaquim 

Nossas vidas, imagine essas pessoas, Elizabeth, Donaldo. O que elas podem ter em comum. Nada melhor para entendermos as relações humanas, mergulhando em suas histórias, suas biografias, por onde passaram essas pessoas. Não levar em conta seu status social, seus projetos de vida, como foram seu processo educacional, em que ambiente familiar viveram de como eram os hábitos de seus pais; todo o seu entorno social, as influências, os laços, o contagio com o que nos trazem outras pessoas.

Os estudiosos, os geneticistas, os cientistas do genoma humano. O que dizem eles? Eles têm o seu lugar, o seu peso. Todos os viventes são constituídos dessas magníficas partículas, desses admiráveis códigos dos quais ninguém escapa. Com uma ressalva das mais incontestáveis. O que o DNA, o que os cromossomas nos codificam, com poucas exceções pode ser remodelado quando a questão se refere ao comportamento , ao caráter , ao estilo de viver, as motivações desse e aquele ato, dessa conduta; seja ela condizente com as aceitações e padrões do bem e do mal..

Instigante e envolvente são ao estudar o comportamento, o caráter das pessoas, seus expedientes, seus mecanismos de existir no mundo, seu estar no mundo. A busca a todo custo para se mostrar a normalidade; ainda que essas balizas sejam as fora da maioria das pessoas, do que seja como um imperativo categoria de relação profícua e benfazeja, onde inseridas e convividas essas pessoas.

Em estou degustando o que foram duas eximias escritoras formidáveis e medonhas que foram as britânicas Virgínia Woolf (1882-1941) e Jane Austen (1775-1813). Duas mulheres admiráveis, muito além de seus tempos, com visões e registros atemporais.  Austen, escreveu e dissertou muito sobre o papel da mulher, o que representava para a sociedade, e como ela considerava o amor, as relações afetivas, os recônditos ou explícitos mesmo sobre essa relação a dois.

 Austen escrevia sobre mulheres e sobre gerações. E escolhia como protagonistas jovens que precisavam abrir caminho ante tudo isso. Destes jovens, ela se ocupou mais das mulheres, criaturas sem qualquer poder ou destinação que não o casamento; muitas vezes, prisioneiras da ignorância, da vida sem perspectiva ou ilusões, assombradas pela decrepitude física (antes dos 30 anos, naqueles tempos) e pela dependência econômica. Jane Austen colocava o amor como uma questão importante, mas o via por meio de um caleidoscópio, pois ninguém ama ou é amado romanescamente, sempre há um motivo no subterrâneo. O difícil relacionamento amoroso com a família na fase adulta é, para a autora, um tema tão forte quanto à busca de um amor companheiro para construir um novo núcleo familiar. Ah Jane Austen. Fico a imaginar se Machado de Assis a leu, entre seus autores. Ou quem sabe, por metempsicose, ela teve contato com o espirito e alma de nosso Bruxo do Cosme Velho.  Muito parecido em algumas criações.

Na abertura de primeiras impressões ou Pride and Prejudice disse ela :É verdade universalmente admitida que um homem solteiro, possuidor de boa fortuna, deve estar precisando de uma esposa”. (JANE AUSTEN). Essa famosa frase de abertura do livro Orgulho e Preconceito de Jane Austen indica o tom sardônico que a autora usará durante todo o romance.

Ambas autoras, Virginia Woolf, e Austen, quanto atualidade, vemos nessas prolíficas e caleidoscópicas autoras, com os arranjos, com as relações conjugais de hoje. Passadas dois séculos de Austen, quantas não são as estatísticas que vemos hoje, pactos, nos convênios e aparências  conjugais, buscadas, e mesmerizadas pelas mulheres, nada mudou, Jane. Você sobrevive com suas análises certeiras, pertinentes, bem acertadas, ainda hoje.

