segunda-feira, 26 de julho de 2021

CHARLATÕES

 

CHARLATANISMO

João Joaquim  

 

Fico eu, o aqui cronista a imaginar nos mecanismos psíquicos e mentais que que induzem as pessoas a pensar e acreditar em afirmações falsas, em mitos, em propagandas enganosas. Enfim, em um rosário de proposições e descrições com objetivos de enganar a quem lê, a quem ouve e vê essas locuções e publicações. Sobretudo nos efeitos audiovisuais empregados. Tudo com as artimanhas, os engodos e armadilhas para capturar a crença, a adesão e concordância de pessoas tontas, trouxas e ingênuas, para não usar outros adjetivos indignos.

   Nossa sociedade está repleta, infestada e tomada por esse perfil de gente trambiqueira e trapaceira. Não importa o gênero de atividades. Pode ser comércio, religião, saúde, relações conjugais, Medicina, finanças. Nada escapa à sanha, às lábias, à habilidade dos vendilhões e espertalhões.

   A grande interrogação que paira no ar é esta- como funciona a mente do sujeito enganador e do enganado. Um mecanismo interessante na acreditação de coisas falsas e mentirosas é aquele da repetição do fato. Houve um princípio, ou melhor, um expediente da propagada Nazista (Adolf Hitler) que parece ter funcionado bem. Para o mal, é obvio. O expediente foi de se repetir uma mentira 100 ou + vezes e ela adquirir convencimento de verdade. Ares de verdade.

   Existe ainda um outro expediente, o do rebanho ou manada: quanto mais pessoas o enganador consegue enganar, mais efeito terá a sua proposta falsa e mentirosa. Um outro expediente muito empregado pelos falseadores e embusteiros é o do audiovisual. Daí se infere o quanto as televisões, a Internet e redes sociais exercem os efeitos da mentira nos usuários e clientes desses recursos eletrônicos e plataformas digitais.  

   Vamos tomar aqui 3 ramos de atividades que infestam nossas redes de comunicação, TVs e redes sociais como bons exemplos dos embusteiros, charlatões e falsos profetas. Finanças, religião e saúde. Como se dão os chamados golpes financeiros? Eles oferecem juros fora da realidade e rendimento enorme. Esta uma forma. Outra: se passam por empresas idôneas, com logotipo, CNPJ e outros ardis convincentes. As pessoas mais ingênuas e de boa fé fornecem seus dados pessoais e de conta bancária. Puro golpe de inteligentes estelionatários e autores de falsidade ideológica.

Nas atividades religiosas. As igrejas usam muito a teatralização televisiva para causar pasmo, espanto e estupefação nas pessoas. Existe nesses expedientes a exposição muito bem orquestrada e articulada da teologia da prosperidade. Existe um preço. Como as antigas vendas de indulgências pela igreja católica. O fiel e prometido agraciado paga o dízimo, vultosas ofertas, salários e bens. Em troca ele tem abstratamente a garantia da salvação da alma. E até de retorno financeiro aqui mesmo na terra. Ou seja, o paraíso prometido começa aqui mesmo.

   Uma outra seara rica, repleta e próspera de propagandas enganosas, mentiras, mitos e charlatanismo é as atividades de saúde. Em todas as atividades terapêuticas temos os charlatões, os vendilhões, os curandeiros e falsos terapeutas.

   A Medicina então está repleta, infestada dos charlatões, dos falsos profetas, das promessas terapêuticas de toda ordem. Nenhum ramo ou especialidade escapa. Os piores exemplos são encontrados na Internet e nas redes sociais.

   São as clínicas de estética, de cirurgias plásticas de todo gosto, os enxertos, os silicones, os Botox, as mudanças de sexo (redesignação sexual).

   A pandemia da Covid-19 trouxe agora outras faces perversas do charlatanismo, dos efeitos dos mitos e mentiras. O lado perverso tem sido das pessoas comuns e leigas exercendo a medicina como prescritoras de medicamentos e kits para covid-19. Tudo mentira, falso e sem nenhuma prova de ensaios científicos. E existem ainda a face mais perversa desses charlatões. O negacionismo. Eles negam por exemplo a eficácia e segurança das vacinas. Trata-se aqui do chamado charlatanismo reverso.

