REFÉM
O
PROCESSO DE REFENIZAÇÃO DO OUTRO
Neste
artigo vamos tratar do processo ou conduta de tornar uma pessoa refém. O termo
tem origem no idioma árabe. Vem de rihan com o significado de prenda ou penhor
(garantia). No âmbito criminal refém pode se referir a uma pessoa ou bem que
fica em poder de outro como garantia de um benefício exigido, seja um pagamento
em dinheiro, um bem material ou outra condição abstrata, libertação de um preso
por ex.
Todavia,
o processo de refenização tem se dado também nas relações sociais e pode ser
objeto de estudo da sociologia, da psicologia do comportamento, na psiquiatria
e nas neurociências. Numa projeção de medicina futurista, tal transtorno das
relações interpessoais entrará na classificação do DSM. Relembrando ,o DSM se
refere ao manual estatístico e diagnóstico, da associação americana de
psiquiatria (APA). É um mecanismo psíquico onde uma pessoa exerce influência,
dominação e aproveitamento de outra.
A
conduta de refenização se dá de forma biunívoca em que um explorador e a vítima
vão construindo um contato lento e paulatino à maneira de um parasitismo ou
manipulação pessoal. Trata-se de um comportamento análogo a um indivíduo dominante
ou alfa nesse grupo de relações. Pode ser uma relação entre duas pessoas. Mas,
pode também ser um número maior de indivíduos, quando nesse grupo surge esse
domínio de forma marcante, progressiva, muitas vezes dissimulado; de uma
pessoa sobre outra. É um contato contínuo de um sujeito ativo sobre o outro de
reação (ou não reação, inação ) submissa e passiva.
Mais
consistente e substancial se torna a explicitação através dos contextos
encontradiços nas diversidades das esferas sociais. Nas relações conjugais e
outros laços parentais, como irmãos, filhos/pais, etc. Tem sido muito frequente
o expediente ou comportamento da refenização das pessoas. Nesse processo de
tornar o outro refém a mulher tem sido a principal vítima. É a natureza do
homem, no papel de macho alfa, que se vale de seu porte, sua força física, sua
virilidade hormonal em refenizar a mulher. São essas as razões sociais e
biológicas desse predomínio do homem como explorador da mulher (refém).
Em uma
proporção infinitamente menor a mulher pode também assumir o papel de indivíduo
alfa e praticar intenso domínio em tornar o homem um refém de seus caprichos,
desejos e manipulação.
A
prática de refenização nas relações conjugais vem sendo objeto de estudo de
sociologia, antropologia e criminologia. Uma consequência dramática desse comportamento,
predominante do homem em relação à mulher, são os casos que resvalam para a
violência doméstica sofrida pela mulher (namorada, companheira, esposa), com
uma perversa e alta taxa de feminicídios.
Por
último, ainda no âmbito familiar, não é incomum constatar o fenômeno da
refenização. como deve ser entendido o organograma de uma família? Sua
dinâmica funcional deve ou deveria se estabelecer ao modo de uma empresa, onde
todos os integrantes devem ter isonomia de direitos e deveres; todos deveriam
ter direitos e deves conforma a aptidão pessoa.
Em
outras definições, com exceção das crianças dos idosos ou incapazes (inaptos
para o trabalho), todos devem ter responsabilidade na manutenção, no zelo, na
higiene, nos cuidados e receita dessa família, dessa casa , porque como empresa
tem despesas com energia, água, higiene e víveres para o sustento.
E então,
eis que nesse ambiente surge com frequência os chamados filhos e filhas, irmãos
e irmãs no processo de refenização de outro parente ou parenta que torna
vítima, refém desse (a) aproveitador (a). E não é raro que esse parente(a) empregue
algum recurso chantagista. Um exemplo é se valer de interpor um filho(a) num
laço afetivo com a vítima dessa relação. O expediente do afilhado(a) se revela
um ardiloso expediente com a vítima e refém no processo que sensibilizada vai
se perpetuar na condição de submissão e prover muitos caprichos e desejos desse
explorador da relação. É o eterno e incompreendido bicho homem, de muitos caracteres
e
dissimilações. Quantas não são as famílias que têm que aturar uma pessoa que se
considera melhor, mais bonita, mais poderosa, mais sabichona. De forma sub-reptícia,
subliminar essa pessoa( mulher ou homem) vai tendo uma presença dominante em
explorar e tirar proveito de outros do grupo. Basta um olhar de boas lentes e
elas estão ao nosso redor .