sábado, 26 de agosto de 2017

Eu e Deus

NEM TUDO SE DEVE A DEUS
JOAO JOAQUIM

Conta-nos a narração bíblica da criação do mundo que até Deus trabalhou duríssimo para a conclusão se sua monumental obra. Até Deus, imagine. Acabada   a sua obra, veio-lhe a mais divina de suas criações, o próprio homem. No tocante ao seu maior engenho, o universo (talvez não um, mas multiversos   ) Ele laborou durante 6 dias. Ao final , Ele se deu o direito de um dia de descanso, o domingo, do latim dies dominicu, dia do senhor. 
Não é sem razão que muitas seitas religiosas e tradições têm o 1º dia da semana, domingo, como um dia santo, em que além de reservado ao descanso é também dedicado aos ritos religiosos, missas, cultos, celebrações e toda devoção a Deus.
Concluída então a sua maior e preeminente obra, entendeu  o criador que precisava de alguém que administrasse esse feito épico, essa divina epopeia . Se não todo o cosmo , ao menos o planeta Terra. Porque aqui em princípio, foi o planeta escolhido para o acolhimento de todos os outros animais. Mas, enfim que bicho, que animal iria ter uma atuação de liderança, para gerenciar toda a natureza, suas riquezas e toda a bicharada. Aí que estava mesmo a maior charada. Não podia ser um elefante, um dinossauro, ou uma anta qualquer. Foi então que nosso Deus teve aquela centelha (divina por sinal), aquele “insight”. Cogitou então o criador”. Eu concebo um animal (de animus, alma), que seja bípede, racional, inteligente e criativo; e que possa reinar superior aos outros irracionais”.
Assim concebido, assim foi criado. No princípio, para todo regalo, deleite e plena felicidade da criatura, esculpida à imagem e semelhança do próprio criador. Deus fez surgir também o Éden, aqueles campos e prados elísios. Um paraíso da mais almejada bem-aventurança. Era como que o panteão dos santos, heróis e justos. Entrementes, como uma cláusula  de barreira, havia uma árvore, cujo fruto era proibido. Era como que um segredo de Deus. Algo como que o sabor da sabedoria. Deus tinha esse sagrado direito, não dar todo o conhecimento e revelação ao homem.  Era ter um pouco de sabor daquele apetitoso fruto e ter-se-ia a máxima sabedoria, todo o saber dos segredos da vida.
A sequência é de todos agora sabida. Entre os bichos, tinha lá a tal da serpente, pérfida e maliciosa. Ela se acerca da Eva, companheira e cônjuge de Adão. “Que nada, prove dessa fruta e o segredo da vida e do universo, virá ao seu  conhecimento”. Inocente e sem malicia, Eva foi aliciada e caiu na esparrela de pecar e comer o fruto proibido. Resultado, foram-se para água abaixo toda aquela  pureza, a eterna ventura e bem-aventurança.
A maior e pior consequência dessa desobediência de Eva foi o chamado pecado original. Acabou-se ali o que era doce e terno. Todos tiveram que passar a trabalhar com transpiração e inspiração para o próprio sustento. Essa foi a pena imputada pelo criador a todas as suas criaturas. “Labor, laborai todos para o vosso sustento, seja de dia ou de noite, com chuva ou com sol. Vivereis com o pão e com o suor de vossos rostos.
O que remanesceu de bom e útil é que Deus, de sua infinita onisciência e vontade não esvaiu ou espoliou o ser humano  de sua razão, alma e inteligência. Foram mantidas em cada pessoa essas centelhas divinas, essas chamas que dão sentido de humanidade a todas as criaturas de Deus.
Santas e divinas razão e inteligência. Porque através delas o homem e a mulher podem prover o próprio sustento. É tudo isto! Porque Deus tendo outras lidas e atributos maiores delegou ao homem o condão, a condição de inteligente. Assim, com a aptidão, força e criatividade para muitos feitos, sem de Deus precisar para  tudo. O que se tem de concreto é esta diretriz. Vamos deixar para Deus só aquilo que nos é impossível. Portanto aquele hábito e reco-reco de tudo ter sido feito e conseguido  graças a Deus tem que ser relativizado . Nem sempre tal hábito  verte  razão. Graças também à própria pessoa que já tem essa prerrogativa concebida pelo próprio Deus do discernimento, do racional e da inteligência.  Assim muitos coisas que fazemos podemos lembrar Graças a mim e a Deus. Tipo aquele sujeito que volta e meia tem um utensilio, um automóvel, um traste utilitário, e tem-se lá um dístico, um mote “ presente de Deus”. Será . Deus não tem nenhuma pretensão material para nós, o que ele nos quer dar , isto sim/ é a garantia, se assim o merecermos, a morada no Paraíso, no céu , quando findada nossa jornada nessa Terra. Aqui sim, se Deus quiser. E ele há de querer o meu e o seu ingresso em sua morada. Julho/2017