   E por fim, fica a pergunta, qual o mecanismo psíquico da mente das pessoas enganadas e enganadoras? Matéria para médicos alienistas e psicólogos.

LIVRE- arbítrio

 LIVRE-ARBÍTRIO

Uma condição muito inerente e praticada pelos humanos se chama livre-arbítrio. Por definição, livre-arbítrio é a pessoa exercer ou satisfazer literalmente a sua vontade. Tomando exemplos simples: o sujeito tem a vontade de comer 1 kg de pizza em um rodízio desta iguaria. Ele vai lá e come. Há a vontade e sede de beber uma garrafa de whisky, ele vai lá e bebe. Ele é tomado pelo desejo de andar em um carro do ano; mas não dispõe de dinheiro no momento, ele compra o carro e dica com uma dívida de 30 meses.

   Mas, eis que surge uma questão seríssima. Existem consequências. Estas podem ser construtivas ou destrutivas. Tanto podem ser consequentes benéficas ou maléficas para a própria pessoa que exerceu o seu livre-arbítrio ou para as pessoas de suas relações humanas. Exemplos: para credores, para colegas do ciclo profissional e família do sujeito que exerceu a prerrogativa do livre-arbítrio.

   Com esta breve análise já se pode concluir o seguinte: nem todo livre-arbítrio ou livre direito é ético e honesto. Justamente porque ele pode trazer malefícios e danos para o próprio sujeito e outras pessoas das relações sociais e familiares do autor daquela escolha, daquela vontade, daquele direito subjetivo.

   Para melhor contexto e compreensão vamos tomar dois casos modelos encontradiços em nossa sociedade. Caso 1. Aquele cidadão que desde a juventude vive na esbórnia de corpo e alma, se entregou à vida de boêmia, de libações etílicas e orgias da mesa. O seu livre-arbítrio foi beber desbragadamente como se não houvesse o amanhã, como se vida fosse um eterno hoje e agora. Mas, a vida tem o amanhã, tem o retorno e a conta de bônus ou ônus vai chegar. E chega mesmo!

   Na evolução de sua jornada, esse sujeito vai envelhecendo. Senilidade mais alcoolismo não combinam. Consequências: um acidente vascular, uma cirrose, alguma queda e fratura óssea, invalidez permanente. Conclusão: aquele reconhecido e defendido livre-arbítrio desse caso, trouxe no futuro graves danos, custos mensais com tratamento médico, esforço e desgaste físico e emocional para os familiares cuidadores e muitas outras humilhações pessoais e familiar. Enfim, aquele livre-arbítrio foi exercido sem considerar essas potenciais e nocivas consequências para o sujeito e praticante do livre-arbítrio. Para o próprio autor e o que é pior para outras pessoas, familiares e o Estado.

   Vamos imaginar um caso 2 de livre-arbítrio. Uma pessoa no seu livre-arbítrio de sair de carro em alta velocidade, sozinho. Esse motorista tem esse livre-arbítrio. Mas, de repente ele perde o controle do veículo, atropela e mata pessoas e fica mutilado do acidente.

   Nos dois casos, os indivíduos exerceram livremente e satisfizeram a sua vontade. A livre vontade ou o livre-arbítrio. Todavia, houve resultados trágicos e danosos para o autor e terceiros. Na verdade, esse livre-arbítrio foi exercido de forma imprudente, irresponsável e desonesto. Em resumo, houve nesse exercício de livre-arbítrio um verdadeiro escárnio ético. Nada além deboche e desdém com o outro que, com os familiares, filhos, cuidadores e até o próprio Estado, que de ora avante se achara no obrigado dever a cuidar dessa pessoa incapaz, inválida, e depende de sobrevivência para tudo

modernidade

 

AS REDES SOCIAIS COMO A ESCOLA DA HIPERMODERNIDADE

João Joaquim  

 

Ao deparamos com uma pessoa e estabelecemos com ela uma relação social devemos ter em mente a diversidade, as diferenças que essa pessoa traz em relação a nós. Ela traz o que se chama alteridade. Ela nunca será como nós. O caráter, a índole, a conduta, os valores dessa pessoa podem ser semelhantes, possuir alguns dados em comum, mas jamais equivalentes aos nossos.

