sábado, 8 de setembro de 2012

RISCO CIRÚRGICO

PREVENÇÃO DE COMPLICAÇOES E MORTE EM UMA CIRURGIA João Joaquim de oliveira Risco anestésico-cirúrgico é a probabilidade de complicações e/ou óbito decorrentes do ritual pré, peri e pós-operatório . As chances destas intercorrências são dependentes de fatores diversos como estado de saúde do paciente, qualificação profissional da equipe médica , técnica operatória e instituição hospitalar. Constitui requisito capital na segurança e sucesso de qualquer procedimento cirúrgico uma avaliação clínico-laboratorial criteriosa do doente no período pré-operatório. Não raramente esta pode ser a primeira oportunidade para algumas pessoas passarem por um “check-up” médico ,quando então diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, derrame cerebral, insuficiência cardíaca, arritmia ou doenças constitucionais como diabetes, doenças renais, tireoidianas, colesterol elevado podem ser detectados . O não tratamento e a instabilidade destes fatores encerram grande risco no período trans e pós-operatório. A avaliação pré-operatória não deve restringir-se a uma lista de exames laboratoriais. Conforme a condição física , constituição do paciente, porte e duração do ato anestésico-cirúrgico faz-se necessário uma consulta prévia (história clinica) pormenorizada seguida de exames complementares e específicos para cada pessoa . Nesta entrevista médica são essenciais informações sobre alergia ou intolerância a medicamentos, anestésicos, antissépticos e outras reações adversas em algum procedimento cirúrgico-odontológico pregresso . Independentemente da complexidade da cirurgia o paciente deve passar por alguns exames básicos como hemograma completo( contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas), análise da coagulação sanguínea , taxa de glicose (diabetes), exame de função renal e eletrocardiograma .Em cirurgias de médio e grande porte( intra-abdominal, intra-torácica, craniana, vascular) é recomendável exames mais sensíveis objetivando a presença de insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, infarto do miocárdio antigo já cicatrizado etc. Estas doenças , ainda que leves ou silenciosas somadas ao estresse metabólico e circulatório de qualquer cirurgia agravam o prognóstico com iminentes riscos de vida em qualquer cirurgia . Há que diferenciar os riscos inerentes e inevitáveis de certos procedimentos daqueles que eletiva e antecipadamente podem ser minimizados ou evitados. Neste contexto temos como exemplos as cirurgias emergenciais (e.g. úlcera gástrica perfurada, hemorragia interna por rompimento vascular, aneurismas) e traumas, onde as circunstâncias exigem pronta intervenção cirúrgica para salvar a vida do enfermo. Nas cirurgias plásticas, lipoaspiração e corretivas anatômicas em geral, existe um tempo hábil de planejamento pré-operatório, quando então todos exames pré-admissionais à internação são executados com quantificação dos riscos alusivos à pessoa e procedimento e medidas atenuantes e profiláticas. Um grupo particularmente susceptível de complicações no trans e pós-operatório é representado pelos idosos. Nesta faixa etária existe uma incidência maior de comprometimento de órgãos vitais como coração, aparelho circulatório, cérebro e rins. O sistema imunológico é menos operante nessa faixa etária. Portanto, além de maior ocorrência de infarto e derrame cerebral, há risco de infecções na ferida operatória e em todo o organismo(septicemia). A avaliação pré-cirúrgica do idoso, mesmo hígido, é sempre mais rigorosa. Nas cirurgias eletivas de grande porte além dos exames rotineiros torna-se mais prudente considerar exames mais sensíveis de função cardiovascular (teste ergométrico, ecocardiograma, cateterismo cardíaco) . Outro grupo que merece orientação e cuidado especial são os portadores de doença de valvas cardíacas (com ou sem próteses artificiais). Neste grupo há grande risco de infecção intra-cardíaca (endocardite infecciosa). Trata-se de doença de grave prognóstico independente do risco pertinente ao ato cirúrgico. As únicas maneiras de evitar a endocardite são técnica cirúrgica rigidamente asséptica e uso adequado de profilaxia antibiótica (medicamentos antimicrobianos). O ritual operatório é um trabalho de equipe, onde todos devem assumir seu papel com zelo, ética, humanismo e competência para um fim comum que é a saúde e satisfação do paciente. Cirurgião , anestesista e auxiliares devem atuar solidários para o bem estar do doente. Um integrante que tem papel primordial, considerado vital na cirurgia é o anestesista. Este profissional deve ser conhecedor