sábado, 28 de fevereiro de 2015

BENDITAS PALMADAS...

AS BENDITAS  PALMADAS DO PAPA FRANCISCO

João Joaquim

 É curioso, risível para não dizer ridículo e fútil como certas opiniões provocam tanta polêmica e blábláblá. Não por toda a humanidade, mas por alguns grupos ou organizações que representam pontos fora da abscissa ou da curva como se referiu o ministro Luiz Roberto  Barroso do STF, quando do julgamento do mensalão. A figura da vez, e mais uma vez, é o nosso pacífico e admirável papa Francisco. Numa cerimônia pública ele exortava sobre os rumos da  família. Disse então o sumo pontífice ser favorável às palmadas, quando necessárias, na educação dos filhos. Ele foi bem enfático e demonstrativo de que tal expediente como corretivo de um filho fosse feito com amor, sem o objetivo de ofender a dignidade da criança. Que tal reprimenda nunca fosse desferida no rosto do filho por exemplo.
Pronto, isto bastou para despertar protestos  de alguns grupos defensores dos direitos humanos, até de algumas autoridades da ONU. Nós, aqui do Brasil, aqueles a favor de uma educação plena (não apenas escolarização) perguntamos: o que de errado disse o papa? No fecho da matéria eu retorno ao conselho da chefe da igreja católica sobre a educação de filhos.
O que é educação? Vamos partir da seguinte premissa ou definição: ninguém ou nenhum animal nasce pronto. Que bom seria se cada pessoa já nascesse com todas as habilidades gravadas e aprendidas em seu cérebro, em sua memória. Todos nascemos como uma tábula rasa ou lousa em branco( teoria do empirismo de John Locke).
Não é absurdo compararmos a educação de uma criança humana a uma criança de outra espécie. Criança deriva do latim creantia, um ser em criação, que está em processo de desenvolvimento, em formação de todas as suas potencialidades, quer orgânicas, quer psíquicas.
Vamos imaginar dois cãezinhos irmãos, um desses irmãos receberia um processo educacional (adestramento) padrão, o outro criado à revelia, à solta, sem imposição de qualquer limite ou disciplina referente a alimentação, interação com os humanos e destino inclusive de seus dejetos. Torna-se de conclusão acaciana afirmar que o cão que recebeu limites, disciplina e repreensões resultará em melhor criatura. Isto porque seus instintos e impulsos selvagens foram condicionados por uma imposição (corretivo) educacional. Simples! Os humanos também temos instintos e impulsos irracionais  .
O mesmo resultado se aplica a uma criança humana, com uma grande diferença contra ou a favor desta, dotada que é de razão e inteligência superior. Imaginemos por analogia dois irmãos, cada um recebendo tratamento semelhante aos dois filhotes de cães. Claro que teremos resultados similares. Aquele que receber uma educação mais rígida , criteriosa, com o estabelecimento de regras de convivência, direitos e deveres, inclusive algum castigo ou palmada, naturalmente resultará em um adulto mais polido, mais politizado, mais ético; enfim nos melhores conceitos de cidadão .
As famílias dos tempos digitais, da informática e da internet parecem a cada dia perderem o real senso e significado do que seja educação. Não custa repisar que criação, educação e escolarização são conceitos distintos. Criar um filho e um cachorro não tem muita distinção. A educação (boa ou má) quem dá são os país e a família. A educação escolar (alfabetização e aquisição de conhecimento) é uma pequena fração na educação global do indivíduo, administrada pelos pais e família. Na maioria das vezes eu sou o corolário, o produto, a manufatura do meio onde eu vivo; e este ambiente principal é a família, as pessoas com quem eu convivo. Jean Jacques Rousseau, na teoria do bom selvagem,  exprimiu bem esta tese: todo homem nasce bom, a sociedade ( a começar pela família ) é que o corrompe. Conclusão elementar.
Hoje, vemos cada vez mais uma sistemática crença de que educação de filhos seja feita pelas escolas. As escolas devem ser parceiras das famílias no aprimoramento educacional das crianças e adolescentes. Há correntes de educadores e psicólogos nestes tempos modernos contrários a toda atitude e prática mais rígidas no processo educacional dos filhos. E as famílias, sobretudo os pais mais jovens, têm embarcado nessas orientações. Os filhos dos tempos digitais vêm sendo educados com excesso de liberdade que cheira a libertinagem. Os pequenos têm muitos direitos e poucos deveres. A permissividade com que a garotada vem acessando e utilizando a internet e redes sociais é uma demonstração cristalina, do quanto os pais , cuidadores e professores estão distraídos e equivocados com os rumos de nossa educação das crianças e adolescentes.  Imagina uma criança de 8anos a 12 anos fazer uso irrestrito de um telefone celular, de um smartphone, de um iPad, das redes sociais! Este excesso de liberdade, a pretexto de inclusão na modernidade beira a uma sandice e insanidade mental das famílias.
Por isso em torno à frase do papo e penso com ele em uníssono. A criança deve ser educada sim, com disciplina, com  limites e regras, enquanto ela for criança. Uma vez apenas criada( sem regras e limites), e crescida ela já está pronta e não tem volta. Por isso eu endosso que algum castigo, diálogo firme e até palmadas vão lhe trazer aprimoramento físico, intelectual e moral de forma permanente. Se alguém discorda dessa tese, que me prove o contrário com resultados e casos concretos.   


João Joaquim  - médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com



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