quinta-feira, 14 de junho de 2018

Livre-arbítrio sem ética

O LIVRE-ARBÍTRIO TRAZ EMBUTIDO UM ESCÁRNIO ÉTICO
João Joaquim 

Uma questão por demais sensível que sempre tem me deixado curioso e interrogativo tem sido a bipolaridade em que vivem as pessoas. Questão a que podemos também nominar de dualidade, ambivalência, dilema entre outras. Mas, bipolaridade se revela mais adequado a essa tendência que pode se definir como se segue. Até na política estamos vivendo a chamada polarização .
Antes dessa conceituação faz-se necessário, por ser ilustrativo o chamado dilema( ou paradoxo)  do asno de Buridan. Foi uma experiência do filósofo francês Jean Buridan. Também chamado de escolha de Buridan. Seria uma experiência para também ilustrar o livre-arbítrio. A experiência consistiu em colocar de forma equidistante de um burro um pacote de feno e um balde de água. E o animal com fome e sede teria que fazer a escolha. Ele usando de sua “racionalidade” iria morrer de fome e/ou sede! O que fazer?  Matar a fome ou sede ? Ou morrer da carência de ambos?. Eis o dilema.
Vamos falar sore o livre-arbítrio (também chamado livre-alvedrio). Há uma concepção filosófica (ou metafísica) e uma teológica. Para melhor concepção a semântica e a filologia podem nos permitir a sua desmistificação para os dias de hoje. Arbítrio pode ser entendido como vontade. Assim seria a livre vontade do gênero humano em decidir sobre seus desejos, planos, projetos ou objetivos dos aludidos desejos. Planos projetos, objetos de desejo (lato sensu) são infinitos e incluem até nossos sentimentos, nossa crença ou amor em Deus (ser ou não crente em Deus). Ser incrédulo, agnóstico; ser ateu ou fiel ao criador. Até tais sentimentos, ou concepções se regem pelo livre-arbítrio. Assim seguem os indivíduos em suas humanas lidas de exercer a sua livre-vontade ou livre-arbítrio.
No concernente à natureza ética e moral, estaria toda forma de livre-arbítrio correta e justo quanto à liberdade do livre agir, da livre ação? Imaginemos o exercício da livre-vontade na atitude de um usuário de drogas ilícitas. Um alcoólatra que também por décadas agiu com a prerrogativa de com tal dependência trazer dissabores, desavenças, conflitos conjugais entre outros transtornos sociais ainda na sua plena higidez física e mental . Mas  o tempo corre, esse alcoólatra vai ter  tantas doenças e se tornar agora um doente com sequelas e perenemente incapacitado para sua vida laborativa e atividades sociais.
O que dizer agora daquela livre-vontade de se entregar a um vício tão nocivo e agora depender de tanto sacrifício se seus cuidadores? ( filhos , parentes, enfermeiros, profissionais de saúde). Que significado ético teve o livre-arbítrio desse alcoólatra para com seus familiares e parentes que com ele se coabitavam? O mesmo raciocínio ético e moral se pode fazer com muitas outras experiências e opções de relações do homem com os seus semelhantes e meio-ambiente. Assim ocorre com o livre-arbítrio do cocainômano , um maconha-dependente etc. Assim naquela livre escolha, o sujeito dessa liberdade jogou fora todos os postulados éticos e morais no concernente àqueles à sua volta, seus familiares, filhos, cônjuges , cuidadores.
A bipolaridade tem muito a ver, muitos pontos de comunhão com a prerrogativa do livre-arbítrio. Muitos são os cenários da vida em que ela se manifesta. Até mesmo como bem o ilustra o fenômeno mórbido psíquico denominado transtorno bipolar, originalmente intitulado psicose maníaco-depressiva. Tal afecção psiquiátrica se caracteriza pela bipolaridade humor alegre e humor triste. Assim tem-se o polo maníaco onde o indivíduo doente se mostra muito expansivo, ridente e hilariante. E o polo depressivo quando o paciente se torna ensimesmado, introspectivo, retraído, triste e sem alegria (anedonia). Nesse caso mórbido, que fique assentado:  o indivíduo é inocente, inimputável, neutro, sem culpa porque ele é vítima de um transtorno da fisiologia mental e cerebral, com sua homeostase neuropsíquica doente e precisa de psicotrópicos e psicoterapia.
Assim se dá a bipolaridade em muitas esferas do convívio humano. No econômico, quando o indivíduo tem a opção de ter um estilo de vida mais simples, sóbrio e frugal; mas,  não resiste aos apelos do marketing do consumo, da vaidade e da imagem. Para tanto ele se opta para esse outro polo de vida com endividamento e financiamentos a taxas e juros escorchantes a perder vista. Como consequência, nome inscrito em órgãos de inadimplentes e estado de falência. E nessa borrasca de irresponsabilidades podem muitos familiares e amigos ser levados de roldão.
De igual forma  se dá no âmbito conjugal, assim se dá no campo profissional. É o viés ou inclinação do ser humano a essa dualidade, a não se firmar e decidir sem hesitação a uma opção de escolha. Tal bipolaridade é encontradiça até numa questão sanitária de grande relevância e prevalência, o controle ponderal. Quantos não sãos os indivíduo no seu perpétuo movimento do engorda e emagrece. É um demonstrativo bem consistente da condição hoje tão presente da bipolaridade humana, em tantos cenários da vida. Mas, que é muito merencório e instigante, da personalidade e das reações e expedientes do bicho homem, com os outros de sua espécie, disso ninguém diverge. Maio/2018.

