sexta-feira, 31 de julho de 2020

Finalidade cada um

NINGUÉM PODE EXISTIR COMO UMA VACA OU CADELA  

Joao Joaquim 

O presente artigo tratará de Filosofia. Mas será uma abordagem prática, sucinta e de fácil compreensão.
Para esta pequena abordagem busco falar não o que penso, simplesmente, como aficionado ao conhecimento filosófico  e sim, o que expressaram grandes pensadores. O próprio verbete filosofia. Quem o cunhou ou o verbalizou pela primeira vez foi o grego Pitágoras que ao ser intitulado como grande sábio e pensador respondeu: eu não sou sábio, sou apenas um amigo(filo) da sabedoria(sofia), daí o nome Filosofia.
Inicialmente falo de Jean Paul Sartre. Grande pensador do existencialismo e com uma característica : ele é de fácil compreensão . Suas obras mais parecem romances, como o Ser e o Nada e a Idade da Razão. Valem a pena de ser lidas essas obras, até pela beleza literária.
Sobre a Filosofia existencialista existem algumas ideias magistrais do Sartre. Uma afirmação dele foi a de que o “ homem está condenado à liberdade”. Noutras palavras, o homem tem a sua livre escolha, num sentido idêntico ao do livre-arbítrio defendido por Santo Agostinho, grande filósofo da Igreja Católica . Mas, são Filosofias distintas.
A teoria do indivíduo  estar condenado ou predestinado à liberdade ,`a livre iniciativa e decisão está bem expressa no livro “Idade da Razão”.
Sobre o existencialismo basta tomar como pensamento a frase “ A existência precede a essência “. Vamos aqui simplificar essa tese sartreana. O que ela expressa é que ninguém nasce pronto em se tratando do gênero humano. Significa que cada pessoa a partir de sua existência, do seu colocar no mundo, ela tem um desiderato, ela deve buscar este objetivo maior, bem além de sua simples , tacanha , ordinária e modesta existência. O existir , o simples estar no mundo , no meio social, entre os outros se equipara a qualquer  outro animal, outro ser vegetal ou material, mineral, substancial.
Se tomarmos por exemplo uma vaca, uma cadela, uma galinha, uma cabra. São animais que nascem e só existem. Nascem e morrem como tal, não ascendem a um outro objetivo maior.
Quando consideramos o gênero humano, imaginemos ele como tendo uma dignidade, esse atributo maior, a sua essência deve ser buscada. A essência secundando a existência.
O próprio atributo dignidade constitui em uma característica exclusiva, distintiva e qualificadora da pessoa humana. Uma vaca, uma galinha, um porco, uma porca têm direitos dos animais. Preservando a espécie, não sofrendo maus tratos, mas não dignidade. Embora redundante, dignidade humana refere-se aos humanos
Outras características da essência humana são o exercício da razão , a inteligência diferenciada e a consciência da existência, da finitude, da mortalidade. Animais vivem o dia como único. Nós , os humanos ,vivemos o dia como último, porque temos certeza de nossa vulnerabilidade.
Outro baluarte da Literatura Fundamental Universal e também filósofo foi o franco-argelino Albert Camus . Dele temos a magnifica obra o “ Mito de Sísifo”. Esse lendário personagem foi condenado a rolar uma pedra até o topo de uma montanha e de lá essa pedra despencava sempre, novo subir, despencar e assim esse moto-contínuo.
Camus toma a existência humana como um absurdo, uma condição insensata , sem sentido. De fato imaginemos só : nascer, viver, lutar e morrer. Para ele soa absurdo a vida humana, disse ele:
“Antes a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora , ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado.”
Por fim aplicando as ideias dos dois pensadores aqui retratados, aplicando seus pensamentos e teorias ao mundo, ao entorno , à vidinha , ao estilo existencial de grande parcela das pessoas, o quanto essas criaturas, esses seres humanos não desgarram de sua mera e rotineira existência. Fica a sensação de que a vida dessas pessoas se resume àquela mesmice de quando colocou o pé no planeta. Dormir, acordar, espreguiçar, sentir algum tédio, algum arrufo ou amuo, comer, voltar para a cama e tudo recomeçar. Quando muito ir aos mesmos lugares públicos, puxar a corda de qualquer coisa... Sartre, existência; Camus, absurdo, e só.  “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe” – Oscar Wilde.