não apenas de técnicas anestésicas, mas da fisiologia do paciente como um todo. Uma parcela significativa de pacientes cirúrgicos é portadora de múltiplas afecções que com o estresse da cirurgia são passíveis de agravamento com exigência de manuseio eficaz e emergencial. Todo medicamento e modalidade anestésica têm potenciais efeitos adversos no organismo. O sistema circulatório e coração são particularmente vulneráveis aos anestésicos e fármacos adjuvantes no ato anestésico-operatório. Ainda que a instituição hospitalar disponha de monitores, equipamentos e todo instrumental cirúrgico modernos o melhor monitoramento peri e pós-operatório é a própria equipe médica. No curso operatório, o anestesista em especial, este profissional paramentado de vestes brancas e pouco lembrado torna-se o verdadeiro “anjo da guarda do doente”. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA – cardiologista Assistente Serviço Risco Anestésico-cirúrgico HC/FM - UFG
ALCOOLISMO E DOENÇAS CÉREBROVASCULARES < João Joaquim de Oliveira O derrame cerebral é a 3ª causa de morte entre adultos e a principal causa de invalidez de idosos no mundo. Nos EEUU ocorrem em média 150.000 óbitos e 2 milhões de sobreviventes de acidente vascular cerebral (AVC) por ano. A doença arterioesclerótica ( placa de colesterol) está na gênese da maioria dos casos de derrame. Existem vários fatores de risco pessoal e ambiental para as afecções cerebrovasculares. Os principais fatores são a tendência hereditária, o tabagismo, a hipertensão arterial, o diabetes, sedentarismo, colesterol alto, alcoolismo etc. Neste artigo discorreremos sobre o álcool como um fator de risco significativo para doença cerebrovascular ( derrame, isquemia cerebral). A literatura médica é farta em trabalhos científicos mostrando a estreita relação entre o consumo excessivo de álcool e maior ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC). Esta relação existe mesmo naquele bebedor ocasional em função de sua predisposição genética e outros fatores pessoais de risco. O consumo moderado de bebidas alcoólicas (40-60g álcool/dia), contínuo ou esporádico, já representa risco aumentado para complicações e doenças cardio e neurovasculares. As principais anormalidades associadas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas são alterações: da função hepática e da coagulação sanguínea, hemorragias, baixa de plaquetas e hipertensão arterial. O álcool aumenta a liberação de cortisol, renina, aldosterona, vasopressina e adrenalina. A consequência desse pool de substancias é o surgimento de grave crise hipertensiva, infarto do miocárdio, edema agudo de pulmão e hemorragia cerebral. Doenças estas de alta mortalidade, e muitas sequelas incapacitantes permanentes. Além dos acidentes vasculares cerebrais ou encefálicos (AVC) o alcoolismo é fator causal de vários outros distúrbios orgânicos com elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Dentre estas pode-se listar: arritmias cardíacas, miocardiopatia , hipertensão arterial, trombose venosa ou arterial, embolia pulmonar, hemorragias internas, pancreatite aguda ou crônica, cirrose hepática, neuropatias periféricas, demência precoce, etc. Como em tudo na vida, trata-se de questão de equilíbrio. Não se quer abominar e abolir a ingestão de bebidas com os mais variados teores etílicos. Basta prudência, senso critico e sopesar bem a relação prazer etílico e os agravos á saúde. Então em relação ao consumo do álcool podemos deixar as seguintes recomendações: Adolescentes e jovens abaixo de 25 anos não devem ingerir nenhuma bebida alcoólica . Nesta faixa etária o risco de dependência e vicio é muito grande. Nos adultos saudáveis a ingestão não continua de até 30gr /dia ( 1 taça de vinho 250ml, 1 lata cerveja) não representa nenhum agravo à saúde. Em qualquer pessoa portadora de hipertensão arterial, diabetes, miocardiopatias e outras doenças cardíacas e vasculares o álcool tem contraindicações relativas . Neste grupo de pessoas deve-se consultar o médico sobre a ingestão de bebidas alcoólicas . O álcool é incompatível com a maioria dos medicamentos de uso continuo. Como exemplos temos os anti-hipertensivos, medicamentos para cardiopatias, antidiabéticos, antinflamatórios, antibióticos, etc. Usuários de medicamentos psicotrópicos ou neurotrópicos jamais devem ingerir bebidas alcoólicas. A interação de efeitos álcool + psicotrópicos são graves e encerram seriíssimos riscos para o usuário e pessoas à sua volta pelos efeitos psiquiátricos e neurológicos que essa associação pode provocar . João Joaquim de Oliveira joaomedicina.ufg@gmail.com

