sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O MAL DA MENTE


O FASCÍNIO DA MENTE HUMANA  PELA MALDADE

João Joaquim  

Eternas e irrespondíveis perguntas ecoam pelos quatro cantos do universo (supondo que o infinito seja quadrado). As perguntas que não calam entre tantas sem respostas são: por que a mente humana tem tanta atração pelo  feio , pela deformação e pelo mal?
Por que a infelicidade alheia nos desperta mais interesse do que a felicidade? Entre o feio e o belo por que contemplar com mais atenção a feiura? Assim enunciadas, não tratam essas assertivas e afirmações de casuais e despropositadas frases e citações. Muitos têm sido os cientistas de ciências de humanidades que debruçam sobre tais questões e não acham respostas convincentes. O que se tem de concreto é essa certeza, a mente humana se caracteriza por essa preferência, tudo aquilo fora da norma, do convencional, do padrão, do ético, do bom, do belo; tudo desperta mais vivacidade, mais apelo, mais atenção e interesse das pessoas. O exemplos abundam no cotidiano das pessoas.
Trata-se pois de questão e inerência do cérebro humano. Uma das explicações de nossas eternas dúvidas está na anatomia, na fisiologia e nobreza que é o nosso tecido cerebral, de longe o órgão mais incompreendido e mais enigmático. E tal incógnita inicia pela sua própria anatomia e por que tão hermeticamente protegido por uma espessa carapaça óssea que é o crânio.
No trato fisiológico e  orgânico o cérebro mostra-se também impar e extremamente diferenciado. Na parte vascular se destaca por duas singularidades. A primeira é relativa a sua vascularização e autorregulação circulatória. Isto é, ele tem um mecanismo para manter constante sua pressão sanguínea.
A segunda particularidade é que tem extrema exigência nutricional e de oxigenação. Ele não tolera mais do que 3 ou 5 minutos de falta de glicose ou oxigênio. Com uma  anóxia (falta de O2) ou hipoglicemia de 3 minutos já é suficiente para entrar em coma ou morte celular. Uma dessas duas condições ou deixa sequela permanente ou a morte do indivíduo.
No tocante à função é a fisiologia abstrata a que mais sempre despertou interesse e causa curiosidade científica aos pesquisadores. Como exemplos citam-se o pensamento lógico e abstrato, o mecanismo dos sonhos, de como se dão os diversos sentimentos de ódio, de amor, de antipatia, de empatia, de solidariedade, de vingança, entre tantos outros inerentes ao ser humano, dotado que é de uma inteligência diferenciada , de racionalidade e emoção.
Quando se fala por exemplo no mecanismo do sonho, é inescapável não se reportar ao psicanalista Sigmund Freud. Poucos foram os seus sucessores que dele discordaram  e discordam  na formação da personalidade (ego, id, superego) e de como se dá o sonho. Como por ele referido o sonho se passa no subconsciente;  e essa função é flagrada pelo nosso consciente, por isso nossas lembranças do sonhos ser transitórias . Para Freud os sonhos representam os conflitos que as pessoas têm no dia a dia. Tais vivências são reproduzidas na fase do sono profundo (REM). De outra parte os sonhos são representações de desejos não realizados na vida normal das pessoas. Não é sem razão que popularmente (no vulgo) sonho significa um feito ou empreendimento impossível de se alcançar, de difícil concretização.
Tornando ao tema principal do por que da mente humana preferir o feio ao belo, o mal ao bem, a infelicidade à felicidade. Como, o porquê  e os motivos dessa inclinação e preferência ainda são e continuarão incompreendidos. O que se tem certeza é que elas são inerentes a mente humana.
Para dar mais foro e consistência dessa singularidade do cérebro, mente e consciência humana basta que tomemos alguns exemplos casuísticos no cotidiano das pessoas. Assim imaginemos algumas cenas. Numa caminhada simples de rua, deparamos uma primeira praça com algum músico tocando uma música clássica. Algumas poucas pessoas talvez estejam ali estáticas assistindo aquela melodia. Ato contínuo, em uma segunda praça com uma dançarina seminua, numa coreografia e meneios de sensualidade e erotismo. Que atrações despertará esse cenário ?
Certamente essa segunda apresentação estará apinhada de pessoas em êxtase e vivamente atentas a esse espetáculo erótico cenográfico. De mesmo efeito e interesse são as preferências pelas informações jornalísticas. Notadamente quando se têm os recursos audiovisuais, sejam nas redes de televisão ou as mídias digitais do facebook, youTube, whatsApp. Grandes são os apelos e interesse que despertam essa forma de comunicação.
Assim sobrevivem, prosperam e lucram os programas policiais ao vivo, a sangue e a cores das redes de televisão do Brasil e do mundo. Assim fazem sucesso e têm muita visão e audiência os reality shows (fazenda da  TV Record, BBB Rede Globo). Toda essa audiência e lucros auferidos dos patrocinadores se dão justamente na exploração dessa fragilidade e preferência das pessoas. Da mente, da cultura e gosto de grande parcela das pessoas. É a relação lucro/benefício desses fornecedores e consumidores.
Afinal, continuará essa pergunta, reverberando pelos mares, pelos campos, pelos ares. Aos quatro cantos do Planeta. Por que a preferência da mente humanas por coisas tão vis, tão sujas, e imorais ? Agosto / 2108

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