Projeto fracassado

O HOMEM COMO ANIMAL DEFECTÍVEL 
João Joaquim  

Ao caminhar pelas ruas, pelas praças, avenidas e parques das cidades não tenho como não pensar no estado civilizatório em que nos encontramos(sou parte da humanidade). Lá por meados do século XX, no período pós guerra, consolidada a Declaração Universal dos Direitos Humanos(1948), força e pacifico é dizer que esperasse o amadurecimento e evolução das qualidades e atributos do homem como um animal diferente e diferenciado, aprimorado, altamente evolutível, perfectível , nos quesitos civismo, civilidade, virtudes, responsabilidade e prodigalidade. Eram quesitos esperados mínimos do gênero humano como classificado que foi de animal superior, mais que isso, dotado de razão(racional) e de inteligência(criativo, sensível, perceptível).
E eis que então podem ser feitas muitas indagações, oitivas e dúvidas a esse respeito. Senão vejamos algumas, de forma sumária, são  evidências contraditórias.
O modelo das guerras, do extermínio e eliminação de pessoas -  Continuamos no mesmo estado de barbárie das grandes guerras. Não se lançam mais as bombas atômicas como se deu na 2ª guerra mundial. Mas, elas estão aí na mão de ditadores, de déspotas e democratas. As nações como EEUU, Coreia do Norte, China, Irã e Estado Islâmico, vivem em escaramuças verbais, ideológicas, politicas , tecnológicas e em repetidas bravatas, com insinuações de possibilidade do uso de misseis e armas nucleares( vide conflito ideológico e de segurança EEUU x Coreia do Norte).
Até aqui foi então mencionado o macrocosmo de nosso estado civilizatório, que parece regressivo: o confronto de grandes potências com o resto do mundo, de regimes pseudo-democráticos, socialistas ou tirânicos (ex EEUU x os outros).
Tornemos para o nosso microcosmo, o mundinho e entorno de cada um, onde podemos avaliar, nos espantar, nos assustar com os sinais e materialização da falta , da ausência e insuficiência de civilidade, irresponsabilidade, e desrespeito com a vida em sociedade.
Comecemos pela produção de lixo. Produzir lixo é normal para todo cidadão, é inerente à sobrevivência. A questão maior está no seu destino, onde se joga tudo de inaproveitável, os descartes. Com isto não se tem a proteção dos rios e mananciais aquíferos. Ninguém faz a coisa certa.
A posse e convivência com os ditos, benditos ou perros del inferno, os intitulados animais de estimação. O que se poderia afirmar, certificar e testemunhar a respeito desse moderno comportamento humano? Da convivência irresponsável, insalubre, nociva e de insegurança biológica com várias espécies de bichos? Sejam cães, gatos, aves, cobras e lagartos. Abrigados ou largados pelas vias públicas. O que se pode dizer a esse respeito? São casas, residências, os aposentos, os dormitórios dos proprietários, tudo infestado de odores fétidos, de excrementos, pelas salivas e  microrganismos carreados pelos animais. Os condomínios, as águas, os espaços públicos; tudo contaminado pelas toneladas de fezes e urinas dos bichos. Fica a grande, a irrespondível pergunta: Para que ter um bicho confinado, aprisionado em um apartamento, se não tem caça para ele caçar, se não tem nada para ele vigiar ou guardar?
Enfim, onde ficam a responsabilidade e a convivência pacífica e civilizada do homem moderno? Tá difícil.