domingo, 15 de abril de 2012

O SAQUEADOR - O SENADOR E AS LEIS

O saqueador, o senador e as leis

João Joaquim de Oliveira

http://www.dmdigital.com.br/novo/#!/view?e=20120415&p=20


Diante de tantas ações criminosas, ilegais, ilícitas e más cometidas pelo homem contra o próprio semelhante, contra os animais e a natureza, é por óbvio e normal as pessoas mais sensatas e inclinadas ao bem fazerem muitas indagações, sentirem-se perplexas ou mesmo perderem o último refúgio que nos resta que é a esperança de um mundo melhor, mais ético e justo. Eu ainda acredito em homens bons e que o mundo tem jeito .
A história, as narrações míticas, a própria bíblia comprovam que a maldade, o antagonismo entre o bem e o mal são inerentes ao homem desde os seus primórdios. Mas, será que estatisticamente a prática do mal, os desvios de conduta, os crimes de toda ordem, as ilicitudes aumentaram proporcional e linearmente com o progresso? Será que as regras do capitalismo, do liberalismo econômico, o apelo massivo ao consumo, ao prazer fundado no materialismo têm nexos diretos com o aumento da violência e as condutas antiéticas, ilícitas e ilegais das pessoas?
Parece não haver dúvidas de que todos estes fatores contribuem com as condutas antissociais dos indivíduos, os crimes de toda ordem.
As contravenções penais e atos ilícitos de toda magnitude nos demonstram isto. Parece que se tornaram seriados ou mesmo um reality show no cotidiano da mídia .
Outros fatores que se podem apontar na gênese dos atos e condutas aéticas e criminosas das pessoas seriam o desemprego, a alta taxa de analfabetismo e a leniência e ineficácia na aplicação das leis.
Ao analisar estes três fatores: desemprego, analfabetismo e ineficácia das leis poderiam surgir dissenso e questionamento entre os estudiosos da matéria. Analfabetismo, baixa escolaridade e desemprego estão intimamente interligados. Não é difícil compreender porque estão fortemente correlacionados á toda sorte de comportamento antissocial, ilícitos e aos mais variados graus de crime. Conforme a natureza do comportamento revela-se em reações de sobrevivência. Ás vezes, atos contra a falência alimentar.
Em oposição ao analfabetismo e desemprego temos que nas classes ricas, com pessoas de melhor formação e qualificação profissional, representados por empresários, agentes públicos, sejam parlamentares senadores ou não, ministros ou governantes; temos presenciado repetidos e altos índices de crimes financeiros, corrupção e comportamento antiético indignos de um cidadão comum . Agora imagina um agente público, um fiscalizador ou aplicador das leis desses delitos. Deveriam ser punidos de forma muito mais rigorosa. Mas não é isto que sucede no Brasil.
Ora bolas! Não precisa ser nenhum sociólogo, cientista político ou criminalista para se convencer de que os altos e recalcitrantes índices de crimes nestas diferenciadas classes e tipos profissionais se deve exclusivo e tão somente á ineficácia e baixo rigor das leis. Aliás, para algumas categorias de pessoas não existe nem leis. Eles próprios, os parlamentares, criaram um antídoto, uma vacina com validade permanente de nome antipático e arrogante que é a imunidade parlamentar. Tal imunidade mais eficaz e protetora do que soro antiofídico é extensiva a presidente, governadores, ministros, agentes do ministério público e juízes. Então digníssimos Senadores , juízes e sequazes de toda ordem podem se aliar e participarem de qualquer organização criminosas e bandidagem V Excias criaram as leis e elas os protegerão para sempre. Olhando por este ângulo , este País não tem jeito mesmo e estamos todos perdidos.


