terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Iluminismo...

                   UM NOVO E  NECESSÁRIO  ILUMINISMO
João Joaquim  



Com todos os motivos e justificativas tinham razão os iluministas ou ilustradores do século XVIII, ao se redesenhar e moldar uma onda de transformações. Para tão magnificente e épica empresa, eles se rebelaram contra dogmas, postulados, costumes, crenças e outras normas  da época. Daí aquele movimento e pacto ter sido intitulado o iluminismo, o século das luzes ou  filosofia das verdades. O Marco e símbolo do iluminismo foi a criação da chamada Enciclopédia . Os seus principais idealizadores foram ninguém menos que Jean Jaques Rousseau, Voltaire, Diderot, Espinosa, Montesquieu , John Locke, Kant, entre outros. Estamos, a bem da verdade, necessitando que surjam os iluministas da era digital, tamanha as trevas que ameaçam nossa cultura e razão.
Esse grupo de pensadores, sábios e notáveis romperam com o que havia de obsoleto, arcaico, medieval, ultrapassado, retrógrado. E estabeleceram esses pensadores uma nova ordem de cultura com fundamento na razão, no pensamento racional, na matemática, nas verdades fundadas no racionalismo e provas científicas. Estabeleceram como que a Filosofia das luzes.
E porque o aqui tacanho e comedido escriba, de singelas e sóbrias crônicas traz as ideias iluministas nessas linhas dianteiras (exordiais)? Pelas simples razões desse pensamento: “ Felizes daqueles que envoltos nas trevas da ignorância são novamente iluminados pelas luzes do conhecimento e da razão” . Frase esta pespegada por um pensador popular .  
Estamos vivendo a chamada era das comunicações. Época  essa marcada pela instantaneidade e celeridade das informações e dos debates e discussões. O que temos de mais avançado e técnico nesses tempos das comunicações se chama internet.
Esta tem possibilitado a todos em tempo real, e quase graciosamente, se falar e transmitir informações, dados, áudios, imagens, a quem quiser, quando e onde estiver.
Por outro lado em que pese o encantamento e maravilha em que se transformou o chamado mundo virtual, ele tem ganhado outras características e atributos. E desses, tornam-se útil alguns destaques.
Encanto e embriaguez; todos, sobretudo a chamada geração digital ou z se encontra como que infectada por esses vírus da virtualidade, os vírus  do encanto e intoxicação pelos recursos, aplicativos, os “gadgets” digitais. Pelo jeito do comportamento ,se revela uma moda sem volta.
Filtros ou controle de qualidade. A internet e todas as suas plataformas de entretenimento e redes sociais se encerram em um ambiente, onde tudo pode, tudo se ouve, tudo se permite, tudo se posta; sem normas, sem regras, sem exigência de um padrão básico e mínimo, como se fosse uma terra sem lei, sem ética, sem códigos de postura.
A condição, até certo ponto, do anonimato resume em outra propriedade dessa grande rede de provedores e computadores que deu voz, vez e direito a quem quer que seja, de falar o que quer, contra ou favor de desafetos, inimigos ou de iguais da mesma tribo. Qualquer  imbecil, cretino, tabaréu ou troglodita dizem as platitudes, abobrinhas e asneiras que lhe venham na telha.
As idiotices ou vilanias mais novidadeiras de nossa moderna feira de debates e informações tem nome anglicano. São as “fake news”. Tais falsas informações e discussões se notabilizaram em tão alta escala que se iniciaram e perpetuam na boca do fanfarrão e histriônico presidente americano Donald Trump. E elas continuam em seus palanques e púlpitos fazendo o máximo de sucesso. E quem lhe poderá fazer oposição? Difícil projetar.
Outro grupo de noticiosos e debates que vez e outra ganha manchetes e locuções se refere às pós-verdades. Estas bem parecem com a visão, brilho e cor do nobre metal, mas num exame mais detido e racional não passam de ouropel. São fofocas, boatos, factoides na mera intenção do embuste, do logro  e  boato para iludir as pessoas.
Tem sido assim nossa era digital das informações e debates. Nossos tempos das tão massivas e rebarbativas redes antissociais( que chamam-nas de sociais); são  de grupos de desocupados e mentes vazias e imbecis.
São as tribos  dos embevecidos e ébrios pelas maravilhas e encantos das chamadas “redes sociais”. Todos deslumbrados com os cantos das sereias da internet. Eu , na dúvida, prefiro continuar como Ulisses, meio marrento e desconfiado com tanto deslumbramentos e encantos fúteis , desse mundo virtual.
Bom e salutar seria se nesse mundo de trevas, culturalmente falando, nessa era dominada por fofocas, Fake News e pós verdades, se revelasse um novo iluminismo, novos cérebros pensantes e trouxessem  mais razão e luzes (lucidez) a tantas trevas e alienação. Um iluminismo mental e pensante.
Janeiro /2018

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