mix de risco

UMA COMBINAÇÃO PERIGOSA 

João Joaquim  


O tabagismo e o alcoolismo são os dois vícios mais noviços à humanidade. São duas drogas(nicotina e etanol)licitas, legais e socialmente bem aceitas, e aqui vem as dúvidas desta aceitação social. Duas , entre outras, são as razões dessa tolerância pela sociedade em conviver com tabagistas e alcoólatras. Uma razão é que os danos à saúde causados por ambas não são imediatos. Outra razão é as pessoas ter no uso dessas substancias uma espécie de catalisador das relações sociais. Elas fazem um efeito de dinamizar a interação entre os interlocutores. Dentre esses efeitos podemos citar: redução do grau de inibição, melhora do humor, mais adaptação e resistência à ansiedade da vida moderna, com todos os seus apelos de aparência, de consumo, de competição, de beleza, etc.
O uso do cigarro faz parte da socialização das pessoas. Tome o comportamento de muitos adolescentes e jovens. Faixa etária essa, quando se inicia o vício. A adesão ao cigarro faz parte do ritual da conversão, do encontro e comemoração desse grupo de indivíduos. E aqui o álcool entra nessa combinação. A maioria das pessoas jovens adquire o duplo hábito: cigarros e bebidas alcoólicas, por uma influência do convívio com os já fumantes e etilistas, ditos sociais.
Em se tratando do alcoolismo. Diversos estudos mostram que uma das razões apontadas pelos adictos(alcoólatras) é a ingestão da bebida como uma substância psicoativa. Nesses termos basta citar que os efeitos neurais e psicológicos dependerão da susceptibilidade individual, da constituição fisiológica e das doses consumidas. DE modo geral, os efeitos do álcool são rápidos (início de açao), pouco duradouros mas de açao residual (ressaca do dia seguinte).
Inicialmente existe um bloqueio da inibição, vem uma imediata euforização, uma sensação de prazer e alegria. Em doses crescentes surge uma certa analgesia, sono, podendo chegar ao torpor, sonolência profunda e coma alcoólico  , como se fosse uma profunda hibernação.
O grande diferencial do álcool, se comparado ao cigarro(nicotina) é que ele traz muitos danos psíquicos, de comportamento, nas relações sociais, graves riscos de agressividade e acidentes. As estatísticas de violência, dos crimes contra a vida e de trânsito são mostras consistentes e robustas neste contexto. Aditados a todos esses efeitos agudos, existem as doenças crônicas provocadas pelo etilismo: neuropatias, encefalopatias, cirrose, pancreatites, AVCS, DEMÊNCIA E CÂNCER do sistema digestivo.
Como caso clinico e social vale o exemplo real. O sr Silva, já octogenário desde os seus albores da vida bebia, bebia e bebia. Somado ainda com vaca, mandioca, perus, frangos, linguiças, paios, mocotós, feijão trazido pelo Adão( feijoadão), adiposidades, lipídios nos seus ápices, intolerância a glicose, diabetes, arredio a ir ao médico.. Até que um dia, chegou-se ao limiar da resiliência orgânica. AVC, fratura disso, dano daquilo, hospital, sequelas. Veio das fraturas a fatura: rabugice, invalidez, um andrajo de homem. Estava ele, na verdade,  numa espécie de ensaio experimental, era só questão de tempo e pimba, não deu outra. O corolário não podia ser pior. Assim ocorre com os alcoólatras contumazes, aqueles que só funcionam sob efeito etílico.
E assim acontece com os josés, com os joões, com tantos humanos que só funcionam bem à base de álcool, e nesses termos são chefes de família ausentes, displicentes, que vivem com vestes ao estilo espandongado, com higiene precária, boca mal cuidado, fígado empedrado, até esses órgãos não aguentarem mais.
Outro caso bem encontradiço entre os apreciadores da boa manguaça. Sr. Eroco Nadágio, sob efeito de suas cachaças e licores é todo prosa, falante até pelos cotovelos. E tudo sem nexo e de pouco sexo. Uma vez ébrio o sr Eroco era capaz dos gestos e atitudes as mais bizarras e excêntricas; como excretar em qualquer lugar, expressar de modo chulo e grotesco, se chafurdar em comidas nos seus panelaços e caçarolas ainda sob fogo. E assim outros atos toscos e sem educação. Os conselhos e recomendações médicas eram palavras ao vento
Um dia o Sr Eroco teve uma AVC, teve o segundo, teve uma queda e fratura femoral. Foi o fim de alcoolismo. Sr Eroco, tornou-se mais do que antes um morto social. Uma vida vegetativa em total dependência de familiares e cuidadores. É o fim de muitos alcoólatras e adictos de outras tantas drogas ilícitas ou mesmo lícitas, aquelas como o álcool, a cigarro ou maconha, adquiridas legalmente ou nos mercados alternativos.