João Joaquim de Oliveira - joaomedicina.ufg@gmail.com www.jjoaquim.blogspot.com

sábado, 25 de fevereiro de 2012

COOPERATIVISMO E A REPÚBLICA DE PLATÃO

O COOPERATIVISMO E A REPÚBLICA DE PLATÃO

João Joaquim de oliveira


As cooperativas de trabalho ,seja de produção ou serviços, vêm se tornando cada vez mais numa forma muito atraente e justa de empreendimento. Os números dizem por si mesmos. O Brasil tem cerca de 6650 cooperativas. São 15% da população ou 30 milhões de pessoas ligadas a essa atividade. No mundo são mais de um bilhão de habitantes em atividade cooperativista. Isto não é pouco porque gera cerca de 100 milhões de empregos, sendo 300 mil só no Brasil .
O sistema cooperativista começou a ter o formato do que temos hoje no inicio do século XIX com a revolução industrial na Inglaterra . Nessa época com a mecanização da indústria e o ideário do liberalismo econômico surgiram o desemprego em massa, a miséria coletiva , a intranquilidade e a insegurança social. Nessa atmosfera, surgem então as organizações de trabalhadores através de sindicatos e associações de classe. Nascem daí as primeiras cooperativas de produção e ajuda solidária.
A primeira cooperativa registrada economicamente importante foi a “Rochdale society of Equitable Pioneers “. Isto se deu em Rochdale – Inglaterra, em outubro de 1844. Ela era constituída de operários tecelões- 27 homens e uma mulher.
Ao longo da história encontramos vários filósofos, políticos e sociólogos que defenderam os princípios da atividade cooperativista.
Charles Gide (1847-1932), francês , foi o fundador da Escola de Nimes . Robert Owen (1772-1858) , inglês , é considerado o pai do cooperativismo e fundou várias organizações de trabalhadores. Preocupado com aspectos de instrução e educação Owen criou escolas para os filhos de operários. Um médico e político que teve atuação destacada como cooperativista foi sir William King(1786-1858) que propugnou pela criação de um sistema de cooperativa internacional.
Um gigante da filosofia ocidental que não é lembrado na história do cooperativismo é Platão . De fato em nenhuma de suas obras existe menção ao verbete cooperativismo como empreendimento. Mas, quero me reportar à sua emblemática obra A República. Nesta magnífica criação, esse notável filosofo grego( nascido em 428 aC), expõe de forma lógica, metódica e muito organizada como deveria ser constituído um governo de estado e a administração de uma cidade. Os princípios e razões para a atuação de cada integrante em uma gestão pública deveriam se basear nas exigências da competência, da justiça e aptidão de cada membro. Cada integrante do governo teria uma função segundo seus méritos pessoais, dando o melhor de si para o bem de todos. E então ? não constitui a excelência e a essência em termos de atuação ou filosofia cooperativista? Nada mais justo do que lembrar desse mestre grego e que tinha como pilares de vida o exercício da justiça, da cooperação, da verdade e da Ética como meios e fins para uma sociedade fraterna, generosa e feliz.