   Um excelente princípio nas relações humanas é aquele de não exigir mais do que aquela pessoa tem e possa nos oferecer. Nesse ponto reside a chave de muitos conflitos entre as pessoas, nas diversas formas de relações humanas. Sejam estas no âmbito de trabalho, nas relações conjugais ou parentais. Cada pessoa em si é o resultado, o cabedal, o conjunto que ela recebeu de herança. Em primeiro lugar da mãe, primeira pessoa de que recebemos as primeiras influências sensoriais, depois de outros contatos sociais.

As ciências, a Medicina fetal, já de algumas décadas já estudam e conhecem a comunicação que se dá entre a mãe e o feto. Este nascituro já identifica a mãe pela voz, pelos gestos e reflexos do dia a dia. É desse conhecimento que se sabe o quanto essa figura , a mãe,  exercerá de influência em nossas vidas, em nosso futuro.

   Não é sem razão que prevalece essa regra, essa lei sobre o caráter, sobre a personalidade e valores portados pelo indivíduo. Se queremos conhecer melhor uma pessoa basta estudar com minúcia a sua biografia. Qual é o cabedal cultural da mãe, dos pais, do ambiente familiar e doméstico dessa pessoa. Convicentemente cada pessoa é o dividendo, o produto final do que é a família, não apenas no patrimônio genético e biológico, mas de igual forma, no social, no emocional, no cultural e de caráter e valores éticos e morais passados pelos familiares como um todo: pais, irmãos, babás, cuidadores.  

   Existe na história dois pensadores lumiares no estudo do comportamento e caráter da pessoa. Os filósofos Aristóteles e Rousseau. Para Aristóteles, a virtude e a honestidade são dois atributos que devem ser ensinados, treinados e praticados. Rousseau é o autor da teoria do bom selvagem. A ideia da sua teoria é essa: nós somos frutos, o resultado de nosso meio social. Da sociedade como um todo e da sociedade familiar.

O comportamento social determinante na formação social, cultural e moral da pessoa é a família. O que se aprende de certo ou errado com os pais, da intimidade do domicilio paterno costuma ser para sempre. Nossa mente, nossa memória para as coisas boas ou más funciona como um CD-R; grava uma única vez para sempre e não se apaga mais. O aprendido torto e feio fica indelével.

   Com a invenção da Internet e das Redes Sociais a sociedade global ganhou este novo compartimento social que muita influência exerce nas novas gerações. Essa nova Escola Global faz as pessoas pensar conforme as regras desse espaço social. Este grande compartimento social passou a ser a grande “Escola” dos tempos da hipermodernidade. Os numerosos e crescentes usuários das redes sociais ganharam voz e vez. Eles falam o que e como querem. Liberdade plena. Ainda que platitudes, frivolidades e xingamentos, mas falam.

   Por todo o exposto, fica este princípio: não se exige de uma pessoa além do que ela tem e pode dar e expressar. Seria exigir demais, muito além de suas potencialidades; e isso traz conflitos, desavenças, inimizades.

Ofídios

 

COMO OS INSTINTOS DOS OFÍDIOS

João Joaquim   

 

Muito ilustrativa foi a história de um estudante de veterinária aqui de Brasília. Aficionado a animais exóticos, ele criava em sua casa algumas espécies nativas da África. Dentre essas, uma cobra naja. Por um instante de descuido o ofídio altamente peçonhento picou o próprio estimador e dono. Ele só não bateu as botas pelo socorro do Instituo Butantan SP. Esse mesmo da vacina coronavac. Nosso qualificado Butantan enviou-lhe algumas ampolas de soro antiofídico contra o veneno de naja, o que lhe salvou a vida. A Ciência a favor da vida.