liberdade

 EU POSSO DIZER TUDO O QUE QUERO, MAS
João Joaquim  


Posso não concordar com nenhuma das palavras que disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las – Evelyn B Hall( e Voltaire).   
A política brasileira está em polvorosa, por duas razões inopinadas e inauditas. Uma, a epidemia da covid 19, a outra, a crise nas relações entre os três poderes- Executivo- Legislativo e Judiciário -. No meio de tanta nebulosidade e blábláblá , está em curso o julgamento das chamadas fake News. O Supremo Tribunal Federal(STF) será o juízo desse imbróglio que começou nas campanhas eletivas e  eleitoreiras de 2018, cujos dois antagonistas eram o PT e o PSOL, dos candidatos Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, sendo este o candidato eleito, atual presidente do Brasil.
Fake News nada mais são do que fofocas, mentiras, factoides e atribuições depreciativas com endereço e especificações precisas. Elas podem ser dirigidas às pessoas, órgãos e entidades. Muito se vem debatendo sobre a distinção do seja fake News, liberdade de expressão, de impressa e de opinião; e o que seja calúnia, injúria e difamação.
Tenho para mim, que nunca , no Brasil e no mundo se debateu tanto sobre essas questões tão sensíveis. Os   painéis, as oficinas, os simpósios , as lives têm esclarecido à exaustão as mateiras sobre uma coisa  e outra coisa. São advogados, jornalistas, juristas, cientistas políticos e os próprios políticos ; todos imersos, atentos na troca de conhecimentos e atualização.
Grosso modo, todos, sejam aqueles que opinam em artigos( como o aqui escrevente), jornalistas ou mesmo leitores e cidadãos(ãs) comuns devem distinguir uma questão  da outra. Entre tantas preleções e conceitos , dos mais qualificados e acreditados especialistas, podemos simplificar algumas ideias que valem para o cotidiano e ciência das pessoas.
Exemplo de fake News. Suponhamos que haja um anúncio falso na Internet. Que a droga tal é eficaz para a cura da covid 19. É falso porque até agora nenhum medicamento se provou tratar essa infecção. Outra fake: atribuir um feito a alguém, sendo que esse alguém não cometeu tal façanha. Essas têm sido as fakes mais frequentes nas comissões parlamentares mistas (cpim) sobre tais atividades de criar factoides, de atribuir fatos , feitos e expedientes a adversários políticos, a rivais , a desafetos.
Outra questão igualmente relevante, tem sido a apreciação e definição da liberdade de expressão.  Aqui torna-se emblemática uma citação do eminente jurista e ex ministro do STF Carlos Ayres Brito. “A liberdade de expressão é a maior expressão de liberdade”.
Características da chamada liberdade de expressão. O indivíduo pode dizer tudo o que quiser? Pode. Com uma condicionante: se ele exceder no que seja ético, verdadeiro e procedente, poderá ser arguido pelo alvo de suas expressões e ser até acionado judicialmente. Quando a pessoa no seu direito de dizer tudo o que pensa causar algum dano , agravo ou sofrimento psíquico e social a outra pessoa. Neste caso esse ofensor se resvala para outras questões que são a injúria, a calúnia e a difamação.
São condições intercambiáveis. O que fica claro nessas modalidades de referências nocivas e maliciosas é que elas necessariamente precisam de um alvo certo, o ofensor tem o endereço bem explícito. Enfim, a vítima ou entidade deve ter nome e sobrenome e não apenas uma sugestão, alguma insinuação ou aleivosia de forma vaga e genérica.
Quando não há  uma nominação objetiva ou subjetiva da calúnia ou difamação , aquele que expressa algum termo ou comentário  indireto poderá estar também cometendo um preconceito ou discriminação racial e para tais exageros ou despropósito de expressão , existe também previsão legal.
Foi isto. Bom registrar essas diferenças e nuances, em um mundo de tanta comunicação, de muitas futilidades, muita defraudação e tantas outras inadequações, em temas de comunicações , neste mundo midiático .