SEM SENTIDO

 

O ABSURDISMO DE NOSSAS VIDAS

João Joaquim  

 Dentro das disciplinas de Humanas, Filosofia, de Psicologia se estuda o mito de Sísifo. Muito interessante.  Mitologia Grega é rica nesses símbolos, nesses mitos que não são mentiras pelos ensinamentos que eles nos traduzem, pelas alegorias, pelas analogias quando trazidos para as relações humanas, para a vida das pessoas. Afinal eles não são de geração espontânea, são frutos de mentes luminosas, de pensadores de alto quilate. De homens que usavam e muito a massa cinzenta e o córtex cerebral. Idos tempos, quando os humanos eram mais humanos.

Sísifo foi um baita personagem, foi um deus menor que algumas versões dizem que era de um escalão inferior, um mortal entre os homens de Tessália, futura Corinto. Ele foi punido simplesmente devido uma fofoca. Segundo conta o mito, Júpiter ou Zeus, não importa qual destes, sequestrou Egina, filha de Asopo, deus dos rios. Este pai ficou atormentado pelo sumiço da filha. Sísifo, tido como astuto, ardiloso e muito esperto, conta para Asopo, o sequestro da filha, delatando quem? O deus maior e todo poderoso Zeus.

Sísifo então é condenado a morte, que lá na Hades, inferno, é tanatos. Funciona então a astúcia e malícia de Sísifo. Ele prende tanatos (a morte). O inferno passa a não ter mais mortos. Outro deus entra em açao, Ares. Que liberta tanatos.... corre os fatos e eis que Sísifo é duramente castigado por Zeus. Ele é condenado a rolar uma pedra (uma rocha) até o cume de uma montanha. Lá chegando essa rocha despencava até ao sopé da montanha, e o trabalho retoma. Assim, incessantemente, eternamente. Triste, não? Trabalho de Sísifo. Um moto-continuo, um eterno retorno ao mesmo duro, duríssimo trabalho, sem resultados, sem lucro, sem corolários construtivos para sua vida. Olha as teses de Nietzsche também entrando em açao= eterno retorno.

Existe um outro autor, escritor e filósofo magnifico, Albert Camus (1913-1960), de origem franco-argelina, ele é o autor da obra o Mito de Sísifo. Neste pequeno, mas não menos simbólico trabalho, Camus, fala do mito, do absurdo da vida, do não significado da vida, do ângulo que ele, brilhantemente aborda. A temática central é esta, a vida, a o absurdo e falta de sentido e o suicídio. O suicídio pessoal, o filosófico e o político. O enredo não é laudatório sobre o auto extermínio. Ao contrário, ele estimula a que o indivíduo enfrente, proteste contra os absurdos da vida.  

Ao se analisar os cenários das vidas comezinhas, ordinárias das pessoas, podemos muito propositalmente fazer várias alegorias do quanto a vida dessas milhares de pessoas se enquadram no estilo de vida a que se entregou compulsoriamente a personagem Sísifo. Para não estender tanto os exemplos citemos três, bem repetitivos a que se entregam e se naturalizam os homens e mulheres nas suas veleidades pessoas até ditas de  boa vontade.

Nas relações conjugais. Muitos são os casamentos que atingem o estágio tal que viram aquele ramerrame, aquele reco-reco, aquele tom monocórdico, aquela salmodia. Levantar, trabalhar quando trabalha, no mesmo diapasão, voltar para casa, adotar os mesmos hábitos de comer, comer, comer, dormir, levantar de novo, a mesma montanha, a mesma pedra que rola, etc.

A convivência com os bichos e animais de estimação. Aqueles irracionais de pequeno porte, que são presos ou prisioneiros, os privados de seus instintos de liberdade, presos em apertados apartamentos, que andam poucos metros contidos em coleiros, sofrem transtornos geral de ansiedade diária, que são torturados pelo estresse como prisioneiros.  Que ao fim e termo das finalidades das coisas, não tem nenhuma utilidade. Como se todos os dias cada pessoa rolasse uma pedra montanha acima, despencasse, subisse de novo, de novo, de novo, de novo. Inutilidade absoluta.

Terceiro modelo de inutilidade na vida social das pessoas. As tão rebarbativas, ativas e repetitivas frivolidades e mediocridade das Redes Sociais. Todo dia, os mesmos posts, as mesmas fotos, as mesmas fofocas, as abobrinhas, as mesmas platitudes, os mesmos xingamentos, as mesmas despudoradas e impudicas exposições, as fotos das comidas, dos pratos, dos turismos, dos truísmos, das boçalidades, do vazio absoluto em se falando de acréscimos construtivos, de formação e cultura das pessoas. Sísifo no mais alto grau.