   Imaginemos o gosto, o exotismo pessoal em criar algumas criaturas peçonhentas ou bravias como um pet ou animal de estimação. Como modelos cobras venenosas, aranhas, escorpiões. Algumas feras como leões, ursos, javalis, tamanduás, tubarões. Ainda que se dê a esses bichos selvagens um tratamento principesco e altamente reconfortante. Imagine isso! Será que eles mudarão a sua natureza, os seus instintos, a sua índole de peçonhentos e ferozes? Obviamente que qualquer pessoa saberá que não. Não se interfere e não se recondiciona aquilo que a natureza maldou e impregnou nos animais, inclusive alguns instintos na espécie humana, animais racionais que somos.

   Dessa consideração da natureza impenetrável e imutável dos animais passa-se ao que é a constituição psíquica, mental e caracterológica da espécie humana. Basta ter em conta os atributos e natureza da constituição genética, do genoma do sujeito. Cada pessoa se comportara pelo que dita e expressa o seu DNA. Este, no que concerne a sua expressão fenotípica ou exterior da pessoa é imune de qualquer interferência. Muito diverso de outros aninais que nascem impregnados e predeterminados pelos instintos, o homem (gênero) recebe influência do meio social onde nasce, da família em primeiro lugar. Todavia, há características da herança genética que são intocáveis e refratarias a qualquer mudança pós nascimento.

   Para simplificar a compreensão. Ao nascer o filhote da zebra já sabe andar, correr e se defender. O mesmo se verifica com um gatinho, uma cadelinha. O peixinho já nasce nadando. São instintos nativos de sobrevivência, são reflexos inatos.

Com o gênero humano muito se aprende além dos poucos de sobrevivência: comer, sugar, chorar de fome e frio, e excretar como exemplos. Portanto, existem algumas características, em comum, entre bichos e pessoas, são os atributos congênitos, nascidos com os filhotes e filhos que dispensam ensino e treinamento. Como exemplos esses citados de sobrevivência bem primitivos.

   Os humanos ao que sugerem estudos mais recentes, de Psicologia comportamental e experimentos trazem a inclinação e tendência ao autoengano. O que vem a ser o autoengano? Trata-se de convicções fundadas em um sistema dos 3 SS, no superficial, no subjetivo e na superstição. Por mecanismos psíquicos ainda não totalmente desvendados a pessoa acredita e forma uma convicção sobre um fato falso, mentiroso e não cientifico. E assim passa a defender e professar essa afirmação contrária às ciências e outras provas concretas e documentais.

   Dessa forma e nesses modelos existem aqueles intitulados negativistas e ideológicos; são os que não acreditam na gravidade de uma doença (Covid 19, Sarampo, Paralisia infantil), os que acham que as vacinas fazem mal, etc. Há aqueles que acreditam até em fofocas e fake News. Essa classe de gente age como os instintos de cobras jararaca ou naja e a qualquer hora elas podem nos picar. Diante de todas as provas de matemática e Ciências, eles continuam a acreditar e se convencer do superficial, do subjetivo e supersticioso.

PETS exóticos

 

 


MEU LOUVOR A ESSES DONOS DE PETS

João Joaquim  

Dias desses tomei conhecimento de dois inopinados casos de animais de estimação que me causaram alegria e admiração. O primeiro deles foi de um minhocário. Não leram errado. Poderia ser também minhocultura. Da na mesma. Por que da admiração? Não é que esse “pai’” das minhocas as criam com a finalidade de tortura ou assassinato, como o fazem muitas gentes que criam esses anelídeos por aí. Em 99% das culturas de minhocas é esse o destino dos rastejantes bichinhos. Elas subterraneamente são arrancadas de seus tuneis, são espetadas ou empaladas nos anzóis, atiradas nos rios para servir de isca e engodo para fisgar os famintos peixes. E então vem a segunda tortura e assassinato, dos peixes ,porque eles são, as vezes, estripados vivos, fritos e comidos. Poder-se-ia chamar tal prática como o holocausto das minhocas e dos peixes. Onde andam os defensores dos animais? Vocês que são contra o emprego de animais em pesquisas como cobaias? Minhocas e peixes são animais.

