domingo, 30 de outubro de 2016

Estupros nas educação..

LINCHAMENTO E ESTUPRO,  ATÉ  NA ESCOLA
João joaquim

Quando me contaram que um linchador entrou na escola para linchar a professora, tal notícia me trouxe um certo pasmo e arrepios pela violência. Mas, como o agressor não deu cabo ao seu intento de extermínio, logo me adaptei à situação. Pelo que me narraram, esse discípulo de Willian Lynch (1742-1820) inconformado com sua reprovação, ele como aluno do 2º ano médio, quis uma vingança, um modo de justiçar uma causa pessoal, sem o devido processo legal. Ele tinha sido reprovado em Educação Física, Artes e Português.  Por sorte outros professores daquele colégio e presentes à circunstância salvaram a pele da colega do inopinado agressor, que preso em flagrante responderá ao inquérito e todo o justo processo.
A segunda notícia eu a repico e se deu no interior do Pará. Ela também envolve uma escola de ensino secundário e em sinopse foi assim: a professora, finda a aula, de período vespertino, fez um serão no sentido de preparo para atividades do dia seguinte. Ela encontrava-se só. Foi quando o animalesco sujeito adentrou o recinto escolar. Ele veio da rua e transpôs o tapume divisório; também conhecido como muro se segurança.  O crime não se consumou. E por pouco ele não sofreu linchamento pelos socorristas que, tempestivamente, o detiveram e repassaram sua custodia à polícia local.
Como se depreendem ( leitores , estudantes e professores) desta crônica escolar, tanto para mim que vos faço tal narrativa, como para muitos outros Brasil a fora, o pasmo e espanto já não se fazem com tanta intensidade ; a violência vem permeando as nossas vidas. A escola que deveria ser um ambiente sacro, bem que poderia estar incólume a ação de mentes insanas e corações tão desalmados. Certamente que para tais agressores faltaram cidadania, ética, educação de berço, da vida e mais valor à cultura.
 Agora, as notícias do momento, versando sobre escola que vêm me provocando alguns repelões são bem mais aterradoras que as de tentativas de linchamentos e estupro de professoras.
Todos aqueles aficionados à leitura devem ter lido uma notícia pasmosa. Acreditem, o país ainda tem o clube, a trupe dos que leem, a população dos que amam o livro físico, aquele maço de folhas de papel, que conforme o tempo de prelo tem textura e cheiros característicos. A notícia de muito espanto foi aquela tendo como personagem  a editora Cosac Naify. Ela que edita livros em encadernação luxuosa, mas vem enfrentando crise financeira há mais de 5 anos. No entanto, esta não é a notícia que dói os corações amantes da cultura e   boa leitura.
 Ocorre que a Cosac Naify tem um acervo de 400.000 livros e eles podem ir para o lixo. E o que é pior, picotados. Ou seja, além de descartados , essas joias da cultura podem sofrer essa espécie de linchamento. A pergunta que não quer calar é: por que não podem ser doados para escolas públicas e carentes?. Ou mesmo para organizações não governamentais(ONGs) voltadas para alfabetização e cultura ?
De acordo com a direção financeira da editora, a doação do estoque livresco custaria mais caro que a destruição. É uma insensatez prestes a se materializar, não sem muitos protestos e outras dúvidas do porquê do silêncio das autoridades da Cultura e da Educação. Seria até uma falta de educação , essas pessoas, na função de governantes,  não se manifestarem. O que fazem nossos gestores do Ministério da Cultura( MinC) ? Há poucos dias, esse ministério foi quase extinto. Os protestos de artistas e outros segmentos salvaram-no da guilhotina.
A 4º notícia que mais causa estupefação e inconformismo refere-se a reforma na educação do ensino médio. Em curtos termos, houve uma flexibilização no currículo do ensino fundamental. Mantiveram matemática, português e inglês como disciplinas obrigatórias. “ Todavia, contudo e entretanto”, educação física e artes são opcionais. Farão  estas matérias quem quiser. Em síntese, se a educação em outras áreas do conhecimento não andam lá essas coisas, a do corpo (físico) e da criação também que se danem. Mais uma daquelas frutinhas raras de nossos governos. Ao fim e ao cabo são linchamentos, estupros, uma forma subliminar de violência  até na educação brasileira. Quão triste!                  out/2016.

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