Neutrinos

 NEUTRALIDADE SOCIOLABORAL
JOAO Joaquim


Tenho na memória uma tese lida(mestrado) de uma universidade pública( Unifesp sic) em que o teor e conteúdo versa sobre a neutralidade sociolaboral (convívio social e produtividade, trabalho, etc.). E referido manuscrito serve-me agora para o presente artigo. Vem de muitas culturas, filosofias e doutrinas  a concepção de que o mundo, as coisas, os seres humanos e animais são regidos por uma dualidade, duas energias ou forças opostas, a exemplo do bem e do mal, da noite e do dia, do preto e do branco, do positivo e do negativo, da construção e destruição e assim por diante.
Tome-se o conhecimento da Física, onde no estudo do átomo existem os dois elementos próton -positivo e o eletron – negativo. Eles têm forças diametralmente opostas, (+) e (-). Há ainda no átomo o nêutron. Nem + nem -.
Outro bom exemplo temos no próprio corpo humano, o coração tem a chamada sístole(contração) e a diástole(relaxamento). A nossa pressão arterial é outro exemplo , ela  que se subdivide em máxima (sistólica ) e mínima(diastólica ). Falar nela, o ideal de normal é 12/8 ou 120/80 mmhg.
E assim, poderíamos citar um sem-número de outras situações da dualidade, dos contrários que regem o cosmo, os seres vivos e inanimados.
Nesse sentido vale mencionar o ensinamento contido no Taoismo( tao = caminho) desenvolvido por Lao-Tsé, filósofo e religioso chinês. Ali , temos o  princípio do Yin-Yang. O Yang corresponde ao masculino, quente, forte, celestial e luminoso; em contraponto ao Yin, feminino, passivo, frio, obscuro, terrestre. Enfim, o forte versus o fraco ou passivo versus ativo.
Trazendo essas noções do conhecimento humano para a vida social das pessoas. Notadamente nesses tempos da chamada modernidade líquida (Teoria do filósofo polonês Zigmunt Bauman). E para tanto busco inclusive uma referência a uma recente pesquisa do IBGE sobre a juventude brasileira, onde houve um foco significativo a respeito da ocupação desse contingente de pessoas: o que eles fazem, deixam de fazer e suas preocupações com o futuro. Trata-se de um censo emblemático do que projetam esses jovens frente a tanta tecnologia da informação(TI) e informática. Das redes sociais, enfim, que se tornaram a nova escola da nova modernidade. Ali tudo se aprende.
Fundamentado então em perguntas e respostas o IBGE classificou essas pessoas em: Nem, Nem. Ou seja, os que nem trabalham nem estudam. A pesquisa então foi mais refinada e entre esses dois grandes grupos encontrou-se um terceiro subgrupo: os que nem trabalham nem estudam nem interesse têm em ambas as iniciativas(atividades). Nada contra a Internet, as redes sociais, as mídias , da nova escola da modernidade líquida. Não foram criadas para tais fins, questão de desvios de finalidade, de utilidade, de construção de vidas.
Tendo em conta esses 3 grupos de pessoas (falando mais nos jovens de hoje) eis que podemos fazer essa alegoria das relações humanos com o trabalho, a produção, o construir alguma coisa, que papel cada um de per si representa para a sociedade, para o seu entorno social, para a família e para si mesmo.
Em paralelo com o átomo (entorno social), muitos são altamente positivos, construtivos e produtivos (os prótons) ; outros nada fazem, os nem nem, negativos( elétrons). Nada fazem, nada produzem, nada geram e alguns se tornam até delinquentes, uma carga negativa para as famílias, para o seu entorno social, para o Estado.
Temos ainda um terceiro grupo. Estes costumam nada fazerem de errados, são inclusive elogiados e protegidos pelos pais, que assim os criaram. Nada fazem de errado. Verdade absoluta. Mas, de positivos também nada produzem, são os neutrinos, os neutros, não fedem nem cheiram.
Reitero as características dos portadores de neutralidade sociolaboral = Eles não fazem nada de negativo, não usam drogas, não são alcoólatras compulsivos, não se envolvem em nenhum delito ou ilicitude. Verdade mesmo. Perguntados sobre o que fazem na vida de bom para a família, para alguma ONG ou voluntariado, também nada fazem. Não trabalham, não estudam, nem têm interesse em ambas as iniciativas de mudanças do status quo. Não fedem nem cheiram. São os neutrinos, ou neutros sociolaborais. Com a palavra o nosso glorioso IBGE, e as tão rebarbativas, intituladas “redes sociais”, as diversas formas de mídias de entretenimento e lazer... É isto aí. Parodiando Rousseau “ Todo homem nasce bom, a Internet e  as Redes sociais é que o transformam e educam”.