   Em se tratando da família das minhocas de estimação. Era uma família de 4 pessoas e centenas de agregados, ou melhor de minhocas. Essas bichas, assim chamadas por que lembram também as lombrigas parasitas são criadas com todos os direitos de proteção animal. O manejo é feito com todas as técnicas biológicas e funcionais que exigem qualquer vida animal. Sombra, terra úmida e fofa, ph adequado e húmus de boa qualidade. O proprietário se orgulha de suas bichas como animais de estimação e jamais do uso de alguma como isca em pescaria. Se ele tiver acesso a essa crônica, deixo a ele o meu abraço e nossas palavras de louvor, por tão elevado amor às minhocas.

   Meu segundo caso inusual de pets de estimação vai para um criador de abelhas. Trata-se também de uma família de pessoas e centenas de outros membros agregados, as abelhas.

São marido e mulher e duas crianças que cuidam de várias colmeias de abelhas, no próprio quintal de casa;  abelhas sem ferrão e produtoras de mel. São vespas, tidas, tratadas e agraciadas com essa especial deferência, animais de estimação.

   E vejam os admiradores do mundo animal e da Ecologia outro dado interessante, os principais cuidadores e zeladores dessas abelhas são os filhos menores. Uma relação amorosa e educacional das mais saudáveis, éticas e edificantes. Imaginem o quanto de relação construtiva e utilitária nessa adoção, tanto dos amigos das minhocas, como das abelhas. Agora, analisemos bem,  essa relação homem e animal, esses dois exemplos de animais de estimação. Tanto as minhocas como as abelhas são tratadas, cuidadas e mantidas no seu melhor ambiente natural. Nenhuma privação lhes são impostas de seu instinto natural. Atenção para a ligação, Estimação.

   Pensemos agora, nos Pets, cães e gatos tidos e presos em coleiras, cercas, muros e apartamentos. Todos sofrem imposições , limitações, regras. Privação absoluta do melhor, do mais legitimo e natural instinto: Liberdade. Tratamento aviltante e degradante.

 E são tratados por mercadores, criadores, vendilhões e donos como animais de estimação. E os humanos, pais, mães e donos desses bichos são classificados como racionais. Urgente, atenção. Quando e quem foram os taxonomistas, os estudiosos, os humanistas, antropólogos e escavadores que deram ao homem esse atributo, racional? E mais sapiens sapiens. Duas vezes.

 

Pessoas x Doenças

 

                A RELAÇÃO DAS PESSOAS COM AS DOENÇAS

João Joaquim 



   Muito me intriga a relação que estabelecem as pessoas com as doenças. De momento estamos vivendo sob o império da pandemia da infecção do novo Coronavírus. Esta Covid 19 vem mostrando não só a sua face misteriosa, funesta e traiçoeira, como também o espectro comportamental das pessoas. E esse painel multimodal, de mil faces das pessoas é que tratará o presente artigo. Falemos então aqui do negativismo das pessoas em relação a uma verdade já provada por todos os ramos do conhecimento, por estatísticas e ciências. Neste momento vivemos a infestação dos negacionistas da pandemia da covid 19.

No caso de uma doença, negacionismo refere-se àquela disposição e convicção de uma pessoa em negar a gravidade da infecção e até mesmo sua existência. Na mesma tendência, em negar a eficácia das vacinas. Temos ainda a disposição mental e espiritual em aceitar e ter a convicção de que as vacinas para muitas doenças fazem mal e geram até outras moléstias e estados mórbidos. Refere este conjunto de percepções ao que denominamos superstição. Por definição, superstição é a crença em alguma coisa sem fundamento racional ou demonstração cientifica. São fatos meramente recorrentes ou reincidentes nos quais se crê como certos, fixos e reais.

   Nesta ameaça à saúde e à vida, provocada pela Covid 19, temos presentes dois sentimentos ou duas disposições de espírito das pessoas. São dois sentimentos contraditórios. De um lado o negativismo ou negacionismo em relação a um fato, a uma verdade provada de forma cartesiana, com métodos científicos. Em ciência não se crê. Trata-se de uma concordância e aceitação de um fato ou conhecimento incontestável porque ele foi demonstrado com provas materiais, documentais e ensaios científicos. De momento, o bom exemplo são as vacinas x a covid 19.  