Cachorros na rua

CACHORRO NÃO É BURRO MAS EMPACA
João Joaquim  

Eu trotava pelas ruas de Belo Horizonte MG( caminhada ) quando, de súbito, deparei-me com um pequeno cenário que se dissesse que fora inopinado não estaria fazendo imagem nem estilo. Isto porque além de não tão raro, ele pode mesmo se suceder pela natureza bravia e resistida do animal. Vamos aos fatos. No meio-fio havia uma dona ( suposta proprietária) de dois cães, animais que a mulher  puxava pelas coleiras. Na verdade um cão e uma cadela, um da raça labrador, o outro sem raça, o popular vira-lata, neste caso a vira-lata. O  que de inusitado ocorreu foi que os dois bichos estavam empacados. Eu suponho que um se embirrou e não queria passear. A cadela foi induzida e também se empacou. Dois pets empacados na rua, e a dona estática sem saber o que fazer.
A gente sabe por natureza e rebeldia que quem empaca e não anda é asno. Agora eu sei que cachorro não é asno mas também empaca. Assistindo àquela cena veio-me o ímpeto em parar em socorro à dona. Mas, ato contínuo ,refleti que eu poderia ser atacado pelos animais  e continuei minha jornada. Ainda assim pude tirar daquela inesperada ocorrência algumas assertivas do bicho-homem condutor e dono de todos os demais animais classificados de irracionais, classificação essa  sem muita razão, penso eu. O humanos racionais e os outros irracionais. Ora essa!
Uma mulher e seus dois bichões de estimação, mas empacados. Digo bichões  porque ,além dos portes grandes, eram obesos os bichos; em semelhança com o próprio biotipo da dona. O que representavam aquelas criaturas empacantes na vida da própria dona? Em seguida  me vêm a cabeça alguns qualificativos : estrovenga? trambolho?, estrupício?  estorvo? embaraço? trangalho? Chega! São muitos os qualificativos possíveis!
Quantos são os estrupícios na vida de uma pessoa? Quantos deles são possíveis? São muitas as variantes. Por definição temos que trambolho ou estrupício se constitui num ente concreto ou abstrato que traz alguma dificuldade, sofrimento, privação, humilhação, trabalho, ônus entre outros efeitos negativos na qualidade de vida e relações sociais.
No sentido de concretizar, robustecer e aclarar as assertivas do que seja um estrovenga ou embaraço tomemos o exemplo de alguns bens pessoais. Imaginemos o sujeito com um automóvel em idade de sucata, de 20 anos, 30 anos de uso. Além de um trambolho com ônus em sua precária manutenção, tal bem (patrimônio automóvel) representa na verdade um mal, e um risco à integridade física e à vida desse dono( dona).
