quinta-feira, 29 de agosto de 2019

REFÉM


O PROCESSO DE REFENIZAÇÃO DO OUTRO

Neste artigo vamos tratar do processo ou conduta de tornar uma pessoa refém. O termo tem origem no idioma árabe. Vem de rihan com o significado de prenda ou penhor (garantia). No âmbito criminal refém pode se referir a uma pessoa ou bem que fica em poder de outro como garantia de um benefício exigido, seja um pagamento em dinheiro, um bem material ou outra condição abstrata, libertação de um preso por ex.
Todavia, o processo de refenização tem se dado também nas relações sociais e pode ser objeto de estudo da sociologia, da psicologia do comportamento, na psiquiatria e nas neurociências. Numa projeção de medicina futurista, tal transtorno das relações interpessoais entrará na classificação do DSM. Relembrando ,o DSM se refere ao manual estatístico e diagnóstico, da associação americana de psiquiatria (APA). É um mecanismo psíquico onde uma pessoa exerce influência, dominação e aproveitamento de outra.
A conduta de refenização se dá de forma biunívoca em que um explorador e a vítima vão construindo um contato lento e paulatino à maneira de um parasitismo ou manipulação pessoal. Trata-se de um  comportamento análogo a um indivíduo dominante ou alfa nesse grupo de relações. Pode ser uma relação entre duas pessoas. Mas, pode também ser um número maior de indivíduos, quando nesse grupo surge esse domínio de forma marcante, progressiva, muitas vezes dissimulado;  de uma pessoa sobre outra. É um contato contínuo de um sujeito ativo sobre o outro de reação (ou não reação, inação ) submissa e passiva.
Mais consistente e substancial se torna a explicitação através dos contextos encontradiços nas diversidades das esferas sociais. Nas relações conjugais e outros laços parentais, como irmãos, filhos/pais, etc. Tem sido muito frequente o expediente ou comportamento da refenização das pessoas. Nesse processo de tornar o outro refém a mulher tem sido a principal vítima. É a natureza do homem, no papel de macho alfa, que se vale de seu porte, sua força física, sua virilidade hormonal em refenizar a mulher. São essas as razões sociais e biológicas desse predomínio do homem como explorador da mulher (refém).
Em uma proporção infinitamente menor a mulher pode também assumir o papel de indivíduo alfa e praticar intenso domínio em tornar o homem um refém de seus caprichos, desejos e manipulação.
A prática de refenização nas relações conjugais vem sendo objeto de estudo de sociologia, antropologia e criminologia. Uma consequência dramática desse comportamento, predominante do homem em relação à mulher, são os casos que resvalam para a violência doméstica sofrida pela mulher (namorada, companheira, esposa), com uma perversa e alta taxa de feminicídios.
Por último, ainda no âmbito familiar, não é incomum constatar o fenômeno da refenização.  como deve ser entendido o organograma de uma família? Sua dinâmica funcional deve ou deveria se estabelecer ao modo de uma empresa, onde todos os integrantes devem ter isonomia de direitos e deveres; todos deveriam ter direitos e deves conforma a aptidão pessoa.
Em outras definições, com exceção das crianças dos idosos ou incapazes (inaptos para o trabalho), todos devem ter responsabilidade na manutenção, no zelo, na higiene, nos cuidados e receita dessa família, dessa casa , porque como empresa tem despesas com energia, água, higiene e víveres para o sustento.
E então, eis que nesse ambiente surge com frequência os chamados filhos e filhas, irmãos e irmãs no processo de refenização de outro parente ou parenta que torna vítima, refém desse (a) aproveitador (a). E não é raro que esse parente(a) empregue algum recurso chantagista. Um exemplo é se valer de interpor um filho(a) num laço afetivo com a vítima dessa relação. O expediente do afilhado(a) se revela um ardiloso expediente com a vítima e refém no processo que sensibilizada vai se perpetuar na condição de submissão e prover muitos caprichos e desejos desse explorador da relação. É o eterno e incompreendido bicho homem, de muitos caracteres   e dissimilações. Quantas não são as famílias que têm que aturar uma pessoa que se considera melhor, mais bonita, mais poderosa, mais sabichona. De forma sub-reptícia, subliminar essa pessoa( mulher ou homem) vai tendo uma presença dominante em explorar e tirar proveito de outros do grupo. Basta um olhar de boas lentes e elas estão ao nosso redor .