Leso-povo

FALTA DE EMPATIA E CRIME DE LESA-HUMANIDADE

Joao Joaquim

Uma das sentenças hipocráticas, prescreve ser obrigação do médico tratar quando possível e cuidar sempre. No estágio terminal da doença, a relação médico/paciente ganha importância maior para a bioética, uma vez que nessa fase a relação se abala diante de questões que levam o médico a concluir que sua atuação em relação ao paciente já não é mais necessária. Se tudo já foi feito, então, o que fazer? O que deve ser mudado? Baseando-se nos princípios da bioética (autonomia, beneficência e justiça), os direitos do paciente e seus familiares diretos de saber a verdade, de dialogar, de decidir e de não sofrer inutilmente devem ser respeitados, principalmente na fase terminal, e ao médico cabe o cuidado desse paciente, uma vez que já não é possível tratá-lo.
A visão do paciente como pessoa é a base ética da relação médico-paciente. Uma situação grave, irreversível, intratável, evidencia a essência ética dessa relação, ou seja, os fundamentos éticos dessa relação evitam que o objetivismo clínico se transforme em desafio terapêutico. A visão realista da doença e uma clara consciência do valor e da dignidade da vida resultam em apreciação justa de todos os componentes da situação terminal e reforçam que, quando o tratamento clínico atingiu o limite da possibilidade, o sentido ético da relação médico/paciente deve prevalecer.
A generosidade, o humanismo, a solidariedade; mais do que estes sentimentos, o sentimento chamado empatia, sentido e externado por médicos e paramédicos, nunca esteve tão presente, nesses tempo da pandemia da covid 19. Doença altamente contagiosa, sem tratamento etiológico, sem soros e vacinas, sem nenhum medicamento provado cientificamente, não  viricida(antibiótico antiviral). Os boletins diários mostram o quão grave e sofrível tem sido a infecção para as vítimas e familiares e para os profissionais da saúde, os médicos e enfermeiros, em especial.
As cenas nos hospitais, nas UPAS, nos prontos-socorros, nas UTIs são de tocar os corações das pessoas que estão de fora desses cenários. Agora imagine os que estão prestando essa assistência direta, esses chamados suportes de vida, considerando então o mais gravoso, plangente e contristador, dos casos que evoluem para óbito. São circunstâncias de tocar os nossos corações. E nesse sentido é  que o tema merece essa particular reflexão, como se segue.
Diante de uma realidade tão grave como essa pandemia, imagino que todos, qualquer  pessoa, indistintamente, deveria nessa hora se contagiar não do vírus, mas dos sentimentos acima expressos: generosidade e solidariedade, mas acima de tudo de EMPATIA pelo outro, de preferência, pelo outro doente ou  ainda não atingido  pela doença, vulnerável, como eu , como você, como qualquer  um.
Para entendermos melhor o que seja empatia, vamos buscar a origem e significado do termo. Advêm do grego:  em + pathos, que numa tradução prática seria = entrar(em) no sentimento(pathos) do outro. Seria equivalente a me identificar com as emoções, os sentimentos de outra pessoa. No caso de uma doença, seria eu me supor no lugar do paciente, do tipo e “se fosse comigo”? A partir dessas conexões cognitivas e psíquicas interpessoais eu passaria a adotar atitudes, expressões, ações, iniciativas para amparar, mitigar, ou curar essa pessoa doente, sofredora, com privações, dessa causa de todos os seus sofrimentos e ameaças à sua integridade emocional e física.
Estamos aqui então a refletir sobre essa devastadora, terrível e contagiosa doença chamada covid 19. Ainda sem tratamento vacinal ou curativo. Já se sabe que os graus de acometimento das pessoas são variados, podendo ir desde o indivíduo  assintomático , apenas portador do vírus( como um vírus de hepatites, hiv), passando por casos leves, moderados e gravíssimos, com sequelas, debilitação extrema , com cerca de 5% de mortalidade em que pese adoção de todas as medidas de oxigenioterapia, ventilação mecânica e suporte cardiocirculatório. Por ora, todos devem não esperar milagres de hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, dexametasona, vitaminas, vitamina D, e outras panaceias, sem nenhum fundamento médico e cientifico.
Em se falando de Brasil , vimos assistindo aos maiores disparates, aos absolutos desleixos, esculachos e irresponsabilidade de grandes levas de pessoas que saem pelas ruas, sem máscaras, outras que as usam de forma ineficaz, pessoas que não adotam as medidas higiênicas corretas, gente que se aglomeram sem proteção, gente que saem às ruas e voltam como se nada estive ocorrendo de doença ao seu redor, colocando em risco de doença e morte os seus familiares e outras pessoas dos contatos sociais. Essas pessoas são, no mínimo, desalmadas, desrespeitosas com os outros, desumanas consigo mesmas e o pior:  com o seu próximo, com os seus entes queridos, filhos, esposas, pais, avós.
E aqui não estamos a falar apenas de gente comum, de cidadãos populares, de gente humilde e trabalhadora. Estamos assistindo a cenas de gente doutora, de pessoas graúdas, intituladas de formação superior, de gente esclarecida e muito antenada com todas as mídias, todos os noticiários jornalísticos, de saúde e científicos. Não ficam apenas nesses grupos aqui nomeados, nossa estranheza e perplexidade, porque além do grande rebanho de brasileiros acima apontando , vimos desde o inicio da pandemia, assistindo autoridades palacianas, ministros, governadores e para nosso desencanto e tristeza, o próprio presidente Jair Bolsonaro, negando a gravidade da doença, desdenhado dos crescentes casos de mortos, conforme boletim diário de Ministério da Saúde. 
Para resumo de nosso pasmo e protestos , todas essas pessoas, estão cometendo um crime, o crime de lesa-humanidade. Pelo absoluto desprezo pela saúde, pela vida , pela  dignidade e amor ao próximo. Só isso. E por falar nisso, até o próprio presidente foi acometido pela covid 19. Desejamos a ele pronta e plena recuperação. Talvez agora se sensibilize de vez com o que vivem as milhares de famílias dos doentes e mortos por essa inaudita e repulsiva peste ou praga, de nome sem vida, sem medo, sem coração, a tal da  covid 19.  Julho/2020

Vagas e nauseas...