No campo abstrato. Imaginemos agora um sujeito, um pai de família ou mãe de família, ou dois pais ou duas mães de família. Enfim, não importa. Ia me esquecendo que a conformação de família mudou muito com as chamadas uniões ou casamentos homoafetivos. São tempos modernos, com legislações avançadas.
No caso então de uma dessas pessoas, a pretexto de se mostrar bem apessoada ela começa a adquirir bens duráveis e perecíveis através de crédito e financiamento bancário; ou através do cartão de crédito (na verdade cartão de dívida, olhe o engodo). Que ironia do marketing capitalista e consumista, o sujeito contrata um cartão de “ crédito” que pode lhe trazer a pior das dívidas , porque ou se paga, ou se tem os bens alienados e a vida arruinada.
Com o passar do tempo tais expedientes podem se tornar em autênticos trambolhos e empecilhos na vida dessa pessoa. Tais compromissos têm tudo para arruinar a vida do devedor inadimplente e sua família. Tais estrupícios, voluntariamente contraídos, podem derreter a harmonia familiar e conjugal.
Um outro estrupício ou autêntica estrovenga que a pessoa pode adquirir se dá no campo concreto nas relações conjugais. Quantas pessoas não representam autênticos trambolhos e embaraço na vida de outra pessoa! Temos exemplos aos milhares pelo Brasil e pelo mundo, de indivíduo que, uma vez acabado o namoro ou casamento se julga inconformado, abandonado e parte para perseguição, assédio moral, alienação parental, quando não raro, comete feminicídio ou homicídio, pelo ciúme doentio em não aceitar a separação conjugal. São indivíduos insanos e autênticos trambolhos conjugais na vida e liberdade da outra pessoa.
Enfim, são esses os trambolhos mais encontradiços nos tempos modernos. A aquisição (contração) de dívidas impagáveis em nome de um status ou vaidade pessoal; a aceitação de uma relação conjugal de alto risco, seja na perda da autonomia ou liberdade pessoal;  e naquele expediente tão comezinho e da moda de se criar um animal de estimação que, às vezes, traz negatividade, risco à saúde, ônus no seu cuidado, um ladrador  estorvo e empecilho até nas relações sociais com outras pessoas e no direito de ir e vir. 
Agora reconheçamos em alto e bom som, trata-se de questão pacificada, líquida e correta, cada qual tem o direito de ter os estrovengas ou trambolhos que bem lhe aprouver e ponto de exclamação  ou final !   Julho/2017.   