Descaminhos da sociedade

O IMPÉRIO DAS FUTILIDADES POLÍTICAS E  SOCIAIS
João Joaquim  

De forma objetiva ou não, Lúcida ou não, consciente ou não, o gênero humano sempre buscou um sentido, um significado de sua estada no mundo. É o estar no mundo de forma coletiva, integrar um grupo, uma família, a sociedade como um todo.
O animal humano é um ser gregário. Isto é: tem a vocação em formar uma grei, um grupo, uma junção com outros indivíduos. O homem é uma animal político – Aristóteles.  O instinto e inclinação em buscar um significado existencial acha-se patente em cada pessoa ao se ver estendido ou perpetuado em seus descendentes. Ao conceber, criar e dar início à educação de um filho o pai ou mãe já tem a preocupação com a formação, escolarização e futuro do filho. Daí a emblemática preocupação: “o que essa criança vai ser quando crescer”?
A lucidez e objetividade não nasce com o indivíduo, o significado de estar no mundo, o sentido de vida não são sentimentos inatos (princípio do inatismo de Platão). Assim como a ética e a virtude (segundo Aristóteles), o papel ou função de cada pessoa deve ser ensinada, treinada e exercitada dentro do ciclo educacional desde os primeiros anos de vida.
Em cada indivíduo, desde os primórdios de suas relações sociais, familiares e escolares, deve ser incutido a busca por um sentido existencial. Porque todos nascemos aéticos, incapazes, inaptos e ineptos para a vida. Não é sem razão que o animal humano é o que mais tardiamente demora a atingir a sua maturidade plena. Conforme o país, 16 anos, 18 anos (maioridade civil e social ).
Essas são as premissas, os princípios e postulados que deveriam ser o norte, as balizas   na vida de qualquer sujeito, cidadão e habitante deste planeta; notadamente aquele sujeito que se propõe a ser genitor, uma geratriz de outra pessoa. Ser pai ou se tornar pai e mãe não se encerram em simples conluio carnal, esperar pelo parto e criar o filho  ao feitio de outro animal. Animal é animal e gente não é animal.
O mundo social mudou, as sociedades e culturas se transformaram, os valores éticos e morais vieram no mesmo bojo. Progressivamente ,  pari passu o homem vem perdendo o norte da vida, a estrela-guia de sua existência e por fim de sua essência, seu papel no mundo . Os descaminhos do padrão têm sido a tônica de nossa sociedade que se tornou líquida, amorfa, insípida e volátil. Quase tudo vem se tornando fluido e descartável. Até a vida.
Todos os cenários sociais têm se tornado um palco de mediocridades, futilidades e patifarias. Nenhum segmento da vida civil tem escapado às insignificâncias e frivolidades de que o engenho humano se tornou capaz. Na política, na cultura, na culinária, na educação, no entretenimento. Tudo está tomado por mediocridade e insignificância. Além de mentiras e hipocrisias.
Se tomarmos a população no formato de uma pirâmide social. imaginemos no seu vértice, aqueles que nos governam, que elaboram as leis, os que protegem e fiscalizam essas leis (o judiciário), esses constituem o ápice da pirâmide.  O que deveriam fazer e de que se ocupar esses servidores públicos?
O adjetivo já se  define por si: cuidar das coisas públicas.  Ou  não? Imagine um servidor público, notoriamente de alta hierarquia ou patente,  imagine esse sujeito  defender interesses alheios e escusos ao que deveria ser de utilidade pública. Soa como absurdo. E isto temos  presenciado por altos medalhões de nossos órgãos públicos. Gente do Judiciário e do Governo.
O  que constatamos é exatamente o contrário do múnus público . São presidentes dos três ou mais poderes, se mostrando com desvios de poder. São vaidades pessoais, egolatria, culto da  personalidade , disputa pelos holofotes e luzes da ribalda. E nesse proscênio ou tablado teatral nada de útil se faz em prol do público (pessoas).
E saindo do vértice dessa pirâmide, todo esse sistema de comportamento de vaidade vazia e fútil tem se horizontalizado e contaminado todos os setores da atividade social, cultural e até religiosa. Ninguém mais escapa aos efeitos dessa onda de vaidades , a essa “fashion” social que vem imperando em nosso País.
Para fecho de matéria dois modelos de mediocridade e futilidade de nossos tempos :  gastronomia e redes sociais.
Em gastronomia. Comida e alimentos deveriam ter como finalidade o que? O nome diz tudo :  alimentar e nutrir nosso organismo. Ao que assistimos? O indivíduo entra num rodízio de churrasco ou pizza e se empanturra de vaca, porco, batatas, mandioca, sacarose, açúcar e álcool. Dois dias de enxaqueca e intoxicação alimentar. E morre paulatinamente, quando não subitamente. Esta é uma forma de gozo e felicidade de nossa sociedade. Mediocridade e insanidade em sua quintessência.
E nas redes antissociais? Elas se constituem de rebanhos e legiões de pessoas diuturnamente ocupadas em exibirem-se em suas poses, em suas festas, em suas sessões gastronômicas e libações etílicas, em suas roupas sumárias ou nuas, em seus novos formatos de seios, nádegas e silicones. Em seus longos sorrisos de uma só letra, kkkkk. Todos se mostram como ter encontrado o suprassumo do gozo e da felicidade. Mediocridade e vaidade na forma mais pura e estéril; todas produzidas, praticadas e fruídas pelo gênero humano.  Logo por nós, humanos.

