domingo, 30 de outubro de 2016

Paraolímpicos

LIÇÕES DE OURO DOS ATLETAS PARALÍMPICOS 

 João Joaquim de Oliveira  


Eu vi com muito interesse parte dos jogos das paralimpidas. Aliás, por que não parolimpiadas, já que o sentido, o núcleo central é olimpíada e não o prefixo para, proximidade, semelhante. Mas paralimpiada foi oficializada e tudo bem. O que importa é o espírito, o denodo, a energia e superação dos competidores.
Nos últimos jogos paraolímpicos, isto mesmo,  há 4 anos eu gostava até mais do verbete paraolímpico, eu escrevi uma crônica sobre o exemplo daqueles atletas, que por reveses da vida são classificados de portadores de necessidade especiais (sic). Na verdade, esta competição sim, deveria merecer por iniciativa pública e privada muito mais incentivo e apoio do que tem recebido. Todos os canais abertos de TV deveriam transmitir em rede as paralimpiadas. Seus protagonistas, os paratletas, deveriam servir de exemplos não só á garotada e juventude, mas a todos os brasileiros .
Mas, por que uma rede globo, uma Record, não se interessam por patrocinar uma olimpíada de “ portadores de necessidades especiais”? justamente, estas duas emissoras de TV aberta, que tanta brigam por audiência! Ora bolas! Estas redes de comunicação que tanto investem em programas de reality shows, big brother, em novelas em horários nobres vão lá se interessar por jogos parolímpicos! Para que? O que essas TVs gostam de mostrar são atletas de corpos esculturais, rigidamente malhados por academias e exercícios diários. Ou seja para essas empresas de mídia, o que vale são corpos bem turbinados, belos  em anatomia e sensualidade estonteante, ou seja na concepção dessa gente de TV aberta, vale o invólucro, a embalagem, a aparência exterior. Aqui tem peso e valor  os interesses venais e mercantis dos patrocinadores, o faturamento de milhões e pronto.
 Mas, tornando ao que interesse: os atletas parolímpicos. Se a gente for definir a importância, o valor de uma conquista de medalha pelo grau de dificuldade na disputa, este grau máximo está com os parolímpicos. Uma coisa é praticar um esporte, tendo braços, pernas e cérebro normais, outra muito mais complicada é ser amputado de um , dois membros, ou ter sido vitima de paralisia cerebral. A maioria desses competidores (natação, corrida, ciclismo) ganharia de muitas pessoas normais, mesmo sendo atletas. Os índices alcançados mostram  isso. O número de medalhas conquistado deve dar uma certa vergonha aos atletas normais, que estiveram nas olimpíadas de Londres/2012, foram 21 ouros, 14 pratas, 8 bronzes. Na verdade todo esse pessoal das paralimpiadas, deveria receber do governo brasileiro mais do que  medalhas e honrarias. Deveriam ser erguidas estatuas, bustos dos vencedores em praças públicas. Mas, estátuas reais,cópias fieis da anatomia da pessoa com exaltação de seus feitos e conquistas. No fundo, esses dignos brasileiros, têm na essência não necessidades, mas atitudes e vontades especiais. Uma energia, uma alegria , uma felicidade que vem não se sabe de onde! Eles representam modelos, exemplos não para amputados e portadores de outras disfunções, mas para nós ditos normais, com tudo em cima e perfeito.
Não é incomum em nosso dia-a-dia a gente deparar com pessoas que acham que o emprego é que os deve procurar; pessoas que toda trapaça faz para obter uma aposentadoria na previdência social sem merecê-la e outras falcatruas a mais para viver a La Macunaíma . Sabe o que é pior?  Existem  médicos e outros gestores públicos  que se acumpliciam e são subornados para tais fins. Todos deveriam ser processados e devolver os valores recebidos desonestamente. Todos estes maus brasileiros, malandros, acomodados, passivos diante dos obstáculos da vida deveriam mirar no exemplo dos atletas parolímpicos.
 Com certeza seria um belo começo para mudar a si próprio e o país. Viva os brasucas parolímpicos, exemplos de bons brasileiros, de garra e superação  !     

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