Comer e viver...

COMER PARA VIVER OU MORRER DE COMER. EIS A QUESTÃO  
João Joaquim  

Muitas são as latrias de que padece a pessoa humana. Para contextualizar, o verbete latria vem do grego latreía ou latim tardio latria. Tem o significado de culto a um ente qualquer. Na origem designava apenas culto a uma divindade, a um santo.
Com o passar dos séculos a semântica deu à palavra uma ampliação de significados. Assim temos que latria refere-se também àquele amor, gosto, apego exagerada a um objeto, a uma pessoa, a um artista, a um personagem ou até mesmo aos alimentos. Como exemplos podemos mencionar a idolatria, a alcoolatria, a chocolatria, a narcolatria( drogas ilícitas ) e até a egolatria. Neste caso nada mais seria do que o indivíduo se apaixonar por si mesmo. Este auto-sentimento é também denominado de narcisismo, autofilia, autocontemplação ou amor próprio. Ou seja ,é autoestima para lá da Indochina e aquém do Hindostão.
Assim muitas são as latrias que podem acometer o indivíduo. Uma em especial vem merecendo estudos e foco da comunidade de cientistas e profissionais de saúde e das ciências médicas. De poucos ainda compreendida na sua inteireza, a fagolatria ainda constitui um daqueles enigmas do comportamento e reflexos dos ser humano. Por definição a fagolatria é como uma atração ou desejo exacerbado por alimento. Ela pode ser aquela compulsão inespecífica, ou seja o fagólatra tem uma tendência por ingestão desregrada e irracional de qualquer alimento. Temos também a fagolatria seletiva. Condição em que o sujeito tem um apetite ou desejo exagerado para determinado alimento. Quando essa impulsão mórbida é para bebidas alcoólicas ela recebe o nome de dipsolatria(dipsomania) ou metomania. Popularmente recebe o nome de alcoolatria ou alcoolismo. É comum a associação da fagolatria com a dipsolatria.
No concernente às causas, os estudos e ensaios clínicos vêm propondo que há uma predisposição genética e um fator social e comportamental . O que parece é que há uma interação poligênica com o fator ambiental e meio social onde se acha inserido o paciente. De forma que um fator atua reforçando o outro.
Um fator ambiental que tem ganhado relevo na era das comunicações (televisão, internet, redes sociais) refere-se ao marketing ou propaganda de uma infinidade de alimentos e bebidas. O apelo ao consumo alimentar vem tendo efeitos devastadores na saúde do consumidor. Comer e beber se tornaram hábitos associados ao prazer, à satisfação tão ancestral da fome. Nos primórdios da civilização o indivíduo comia para sobreviver e se nutrir. Hoje se come num  impulso de satisfação instintiva do paladar. “Do comer para viver se passou ao viver para comer”.
As consequências da fagolatria e da dipsomania (dipsolatria) são a obesidade, as elevações lipidêmicas (colesterol, triglicérides), o diabetes tipo II e a síndrome metabólica com os seus graves riscos para as doenças cardiovasculares.
Os distúrbios da fagolatria e da dipsolatria se tornaram muito prevalentes na era digital ou pós-internet. A instantaneidade, facilidade e celeridade das informações se tornaram marcas dessa chamada hipermodernidade. Comer e beber de forma desmedida e compulsiva se tornaram hábitos e cultura de socialização.  Em outro contexto e circunstâncias, a farra e prazer na ingestão do alimento , se converteram   em fatores de recompensa e fuga da ansiedade e do estresse da vida competitiva e rápida de nossos tempos.
Uma tese que ganha muita adesão é de que a fagolatria tem uma origem  em nossa ancestralidade (ancien phagein). O homem primitivo (idade das cavernas) tinha escassez de alimento. Quando o obtinha estava esfomeado e esquálido. O instinto de sobrevivência o impelia a empanturrar e empanzinar de proteína animal. À  semelhança de outras selvagens ferozes. Aliás, é o que fazem muitos dos predadores nas selvas e savanas africanas de hoje ( leões, lobos, hienas). Frente ao exposto o que se tem de certo é que a fagolatria e a  dipsolatria se tornaram de difícil tratamento, vez que envolve comportamento com muita influência de marketing, dos apelos  de mercado e da  indústria de alimentos. Mas, não se pode desprezar essa herança ancestral, de nossos primórdios, de nossa ascendência das cavernas, do homem primitivo.
O que os estudos e ensaios clínicos preconizam são atitudes e expedientes preventivos dos pais, das famílias e escolas com os filhos e alunos desde a primeira infância. A educação higiênica e alimentar deve integrar a educação global da criança tornando-a um cidadão e cidadã consciente com sua saúde e com o meio ambiente.  Julho/2017.