Retrocesso

O HOMEM NO SEU RETROCESSO, APESAR DO PROGRESSO

João Joaquim 

        
Quando avaliamos o nosso desenvolvimento tecnológico, nosso progresso científico, nossas conquistas sociais, etc; fica uma impressão bem patente. Fica a sensação que o animal humano (homem ou mulher) não está sabendo lidar com essa evolução, em todos os campos do conhecimento. E em tão sensível questão não há exemplo mais contundente e robusto do que todos os recursos da internet com suas tão ubíquas (universais) redes sociais. Nem digo tanto nos dispositivos de informática: e quando me refiro à informática, significa apenas os instrumentos, objetos de armazenamento de dados como o disco rígido de um computador, um cd, dvd, cartão ou pendrive.
Quando refiro-me então ao fato de as pessoas não estar aptas, preparadas em lidar com esta e aquela tecnologia eu me fundamento na exemplo da internet. Recurso que pode ser classificado como uma das maravilhas da era moderna, tamanho é o seu poder de enriquecer a vida de cada usuário, seja no sentido de entretenimento, da aquisição de informação e da cultura. Cada um ao seu gosto e preferência a utilizará como melhor lhe aprouver. 
Todavia, não têm sido esta a prática e a realidade. Da internet tem se extraído muita informação, notícias, troca de mensagens e até uma profusão de fofocas, mentiras e “fake News”, mas muito pouco de formação, cultura, conteúdo ético e aquisição técnica e científica (formação profissional). 
Quando se retrocede um pouco ao advento da informática, internet e redes sociais, temos duas conquistas que servem de comparação. Os avanços da tecnologia de energia nuclear e a televisão. Quando se analisa as técnicas no emprego da radioatividade, não ficam dúvidas de sua grande utilidade para a saúde humana. São exemplos o emprego de radioterapia para múltiplas indicações médicas e outras fontes de energia. Por outro lado, temos a sua destinação para o mal, para a destruição e ameaças. São os casos das bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, na 2ª  guerra mundial. O mesmo se diz das constantes ameaças dos países inimigos, a exemplo de EEUU e Coréia do Norte, EEUU e Irã. A humanidade dorme e acorda em polvorosa. Sobressaltada pelo temor do fim do mundo, se algumas ogivas forem lançadas nos países inimigos. O perigo é real, e muitos ditadores andam fuzilando ameaças. Contra , por exemplo ,o imperialismo americano. 
Portanto, os avanços científicos e tecnológicos no emprego dos elementos radioativos (urânio, hidrogênio, cobalto, plutônio) são provas irrefutáveis da pouca sabedoria humana em lidar com o progresso e descobertos científicas.
No tocante à invenção e descoberta da televisão, faz-se a mesma indagação. Em que grau, em que consistência ela contribuiu na formação cultural, profissional e ética do homem (gênero)? Não se têm mostras, provas claras nesse sentido. É possível que ela venha disseminando mais contracultura, incivilidade e baixarias antes que enriquecimento cultural, cívico e social para as pessoas. Para tal confirmação basta que o consumidor (telespectador) sente-se no sofá e faça em tur pelos canais abertos (sem assinatura).
Na maioria dessas redes televisivas encontrar-se-ão os intitulados realities shows ou big Brothers do Brasil (BBB), os programas policiais ao vivo e em cores e muitas outras abobrinhas e futilidades. Salva-se um ou outro canal de valor cultural ou social.
E assim caminhou e progrediu a humanidade e estamos na tão decantada (exaltada) e celebrada hipermodernidade digital. A maioria das pessoas vive numa cultura líquida e fluida. Nada é permanente ou sólido. Nesse sentido, a internet e suas redes sociais têm um papel fundamental. Elas que foram concebidas e criadas para troca de cultura, de informações e de conteúdos tecnocientíficos se transformaram em ferramentas de desinformação, de deformação de caráter e de costumes; enfim numa rede de boatos, fofocas, mentiras e futilidades. Vivemos a era também chamada de imbecilização ou idiotização da sociedade. Provas vivas e fresquinhas de como o ser humano não soube aprovar e lidar com as próprias conquistas e progresso. Os maiores provedores de Internet nada ou pouco investem em cultura de qualidade, em inforamações cosntrutivas e formadoras de cultura, de profissionalismo ou participação social e política. Todas essas redes de provedores( facebook, google, whatsApp, Twitter) estão muito preocupadas em criar uma horda, um população de consumidores e usuários de seus serviços e dos produtos de seus patrocinadores. Nada além disso, e pelo jeito a coisa vai piorar. 