PAN-TA-lógico

 

NOSSOS HÁBITOS PANTAGRUÉLICOS

João Joaquim  

Nesta suave digressão, o intento é fazer algumas reflexões sobre o hábito useiro e vezeiro de se alimentar, ganhar peso em função desses excessos autofágicos, e de assim, engrossar a tão nociva, mórbida, devastadora, limitadora, discriminadora e multipatológica indexação de massa corporal. Termo, digamos mais polido e politicamente correto.

Em cada data festiva, em cada festa comemorativa, seja de data aniversária, natal, páscoa, casamento; ou até mesmo em um mero rega-bofe gracioso, nós da área de humanas, de saúde – médicos, psicólogos, nutrólogos, nutricionistas- temos como que um laboratório ao vivo, em cores, de forma empírica para analisar este tão costumeiro hábito das pessoas de se alimentar. Comer é preciso. Afinal, através do gesto de se comer, de se ingerir os nutrientes de que nosso organismo carece, de que depende para funcionar, é através de gesto simples e ordinário de comer, que todos os organismos vivos se perpetuam, proliferam, crescem e preservam a espécie. Só que deveria ter limites. A exemplo da ingestão da água pura. Ninguém bebe água a mais, uma vez tendo saciado a sede.

Nosso organismo, embora de simples entendimento, mas vale para justificar o artigo, necessita de todos as substâncias que de algum modo lhe representem um substrato para todos os fenômenos metabólicos, para sua fisiologia, para sua renovação celular, para a síntese de tantas substâncias e hormônios para o pleno e saudável funcionamento de cada órgão, cada tecido.

Entretanto, cada um desses nutrientes, desses substratos nutritivos ou nutracêuticos guardam os limites de que nossos órgãos, nossos tecidos, nossas células tanto precisam. Para tanto vamos aqui fazer uma análise com um motor e seu combustível, seja gasolina ou etanol. Se eu exceder na oferta desse combustível para aquele motor, por uma questão de funcionamento, digamos da chamada bomba injetora, esse motor irá “engasgar “, não funcionar a contento. Ou até se esse combustível estiver adulterado, sofrer danos internos. A analogia visa compreender a importância, do quantum, da dosimetria exigida para que os nossos órgãos funcionem de forma harmônica e fisiológica.

E assim, chegamos ao ponto nevrálgico das razões de um indivíduo ingerir excessos alimentares, a ponto de muita vez atingir um estado de toxidez, perturbações digestivas, como cólica biliar, dor pancreática, diarreia alimentar e até morte por esses descomedimentos e insensatezes no tão necessário hábito alimentar. Estão aqui citados alguns estados agudos dessas desbragadas e pantagruélicas orgias no vezeiro gesto de comer.

Os grandes danos desse pecado capital ( gula NOS seus variados graus) virão de forma sub-reptícia,  insidiosamente, cronicamente, de efeitos muita vez irreversíveis. São os sintomas e sinais no espectro danoso, nocivo dos variados graus de obesidade, ou sobrepeso, ou índice de massa corporal alto; como eufemisticamente referido pelas pessoas e sociedades médicas, para não adicionar os chavões preconceituosos que traz os termos gordos e obesos.

Em conclusão, as razões de uma pessoa ingerir tanta comida, além do fisiológico nutricional para cada organismo, são várias. Entre essas, um lenitivo para os transtornos de ansiedade, um alívio e compensação transitória para o estresse diário de diversas naturezas, uma forma repetida e opção única de prazer gustativo , como se outro prazer e felicidade na vida não houvessem; uma forma quase orgástica gustativa no gesto automático de comer; um gesto puro e simples do efeito manada, a pessoa come seguindo as outras do grupo inicial e incitativo. Basta ter em conta que somos animais de rebanho, imitamos e seguimos um membro alfa, um grupo, por efeito mimético e de obediência ao outro. Simples de entender, como o fazem membros de animais de outras espécies.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...