Alimentos - História

A HISTÓRIA DA RELAÇÃO DO HOMEM COM OS ALIMENTOS
 João Joaquim  

A  relação do homem com os alimentos vem de priscas épocas. Alguém pode ver nesta frase uma certa tautologia. Decerto o homem tem nexo com o alimento desde o nascimento, seja de forma ontogenética ou filogenética. O que se busca com essa abordagem é mostrar como se deu essa evolução do bicho-homem com todo meio de subsistência nutricional.
Nos albores da história da humanidade as fontes de alimentos eram escassas e de difícil acesso. No que concerne aos vegetais, pode-se afirmar: muitas eram as opções de frutas, folhas, legumes e grãos. Tudo era natural e orgânico. E quanta vantagem! Não havia os tais agrotóxicos nem os tais dos geneticamente modificados. O certo é que a concorrência com a fauna (animais selvagens) era enorme. Mas, havia abundância de vegetais, por isso o equilíbrio era certo.
Uma questão complicada era a proteína animal. Isto em se tratando do homem primitivo ou das cavernas. Porque no abate de animais selvagens se empregavam as próprias forças ou ferramentas rudimentares da própria natureza. Pedra , arco e flecha, e armadilhas na caça e pesca, eram estas as ferramentas utilizadas. Enfim a busca por carne animal ou pescado era árdua e de alto risco. Ora o homem era caçador, ora se tornava caça de muitos predadores.
Já dando um grande salto para a idade média e desta para a moderna, muito se evoluiu em se tratando da ligação do homem com suas fontes nutricionais. Vieram a mecanização e o vasto emprego de ferramentas mais modernas. A produção agropecuária ganhou outro destaque na vida dos rurícolas e agricultores. Com o emprego do arado e adubos orgânicos (estercos) e químicos houve avanços na produtividade e qualidade na produção agrícola.
Saindo da produção agrícola com o emprego de ferramentas e mecanização, com a utilização de arados motorizados, semeadeiras e colheitadeiras chegamos na era da indústria alimentícia. E esta é o foco principal da presente matéria. Falar em revolução industrial alimentícia se torna imperativo trazer à lembrança a teoria malthusiana, do britânico T.R . Malthus (1766-1834).
Esse importante escritor e economista do século XIX afirmou que a fome e a miséria só seriam minimizadas com um rígido controle de natalidade e com abstinência sexual. De certo modo tinha razão o cientista porque em muitos países subdesenvolvidos a insegurança alimentar, a fome e a subnutrição constituem graves questões para esses povos. São nações com precárias políticas em se tratamento de planejamento familiar e controle de natalidade.
Agora ,  em se falando de países terceiro-mundistas e emergentes como o Brasil. A verdade real é que alimentos existem para todos em todos os  tempos. Pelas estatísticas do governo temos cerca de 14 milhões de desempregados. Se contar o número de subempregados e informais, essas cifras de pessoas atingem no mínimo 25% da população, ou mais de 50 milhões de bocas para alimentar.
 Enfim, a verdade real é que se produzem muitos alimentos, mas, da colheita até o consumidor se perde quase 40%. Perdas que dariam para alimentar de forma satisfatória a todos os brasileiros.
Uma outra gravíssima questão , que se mostra de muita insensatez ou sandice mental se refere ao grupo de pessoas de melhores posses e capacidade aquisitiva. Essa classe de pessoas tem no alimento, e nas bebidas uma fonte de alegria, prazer e “felicidade”. Elas comem muito mais do que o necessário, o exigido para o aporte nutricional. Disto resulta a epidêmica e mórbida obesidade. Se na África temos os desnutridos, aqui no Brasil temos os disnutridos ou os dismórficos corporais( prefixo dis com sentido de disfunção, doença). O nutrólatra ou o fagólatra  come tanto e desmedidamente que se torna em obeso dismórfico. Aí nem lipo, nem bariátrica resolvem porque as artérias e o coração estão cheios de gordura e colesterol.
O que adiante retirar a casca( nas cirurgias plásticas ) se o miolo e  o cerne da pessoa( coração e artérias ) estão repletos de placas de gordura e colesterol. Nesse caso o infarto é só uma questão de tempo. Que triste !  AGOSTO /2017. 

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Crack...

A Tragédia da Narcodependência( Maconha, Crack)  na Cracolândia de São Paulo
Conforme jurisprudência do STF, ser usuário já é tri legal, falta tornar o traficante também Legal. É o prenúncio do fim dos tempos. 
João Joaquim  