Felicidade sem dor

A FELICIDADE SE GRACIOSA NÃO TEM SEM SABOR
João Joaquim  


Em todas as épocas, em todas as culturas e civilizações, as pessoas enfrentam o que se pode chamar de as durezas da vida. E não só pela crueldade que a própria vida pode nos dar, mas por muitos outros fatores gerados, perpetrados pelas próprias pessoas. Ou seja, sendo essas pessoas os sujeitos ativos dessas crueldades e tornando outras pessoas vítimas desse processo.
Há uma frase popular que afirma: o bom dessa vida é a vida que a gente leva. Vamos dissecar e desmistificar aqui o ressignificado dessa afirmação. Mais seletiva e especificamente o segmento vida que a gente leva. Vida leve, com leveza e serenidade seria o ideal da vida a levar. É possível que sempre tenha havido, mas, hoje mais do que nunca parece haver mais mediocridade e banalização no jeito de levar a vida. A humanidade, de fato e de concreto, atingiu um alto grau de progresso, de desenvolvimento, de avanços tecnológicos e científicos. Disso ninguém em sã e lúcida consciência vai divergir porque as provas e as próprias invenções estão ao alcance de todos como testemunhas vivas e ambulantes. Que o atestam os próprios meios e aparelhos de comunicação dos quais todos fazem uso. São exemplos os objetos de mídia e de informática como os tablets, os ipads, notebooks e smartphnes. SÃO sinais de avanço e de progresso.
Mas, que dicas e respostas se pode dar à que se leve a vida com leveza e serenidade? Muitos são os choros e lamentações a que passam ter as pessoas diante dos mais diversos imprevistos e infortúnios. E nesse sentido basta lembrar o próprio nascimento. Nenhum triunfo, nenhuma vitória, nenhum troféu ou medalha de bronze, de prata ou de ouro se consegue sem um esforço, algum grau de sofrimento e superação dos próprios limites( Super- Ação).
Esse é o primeiro princípio da própria vida. Para tal tome-se como ilustração o próprio nascimento. A invenção e opção da cesariana de fato minimiza e mitiga a dor para a mãe, mas não tanto para o feto e nascituro. Porque ele  passa pela quase via crucis do parto vaginal ou pela apertada incisão da cesariana, aos trancos e choros e palmadas no bumbum ( muitas vezes), para chorar e respirar.
Essa Perda do aconchego uterino do recém nascido , da proteção do ventre materno e agora ter que respirar e buscar o leite materno de forma ativa e plangente. É o primeiro e mais candente modelo de superação de dor, imprevisto e crueldade humana. E ele será feliz, se tiver os cuidados pater e maternais comuns a todos os animais, irracionais ou não .
Ora! E assim prosseguem as reflexões da leveza com que levar a vida. Mas, com a lucidez e consciência da infinita aptidão para a superação. Superar significa vencer, dominar, ultrapassar, pular ou atravessar um obstáculo, algum inimigo ou infortúnio. É ir além do ordinário, do comum de nossas ações (super-ação). E nesse sentido o período do trabalho (dor, sofrimento) do parto para o nascituro e parturiente é simbólico e emblemático.