Teoria Involucionista

NOSSO PROCESSO DE FRANCA INVOLUÇÃO E DERROCADA PESSOAL
João Joaquim  
Vivemos uma época de plena industrialização. Apesar de tanta mecanização, de tanta tecnologia, de tanta automação, o trabalho do homem continua significativo em todas as etapas de produção industrial. O Brasil conta hoje com cerca de 13 milhões de desempregados, segundo estatística do IBGE. Isto sem contar os indivíduos subempregados, os que trabalham de modo informal (sem carteira assinada) e os milhões que ganham muito pouco. Viver com um salário mínimo, equivalente a U$ 400  seria não viver mas subsistir . Uma triste realidade, mas que bem se aplica ao contexto do Brasil. “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”- Oscar Wilde.
A abertura acima foi apenas um jeito de dar vazão ao tema central: relação trabalho e lazer. É inegável que o entretenimento, o lazer, a diversão, a festa, os festivos, a folga e o ócio fazem parte da existência humana. O trabalho de forma exaustiva, contínuo, traz um enorme desagaste à pessoa, ao organismo, à saúde e ao bem estar do indivíduo. Diversos são os pesquisadores e profissionais da saúde que são uníssonos  em recomendar o entretenimento e lazer como expedientes promotores da saúde física e psíquica.
Sociólogos, economistas e filósofos têm as mesmas recomendações. Platão, na antiga Grécia, por exemplo preconizava a música e a ginástica no sentido de fortalecer até a moral e o caráter da pessoa. Bertrand Russel (1872-1970 -97 anos) escreveu um magnífico ensaio intitulado o elogio do ócio;  segundo sua tese o trabalho não deveria ser a prioridade na vida da pessoa. O ideal seria tempo livre, ocioso, com atividades agradáveis. E não no sentido de vadiagem ou só diversão, mas uma oportunidade de ganho de conhecimento e capacidade de reflexão.
Domenico de Mais(nascido na Itália) é outro cientista e sociólogo que editou um impactante artigo denominado o ócio criativo. Segundo este renomado cientista italiano, estudioso da relação trabalho e descanso, é importante que as pessoas trabalhem menos e tenham momentos de descanso, de pausa nos esforços e busquem entretenimento e um ócio de reflexão, de aumento de conhecimento e capacitação intelectual e profissional.
A relação trabalho e entretenimento na sociedade atual. Hoje, século XXI, contemplamos um progresso nunca imaginado em nossa história. Com tantos avanços científicos, com o surgimento da internet e suas ubíquas redes sociais, surgiram nesse caudal de transformações os tão almejados avanços sociais, o aprimoramento dos direitos humanos e naturalmente uma nova ordem de relações sociais e novas diretrizes no ambiente de trabalho. Todas essas evoluções refletiram também no comportamento das pessoas no concernente às atividades de lazer e entretenimento.
Uma das marcas da sociedade atual é o apelo ao consumo. O poder da propaganda é enorme e de alcance rápido e instantâneo, graças aos modernos recursos de comunicação (internet e redes sociais). As pessoas em geral se comportam como reses de um rebanho. A maioria é levada e aliciada polos engodos da propaganda. Somos animais de rebanho, vamos com os outros.
A semântica bem explica o que a sociedade, o que as pessoas veem como lazer e entretenimento na era virtual, no império do mundo da digitalização e do consumo. Toda forma de lazer, de diversão e de ócio se transformaram nos prazeres dos instintos, do corpo e da boca.
Em toda folga, em  todos os momentos de ócio que sobram, as pessoas se entregam aos regalos e orgias da boca, do bucho e do sexo. Tudo regado a libações etílicas, até o entorpecimento, embriaguez, coma alcoólico, e combinado com a insensatez ao volante, muitos acidentes de trânsito e mortes. E como rescaldo a tão molestante ressaca, com cefaleia, mal estar, melancolia, náuseas e vômitos. Por no mínimo 2 dias. Que prazer é este ?
Essas são as opções de lazer e entretenimento do homem moderno. Apenas uma demonstração de que o homem deixa a sugestão de que  é um projeto que não deu certo. Estamos em fase de involução. Nesse processo estamos retrocedendo aos tempos da derrocada do império romano. Triste, muito triste!