Todos nós vivemos tempos tão estranhos e esquisitos que há  momentos e dias que pelo que ouvimos, vemos e lemos nos jornais temos o direito e a normalidade a alguns questionamentos e perguntas. Sejam tais questões e dúvidas as mais naturais e inocentes possíveis. Não estou aqui a questionar a ida do homem a marte que já considero uma extravagância , nem algum terremoto ou furação que fazem parte das tragédias naturais, desde que o mundo é mundo. Nada dessas intempéries e desastres naturais me preocupa porque simplesmente provam as teses do filósofo Heráclito de Éfeso que cravou a máxima:” A única coisa permanente no mundo é a mudança”.( Teoria do Devir, de tudo que se transforma).
O que tem me causado pasmo e muitas interrogações nos últimos tempos tem sido o papel ou atuação do homem. E aqui me refiro a muitas pessoas. Desde um simples pedinte de rua ou Barnabé aos homens que ocupam posições de líderes, presidentes de empresas, de autarquias  ou sobretudo os chefes e gestores de órgãos públicos, enfim os representantes do povo. Ou os supostos tais representantes, contra os quais sinto-me no direito de indagar: representantes de quem? Baseado no que tenho visto dessa classe de gente, representantes meus eles não são! E nem sei se vou ter opção de escolher alguém que me represente nas próximas eleições. A julgar pelos que estão hoje nos governos de Estados( unidades da federação) ou da União, nenhum deles reúne condições éticas e morais para representar os eleitores, sequer cuidar de bens públicos, porque como refere o termo, público é  de todos, da comunidade, da nação e não de nenhum interesse privado.
Eu não quero ocupar minha coluna no jornal com as nefandas e repetidas manchetes de jornais e televisão narrando os crimes cometidos por políticos de todos os poderes como prevaricação, malversação, lavagem de dinheiro,  peculato, crime de corrupção ativa ou passiva. Tais ocorrências, às pessoas de bem e honestas, têm causado náuseas e engulho, pelas tantas repetições, como num seriado de filmes de horrores.
Eu quero, enfim, ocupar aqui de um tema que esses dias ganhou as manchetes do Brasil e do mundo. Falo da intenção e do expediente da prefeitura de São Paulo( na pessoa do prefeito João Doria) em acabar com a cracolândia naquela populosa cidade. Analisando vulgarmente tal questão de saúde pública. A que ponto se chegou tal tragédia humanitária. Existe um local público, insidiosamente construído pelos usuários e traficantes, um local destinado ao consumo e tráfico de uma das drogas ilícitas a  mais nociva e destrutiva do ser humano. A cocaína na sua forma mais viciante e indutora da dependência psíquica e orgânica. E assim o é porque ela tem uma meia vida curta; e o usuário pela reuso rápido da substância, mais rápido também se torna extremamente dependente, porque o efeito passa rápido .
E aqui frente a mais esse capítulo da tragédia que é o uso de drogas, qualquer que seja essa substância, eu mostro meu espanto e minha surpresa com os homens. Notadamente aqui, com os homens do judiciário. O supremo tribunal federal (STF) já tem uma jurisprudência no sentido de não criminalizar o uso de drogas. Só faltou um detalhe nessa decisão suprema, porque da suprema corte de justiça: quanto em gramas, o sujeito pode portar em seu bolso, na bolsa, na cueca, nas meias, na condição de usuário. Porque, assim decidiram os juízes do STF, ser usuário é legal e Legal. Ou até tri legal, quem sabe !
Ou seja nem uma tragédia social, sanitária e individual como essa da cracôlandia de são Paulo  será capaz de fazer nossa corte máxima de justiça rever sua posição. Ser usuário é duplamente legal( bacana e lícito), ok.
Agora minha indagação mais importante. Consumir qualquer produto, significa comprá-lo de algum distribuidor, no caso o traficante. Para quem defende o uso descriminalizado das drogas ilícitas só faltou esse detalhe da jurisprudência do STF, tornar o traficante pelo menos Legal( de acordo com a Lei). Vender também seria Legal. Nesse caso não precisaria nem quantificar, o quanto ele pode transportar para atender seus clientes consumidores,  porque os usuários são aos milhares.
E então me resta afirmar: só mesmo no Brasil poderia sair decisão desse quilate, desse disparate e desse desplante. Junho/2017. 

