sábado, 26 de agosto de 2017

Eu e Deus

NEM TUDO SE DEVE A DEUS
JOAO JOAQUIM

Conta-nos a narração bíblica da criação do mundo que até Deus trabalhou duríssimo para a conclusão se sua monumental obra. Até Deus, imagine. Acabada   a sua obra, veio-lhe a mais divina de suas criações, o próprio homem. No tocante ao seu maior engenho, o universo (talvez não um, mas multiversos   ) Ele laborou durante 6 dias. Ao final , Ele se deu o direito de um dia de descanso, o domingo, do latim dies dominicu, dia do senhor. 
Não é sem razão que muitas seitas religiosas e tradições têm o 1º dia da semana, domingo, como um dia santo, em que além de reservado ao descanso é também dedicado aos ritos religiosos, missas, cultos, celebrações e toda devoção a Deus.
Concluída então a sua maior e preeminente obra, entendeu  o criador que precisava de alguém que administrasse esse feito épico, essa divina epopeia . Se não todo o cosmo , ao menos o planeta Terra. Porque aqui em princípio, foi o planeta escolhido para o acolhimento de todos os outros animais. Mas, enfim que bicho, que animal iria ter uma atuação de liderança, para gerenciar toda a natureza, suas riquezas e toda a bicharada. Aí que estava mesmo a maior charada. Não podia ser um elefante, um dinossauro, ou uma anta qualquer. Foi então que nosso Deus teve aquela centelha (divina por sinal), aquele “insight”. Cogitou então o criador”. Eu concebo um animal (de animus, alma), que seja bípede, racional, inteligente e criativo; e que possa reinar superior aos outros irracionais”.
Assim concebido, assim foi criado. No princípio, para todo regalo, deleite e plena felicidade da criatura, esculpida à imagem e semelhança do próprio criador. Deus fez surgir também o Éden, aqueles campos e prados elísios. Um paraíso da mais almejada bem-aventurança. Era como que o panteão dos santos, heróis e justos. Entrementes, como uma cláusula  de barreira, havia uma árvore, cujo fruto era proibido. Era como que um segredo de Deus. Algo como que o sabor da sabedoria. Deus tinha esse sagrado direito, não dar todo o conhecimento e revelação ao homem.  Era ter um pouco de sabor daquele apetitoso fruto e ter-se-ia a máxima sabedoria, todo o saber dos segredos da vida.
A sequência é de todos agora sabida. Entre os bichos, tinha lá a tal da serpente, pérfida e maliciosa. Ela se acerca da Eva, companheira e cônjuge de Adão. “Que nada, prove dessa fruta e o segredo da vida e do universo, virá ao seu  conhecimento”. Inocente e sem malicia, Eva foi aliciada e caiu na esparrela de pecar e comer o fruto proibido. Resultado, foram-se para água abaixo toda aquela  pureza, a eterna ventura e bem-aventurança.
A maior e pior consequência dessa desobediência de Eva foi o chamado pecado original. Acabou-se ali o que era doce e terno. Todos tiveram que passar a trabalhar com transpiração e inspiração para o próprio sustento. Essa foi a pena imputada pelo criador a todas as suas criaturas. “Labor, laborai todos para o vosso sustento, seja de dia ou de noite, com chuva ou com sol. Vivereis com o pão e com o suor de vossos rostos.
O que remanesceu de bom e útil é que Deus, de sua infinita onisciência e vontade não esvaiu ou espoliou o ser humano  de sua razão, alma e inteligência. Foram mantidas em cada pessoa essas centelhas divinas, essas chamas que dão sentido de humanidade a todas as criaturas de Deus.
Santas e divinas razão e inteligência. Porque através delas o homem e a mulher podem prover o próprio sustento. É tudo isto! Porque Deus tendo outras lidas e atributos maiores delegou ao homem o condão, a condição de inteligente. Assim, com a aptidão, força e criatividade para muitos feitos, sem de Deus precisar para  tudo. O que se tem de concreto é esta diretriz. Vamos deixar para Deus só aquilo que nos é impossível. Portanto aquele hábito e reco-reco de tudo ter sido feito e conseguido  graças a Deus tem que ser relativizado . Nem sempre tal hábito  verte  razão. Graças também à própria pessoa que já tem essa prerrogativa concebida pelo próprio Deus do discernimento, do racional e da inteligência.  Assim muitos coisas que fazemos podemos lembrar Graças a mim e a Deus. Tipo aquele sujeito que volta e meia tem um utensilio, um automóvel, um traste utilitário, e tem-se lá um dístico, um mote “ presente de Deus”. Será . Deus não tem nenhuma pretensão material para nós, o que ele nos quer dar , isto sim/ é a garantia, se assim o merecermos, a morada no Paraíso, no céu , quando findada nossa jornada nessa Terra. Aqui sim, se Deus quiser. E ele há de querer o meu e o seu ingresso em sua morada. Julho/2017

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