BIG BROTHER

GOVERNOS E EMPESAS DE OLHO NO CIDADÃO
JOAO JOAQUIM

Um dos maiores e persistentes objetivos de todo e qualquer governante foi sempre o controle e vigilância da vida dos cidadãos. E aqui decididamente vale para todos os sistemas de governo. Obviamente que esse interesse está muito mais presente e impositivo nos regimes de exceção como nas ditaduras de Cuba, da Rússia, China e Coréia do Norte. E atenção! Notadamente para as pessoas menos aficionadas em política: a titulação de democrática de uma nação não lhe caracteriza como um regime de liberdades individuais e coletivas. Basta ter em conta os casos da república democrática Bolivariana da Venezuela e a república democrática da Coreia do Norte. Estes dois exemplos ilustram bem o que é a bandeira ou brasão de um país e o que é a ideologia de seus mandatários. Mandonismo, tirania e coerção das liberdades individuais e dos direitos humanos.
Nessas definições do que seja regime de exceção e democracia eu aprecio muito aquela indagação de um eleitor que diante de um governante não titubeou: - qual a diferença entre ditadura e democracia? A quem o governante redarguiu de bate-pronta: democracia é quando você manda em mim e ditadura é quando eu mando em você. É o conceito mais simples, direto e popular.
Conforme proposta de nossa constituição- Carta Magna de 1988- nossa democracia é representativa. O parlamentar ou governante eleito representa os anseios do povo ou dos eleitores que o elegeram. Como referido no introito o grande objetivo dos governantes é o controle e vigilância da vida do cidadão. Todas as democracias fazem isso muito bem, certamente por um efeito osmótico e aprendizado das tiranias que fazem muito melhor. Esta foi a inspiração do grande escritor George Orwell  ao escrever sua magnífica obra. O título inicial foi 1948, depois 1984 e por fim big brother. Grande irmão ou irmão mais velho.
Essa nação ou sociedade descrita pelo autor é constantemente vigiada por teletelas com o slogan:  o grande irmão zela por ti ou está te  observando do inglês original “big brother is watching you”.
Foi o que fizeram por exemplo as grandes ditaduras do século XX, são os casos de Josef Stalin e Adolf Hitler. E naqueles tempos esses tiranos não dispunham dos recursos tecnológicos de hoje. Vivemos novos tempos. A hipermodernidade digital, era da internet, das redes sociais e grandes provedores. Nesta época da plena digitalização em tudo não temos um, mas vários grandes irmãos. Todas as nossas compras e aquisição de bens, viagens, transações comerciais, festas e comemorações são vistas e sabidas pelos órgãos de governo, pelas indústrias, comércio e agências reguladoras. Com uma observação ou registro a se fazer: tudo feito graciosamente, de forma voluntária e permissão dos cidadãos consumidores. Fornecemos graciosamente todos os nossos dados pessoais, CPF, RG, fotos, endereços, telefones, nossas preferências, etc. 
Tudo que fazemos, compras, passeios, contexto da vida social e privacidade ficam gravados em nossas páginas e na vigilância do governo e empresas privadas, graciosamente. Muitos fazem isso até como exibicionismo, sorridentes, inocentes em suas páginas da Internet, nas tão badaladas e públicas redes sociais. O nome não poderia ser mais sugestivo, armadilhas(redes) que nos pegam todos os dias , estamos todos sempre bem enredados nas malhas das grandes empresas, nos órgãos de governo e nas malhas finas da REceita Federal  . Que horror!