Quantos e quantos não são os exemplos que podemos tirar do cotidiano humano nesse sentido. Muitos são os desafios, os imprevistos e durezas a que todos estão em risco. Assim pode suceder no sentido econômico e da carreira profissional, na integridade física e da saúde, nas relações sociais e conjugais.
Não é incomum que na trajetória de vida, cada pessoa perca um emprego, sofra um abalo na expectativa de ascensão  funcional ou tenha algum prejuízo financeiro. Nessa circunstância, se deprimir e inferiorizar jamais. Cada um e uma têm plenas condições de reagir, de com uma atitude ativa vencer, pular; enfim de superar tal imprevisto. E superar significa alcançar um grau qualificativo e de excelência acima do que foi perdido inesperadamente. O mesmo se afirma para um dano econômico ou financeiro.
Pode parecer difícil ou impossível, mas tome-se um caso concreto de uma sequela funcional, orgânica ou física. Como exemplo, uma amputação de membro, paralisia qualquer, um déficit visual(cegueira). Trata-se, por obvio, de uma condição imutável. A medicina e ninguém vão reverter tal crueldade e imprevisto que algum infortúnio patológico ou acidental nos impôs. Nenhum resmungo, lamentação, ou choro vão mudar a nova realidade. O que nos sobra? Superar, readaptar e viver com alegria a mesma felicidade de uma pessoa normal. E nesse sentido não faltam inúmeros exemplos ao nosso redor,  de pessoas readaptadas, uma vez vítimas de tais infortúnios e crueldades, seja por ação da natureza, algum revés, ou mesmo de outras pessoas. Imagine-se o caso de uma amputação de um braço, uma perna, a perda total da visão por uma doença inflamatória ou degenerativa. Seja ou não com uma prótese, órtese, a vida pode e deve ser readaptada e tocada com uma ressignificação e temperada com leveza, otimismo, produtividade e alegria. Esses indivíduos nos motivam, devemos mirar em seus exemplos e superação.
No tocante às relações sociais têm-se as mesmas diretrizes e recomendações. Quantas não são as pessoas que incompatíveis numa convivência mais próximas devem ser distanciadas e desconectadas de maior intimidade. De mesma natureza nas mais variadas formas de laços conjugais. São milhares os exemplos vistos no cotidiano das pessoas. O amor tem analogia com as reações fisioquímicas. Os componentes ou cônjuges uma vez incompatíveis podem gerar reações nocivas, virulentas ou venenosas. E dessas ralações inarmônicas, desajustadas, nocivas, odiosas, etc,  muitas tragédias pessoais e familiares podem surgir . Para quê? 
Que cada qual torne a vida mais leve e a leve com ternura e mais leveza. Ao modo e jeito de cada um . Para isso é até significativo que cada pessoa aprenda a respeitar a alteridade. Nunca devo querer no outro o meu alter ego. Jamais. O BELO da vida são as diferenças, porque do contrário seria um só tédio, um monocórdio, uma música de uma lnota só. Imagina isso! Seria horrível .    08  Maio /2018.

