Desgovernança do Brasil
UM PAÍS
EM DEGRADAÇÃO SOCIAL E EDUCACIONAL E DESGOVERNADO
João
Joaquim
Tinha
absoluta razão aquele pai ao estrilar contra todas as autoridades no comando
desta nação. Seu filho assim que se assentou na maioridade foi preso por crime
de tráfico de drogas. O mais estrambólico da história é que tudo ocorreu de
forma dolosa, por displicência de pai e filho, por uma atitude também
fraudulenta de ambos.
O pai
tinha registrado o filho com 6 anos de atraso. E no cartório fora
consignado com um ano mais velho. Mas, no último aniversário todos tinham
certeza: o filho tinha vivido apenas 17 anos. Esqueceram que o que contava era
a certidão de nascimento e RG. Dezoito anos de idade já tinham sido excedidos
em meses. Não teve choro, nem argumento adiantava, o delinquente estava em cana
mesmo, por comércio de 700 g de cocaína em pasta base.
Seja
como for o desassossego agora daquele pai com o filho no cárcere, se revestia
de sentido e fundamento. A precarização do ensino público, a falta de uma
educação de qualidade, a omissão do Estado nesse quesito constitucional e de
direito têm sido presente em todo o ciclo fundamental das escolas.
Analfabetismo
absoluto e funcional, formação técnica e profissional insuficiente ou
deficitária, desemprego crescente têm constituído um campo fértil e formador de
violência, do tráfico de drogas, de pirataria e crimes de toda ordem. As estatísticas provam tudo isso.
Falta
mesmo educação em toda a sua abrangência. Educação é um processo complexo, uma
corrente de responsabilidades, da qual o governo tem participação e deve ser um
acionista majoritário no concernente aos
investimentos. Sejam com instituições
escolares bem equipadas com bibliotecas, laboratórios, imóveis seguros,
refeições de qualidade para os alunos e no quesito mais importante, o
professor. É justamente no professor o investimento mais produtivo.
O professor
é o protagonista da educação. Não só na sua digna remuneração, mas em sua
contínua formação e reciclagem. A responsabilidade dos governos de municípios,
do Estado ou da união deve ser solidária e questão insusceptível de controvérsia
. O que resulta ponto pacificado. Entretanto outras responsabilidades e
corrente de atuação se fazem necessárias, como se discorre a seguir.
A
gênese, os pontos fulcrais e basilares de toda a teia e malha da educação das
crianças, dos filhos e dos jovens se dão nos ensinos da família. A verdadeira
formação do indivíduo, do caráter, de honestidade, de participação produtiva,
começa no berço, no lar , na casa paterna.
A
formação ética, social, moral; mais que isto, as normas de boas relações
sociais e de cidadania quem as ministra e as plasma no caráter do educando sãos
os familiares, cuidadores e tutores desse indivíduo em formação. Nesse processo
o pai e a mãe, quando presentes são protagonistas decisivos. Na falta destes, com exceções, o substituto(a) desses dois
genitores e educadores terá o mesmo desempenho a mesma eficácia. Como exemplos,
uma avó, avô, tia, tio ou outro parente nessa missão.
Assim, se torna de dedução consensual que a
tarefa educacional se faz de forma hereditária, ou quase atávica. É o princípio
ou teoria da pessoa como resultado do meio onde ela recebeu a sua criação; como um processo biológico, onde recebeu sua
primeira educação, a sua primeira formação como um indivíduo. Enfim, todos os
predicados e qualificações (para o bem ou para o mal) constituem uma herança
que esse primeiro meio social lhe
transmitiu e modelou.
A escola
como instituição de ensino terá um papel paralelo também significativo, no
sentido da complementação ética e técnica e científica da criança, do filho, do
educando.
No
concernente específico ao Brasil, temos que há um número crescente, ou se
otimista, constante de analfabetos absolutos e funcionais. Bem assim uma legião de desempregados e de trabalho
informal, sem qualificação profissional. São condições reflexas da falência dos
governos do partido dos trabalhadores, com os gigantescos esquemas de
corrupção, programas assistencialistas eleitoreiros e baixa investimento em
educação e criação de empregos.
Assim
caminha o Brasil, que parece em uma
marcha irrefreável para o fracasso e a deterioração em tudo. O fenômeno se faz no efeito dominó.
Famílias
e pais dominados por ignorância e analfabetismo, seja ele absoluto ou
funcional. Falta de escolas e ensino de qualidade. O que esperar de filhos, de
crianças e jovens desse meio familiar e social tão precário e tão bronco e
ignorante. Os frutos, a prole desse meio, dessa influência se torna o que se
constata nesses estratos sociais de pobreza e desassistidos das políticas dos
governos de todos os níveis. Os milhões de analfabetos absolutos e funcionais
são uma prova viva desse descalabro que tem sido um governo após outro.
No
complemento desse dantesco quadro social temos um outro cancro que dilacera,
carcome e dissemina suas metástases em todos os setores da vida brasileira, a
corrupção com suas garras que dilapida e corrói o erário e a riqueza dos órgãos
de governo.
Assim,
tem razão o pai do jovem traficante. Como tantos outros adolescentes e jovens que são arrebanhados pelos tentáculos do crime. Falta mesmo educação, falta formação ética e social
das famílias em salvar seus filhos de tanta desgraça, do império do mal, do
descaso e abandono de nossos governantes, que de roldão e num efeito dominó
atinge a imensa maioria dos desvalidos, pobres e faltos de educação. Fevereiro/2018.