Cão.Fusão

O ESTRAGOS DO CÃO CHICO

João Joaquim  

Com efeito um canal de TV noticiou o fato e malfeito do cachorro chico que, na ausência da dona, estraçalhou todo o seu colchão de espuma. Tudo se deu nesses moldes: a proprietária do canídeo deliberou ir a uma sessão de cinema com o filho. Por precaução e comodidade, como fazia frio, o chico foi deixado preso dentro de casa.
O tempo foi passando e o chico se enervando. No pensamento instintivo do cachorro o que se passou? Nada mais normal do que tal inclinação.
 - Por que só eu tenho que ficar encarcerado se a minha natureza é a liberdade ? Para compensar referido estado de enervação não se podia esperar outra resposta, chico fez em estilhaços o colchão de casal de sua dona. E isto ajudado por um outro comparsa, um cãozinho de menor porte. E assim outros casos de depredação e estilhaçamento material foram exibidos por dois, três e não se sabe quantas emissoras de TV. 
Patéticas, hilárias e hipócritas foram as explicações para referido comportamento animal. Um pouco de zoologia e psicologia comportamental se torna útil para análise da relação homem/animal. Vejamos. Nos primórdios da humanidade, cães e gatos existiam apenas como animais selvagens. Aos poucos o homem percebeu que domesticar e docilizar os cães lhe( ao homem) traria muitos benefícios com a utilização do animal no abate de caças. Função que é utilizada até os dias de hoje. Como exemplos o cão perdigueiro, o paqueiro; o porcino, empregado na caça a porcos selvagens,  entre muitos outros empregos do animal em prol do homem.

Todo animal estimado e domesticado, sofre um processo de docilização (mansidão). Mas ele guarda o seu potencial selvagem. Isto significa que ele mantem sua ferocidade. Tanto que não é incomum as investidas e os ataques aos humanos resultando em graves ferimentos ou morte, quando o dono é processado e penalizado pela justiça. O que é muito coerente e arrazoado, tendo em conta que o cão não é mas, o homem é classificado como racional.  Torna-se um fato curioso e instigante porque nesse contexto o irracional se torna o animal humano em aprisionar e maltratar o bicho desprovido de razão. 
Por último o potencial selvagem tão importante de um cão, o instinto da liberdade, a vocação para longos corridas, o desembaraço de ir e vir, de estar em constante movimento. Agora, imagine domesticar um animal que não perdeu esses atributos, cerceá-lo em sua liberdade de andar, correr e confiná-lo em cubículos restritos ou amarrado em coleiras e correntes. Tortura, na forma mais incivilizada.
E assim, diante de vários casos de danos  causados pelos chamados pets domésticos vieram as explicações. Justificativas de todos aqueles que rebarbativamente embarcam na mesma prática e onda da escravização e encarceramento de cães e gatos. Ante os danos estressantes dos “estimados” bichos, dos estragos por eles provocados, dos ataques e destruição de sofás, móveis e colchões, dos excrementos e sujeiras deixados pelos enervados cães, surgem de forma até risível as razões dadas por donos e adestradores; enfim por todos que exploram os animais irracionais.
-“Tudo normal, tudo por amor e apego ao próprio dono”. Ao estilo de um feminicida, que preso pelo assassinato da companheira sai com esta”: matei por amor.

