terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Veteranos Doentes Digitais

 NÃO remanescem mais dúvidas. Muitas pessoas se encontram em declínio cognitivo e de raciocínio lógico e humanizado em consequência do uso massivo, plugado dos objetos de mídia. No estado online, do telefone celular, dos smartphones, aplicativos de natureza frívola e inútil, WhatsApp, Facebook. Trata-se de uma categoria de indivíduos, já adultos, velhos e veteranos. Diversos destes com escolaridade em ensino superior. Mas, pouco ou nada engajados ao aprimoramento de sua formação escolar de graduação. Direito, administração, engenharia, gestão pública ou privada. Áreas de saúde, etc. Essas pessoas integram a pandemia dos doentes digitais, fomofobia, nomofobia, ansiedade digital.

Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador da equipe responsável por uma nova especialidade- Dependência de Internet-  junto ao Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso, do Instituto de Psiquiatria do HC. “Os dependentes usam a rede de forma excessiva como uma ferramenta social e de comunicação, pois têm uma experiência maior de prazer e satisfação quando estão online”, explica o psicólogo.

O especialista explica que, no caso dos dependentes, há uma tendência na utilização da internet como meio primário para aliviar tensão, depressão, baixa autoestima, timidez, insegurança e apatia. “Como a capacidade de tolerar frustrações varia de uma pessoa para outra, as reações também se alternam diante de um mau resultado ou da dificuldade de perder”, informa. “No mundo digital, tudo é passível de ser reconstruído: a pessoa controla seu ambiente e, muitas vezes, prefere assumir novos papéis, sendo, portanto, mais fácil de ser bem-sucedido”. 

Estudiosos do comportamento e tendências culturais, mesmo os pesquisadores da chamada geração digital (mais jovens) se veem agitados e perfilados na compreensão do que sejam os padrões culturais, os valores humanos de levas e levas de gente (não importa a idade dessas pessoas) no que concerne aos seus projetos e ambições de vida em sentido cultural, técnico, científico, profissional, laboral e produtivo.

Enfim, o que cada pessoa pensa no engrandecimento e aporte de sua compreensão, ao menos que seja, do que se passa ao seu redor, do que lhe diz respeito, às suas próprias relações com sua família, seu entorno e guetos sociais. Muitos são os homens e mulheres, maduros, veteranos, velhos e calejados da vida, em estado de desadaptação onde inseridos. Perdidos, sem saber o que fazem aqui e para onde vão. Perdidos e náufragos da existência; bem piores que “Robinson Crusoé”, o personagem náufrago (autor Daniel Defoe).

E como se chegam os sociólogos e psicólogos ensaístas a esses dados e conclusões? Nem de tanto campo físico de trabalho carecem. Porque os mundos virtuais e digitais das comunicações já bastam para essa análise. As pessoas expressam graciosamente o que são através de suas falas, depoimentos, as trocas de valores, dos mais comezinhos (o que predomina) aos mais edificantes e construtivos (raros). “Dize-me o que pensa e dir-te-ei quem és”. Simples! Eu sou o que falo e expresso, e escrevo e posto na Internet, sites de relacionamento e redes sociais.

Não importa a escolaridade das pessoas. Formadas apenas no ensino médio, ou em cursos universitários, e isto também é fácil no Brasil, como há gentes com diplomas universitários que nada fazem! Uma grandeza. Quer exemplos? Quantas escolas de administração, Direito, MBA, gestão disso e daquilo, marketing, design! São as uniesquinas de cidades sem relevância e bairros das metrópoles. Quantos indivíduos graduados em Direito (ou torto), administração; que nada fazem. Ou quando muitos envergam bandeiras de veniaga! Evoé! Ditirambo! Nada fazem, nada produzem, zangões e vespas da praça. Alguns especializam-se em sevandijas arrimados parentais. Que tais!

Atividades majoritárias em redes sociais, tipo Insta e Face. Meneios, gracejos, platitudes, cucurbitáceas em vergônteas, abobrinhas, chuchus, risinhos, performáticos e performáticas. Aromáticas! Socorro! Olha o periquitinho dando de comer ao outro periquito. O porquinho, o cachorrinho correndo, de xixi nos cantos, de beijos, o ratinho roendo o queijo. São truísmo, turismos frívolos. Puerilidades, infantilismos!

Ilan Brenman, Donald Winicott, Piaget, Charcot, Yung. Estes explicam muito. Mas, não tudo. Novos tempos, novas tendências, novas gentes. Plangentes! Inclementes

João Dhória Vijle Lisboa/ João Joaquim

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