DOS VAGABUNDOS E NAUSEABUNDOS 

Joao Joaquim

A política também é cultura. Um bom exemplo tem sido até a criação ou ressuscitação de muitos vocábulos, antes desconhecido. Vejam como exemplos as palavras fake News( anglicanismo) e pós verdade(factoides, verdades distorcidas, exageradas). Pode também trazer à baila termos, verbetes muito empregados pela plebe, pelo vulgo.
Foi o que vastamente noticiou a imprensa doméstica e estrangeira sobre um auxiliar do governo em ter se referido aos ministros do Supremo Tribunal Federal(STF) como vagabundos e como tais que eles deveriam ser presos, como outros vagabundos.
Portanto , eis aqui a palavra, vagabundo. Ela pode ser empregada como adjetivo ou substantivo, com o significado de andarilho, errante, ocioso, desocupado, indivíduo  reles, sem-valor.
Da origem do termo . Ela vem do Latim VAGABUNDUS, “pessoa que anda sem destino”, de VAGARE, “errar, andar ao léu”, mais o sufixo -BUNDUS, “propenso a, cheio de”.
Prestemos atenção a esta outra palavra, abundância . Abundância vem do Latim abundare, “recobrir, tapar, inundar”, de ab-“para fora”, mais undare, “erguer-se como uma onda”, de unda, “onda”. Abundar, então seria exagerar, sobejar, transbordar, sair do normal. Origens distintas ,portanto.
Muitas são as palavras, que tiveram origem em línguas ou dialetos africanos. É o caso do Idioma Quimbundo, por exemplo, de onde vem bunda, mbunda , bunda, nádegas, glúteos.
 Quando se ouve e expressa a palavra vagabundo, fica a impressão de ser ou tratar-se de um sujeito ( homem ou mulher) de vida vazia, nada produtivo, ocioso, desocupado, a vagar pela vida sem um objetivo, sem o que fazer. Mas, nem sempre o termo é usado, estritamente neste sentido, vejamos o que diz essa música, letra.
"MEU CORAÇÃO não se cansa / De ter esperança / De um dia ser tudo o que quer / Meu coração de criança / Não é só a lembrança / De um vulto feliz de mulher / Que passou por meu sonho sem dizer adeus / E fez dos olhos meus um chorar mais sem fim / Meu coração vagabundo / Quer guardar o mundo em mim."
Essa primorosa letra é da canção "Coração Vagabundo", que está no primeiro LP de Caetano Veloso.
Portanto, é bom que fiquemos bem atentos ao intento de quem chama o outro de vagabundo, porque nem sempre é o que parece a palavra. Muitas vezes, o interlocutor, quer imprimir ao termo um sentido bem diverso daquele que está expresso nos dicionários, como o revela esta linda letra e canção de nosso poeta e cantor Caetano Veloso.
E olha o que disse em um certo artigo o professor Pasquale Cipro Neto, na Folha São Paulo – sobre o sentido de vagabundo – “ Mas o vocábulo que melhor define a condição do brasileiro médio talvez seja "sitibundo", palavra de origem latina, que significa "cheio de sede", "sequioso", "sedento". O brasileiro médio é um sitibundo, não propriamente de água (embora a realidade de alguns seja exatamente essa), mas de algumas coisas que ainda lhe são inacessíveis.
Sitibundo de outra realidade, lá vou eu, furibundo com o nauseabundo e moribundo cotidiano desta triste e pobre nação. É isso”.
O certo e verídico é que nosso querido país se estava adormecido, tem sido acordado com tantas esquisitices, na Política, na Cultura, na Educação, nas relações dos poderes, no combate a epidemias, endemias, pandemias, que ao cabo e ao termo dos dias, está ficando é furibundo, atarantado e nos deixando a todos meditabundo e nauseabundo, de tantas maluquices, causadas pelos homens públicos. Homens que nem sempre trazem a exata noção da Coisa Pública( res publica), daí República.