Patéticas, hilárias e hipócritas  são tais justificativas. Desfazendo tais versões míticas e enganadoras. Êi-las: O animal, depreda, estraçalha móveis, sofás e camas à sua volta pelo alto estresse em que é mantido pelos seus donos e escravizadores. Todos esses discursos e arrazoados são em uníssono para justificar uma prática refratária e antinatural na posse e clausura de bichos de toda espécie. E prendê-los para que? Para enfeite e adorno? No mínimo é uma demonstração de insensatez e irracionalidade. É muita sandice e insanidade nas justificativas dos que exploram, vivem e mercantilizam os seus serviços na manutenção antinatural dos chamados animais irracionais. E isto porque nós humanos somos dotados de razão. Imagine bem, se não fôssemos.

Gosto do Trabalho

A VOCAÇÃO AO TRABALHO VEM DA VIDA INTRAUTERINA
João Joaquim  

Eu penso em uníssono com aqueles cientistas e pesquisadores do comportamento ou relação do homem com o trabalho. O que dizem estudos horizontais e verticais nesse sentido? A maioria converge em que a propensão, a vocação e disposição para o labor produtivo tem grande dependência da educação global do indivíduo( a volição indutiva – estudada em Psicologia).  O meio familiar vai ser determinante nessa característica comportamental da pessoa. Família que será o suporte no arcabouço educativo e na responsabilidade profissional do filho.
Conclusões  cientificas e empíricas não deixam margens dúbias. A inclinação do indivíduo a um estilo de vida laborioso e produtivo se inicia antes do nascimento. E nem de tantas pesquisas precisariam porque se pode deduzir da observação prática diária.
Na vida fetal já se dão essas influências do meio social. Tomemos dois grupos de gestantes. Que sejam de 100 grávidas cada grupo. No primeiro, as futuras mamães são constituídas de mulheres continuamente ativas, dinâmicas, operosas, trabalhadoras, e que até  fazem atividade física regularmente. E assim se comportam até a última semana de gravidez. No grupo 2, de 100  mulheres pouco ativas, sem uma profissão definida, pouco produtivas e sedentárias.
Todos os filhos nascidos das mães do grupo de mulheres gestantes com um estilo de vida mais dinâmico, de trabalho e atividades físicas terão a tendência, a propensão em seguir o estilo e comportamento da mãe. Ou seja,  com uma coerência e alinhamento ao ritmo materno. Essas mães de forma muito precoce serão estímulos e modelos para esses filhos. É o princípio pedagógico do estímulo e da mimetização.
De forma reversa serão os filhos das mães do grupo 2, constituído de mulheres pouco afeitas ou voltadas para um ritmo de vida de trabalho, produção e atividades físicas, mães ociosas e sedentárias.
Do pouco estímulo e exemplo resultarão filhos e indivíduos com predisposição à ociosidade, ao não trabalho e um comportamento sedentário. Um perfeito alinhamento com o ritmo materno desde a vida intrauterina , coerente e bem arrazoado tal resultado.
Uma outra conclusão de dados empíricos se refere à influência do tipo de parto na índole ou comportamento laboral do indivíduo. Temos assim os nascidos de parto normal ou parto cesáreo. No parto natural ou espontâneo, não impropriamente tem-se o período denominado de trabalho de parto. Grosso modo: o útero entra em contração e começa a expulsão do feto já maduro. Esse nascituro( futuro nascido) também terá sua cota de esforço e trabalho para nascer.
No parto cirúrgico por cesariana, a anestesia inibirá todo aquele processo laborioso do feto e do útero . Assim sendo, como esperado, filhos nascidos de parto normal já nascem condicionados a no futuro serem pessoas mais dinâmicas, laboriosas e produtivas. O contrário se vê nos nascidos de parto com anestesia.
E tudo se faz no âmbito cerebral. Neurologicamente a criança já nasce com essa primeira e significante tendência e predisposição. E assim converge todo o processo na formação do indivíduo. A educação da criança é um processo complexo, com marcante influência da mãe em primeiro lugar, mas também de todo o ambiente social e das escolas na sua formação ética e técnica.
Ética, cidadania e trabalho são valores e princípios que devem ser ensinados e exercitados com as crianças de todas as idades. A Pedagogia do trabalho deve fazer parte do mesmo pacote de aprendizado.

