sábado, 28 de fevereiro de 2015

CARNAVAL - PALHAÇOS E BUFÕES

O NOSSO CARNAVAL DE CADA DIA . SOMOS TODOS PALHAÇOS E BUFÕES

João Joaquim


E nossa festa carnal hein ?  Não é porque não gosto que vou deixar de falar sobre a festa mais profana, mais popular e mais despudorada do Brasil e alhures. Aliás, quando mais jovem eu me folguei e brinquei algumas vezes na festa do rei momo. Festa ecumênica esta que em muito difere dos festins de natal e ano novo. Explico-me um bocado a mais. Natal e ano novo se tornaram comemorações muito consumistas e marqueteiras. Aquele sentimento cristão de fraternidade universal já era. Todos querem mesmo é se empaturrar das melhores comida, exibir os melhores presentes aos filhos e mais nada. Deus e Jesus cristo passam longe no coração e nas propagandas aliciadoras das indústrias  e do comércio. Há um chamamento despedido e desvairado pelo consumo, a qualquer custo.
Então pode-se fazer um paralelo assim: em festas de final de ano, o rico exibe-se mais rico, o pobre vive mais a pobreza na pele e na carne porque ele não participa dos banquetes e não pode dar aos filhos os presentes exibidos nas lojas e na TV. No carnaval não! Aqui temos uma festa dos ideários da revolução Francesa (1789)” egalitê,  fraternitê, libertê”. Todos se esbaldam de forma igual. Afinal as cores e uns birinaites    são parecidos e fazem os mesmos efeitos, sejam ricos ou pobres. As festas de carnaval parecem tão antigas que os registros históricos são imprecisos e até pitorescos.
O verbete teria originado de “carrus navalis” ou carro naval (origem latina). Seria uma espécie de embarcação  ( semovente) romano e precursor dos coloridos caminhões e ônibus( alegorias) que desfilam hoje na festa momesca.  Mas ,tal explicação não convence  a filólogos e historiadores.
Outra teoria também diz da participação da igreja católica. Fala-se que o papa São Gregório Magno, teria recomendado ao último domingo antes da quaresma, a data para se comer carne à vontade , antes da abstinência absoluta no período pré-páscoa quaresmal. Seria esse domingo “ dominica ad carnes levandas”. Esta expressão teria sido reduzida para carneval ou carnaval. Esta também não caiu muito nas graças de nossos Vicentes (não convincente). A explicação que mais convence a são Tomé ou são Vicente parece ser a locução latina “carnem levare”, ou seja suspender ou abolir a carne (alimento) a partir da 4º feira de cinzas. Ao que sugere a termo carnaval se referia apenas à terça gorda de festas.
Há ainda outros estudiosos e filólogos que supõem o  termo vir do italiano carnevale; ou seja festas e farras em que valem os prazeres da carne no sentido concreto e abstrato. Ou seja seria as orgias alimentares e muita devassidão, inclusive os excessos sexuais.  O que expressa  para muitos críticos é que tais festejos seriam resquícios das festas saturnais, dionisíacas e bacanianas vindas da antiga Grécia e império romano.
Falando agora do carnaval dos tempos televisivos e digitais. No fritar de todas as origens são festins e diversões em que vale tudo. Tudo em questões de extravasamento, de atitudes e comportamentos. Ali é, quando se fantasia dos mais coloridos adereços e pinturas, os foliões põem a público, seus desejos, fantasias sexuais, fetiches e pulsões.
Mas, não são apenas tais distensões e afrouxamentos de comportamentos e princípios que propiciam as festas de momo. Eu, particularmente gosto muito das referências históricas, das homenagens a personagens das ciências, das artes, da política. Outra face muito positivista do carnaval são as críticas bem humoradas aos nossos governantes e gestores públicos corruptos e cheios de boas ideias. Aliás, esses nem o folião satanás quer mais. Seu inferno já está com lotação esgotada. E só para já ir fechando as torneiras e apagando as luzes, porque em pleno 2015 estamos com falta de energia e água. Já imaginou! Somos a maior reserva de água potável do planeta e temos de racionar o liquido.
Enfim é isto, são coisas que só ocorrem no Brasil, igual a jabuticaba e Lava-jato . Temos o  melhor futebol ( ou melhor tínhamos até 2014) e temos  a maior corrupção desde os tempos de Moisés e Hamurabi. E como decorativo, já que falta decoro em tudo, temos o maior e mais visto carnaval do planeta. Para tanta proeza não faltam os brasileiros que gostam . Aqueles que nas fantasias se apresentam de serpentinas e pantomimas. Terminadas as festas somos na real os bufões, os bobos, os truões e palhaços enganados pela rainha (Dilma) e seu séquito de régios e palacianos . Que triste!
 Que história estamos vivendo hein. Ah, eu ia me esquecendo, a escola vencedora do Rio de Janeiro , A Beija Flor, foi patrocinada pela ditadura de Guiné Equatorial, uma das mais antigas tiranias da África. A organização Transparência Internacional colocou a Guiné Equatorial entre os 12 países com maior percepção de corrupção. Teodoro Obiang Nguema governa o país há 35 anos. O governo do PT também lhe fez um mimo, perdoando milhões de dólares de empréstimos pelo Brasil. Aliás, isto não é novidade com os atuais mandatários petistas simpatizantes de ditaduras.
 Foi noticiado que a vencedora do Carnaval Carioca recebeu do ditador daquela republiqueca, a módica quantia de 10 milhões de reais. Ah, mas também perto das gorjetas nas propinas de Petrobrás, bilhões de dólares , isto não é nada. Na verdade parece mais é implicância da imprensa marron e da oposição , e bola pra frente.  

    
 João Joaquim  - médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com

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