Vigia Ética
A PATRULHA DO POLITICAMENTE CORRETO
João Joaquim
Vivemos em uma sociedade e em tempos
nos quais tem havido um constante patrulhamento e monitoração de tudo. Estamos
sob a égide da vigilância, da censura de tudo quanto fazemos, de como
comportamos e mais importante do, do que
falamos, como falamos e de quem falamos. Em resumo: agir em conformidade com o
chamado politicamente correto se tornou um zelo, um cuidado e filtro necessários.
E para tanto é bom trazer esse
reforço, de todos agora sabido, que vivemos a era da tecnologia da informação,
as já populares TI, tempos digitais, da internet, da comunicação instantânea,
das globais e massificadas redes sociais.
Traduzindo para termos práticos e
para o cotidiano, com um celular à mão o indivíduo pode tudo em TI. Ele
comunica, ele grava em áudio, ele fotografa, ele faz um filme (vídeo). Tudo em
tempo real, a cores, com a melhor nitidez de tudo quanto queira e não queira à
sua volta. Estamos na era imagética, dos vídeos, das fotos, nos tempos
cenográficos.
O telefone celular hoje (smartphone)
se tornou um grande aliado do cidadão para o bem, quando de fato utilizado para
essa finalidade; ou para a maledicência, para o mal e muitas outras intenções
fraudulentas, imorais e ilegais. Ou seja, todas as mídias de comunicação vieram
destinadas ao bem, em assessor positivamente o seu usuário. Assim pensou e as
conceberam os seus inventores, os seus criadores , tecnólogos e cientistas.
Se alguém faz uso de qualquer tecnologia
para degradar, para infamar, para caluniar, para fofocar e menosprezar o outro,
torna-se questão da pessoa , da mente imbecil e idiota desse difamador,
fofoqueiro ou criminoso (falsário, estelionatário, forjador de fake news).
Quando se fala no tal expediente do
politicamente correto, um capítulo por demais vasto de discussão e vieses
interpretativos refere-se à fofoca. Termo ao que sugere ter uma origem em algum
dialeto africano.
A fofoca refere-se em geral a uma
informação divulgada sobre alguma pessoa, podendo ser uma notícia falsa ou até
verdadeira. Na maioria dos casos ela representa um ataque indireto à pessoa,
porque é divulgada de boca em boca ou empregando os recursos das mídias
eletrônicas e as redes sociais.
O bullying difere da fofoca porque
ele, geralmente, se encerra a um ataque
direto, na presença da vítima. Ele em geral é feito por um grupo de pessoas que
buscam macular, infamar, menosprezar a vítima, referindo pejorativa e
negativamente a alguma condição física, anatômica, funcional ou por
pertencimento a alguma minoria. São exemplos de referências negativas um
estatura alta ou baixa, um sobrepeso, a característica do cabelo, algum déficit
físico ou funcional, a etnia negra ou indígena entre outros atributos destoantes
da maioria.
Já na era da internet e das tão populares
e ubíquas (globais) redes sócias andam em voga as tão pernósticas e
rebarbativas fake News. Uma fake News difere da fofoca e do bullying porque ela
muitas vezes tem ares de produção jornalística; ou seja ela pode se referir a alguma
personagem, uma pessoa pública, mas muitas vezes ela versa sobre política,
estadistas, organizações políticas e sociais. Ela tem a natureza do popular
boato. E é sempre parcial ou completamente falsa e tem o objetivo de ser apenas
uma falsa notícia de impacto e apelo de marketing para um grupo, um jornal, uma
entidade qualquer, sem compromisso com a verdade e a fidelidade dos fatos.
Além da fofoca temos uma outra forma
de informação sobre a vida alheia que é a calúnia. Esta quase sempre se define
como uma falsa imputação a alguém. É atribuir um ato ou expediente ilícito,
fraudulento ou delituoso a alguma pessoa, indevidamente.
Sociólogos, filósofos, psicólogos; os
que mais estudam sobre a fofoca e calúnia são uníssimos ao tratar da tema e
como reagir a essa forma de comunicação sobre a vida alheia.
Seja aquela fofoca com teor benigno, jocoso, pilhérico ou
desqualificando uma pessoa. Seja mesmo
uma calúnia, uma divulgação inverídica. Como deve reagir a pessoa alvo de tais
comentários e atributos?
Em se tratando de uma fofoca, seja
ela com teor falso ou verdadeiro. O conselho que se deixa é pelo princípio do
gosto do jiló ou jurubeba. Seja ao comer a polpa ou suco da fruta.
Que em outras palavras seria: a
fofoca (jiló ou jurubeba) só será amargo e de mau gosto se a pessoa beber ou
comer. Ignorar e esquecer o autor. Esta seria a Melhor resposta.
Na calúnia tem-se a mesma diretriz.
Se uma pessoa qualquer refere-se a mim com um qualificativo, um atributo, um
comportamento, um caráter que não possuo, eu só posso ter esse fofoqueiro e
agressor como um imbecil ou mentecapto. Portador de algum grau de idiotia. Só isso!
Tipo aquele indivíduo que acusou a
cunhada de ser uma golpista do baú. Isto é , aquela madame que se casou , tendo
imenso amor, reconditamente falando, pelo emprego do marido, pelos seus bens,
seu salário acima do teto funcional público. E esta madame, com meneios e
carinhos pelo maridão, nada fazia e nada produzia na vida. Ela vivia da mesada
e paixão do consorte. Advertida sobre esse estilo de vida, ela se rebelou,
esbravejou , deblaterou e expectorou todos os impropérios contra o fofoqueiro
cunhado. No caso aqui concreto. Tem-se
no popular um diagnóstico certeiro. Ela assim reagiu porque a carapuça lhe serviu. Foi um exemplo de fofoca
verdadeira. Junho/2018.