segunda-feira, 28 de setembro de 2020

SE é Para Complicar...COM a gente mesmo

 

MEDALHA DE OURO PARA O Brasil NO RANKING DA BUROCRACIA

João Joaquim  

 

 

É de senso comum que o Brasil é um dos países onde mais há burocracia. Como exemplos de entraves na obtenção de um bem, de formalizar um documento, de uma solicitação qualquer basta lembrar quantas não são as pessoas que precisaram ir a um cartório reconhecer uma assinatura como sua, ou mesmo assinatura de terceiros. Até mesmo em prescrições médicas, às vezes, o beneficiário desse serviço precisa primeiro ir a um cartório e provar para a farmácia, drogaria, que aquela receita não é falsificada, que o carimbo de fato pertence àquele profissional, que aquele papel timbrado não foi adulterado ou impresso como fraude.

 

Diante dessas e tantas outras dificuldades, nas ocasiões que tive que enfrentar e ainda enfrento como obter documentos públicos ou privados eu adotei uma atitude de não mais reclamar. Quando muito pondero a esse atendente, a esse funcionário que me atende, que estou de acordo. E complementarmente acrescento a esse servidor que em se tratando de Brasil, torna-se compreensível, onde a desonestidade, o jeitinho torto e sinistro de se viver fazem parte da cultura e senso das pessoas.

Em outros termos, significa o que? Que se fôssemos majoritariamente constituídos de pessoas probas, justas, corretas e honestas em tudo, não haveria necessidade de tantas exigências para se provar que nós somos nós mesmos, os que estamos ali presencialmente, que aqueles documentos apresentados são  de fatos nossos, que não houve fraude, que aquela assinatura que subscrevo naquele papel é de fato a minha, e assim, similarmente em muitas outras circunstâncias da vida de cada um.

E em se tratando de burocracia há situações que soam hilárias, em que pese até meio fúnebres e trágicas. Um bom exemplo é o do herdeiro que estava tratando do espólio do pai e chega em um órgão público para dar seguimento à partilha dos bens. Esse agente que o atendeu pediu o atestado de óbito da pai. E ele então exibe o documento original, que datava de 2 anos, emitido pelo cartório de registro civil. E qual não foi seu espanto ao ser inquirido pelo órgão (ou esse atendente do protocolo) que voltasse ao cartório que emitiu aquele documento porque aquele estava vencido. Dois anos. Como se tal documento, tivesse uma data de validade. Imagine tal disparate burocrático. Seria como se uma cédula de 5 anos, 10 anos não tivesse mais valor.

Outra cena useira e vezeira de nossa malfadada burocracia é a seguinte:  o cidadão chega em um certo órgão de governo ou mesmo privado para obter um serviço, registrar um documento, apresentar um requerimento para determinado fim. Ali é recebido pelo funcionário atendente. O interessado preenche os seus dados, faz um cadastro, fornece todos os dados pessoais, RG, CPF, endereço. Alguns lugares exigem até para qual time o sujeito torce e qual religião ele professa. Feito todo esse histórico pessoal, ali na presença e visão do atendente ele assina os documentos, assinatura idêntica àquela nos documentos originais que são ali mesmo copiados pelo servidor. Findo toda essa etapa, esse servidor, com a mais natural aparência faz mais uma exigência, a de o requerente se dirigir ao cartório e fazer um reconhecimento oficial de sua assinatura. Agora, veja se não é de dar engulho e nó na garganta, se esse brasileiro não estivesse habituado a essas esdrúxulas burocracias! Só mesmo no Brasil.

E por fim um exemplo da esperteza, do jeito desonesto e de levar vantagem ou mesmo roubar dos mais incautos. Dia desses o retrovisor interno de um carro meu, oito meses de uso, quebrou de forma espontânea e caiu no meu colo. Sem nenhum trauma, nenhuma avaria no interior do carro.  Procurei a concessionária para o reparo ou reposição. Era  só recolocar a peça. Não é que o funcionário da loja, representante autorizada da fábrica do veículo cobrou quase ®$ 300,00 pelo serviço. Inconformado liguei na fábrica. Para minha surpresa e surpresa do atendente honesto da fábrica do automóvel, aquela peça não  poderia ter sido cobrada, porque estava na garantia. Enfim, como expressam nosso folclore e nossas expressões idiomáticas, são jabuticabas e jabutis peculiares de nossa Pindorama, que anda pegando fogo, atolada em corrupção e outras ingerências e (des)governança como nunca se viu, nessa nossa  pátria varonil .

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