(Des)governos

INGERÊNCIA E MANDONISMO DE GOVERNANTES
João Joaquim

“Me engana que eu gosto”. Trata-se de uma sarcástica e fina ironia. Porque ninguém em sã consciência gosta de ser enganado. Em nenhum cenário ou atividade de relações humanas gostamos de perfídia ou falsidade. Todavia, este adágio popular se aplica a e se encaixa ou ocorre perfeitamente à Política Brasileira. Neste sentido eu faço uma provocação a cada leitor e eleitor com mais lucidez, aqueles que acompanham o que os eleitos fazem, quando se compara com seus projetos, promessas, plataformas de trabalho, de governo, quando o candidato for eleito, se eleito. Não importa se presidente da República, governador de Estado e outros cargos políticos. 
Vamos aqui a um esboço da realidade brasileira. O bom e útil em qualquer questão tratada é quando se pode mostrar exemplos das cenas propostas, das questões aqui levantadas. E nesse sentido a seara ou plantio nacional está repleto de exemplos bem concretos. Daqueles homens públicos  e mulheres públicas (no sentido político e não impudico). Muitas são as pessoas que candidatam a cargos na administração de governos, prometem atuações que beiram a feitos heroicos. Uma vez eleitos, fazem exatamente o contrário. Ou seja, se enquadrando no adágio popular, do me engana que eu gosto.
Imaginemos aqui um candidato, em geral do sexo masculino. Trata-se de outra particularidade bem brasileira. Discriminação contra as mulheres? Talvez não! Uma mera preponderância do sujeito alfa, ao membro dominante em qualquer  grupo ou horda de  bichos, humanos ou animais.
E aqui abre-se até um colchete, tendo-se em conta o Instituto dos Direitos Humanos. Apregoa-se muito sobre a isonomia de gêneros. É permitir que a mulher exerça as mesmas funções do homem. E como tal tenha a mesma percepção salarial, de emolumentos e gratificações.
Todavia, pensemos, reflitamos de forma neutra, com absoluta isenção no que diz respeito ao reconhecimento de isonomia de cargos, funções e desempenho da mulher, comparada ao homem. Não que Ela tenha cognição, aptidão  e inteligência diferente ou inferior ao homem. Não se trata disso. O que fica patente e temente é imaginar uma mulher general, almirante, marechal no comando e na frente de uma guerra.
E assim, em outras funções menos relevantes e não menos importantes. Exemplos: mulher pedreira, torneira mecânica, mecânica de grandes máquinas, estivadora, etc. Soa meio incongruente, não estético, não tem o mesmo ornamento, não decora, não orna bem. A própria natureza faz essa distinção, através da anatomia, da fisiologia geral, do tamanho dos órgãos quando comparada ao sexo masculino.
Retomo então a questão fundamental. Temos então no período das chamadas prévias eleitorais, escolhido o candidato ao cargo eletivo. Vêm as propagandas eleitorais e eleitoreiras. Referido sujeito pode já ser um expert em atividade da vida pública ou um novato, um outsider na política.
Eis que então ele se acerca de uma récua de assessores, apoiadores e seguidores . E esse termo se aplica  em função da Internet e Redes Sociais. Com isso o cardápio   ou plataforma do candidato será turbinada.
É sabido  que as redes sociais têm milhões de visualizações e usuários. Pronto ! o sucesso da eleição desse sujeito está garantido. Principalmente se esse participante é um cara que contrarie os feitos e fatos dos governantes passados e aposentados na Política. É mais triunfante ainda se for um candidato radical, com expressões épicas, heroicas, comuns de outsider ao cargo pretendido, porque ele representa o novo, a solução final, a realização que os outros não foram.
Em sinopse: Esse pseudo-salvador da situação se elege ,é diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral, recebe um atributo que o diferencia de todos os outros brasileiros, a imunidade política. Ele pode quase tudo, e se bem combinado com chefes de outros poderes pode tudo e reforça seu escudo político.
Empossado no cargo, na cadeira de mandatário, então vai seguir os instintos felinos, mostrar as suas garras, a sua natureza, o seu caráter. Além da absoluta inépcia e inaptidão para o tão nobre cargo, esse graduado servidor público, legitimamente eleito pelo povo, tem outras dívidas a cumprir, feitas de quando era candidato. Basta lembrar das campanhas eleitorais, das promessas mirabolantes à la Odorico Paraguaçu , prefeito de Sucupira.
Lembremos todos que houve campanhas, propaganda política;  e esse candidato , agora eleito, prometeu mundos e fundos a josés , joões e raimundos. Ele foi apoiado pelos seus seguidores, companheiros e apoiadores. Muitos desses nada probos, nada honestos e corretos na vida privada , que agora quer embrulhar o público com o privado.
Conclusão: ingerência na administração pública, omissão, cumplicidade e conivência com os assessores e apaniguados, antes de eleito. Entre esses asseclas e apoiadores, filhos, parentes, contra-parentes, aderentes. Resultado final: desmando, mandonismo, ingerência de toda ordem, desvio de função de gerir a coisa pública, a República. E a  plebe que elegeu esse outsider na Política, continua mais plebe do que nunca, em meio a pestes, mazelas de toda ordem e epidemias de toda natureza. Arre! Que triste!

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...