João Joaquim médico e cronista DM -  whatsApp (62) 9.8224-8810   

Álcoolatria

ALCOOLISMO E DOENÇAS CÉREBRO-VASCULARES      
                                                                                João Joaquim de Oliveira 



O derrame cerebral é a 3ª  causa de morte entre adultos e a principal causa de invalidez de idosos no mundo. Nos EEUU ocorrem em média 150.000 óbitos e 2 milhões de sobreviventes de acidente vascular cerebral  (AVC) por ano.  A doença arterioesclerótica ( placa de colesterol) está na gênese da maioria dos casos de derrame. Existem vários fatores de risco pessoal e ambiental para as afecções cerebrovasculares.
Os principais fatores são a tendência hereditária, o tabagismo, a hipertensão arterial, o diabetes, sedentarismo, colesterol alto, alcoolismo etc.
 Neste artigo discorreremos sobre o álcool como um fator de risco significativo para doença cerebrovascular ( derrame, isquemia cerebral).
A literatura médica é farta em trabalhos científicos mostrando a estreita relação entre o consumo excessivo de álcool e maior ocorrência  de acidente vascular cerebral (AVC). Esta relação existe mesmo naquele bebedor ocasional em função de sua predisposição genética e outros fatores pessoais de risco. O consumo moderado de bebidas alcoólicas (40-60g álcool/dia), contínuo ou esporádico, já representa risco aumentado para complicações e doenças cardio e neurovasculares.
As principais anormalidades associadas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas são alterações:  da função hepática e da coagulação sanguínea, hemorragias, baixa de plaquetas e hipertensão arterial. O álcool aumenta a liberação de cortisol, renina, aldosterona, vasopressina e adrenalina. A consequência desse pool de substancias é o surgimento de grave crise hipertensiva, infarto do miocárdio, edema agudo de pulmão e hemorragia cerebral. Doenças estas de alta mortalidade, e muitas sequelas incapacitantes permanentes.
Além dos acidentes vasculares cerebrais ou encefálicos (AVC) o alcoolismo é fator causal de vários outros distúrbios orgânicos com elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Dentre estas pode-se listar: arritmias cardíacas, miocardiopatia , hipertensão arterial, trombose venosa ou arterial, embolia pulmonar, hemorragias internas, pancreatite aguda ou crônica, cirrose hepática, neuropatias periféricas, demência precoce, etc.

Como em tudo na vida, trata-se de questão de equilíbrio. Não se quer abominar e abolir a ingestão de bebidas com os mais variados teores etílicos. Basta prudência, senso critico e sopesar bem a relação prazer etílico e os agravos á saúde.
Então em relação ao consumo do álcool podemos deixar as seguintes recomendações:
Adolescentes e jovens abaixo de 25 anos não devem ingerir nenhuma bebida alcoólica . Nesta faixa etária o risco de dependência e vicio é muito grande. Nos adultos saudáveis a ingestão não continua de até 30gr /dia ( 1 taça de vinho 250ml, 1 lata cerveja) não representa nenhum agravo à saúde.
Em qualquer pessoa portadora de hipertensão arterial, diabetes, miocardiopatias e outras doenças cardíacas e vasculares o álcool tem contraindicações  relativas . Neste grupo de pessoas deve-se consultar o médico sobre a ingestão de bebidas alcoólicas . O álcool é incompatível  com a maioria dos medicamentos de uso continuo. Como exemplos temos os anti-hipertensivos,  medicamentos para cardiopatias, antidiabéticos, antinflamatórios, antibióticos, etc.
Usuários de medicamentos psicotrópicos ou neurotrópicos jamais devem ingerir bebidas alcoólicas.
A interação de efeitos álcool + psicotrópicos são graves e encerram seriíssimos riscos para o usuário e pessoas à sua volta pelos efeitos psiquiátricos e neurológicos que essa associação pode provocar . 

Torcidas...