Enfim são muitas as atividades nos moldes cooperativistas. Existe vasta literatura, teses e livros sobre o tema. No concernente ao cooperativismo médico, nenhuma organização tem a relevância e peso do sistema Unimed. Na condição de usuário e cooperado acompanho há mais de duas décadas a Unimed Goiânia . Seus dirigentes sempre tiveram como meta valorizar e remunerar dignamente os cooperados. Pode não ser de fato os mais merecidos honorários a que faz jus o médico, mas a cooperativa sempre teve a marca da pontualidade e que melhor paga aos seus filiados, quando comparada com outros seguros-saúde. A Unimed Cerrado é outro belo exemplo de gestão responsável , eficaz e altamente ético. Uma grande preocupação dos dirigentes, sobretudo vinda da congênere do Cerrado são os cursos de atualização para cooperados e funcionários. Trata-se de uma concessão privilegiada, quando todos os médicos e interessados, possam manter informados de novidades, avanços técnicos em todos os ramos da Medicina e áreas profissionais correlatas.
É recorrente a queixa de muitos médicos de que a Unimed deveria remunerar melhor pelos serviços prestados. Reivindicações com as quais eu faço coro. Todavia, esquecem os que assim pensam e queixam que os motivos desta não mais justa remuneração são os próprios cooperados. Professo esta opinião do alto de meus 25 anos de cooperado e pelo que vejo e constato neste tempo como clínico , cardiologista e plantonista por 18 anos do Hospital Unimed Goiânia . Faltam a muitos médicos os princípios e primados do cooperativismo. A Unimed mais que Empresa Privada é uma entidade com meios e fins voltada para o bem de todos: usuários, funcionários e cooperados.
Dentro desta reflexão- a da culpa dos próprios cooperados- quero citar o exemplo da prática que eu chamaria de “ nociva e sem critérios ” de muitos colegas na solicitação e execução de exames complementares. Vemos nesta etapa de uma consulta grandes abusos e absurdos. Há casos concretos tão esdrúxulos , em consultas corriqueiras ou de check-ups, que o médico mais parece um mero despachante de suas clinicas e hospitais. Ou seja , o profissional parece já ter as planilhas de exames prontas no computador. Basta clicar, imprimir e encaminhar o cliente ao laboratório. Isso é uma inversão técnica . Primeiro exames depois a consulta ?
Mais do que a perda do encanto, fica a sensação de que o médico esqueceu todos os ensinamentos de semiologia e técnicas de um exame físico bem feito. Enfim cadê o raciocínio clinico, o suspense , o encadeamento tão inteligente de uma historia médica acurada e dela afunilar em poucas possibilidades os diagnósticos prováveis, sem tantos meio diagnósticos.
São práticas, entre outras, que ao gerar lucro e ganho para poucos trazem danos e rombo no caixa da Cooperativa e prejuízo para a maioria dos cooperados.
O exemplo aqui citado de uso indiscriminado e sem critérios de indicação clinica para tantos exames e outros procedimentos, invasivos ou não, fere de morte os princípios éticos em geral e o compromisso do médico firmado quando se torna cooperado .
São condutas que se perpetuadas e generalizadas poderiam até mesmo comprometer e inviabilizar a saúde financeira da Unimed. O que seria uma pena, dada a importância social e econômica que tem o sistema para todas as pessoas que dele dependem. A Unimed não é de poucos , ELA pertence a todos -usuários , cooperados e funcionários.