Dinheiro

DINHEIRO PODE E/OU NÃO TRAZER FELICIDADE
João Joaquim  

Em meus escritos semanais nunca falei em dinheiro. Primeiro porque não sou economista e depois porque fui educado compulsoriamente a não depender desse indigitado bem para a plena felicidade; embora ciente que ele (dinheiro) integra os itens da felicidade e sobrevivência da maioria das pessoas, inclusive a minha.
 Ainda me lembra aquela emblemática frase de placa de caminhão, que bem expressa o que pensam muitas pessoas sobre o “vil metal”. Ei-la: “Dinheiro não traz felicidade, dê o seu para mim e seja muito feliz”. Aqui está bem revelado o espírito da coisa, sua excelência, o dinheiro. Não há saída para falar em dinheiro, sem falar em economia. É aquela ciência ou conjunto técnico que trata não só do dinheiro em si, mas sobretudo dos bens de produção, sua distribuição e relação de consumo.
 Uma curiosidade é que o verbete economia tem a mesma origem de casa ou domicílio e com uma explicação justa e coerente. Economia, vem do grego oikos, casa, domicílio. E aqui vem as razões.
A criação da economia, sistematização de normas, regras e preceitos no manuseio de bens, de patrimônio, de custos e receitas, de tudo quanto há nesse mundo teve inspiração numa figura pouco lembrada até pelos próprios especialistas, os economistas. Trata-se aqui da própria dona-de-casa. Há um termo, caindo em desuso para se referir ao ofício da mulher dona-de-casa, prendas domésticas, é o nome oficial da profissão (em desuso) de cuidar de todas as atividades da casa, do lar, da família.
Basta entendermos que uma casa, uma residência, o lar , enfim,  funciona nos moldes de uma empresa. Portanto, nada mais justo e digno, a ciência dos bens, patrimônio e dinheiro, a tão aclamada economia ter se inspirado na quase esquecida profissão de prendas domésticas, a injusta e quase esquecida e pouco valorizada  dona-de-casa. Ela deve ser considerada a vanguardista e primeira economista da história da humanidade.
Esse conjunto de regras, taxas, índices; enfim, o tal do economês, uma boa dona-de-casa sabe de cor e salteado. E tudo sem calculadora, tabela ou planilha Exel. No frigir de tudo e análise de bens e patrimônio, todos, literalmente, todos deveriam ter noções, fundamentos práticos de economia e dinheiro.
Não tem como desvincular dinheiro de economia, com a qual até se confunde. Quase sempre quando se depara com um economista, fica a impressão que ele pisca cifrão, real, dólar e euro. E quando se busca nas origens, o dinheiro tem uma história muito curiosa. Começa pelo seu léxico e semântica. O termo tem várias origens. Por exemplo do grego bizantino. Bizâncio era uma cidade grega, depois virou Constantinopla e atualmente Istambul, capital da Turquia.  Ou  seja, é uma palavra nascida bem antes de Cristo e da filosofia grega.
No latim (influência do antigo império romano) dinheiro  se grafa denarius, vem de deni e significa uma dezena. O dinar por exemplo ainda é a moeda oficial da Argélia, do Barein, do Iraque, Jordânia, Líbia e Macedônia. Quando criança eu ouvia algumas lendas e alegorias de que há uma divindade do dinheiro, que se maltratada e contrariada pode deixar o ofensor ou agressor na lona, sem nada, quando tudo que o sujeito faz anda para trás. Ou seja, tudo dá errado.
Eu sempre tive tais relatos como fantasia e mitos. Mas, depois de maduro e calejado pela vida começo a desconfiar de algum ente, um nume qualquer que rege nossa relação do homem com o dinheiro. Temos que imaginá-lo não como a única e última condição para a felicidade. Ele contribui como parte, não como essência, porque antes da essência temos a existência que deve se sustentar em muitos outros valores imateriais, espirituais e metafísicos.
Na era pós internet, virtual e grandemente digitalizada, tem havido como que um culto, uma religião ao materialismo, ao dinheiro. Nossos tempos da chamada hipermodernidade têm levado as pessoas a outro sistema de vida, ao consumismo. É a modernidade liquida , conforme teoria de Sigmunt Bauman( filósofo polonês , 192-2017). Nós nos tornamos consumidores. De tudo. Do material, da posse, do ser visível e curtido (likes) nas redes sociais, na imprensa, nas mídias. As redes sociais se tornaram os objetos mais consumidos pelas pessoas. Para tanto, elas custam dinheiro porque os instrumentos (smartphones), custam muito dinheiro. E o estado online também custa dinheiro, porque as operadoras cobram alto pelos sistemas, 3G, 4G, até o XG.  
Dinheiro não é tudo, nem essencial porque antes disso eu sou um ser existencial. Dinheiro e economia. Se mal compreendidos nos trazem muita agonia. O que se tem de consenso é que se deve lidar racionalmente com ele. Se não é  tudo, tem hora que ele faz muita diferença mesmo. Maio/2018