Ninguém tem um igual

DIVERSIDADE PESSOAL
João Joaquim  
É maravilhoso e fascinante quando pensamos na diversidade humana: e essa variação ou diversidade abarca todas as características da pessoa. Para mais justeza e veracidade até os gêmeos ditos “verdadeiros” são desiguais. Eles têm muita semelhança, muita simetria, muita paridade e homologia, mas não são exatamente iguais.
Nesse sentido, quando falamos em diversidade humana não estamos referindo apenas às diferenças morfológicas das pessoas. A alusão aqui é sobremaneira nos aspectos psíquicos, emocionais, nos sentimentos, no comportamento, na índole e caráter que compõem cada indivíduo. Em termos objetivos cada um é composto de uma parte física (soma, somático) e uma parte anímica. Feitas essas definições, por demais óbvias e sucintas, discorramos sobre essas características anímicas a que também chamaremos comportamentais ou a caracterologia do indivíduo.
Quando analisamos a característica comportamental do indivíduo levamos em conta uma influência constitucional a que também pode ser desdobrada em genética ou hereditária. Tem-se também uma parte pós constitucional ou adquirida. O  que se tem de aceito e científico é que a pessoa é o resultado de sua constituição genética (ou hereditária) e do meio ambiente.
O conjunto anímico ou comportamental de cada indivíduo guarda muita analogia com os animais irracionais. São os instintos biológicos comuns aos humanos e não humanos.
Esquematicamente, para mais fácil compreensão, dois são os comportamentos na formação do sujeito. Imaginemos uma pirâmide. Na parte inferior temos o que se chamam os instintos inferiores da pessoa, muito semelhantes a qualquer animal. Na parte de cima da pirâmide têm-se todas as características mais nobres, a alma, o espírito, a razão;  o que nos diferencia de animais inferiores não pensantes. Façamos agora considerações sobre o comportamento do indivíduo, tendo em conta sua relação com o meio ambiente. Quando se refere a meio ambiente abre-se um espectro bem amplo de possibilidades: família, sociedade global, escolas, contatos pessoas, nexos sociais, etc. 
Numa analogia ou paralelo com a constituição física. A anatomia e cada órgão ou tecido do indivíduo são muito refratários a mudanças. A constituição genética então é muito imune a intervenções das ciências. Assim também se dá com a esfera psíquica ou comportamental do indivíduo. São as inclinações ou tendências inatas que cada um traz de sua geração desde a fase embrionária.
Quando se fala na constituição psíquica, em comportamento, na parte anímica e caráter do sujeito poder-se-ia perguntar: o que é normal? O que é patológico? Quais são os limites do caráter do indivíduo?  São perguntas de quase impossíveis respostas dentro do espectro da interação da pessoa com o meio ambiente. Uma  influência muito marcante refere-se a todo o complexo e longo processo educacional. Educar é moldar, transformar e construir a pessoa humana. 
Para contextualizar , algumas questões podem ser postas. A educação, o modo de agir, o comportamento do indivíduo podem ser moldados, modificadas com educação? Sim. Um consistente exemplo se vê com os padrões e condutas éticas de cada pessoa. Basta ter em consideração que todos nascemos aéticos. A grande ética, como a pequena ética, a etiqueta são aprendidas. A criança é desprovida de ética. Por isso já recomendava Aristóteles, o filósofo : A ética deve ser ensinada e praticada com as crianças. Todos os profissionais que trabalham com áreas  humanas devem estar continuamente preparados em relações humanas, em lidar, ajudar, compreender e cuidar de gente. E muitas vezes de gente fora do prumo, do eixo, das balizas de normalidade.
As diferenças entre as pessoas nos quesitos comportamento, atitudes, caráter, respeito são muito díspares. As disparidades são flagrantes. Muitos são os tipos de pessoas perturbadas, folgadas, aproveitadoras e conflituosas. Às vezes, de relações civilizadas e harmoniosas impossíveis. Desses modelos o melhor e mais aconselhável é um afastamento lento, cuidadoso e sem discordar. Do contrário as discordâncias podem ser destrutivas e letais. Em cada família, tem sido encontradiços esses tipos de caráter , de pessoas folgadas e dissipadoras. O melhor é o isolamento dessas personalidades e sem piedade, do contrário elas nos engolfam, nos sufocam.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...