ENEM para os políticos
EXAMES PRÉ ADMISSONAIS E PROVAS DE APTIDÃO PARA CANDIDATOS POLÍTICOS
João Joaquim
Falar e comentar sobre política no sentido de ciência é de fato uma
missão para especialistas, para administradores (vide taylorismo); enfim, para
os cientistas políticos. Por isso há essas cátedras nas universidades, uma
formação de nível superior. O modesto escriba que aqui opina sempre foi de
parecer (tese) de que todo administrador público, não importa o cargo, a
hierarquia, deveria ter uma formação compatível com a função exercida. Como
exemplos dessa formação técnica; gestão pública, administração ou mesmo
ciências políticas. Ou seja, não importaria se vereador, prefeito, deputado
estadual ou federal, governador ou presidente.
Do candidato a esses cargos eletivos tinham que ser exigidos, não só uma
formação específica, mas, um concurso. E nesse certame seletivo provas oral e
escrita por uma comissão isenta que avaliasse o sujeito (homem ou mulher) em
vários quesitos. A começar pelo curriculum vitae. Aliás, faz-se bem aqui um
adendo. O verbete candidato, já traz implícita a ideia de pureza, vem de
candura (candidura), alvura, transparência. E afinal com toda a razão, porque o
gestor público vai cuidar dos bens alheios, do povo, da comunidade, da
municipalidade, do Estado, da nação.
O currículo, como de domínio popular é a trajetória de vida da pessoa,
seus dados civis, sua profissão, o que ele faz, suas aptidões, e no tema aqui
sua formação escolar. No caso estrito do político, sua folha corrida. De forma
muito coerente e racional foi criada e promulgada uma lei de nome peculiar, a
lei da ficha limpa. Esta, doravante é premissa fundamental. Para se buscar um cargo
eletivo (voto popular) os indivíduos têm que no mínimo parecer, se comportar e
demonstrar ser portador de honestidade, honradez e dignidade para o cargo
pretendido. Vejam que tríade altamente qualificadora= aparência,
demonstração e concretude. Aliás, tal trinca para tudo na vida= parecer,
demonstrar e de fato ser.
Honestidade, probidade e dignidade, têm sido virtudes em falta na
administração pública de nosso país.
Dessa forma uma vez visto esse primeiro passo, o da folha corrida, ou
ficha limpa, o inscrito ao cargo eletivo sofreria uma sabatina, por uma banca
examinadora sem vínculo ou ideologia partidária. A exemplo da sabatina a que
passam os juízes (ministros ) de tribunais superiores. Seria uma prova oral
técnica da sua formação naquela função pleiteada. Prefeito, deputado, senador,
presidente da república. Como etapa final, a prova escrita. Aí, sim, seria a
cereja do bolo. O toque final.
Tal exigência, nos moldes aqui propostos não beira nem a utopia, nem a
distopia. Basta fazer um paralelo com o que se tinha há 20 anos e o que vigora
hoje. Antes não havia exigência de bacharelato em direito para ser delegado de
polícia. Hoje é requisito fundamental. E não só esse cargo . Há um concurso de
prova teórica e prática. Há que se demonstrar formação superior em direito,
aptidão técnica, inclusive com testes de aptidão física. Nos exames médicos pré
admissionais fazem-se inclusive pesquisa atual e anterior do uso (dependência,
adicção) de drogas ilícitas. Não exigir tal comprovação dos candidatos a cargos
eletivos, soa como discriminativo, como uma flagrante desigualdade de
direitos. Por que exigir de um policial, um delegado tais exames e de um
deputado, senador, governador , não ?
Exige-se que o candidato seja ficha-limpa, ele não pode ter antecedentes
criminais. Tome um outro exemplo, o egresso do curso de direito e “candidato” a
ser advogado. Aquele profissional operador do direito, das leis, dos direitos e
deveres de qualquer cidadão. Dele é exigido o mesmo aqui proposto ao político.
Há para ele a conhecida prova da OAB. A ordem dos advogados do Brasil (OAB) ;
tem em seu estatuto esse exigência. São cláusulas pétreas, para o exercício da
advocacia fazem-se, além do diploma, duas provas, uma prática e uma escrita, de
alto grau de dificuldade. Em alguns estados tem um índice de reprovação de
quase 90 %. Tal constatação demonstra a qualificação dos formandos e dos cursos
de direito que existem no país. Porque escolas de má qualidade é o que não
falta.
A propósito é oportuno informar que existe uma proposta do conselho
Federal de Medicina para que haja uma prova para os formandos em medicina. O
que é muito louvável e salutar. Não basta o indivíduo ter graduação e diploma.
É necessário demonstrar formação e aptidão na profissão. Diploma de médico e de
advogado se consegue em muitas republiquetas por aí. Cuba, Venezuela, Bolívia,
Equador. Agora , ter suficiência nessas formações são outros quinhentos
, outra pegada. Para médicos formados em outros países, existe por
exemplo uma prova chamada Revalida. E com toda justeza.
Em se tratando de política no Brasil, temos um cenário dos mais
tenebrosos. A qualificação, as credenciais, a folha corrida, a ficha, o
currículo dos inscritos, ditos “candidatos” a cargos eletivos beiram a um
teatro de horrores.
Vamos imaginar a seguinte previsão= há cerca de 10 anos, um
profeta disse então no ano 2000 ou 2008. Chegará um ano aqui no Brasil, ano de
2018, tempo de eleições gerais, em que a maioria dos “candidatos” além de
fichas nada abonadoras e dignas, respondem a inquéritos e processos judiciais.
Não se esconjure e nem persigne. Haverá candidato na condição de réu e
preso, lutando, deblaterando e vociferando aos quatro ventos que quer governar
o país. É esta realidade tenebrosa em que vivemos . Presidiários, e réus, sendo
reeleitos, e outros indiciados , encalacrados com a Justiça, brigando para
assumir alguma função pública.
Por resto a recomendação, vamos escolher e votar no menos ruim. Seria o
mínimo que cada votador , cada eleitor, cada escolhedor de nossos governantes ,
se imbui no dever, mais que direito de fazer. Vamos nessa
? OUTRUBRO/2018.