Casamento e massa de bolo

AS RELAÇÕES CONJUGAIS SE FAZEM COMO A QUÍMICA DE UM BOLO OU TORTA
João Joaquim  

Numa bela e boa imagem pode-se comparar ou equiparar as relações humanas com as reações fisicoquímicas. E não precisa ser um graduado ou doutorado nas matérias ou ciências químicas ou físicas para assimilar tais preceitos. A vida, os seres vivos são compostos e harmonias de átomos, moléculas e cadeias de carbono,  de hidrogênio, cálcio, oxigênio, etc.
Além desses elementos, toda a vida, o corpo humano enfim, é regido por uma cascata de energia. Tanto assim que essas energias, muitas delas, são mensuráveis, documentadas e registradas, nos mínimos aspectos e dimensões. Nesse sentido são exemplos empregados no dia a dia, os exames de eletrocardiograma, o eletrencefalograma, a eletromiografia, entre outros recursos empregados pela medicina.
Quer um exemplo bem vivo e já vivido por todos? A dor. Ela nada mais é do que uma energia nociva (nociceptiva, como é o termo técnico) canalizanda para nosso cérebro.
Nosso cérebro é um dos órgãos mais nobres e mais sensíveis. A dor tanto é uma energia negativa endereçada ao cérebro que bloqueamo-la através da analgesia ou anestesia. O analgésico ou anestésico faz justamente esse papel de  antidoto. Ele bloqueia a passagem dessa energia desagradável para os neurônios diferenciados em reconhecer a dor.
Portanto, está aqui o tema por pouco explorado, mas de um papel  significativo. Relações humanas em analogia às reações químicas ou fisicoquímicas, como queira. Para mais clareza e fácil equiparação tomemos o exemplo de a confeição de um bolo e o preparo para a vida conjugal. Muito há de semelhante entre esses dois empreendimentos. Em resumo: para o bolo. Os ingredientes são escolhidos a combinar. Farinha de trigo, o açúcar, ovos, leite. Tudo em proporções harmônicas. E o mais importante, o fermento bom e na dose ideal. Todos são reunidos, homogeneizados, batidos, misturados e levados para cocção (forno).
No forno há o tempo certo. Uma vez assado, tem-se ainda o confeito, quando se pode tornar esse bolo mais saboroso, seja com caramelo, com chocolate e outros elementos decorativos e gustativos. Aqui na composição do bolo o quão importante se torna o componente fermento. Ele vai promover uma transformação química. São agentes biológicos, bactérias, leveduras, que atuam aumentando o volume e tamanho final desse apetitoso alimento. O fermento se torna então o alimento mágico e chave nessa produção deliciosa e nutritiva.
No casamento, na vivência conjugal, em qualquer relação amorosa enfim, os participantes pessoas, deveriam seguir as mesmas regras, os mesmos preceitos com as seguintes exigências: fulano está interessado em mim. Eu também estou com interesse nesse fulano. O que nos resta? Averiguar minuciosamente nossos ingredientes. Que virtudes e vícios temos em comum? É possível relevar algum defeito? O que há de mais substancial? Qualidades ou defeitos? Por fim, o amor que vem a ser o fermento das relações conjugais e amorosas. Um sentimento profundo, recíproco, cuidador, zeloso e respeitoso.
A arte de confeitar numa relação afetiva e conjugal consiste nesse perpétuo cuidado e lealdade ao outro. Assim a relação a dois ganha em volume e dimensão. Carinho  , colo e aconchego do outro, um porto seguro e sólido eternamente.
Tirantes os bolos, as tortas e tantas outras iguarias, quantas não são as fórmulas químicas em que feitas as equalizações, as proporções corretas, a dosimetria dos elementos químicos têm-se produções magistrais e magníficas. Assim ocorre com os perfumes, os medicamentos de eficácia segura e comprovada.
De outro lado têm-se também aqueles elementos e componentes nocivos e contrários, quando então se produz as toxinas, os venenos, os corrosivos, as bombas, no sentido de gerar ferimentos, dor, ódio, violência e morte.
Quando trazemos essa analogia à esfera e questão das relações amorosas e conjugais, a mesma natureza, os mesmos sucessos ou fracassos podem resultar. Nocividade, rancores, repulsa, antipatias, ódio.
Muitos são os jovens, homens e mulheres, namorados, casais enfim, que entram numa relação sem a observância desses preceitos, dessas regras elementares.
Todo amor, todo afeto, toda relação pessoal no âmbito conjugal necessita de todos os “ingredientes químicos afetivos”, temperados e medidos com doses equivalentes de prudência e razão, com vigilância e discernimento.
Muitos têm sido os desastres, as frustrações, os fracassos, o desamor, o ódio e outras desavenças “(des)amorosas”. Tudo resultado de paixões doentias e perigosas. E nesses termos, para infelicidade delas, mulheres. Muitas delas, ingênuas e ,desavisadamente,  têm sido vítimas de homens falsos, enganosos e traidores. Alguns vão ao cúmulo de agressores incorrigíveis , torturadores e assassinos de suas companheiras. Isso não pode, não pode! Mil vezes não pode continuar ocorrendo nesse mundo tão rico de comunicação tecnológica . Por que então, não se comunicar e conhecermos melhor nas relações interpessoais, antes de morar juntos, viver juntos, dormir juntos e compartilhar sentimentos e intimidades ? Não custa muito. Maio/2018.   