João Joaquim de Oliveira – joaomedicina.ufg@gmail.com médico

VIOLENCIA NO ESPORTE, PAPEL DA REDE GLOBO

Esportista como sou , fã não fanático por futebol, fico triste e preocupado com a violência e os crimes das chamadas torcidas organizadas. Neste breve ensaio faço as seguintes indagações: por que de tanta hostilidade e brutalidade desses torcedores e simpatizantes dos clubes? Será que a mídia televisiva tem alguma influência no comportamento desses torcedores? O comportamento de repórteres de campo, de locutores de radio e TV e cartolas teriam influência na agressividade, discriminação e intolerância dessas “organizações “ que vestem as cores dos times de futebol?
Conforme algumas pesquisas e estatísticas a maioria dos membros dessas torcidas são de baixa escolaridade e pertencem às classes C e D. A violência e crimes em geral têm certa relação com baixo grau de instrução e escolaridade. As pessoas pouca instruídas buscam lazer e cultura nos canais abertos de TV. No quesito bom gosto e qualidade, todos sabemos que muitas emissoras se equiparam em baixaria e apelos por audiência os mais vulgares e fúteis possíveis. Para comprovar esta realidade basta navegar pelos vários canais de TV , de dia ou de noite, e assistir os festivais de besteiras e patifarias que são exibidos.
É do senso comum que televisão , animadores de programas e jornalistas são os grandes formadores de opinião deste país. Isto significa o que? Estes profissionais não só formam o modo de pensar dos cidadãos , mas também a conduta e atitude das pessoas em sociedade. De que forma a televisão e seus profissionais podem influenciar na violência das torcidas organizadas? Basta a esses órgãos de mídia e jornalistas, repórteres de campo e locutores assumirem o papel de torcedores. Isto se torna muito estimulante e agressivo quando são repetidas as palavras de ordem do tipo humilhar, arrasar ou massacrar o outro time, os adversários , etc.
Quem assiste a futebol pela TV está habituado a esses jargões nada educativos ou éticos. Não importa que o time oponente seja local, de outro estado ou estrangeiro. Aqui no Brasil, a Rede Globo encarna muito bem este papel. A emissora tem a exclusividade na transmissão de jogos da seleção. Seus locutores, repórteres de campo e comentaristas assumem o papel de torcedores-símbolo do Brasil. Como falam muitas bobagens, impropérios e referências pejorativas das equipes que enfrentam nossa seleção, isto resulta em um modelo de atitude e opinião muito grave pelo poder de influência que tem esta mídia nas pessoas em geral e torcedores.
Quando a equipe adversária é a Argentina então, a TV globo cria um clima de guerra. Não é incomum ouvirmos de locutores e repórteres que vale tudo para ganhar de “los hermanos” argentinos, desde quebrar pernas dos adversários até peitar o árbitro do jogo por um resultado a favor do Brasil.
Um outro cenário de profissionais que representam péssimos modelos de conduta e imoralidade são os cartolas de futebol no Brasil. Suborno, lavagem de dinheiro e corrupção fazem parte da agenda desses profissionais da bola. E vejam que este” modus-operandi” é próprio não de só de altos dirigentes da seleção brasileiro, mas até dos magnatas da FIFA.
O que mais causa arrepio e pasmo nas pessoas de bem é surgir denúncias e evidências de que a Rede Globo se tornou conivente e complacente com todo o cenário de roubalheira, lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo diretores e presidente de nossa Confederação Brasileira de Futebol- CBF.
Então não se poderia esperar nada diferente dos membros dessas torcidas “(des)organizadas”. Imagina os padrões ou modelos de conduta que eles têm! Uma Rede de TV altamente engajada que para atingir fins lucrativos pouco importa com os meios empregados. Somado a isto existem repórteres e locutores de TV no papel de torcedores que incentivam a intolerância e violência em campo. Como piores dos exemplos temos cartolas ladrões e corruptos em todos os segmentos do futebol.
Fechando estes péssimos fatos e modelos de conduta basta lembrar que toda essa gente vive lisa, leve, solta e feliz na absoluta impunidade. Os rigores da lei nunca atinge esses gangsteres do nosso glorioso futebol.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

FRACASSOS NO VESTIBULAR , POR QUÊ ??

SOS VESTIBULANDOS! O QUE REVELAM AS PROVAS.
João Joaquim de Oliveira
O POPULAR E DIÁRIO DA MANHÃ –