DISTORÇÃO DAS TORCIDAS  (DES)ORGANIZADAS DE FUTEBOL

João Joaquim  


Todos nós e o mundo temos assistido ao fenômeno das torcidas de futebol. Fala-se aqui em futebol porque tem sido o esporte que bem representa esse agrupamento de pessoas com suas simpatias e preferências por esse esporte. Tal fenômeno se dá  pelo planeta a fora. Muitas outras modalidades têm também os seus sectários e adeptos, mas se resumem a uma galera ou claque menos representativa, e menos vigorosa  em suas manifestações.
Mas, enfim vamos a esse tão useiro e vezeiro fenômeno das torcidas dos times de futebol.
Tal ocorrência vem obtendo tanto espaço, importância e notoriedade que ela ganhou um qualificativo. Organizada. Temos agora as chamadas torcidas organizadas. Tal adjetivo, agora no masculino me lembra uma outra ocorrência, de igual modo useira e vezeira, facção criminosa organizada, ou simplesmente crime organizado( predomínio de homens) . E de fato com participação massiva do masculino. Até nesse ramo de atividade a mulher tem tido remuneração e destaques mais acanhados. É mais uma daquelas discriminações do sexo frágil.
Num esquadrinhamento mais raso e mais inteligível vamos deter nessa relação que existe entre aquele seguidor e admirador de um esporte com foco maior aqui no futebol. Tal mecanismo de afeição e vínculo de indivíduo com o esporte tem despertado o interesse de estudiosos na área da psicologia, da sociologia, da psiquiatria entre outros segmentos das ciências humanas. E não é sem razão esse objeto de estudo porque trata-se de mobilização e participação de milhões de pessoas em todos os quadrantes de planeta. São milhões de pessoas, no Brasil e no mundo.
O que se tem de certo é que é uma mobilização humana que ganhou corpo e visibilidade ao mesmo tempo e na proporção que o futebol se tornou mais divulgado pela imprensa. Mais expressivamente com o surgimento e popularização da televisão.
Análise sociológica e psiquiátrica das torcidas organizadas de futebol. Trata-se aqui de um dos capítulos mais instigantes e incisivos da natureza dessa relação de admiração e afinidade. É o mesmo processo e funcionamento psíquico que se estabelece nas relações conjugais (namoro e casamento). Em termos mais claros pode-se avaliar pelos pronomes utilizados. Minha namorada, minha mulher, meu marido. De igual forma, meu time, meu ídolo, o clube de meu coração. Basta atentar para o signo e peso desses pronomes. O que se revela numa absoluta deturpação dos termos, porque se revelam uma ideia de posse, de apropriação (“indébita”).
A alienação e perturbação relacional oriunda da afinidade e senso de posse com essa ou aquela equipe esportiva envolve os mesmos circuitos sinápticos cerebrais dos “vínculos pessoais afetivos”.
Os termos mais corretos que os namorados e casados deveriam empregar são ser e estar, e não,  minha,  teu, tua. Ela está namorada comigo, ele está namorado ou marido comigo. Ninguém é propriedade ou objeto de outro. Quando muito e ao máximo podemos fidelizar uma relação por tempo indefinido, mas não eterno. De preferência prolongada enquanto saudável e feliz para os dois cônjuges. Acabou-se , procura-se outra melhor, etc e tal.
Os mesmos princípios se aplicam com o torcedor de futebol. Tal time do meu coração, nunca me pertence. Tenho apenas uma admiração pelas suas cores, seu futebol vistoso e belo. Ele tanto não é meu que para eu ir aos estádios e arenas tenho que pagar o ingresso.
Ainda que veja seu jogos pela TV aberta ou fechada, sou bombardeado o tempo todo com o marketing dos patrocinadores que pagam milhões em reais para mostrar e propagar os seus serviços e produtos (cervejarias, bancos, grifes de roupas) etc.
Assim, é dessa relação torcida e distorcida das torcidas organizadas( na verdade um aberração e desorganização absoluta) o nascedouro das badernas, das brigas, das agressões, das guerras dos grupos rivais. É o mesmo germe, o mesmo fermento de ódio  destrutivo das relações mórbidas, doentias e passionais dos crimes de feminicídio do homem contra a mulher.
É um  sentimento mórbido, deturpado e canhestro de que a ex não pode constituir outro vínculo afetivo. De igual forma, o outro torcedor não poder simpatizar e torcer por outro time. Piração total e desvario completo. Só isso!

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...