Ética e honestidade

A REGULAMENTAÇÃO DE ÉTICA E DA HONESTIDADE
João Joaquim  

Se tem um atributo, uma característica, que mais diferença uma pessoa da outra  se chama honestidade. E aqui se pode abrir uma enorme chave porque ela é referida com vários outros termos, verbetes e sinônimos. Na essência, como intenção e desiderato são a mesma ideia. Quer alguns exemplos? Lá vão: ética, decoro, decência, correção, bom caráter, lealdade, entre outros.
A honestidade, "honestamente falando" merece até uma sistematização, uma classificação que seja. Tem aquela, simpleszinha, mas que se memorizada e guardada já vale a pena. Pode-se dividi-la em natural e imposta. A de causa natural seria aquela honestidade que se cultiva e se pratica por um pendor ou inclinação intrínseca ao indivíduo. Muitos a nominam também de berço, de família ou hereditária. Porque de fato, não é que o sujeito nasça com a vocação, já com o aprendizado da honestidade. Ela, assim como a virtude e a ética deve ser ensinada. Trata-se nessa natureza de um atributo exercitado, praticado e introjetado na consciência e valores morais do indivíduo.
O grande pensador Aristóteles já admoestava sobre a ética e a virtude, como valores morais a ser ensinados às crianças e jovens. A sociedade grega dos tempos de Aristóteles dava tanto valor à honestidade e à ética que havia escolas e mestres dedicados a essas disciplinas. O próprio Aristóteles era um mestre no ensinamento da disciplina. É dele, a obra Ética a Nicômano. Alexandre, o grande, imperador da Macedônia, contratou Aristóteles para educar o filho, Nicômano.  O livro ressalta como um compêndio, um código de vida e de ética a Nicômano. Tadavia seus ensinamentos são atemporais, anterior e posterior  a qualquer cultura e civilização. 
A honestidade classificada como imposta é aquela contida numa infinidade de leis, de códigos, de normas, de convenções, de contratos, de redação legislativa, de ajustamento, de posturas, e os tão conhecidos códigos de ética profissional. Muitas são as empresas, órgãos públicos e privados, autarquias que editam seus códigos de ética. Os governos em todos os seus níveis possuem as suas diretrizes de como se comportar, de como se relacionar com as pessoas fora e dentro da empresa. Até no concernente às relações afetivas, nos termos, palavras e cumprimentos, nas questões relativas aos tão propalados assédios morais e sexuais. Ou seja, há uma nítida preocupação dos executivos e gestores de recursos humanos com as questões atinentes à honestidade e com a ética. Porque na intimidade são atributos que se fundem e se confundem. E com absoluta razão. Honestidade e ética são gêmeas siamesas.
Muitas empresas têm hoje uma cartilha de relacionamento interno de nome até pomposo, porque foi importada do inglês. Compliance (pronuncia-se complaisse). Como tantos outros anglicismos, ela anda muito em voga. Como quase tudo, quanto importado tem mais valor. Improbidade administrativa, orientações contra corrupção e lavagem de dinheiro. Resumindo em uma única palavra, honestidade. É isto que recomenda a tão pronunciada compliance.
Quando se fala em conduta humana faz-se necessário buscar noções de sociologia, de antropologia e mesmo na psicologia comportamental  e filosofia. Por instinto, natureza e ancestralidade o homem é um animal rapace(que furta e rouba) e desonesto. Grande parte da humanidade não rouba, não corrompe ou se deixa corromper, não tem atitudes ímprobas, não trapaceia e tantos outros atos indignos e desonestos pelo temor da punição. Simplesmente pelo medo do castigo.
Em algumas civilizações, países e comunidades, a maioria das pessoas se conduz honestamente porque tem a cultura, os ensinamentos e os exemplos de honestidade. Tal assertiva, a do homem como um animal desonesto, tem sido ratificada em estudos e experimentos sociais. E nem esses estudos observacionais são necessários. Imagine-se por exemplo os relatos de objetos perdidos, uma carteira contendo documentos e dinheiro. Quantos desses achados são integralmente devolvidos? Os casos são de exceção e contemplados com honrarias e condecoração pelas autoridades. Pontualmente, a própria mídia, as televisões, relatam e divulgam casos de perdidos e depois achados e devolvidos por pessoas anônimas, um trabalhador braçal e humilde.
São tão excepcionais que são aclamados e merecedores de honrarias e compensações sociais ou pecuniária pelo feito. O normal seria todos que achassem algo alheio que devolvesse, se não ao dono ,a alguma autoridade , para que buscasse encontrar o verdadeiro proprietário ou destinasse o bem a alguma instituição filantrópica. 
A tendência e inclinação natural do ser humano à desonestidade são de tamanha magnitude que foram necessárias a criação dos códigos de conduta. Não seriam necessários, se majoritariamente, o homem (gênero) tivesse o tropismo, a atração pela honestidade. Assim, o Estado, as empresas públicas e privadas tiveram que regulamentar a honestidade. Daí então foram editados o código civil, o penal, o código de defesa do consumidor, e os códigos de ética das categorias profissionais.
Por isso que se afirma em alto e bom som: honestidade e ética são puras e verdadeiras quando exercidas por um impulso natural, de berço. Porque com as cartilhas  impostas, o sujeito as praticam por medo de punição e de cara feia. É o que ocorre com muitos médicos, advogados, funcionários públicos e outros agentes públicos e políticos. Aliás, como referiu um dia o filósofo cínico Diógenes, e até parodiando-o, procura-se um político honesto.  Muitas lanternas e faróis serão necessários nessa empreitada.