Em época de exames vestibulares pais e candidatos entram em polvorosa. Não tem como fugir ao estresse que a espera do exame provoca. Dias de provas então e quando da divulgação dos resultados são de dar arrepios e muita insônia.
Atacado de curiosidade em saber a quantas anda o nível das provas aplicadas e o desempenho de nossos vestibulandos fui ler alguns exames de universidades federais. As provas de hoje constam de 1º fase com questão de múltipla escolha para todos os candidatos, com um ponto de corte e seleção para a 2º fase. Esta etapa final consta de redação( português ) e questões discursivas especificas para cada curso.
As provas ,em geral ,são bem elaboradas e dentro dos conhecimentos do currículo do ensino médio. Nada que um bom aluno não saiba . Quando se analisa o desempenho dos candidatos pelas notas obtidas, isto é: os que são selecionados para a 2º fase (prova discursiva); ai é de dar descrença em amantes por educação e cultura, como eu, ou nos próprios educadores mais sérios e idealistas deste país.
Recentemente, em um “papo-cabeça” com um escritor e dois professores universitários abordamos justamente o tema aptidão cultural e escolar da juventude na era digital. Nós, os quatro, consentimos no seguinte: hoje não se pensa e não se pratica cultura e conhecimento como um bem de 1º necessidade e grandeza ,como era em épocas dos pais e avós desses jovens vestibulandos.
O estágio cultural e conhecimento das matérias de 2º grau de nossos vestibulandos são tão pífios e ruins que o aluno não consegue ao final de tanto estudo acertar 40%, 50% das questões de aferição de seu aprendizado.Em tempo: muitos desses candidatos, além da conclusão do 2º grau, têm 3, 4 anos de cursos pré-vestibulares. Em muitos desses vestibulares os candidatos são peneirados para a 2º fase com uma nota menor que 2( 20%). Na UFG, houve cursos, caso de Ciências Sociais e Pedagogia, que alunos foram para a 2ª fase com nota de corte igual a 1,7(17%). Agora imagina o que deve ficar registrado nas questões de redação e prova discursiva desses candidatos, onde não há mais a opção lotérica do chute! Estas provas não se tornam públicas. Sinceramente eu gostaria de ler as asneiras e futilidades que devem ficar registradas de nossa juventude.
E vejam que situação gozada e esdrúxula: a Instituição terá que selecionar os menos ruins dos candidatos, senão ficariam vagas ociosas nos cursos, fosse por exemplo exigir uma nota mínima 5 (50%) nas provas finais. A primeira fase não pode haver zero. Com qualquer outra pontuação o candidato é concorrente a uma vaga .
Em verdade os exames vestibulares revelam o rebaixamento dos valores culturais porque passa a sociedade. Leitura e cultura geral parecem algo careta e supérfluo para nossa garotada. O apelo das indústrias e comércio de tudo, o apego aos bens digitais e ao mundo virtual vem detonando a capacidade de refletir e pensar das pessoas. A maioria não quer nada com a dureza de pensar.
Nossas crianças e jovens têm sido as principais vitimas desse sistema. Isto vem se revelando até mesmo na postura de muitos pais, escolas e alguns dirigentes pedagógicos que se julgam estar antenados com a modernidade. Não se condena o computador, os tablets, os iPads, e a internet como instrumentos escolares. O exagero e o mau uso é que tornam-nos nocivos e inibitórios á capacidade de raciocínio e pensar do aluno.
Eu ainda sou dos que acreditam no poder construtivo e cultural da leitura e do livro impresso. O aluno desde cedo tem que ser estimulado e exigido a ter habilidade com o lápis e a caneta, em expressar por escrito os seus pensamentos e conhecimentos. Computador e internet no ensino fundamental e médio devem ser adjuvantes e nunca protagonistas no aprendizado escolar. Ou professores, escolas e pais despertam para essa realidade ou continuaremos sendo escolas medíocres e as piores do mundo. Que o digam os exames e indicadores de cultura e escolaridade como o ENEM, o ENADE, PISA, IDEB e de arremate nossos vestibulares da Universidades Federais.
E sem querer ser chato, estou aqui a falar de alunos e candidatos a ingresso nas melhores Universidades, onde se tem em conta melhor estrutura física, grade curricular decente, e um staff docente melhor qualificado. Se eu for falar de nosso alunato de faculdades privadas.. não! aí não , senão vou ter náusea, engulho e prefiro ficar por aqui mesmo.

João Joaquim de Oliveira médico - joaomedicina.ufg@gmail.com

NAO FALE MAIS COMIGO . TÔ OCUPADO

EU NÃO FALO MAIS COM VOCÊ
João Joaquim de Oliveira

O mundo tecnocientífico em que vivemos nessa primeira década do século XXI tem nos imposto profundas alterações nas relações sociais quando se compara com os idos de 30 ou 40 anos atrás. Nessa época(anos 80) a informática e internet estavam apenas na forma de embrião, em compassos bem rudimentares. Essas transformações, propiciadas por tantos avanços das ciências e da tecnologia mudaram positivamente a rotina e a vida das pessoas em todos os níveis seja no trabalho, no comércio, na indústria, no âmbito jurídico , na esfera social, afetiva etc.
Não há dúvida de que frente a tantas conquistas de bens e aparelhos, sejam estes para melhorar a produção industrial ou mesmo o exercício de cada profissão, a vida e a produtividade do homem tiveram um salto de qualidade. Na área de lazer, recreação e entretenimento então, são amplos e notáveis os resultados de tanto progresso. O que há de se lastimar é que as classes menos abastadas, de baixo poder aquisitivo, continuam à margem dessas conquistas, sem desfrutar de tantos utilitários eletro-informáticos e outros equipamentos e insumos, sejam para o trabalho ou para diversão.
Tantos ganhos e alcances, em termos de aparatos tecnológicos que trouxessem impacto na sociedade seja na esfera de produção ou diversão, é natural de se esperar igual impacto no âmbito das relações sociais, da ética, das obrigações civis ou jurídicas das relações familiares ,da educação , entre outras.
Sem acirrar sobre tamanhas e tantas mudanças desses tempos da era digital faço algumas reflexões sobre a temática educação em especial “lato sensu”, as relações pais/filhos e alunos/professor.
Aqui expresso minha opinião como pai de um casal de jovens e cultor incondicional que sou da boa educação como fator decisivo na formação do bom caráter e moral do indivíduo. Este , aliás, um conceito defendido por Aristóteles na antiga Grécia. No quesito educação o que presenciamos é que a qualidade dos valores culturais e formação educacional de nossas crianças, adolescentes e jovens caminha em sentido inverso ao pregresso tecnocientífico.
Quando menciono valores culturais e formação educacional, refiro-me não apenas à formação escolar da criança e jovem no conhecimento das disciplinas básicas ensinadas nas escolas, mas sobretudo o amadurecimento moral, social e ético como “pessoa humana”.
As tecnologias de hoje, em especial , as de mídia (celular, internet, games ) vem subvertendo a importância que sempre se deu a sentimentos e atributos quase inatos e que sempre foram cultivados e ensinados ainda no berço, no seio familiar. Ou seja o amor, a generosidade, a fraternidade parecem não pertencer mais às relações humanas. Hoje, fala-se tanto em direitos das crianças e adolescentes que sugere uma inversão de valores. Filhos não respeitam ou cumprem orientações de pais ou responsáveis e educadores. Nossos adolescentes e jovens perderam completamente o sentido e o valor da hierarquia pai/filho e professor/aluno. Fica a sensação de que ,se respeito houver ,este deve ser do pai ao filho, do professor ao aluno, do idoso ao jovem
Exemplo de tanto mudança, domínio e força nesta era digital e da internet foi a edição da lei “palmada” que diz: se um pai ou mãe desferir uma palmada mais forte na punição ou correção do filho, poderá haver processo, contra o genitor, se denunciado pelo filho. Se esse castigo , mesmo leve, ocorrer na relação professor/aluno, poderá haver exoneração, processo e execração pública do educador. Ou seja , tornou-se desestimulante e um risco a indelegável e santa missão , a de educador.
Necessário e urgente se torna que as famílias, educadores e as políticas educacionais repensem valores e ensinamentos de ética, civismo e moralidade nesses tempos modernos. Do contrário estaremos criando uma geração de pessoas embrutecidas e empedernidas que são tocadas e sensibilizadas apenas por máquinas e computadores. O ser humano foi concebido não apenas para repetir e copiar o que está pronto. Precisamos formar e educar pessoas pensantes, criativas, criticas e que possam inserir , mudar e melhorar o seu meio social, o mundo que queremos melhor. Para tanto, precisamos também de pessoas melhores.
Hoje já vemos muitos desses jovens que no domínio desses objetos e utensílios de informática e mídia, parecem verdadeiros autômatos, alheios à natureza, às pessoas e à vida.
Crianças ainda em tenra idade, adolescentes em formação de personalidade e caráter, jovens e adultos estão perenemente plugados nas tecnologias da modernidade. Todos se encontram ocupados e conectados com suas mídias, ninguém mais vive sem o celular, sem os smartphones, sem os notebooks, sem desgrudar das redes sociais. As pessoas não falam mais com as pessoas, elas falam com as máquinas.
Até aonde chegarão estas transformações , este alheamento? Isto dá medo! Até onde? Até quando?

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...