Efeitos da TI

UMA GERAÇÃO DE  IDIOTAS E ABESTALHADOS
João Joaquim  

O nascimento da internet e toda sua prole permitiram a que surgisse uma legião de jovens completamente perdida. Uma geração de pessoas abestalhadas. São adolescentes e moços que parecem que  perderam o bonde do progresso. A prole da internet, só para lembrar são todas as redes sociais como whattsap, twitter,  facebook e instagran. Além de muitas mídias e youtube. Quando se fala em bonde do progresso, faz bem esclarecer que toda tecnologia, a exemplo da internet, foi concebida e criada para acrescentar bem estar e qualidade de vida às pessoas. Além de  em se constituir em um recurso e ferramenta que propiciasse aquisição de cultura e conhecimento.
Para essa multidão de néscios e parvos mentais nada dessa utilidade se vê fruída como crescimento cultural, profissional, ascensão   social. Levas e levas de gente vêm se entregando a futilidades, à uma vida vazia e sem finalidade, sem significado, sem  projetos de construção, de melhora pessoal, profissional ou social.
Ao que parece, pelo andar do bonde das futilidades, por esse estilo de vida vazio e sem importância, estamos vivendo o chamado império da mediocridade. E o diagnóstico, fundado no conjunto de sinais e sintomas, dessa era vazia do útil e construtivo salta aos olhos em  um exame raso em todas as searas, recantos e ambientes sociais. Sejam esses espaços nos lares, nos espaços públicos, nos ambientes escolares e recreativos.
Vamos aqui imaginar o ambiente familiar, na relação pais e filhos, no que deveria constituir a primeira e mais sólida educação do indivíduo. Nisso, assim creio, todos são convergentes e anuentes.
No chamado aprendizado seminal,  na chamada  educação de berço é  que se plasma e constrói todo a ossatura, a estrutura da formação  da criança, do adolescente, do jovem e futuro cidadão.
A noção, o senso ou contrassenso de educação têm se degenerado em tão alto grau que a tendência de muitos pais e famílias tem sido a terceirização dessa educação fundamental;  na constituição e forja do caráter, na índole e cabedal ético, cívico e social do indivíduo. Tais princípios têm sido deletados nesses nossos tenebrosos tempos virtuais e de futilidades.  
Toda criança uma vez nascida pode se equiparar a um metal precioso em meio a ganga, em forma rústica, bruta, crespa e pedregosa.
Seria como um metal raro semelhante ao  ouro ou prata ou uma pedra preciosa a exemplo da safira ou diamante. Todavia, apresenta-se essa criatura em germe, como uma flor ainda abotoada, rude, rugosa, sem nenhuma informação sensorial. O que tem que se fazer os primeiros cuidadores?  Tarefa que incumbe por dever original aos pais. Tanto melhor e mais frutífera e eficaz, se for os dois, pai e mãe. Essa missão original de educar um filho deveria ser indelegável, nunca transferida a quem quer que seja. A não ser que esses genitores não tenham aptidão moral e intelectual para tal mister, de tão alta responsabilidade e nobreza.
E aqui então já houve um erro e um crime na origem, porque se um pai ou uma mãe não reúne condições morais, mentais e socioeconômicas, não deveria então ter o direito de gestar ou gerar um filho. Seria uma aberração comportamental e de caráter.  Como  procriar se não tem capacidade para criar e educar? Mais do que condições econômicas o indivíduo necessita de um curriculum ético e moral, uma conduta proba e ilibada para gerar, criar, educar e formar um filho.  Gerar e criar , se faz com um cachorrinho, um gato. Com gente é muito diferente e mais nobre.
Quando se traz à baila a questão da relação tecnologia e educação vem logo a memória de todos o expediente ou recurso da babá eletrônica, quando do surgimento da televisão e período pré internet. Como se dava o recurso ou emprego da baba-eletrônica? A mãe ou babá não tinha como fazer as tarefas domésticas e ao mesmo tempo  brincar com as crianças. A saída então era deixar a criança à frente do vídeo de TV ou videogame. Ou seja, essa criança em detrimento de brincadeiras e entretenimento lúdico e pedagógico tinha uma única diversão, assistir a programas na televisão, desenhos animados ou manusear videogames.
Um grande dano na educação e formação dessa criança se constata  na sua ida para a escola. Como aprender as primeiras letras, números, a desenhar e escrever, se o cérebro em formação recebia tudo pronto em formatos , cores e sons? Quanto atraso e déficit de aprendizagem nesse recomeço. Em geral quando vão para a escola elas já assistiram 2000 , ou 3000 horas de vídeos, jogos e programinhas infantis na TV.
Hoje em tempos virtuais e digitais, surgiram as babás virtuais e digitais. São todos os instrumentos de informática e de mídias. São os notebooks, os smartphones, os tablets, os ipads.
Muito longe de se criticar negativamente, praguejar e demonizar os recursos, as tecnologias digitais e da informação. A deformação está no emprego precoce dos instrumentos de mídia. Basta ter presente que o aparelho celular hoje se transformou em um mini computador de mão, onde se acessa irrestritamente qualquer site. Tem-se de tudo, troca de mensagens, games, jogos sem censura e tráfico de toda ordem.
As famílias, os pais, tutores e monitores das crianças e dos filhos encontram-se embevecidos com as ofertas da internet e redes sociais. As crianças têm crescido nesse ambiente mágico e colorido. Elas não interagem com os amiguinhos, não brincam, não têm atividades lúdicas e contatos pessoais. Não leem, não rabiscam, não escrevem, não somam sequer. Por isso, da geração classificada como Z ou nascida imersa na internet tem surgido essa legião de néscios, parvos mentais e totalmente alienados do convívio social.  São os nossos adolescentes e jovens de hoje, os cidadãos que comporão o mundo de amanhã .Que mundo será esse em construção ?  Abril     /2018.  

Assassínios (as) de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...