   A convicção do negacionista se dá não apenas como no evento da pandemia da Covid 19. O fenômeno se oferece no comportamento das pessoas para muitos outros eventos. Sejam sociais, profissionais, e como agora bem evidente na ameaça do novo coronavírus.

Negar ou afirmar uma doença, de modo geral, agora, fica na dependência do que resultará de benefício ou perda, ou ofensa, ou discriminação, ou estigma para a pessoa que assim procede.

Para bem caracterizar a disposição das pessoas no expediente intitulado negacionismo basta observar essas mesmas pessoas em épocas naturais, normais, fora da ameaça de uma Covid 19. Atribuir a uma pessoa um diagnóstico de obesidade, de um diabetes, de uma hipertensão, de uma arritmia cardíaca, de uma asma, de um AVC. Qual seria o impacto? Negacionismo, eufemismo, minimização. Tanto no diagnóstico quanto no prognóstico. Porque assim estabelecido, tal verdade ou diagnóstico, vai gerar um certo estigma, gerar um rótulo negativo nos seus mais variados contatos sociais, na convivência.

 Imagine agora em tempos e em um contexto sem pandemia, sem a ameaça de uma doença. Não é incomum ouvirmos de certos obesos e obesas as justificativas mais esfarrapadas para seu excesso ponderal e obesidade mórbida; como exemplos temos: eu engordei porque tomei muito soro quando jovem, usei corticoides, usei anticoncepcional, tomei muitas vitaminas etc., Eu nunca mais consegui perder peso. Esse negacionista ou eufemista não assume que tem na comida uma grande fonte de prazer e felicidade, que não é adepto de atividades físicas.

   O processo de eufemismo ou minimização em épocas de bonança epidemiológica notamos com os termos início de doença e o sufixo inho. A pessoa então não teve um infarto, mas o início de um infarto: não foi AVC, foi uma ameaça; não é diabetes, mas um diabetizinho; não tem doença de carótidas, mas uma leve obstrução sem consequências clínicas, uma plaquinha de gordurinha ou colesterol.

   E por fim, mude o contexto do diagnóstico. Para atestados falsos de ausência do trabalho, para aposentar, para um benefício do INSS, para receber um seguro, e agora para a vacina x a covid19. Todos querem um diagnóstico que se enquadre nas chamadas comorbidades do SUS.  Não importa o diagnóstico. Ninguém se importa de ser obeso, de ter uma hipertensão, de ser asmático, diabético. Adeus discriminação, adeus estigmas, adeus escrúpulos! Tudo fica na dependência do contexto dos diagnósticos e prognósticos das doenças. Se houver alguma vantagem nesses termos, e daí, que me importa ser rotulado de obeso, de gordinho, de diabético, de asmático, de ter uma doença cardíaca!

SOMOS COMO UM CD - R

 

CADA PESSOA É PRODUTO DO PADRÃO SOCIAL E CULTURAL DA FAMÍLIA

JOÃO JOAQUIM

      


   Todas as nossas funções sensoriais e cognitivas estão armazenados em  nosso cérebro. Isto é bem sabido por todos os viventes humanos. Funções sensoriais é um termo geral para um sem-número de outros atributos neurofisiológicos. Neste rol de nossas funções, entram as emoções e suas disfunções, o comportamento ou caráter do sujeito ou sujeita, seu cabedal intelectual adquirido desde a infância, seus valores morais, seu senso de ética e honestidade, sua aptidão para a prática da generosidade e do bem, da virtude, seu respeito ao outro; enfim, sua vocação a uma convivência fraterna e de civilidade.

   Por analogia, o cérebro de uma pessoa se equipava a um CD-R. Bem entendido que trata-se de disco compacto regravável (compact disc recordable); o que registra  apenas uma vez e em definitivo. Significa o que? O que se gravou no cérebro não se apaga mais. Salvo se essa pessoa sofrer algum dano, um trauma, um derrame cerebral, uma demência senil ou mal de Alzheimer. Enquanto a pessoa se mantiver normal, ela se lembrará de todos os fatos e ocorrências em sua vida.

   Existe no senso comum a convicção de que os acontecimentos negativos são mais lembrados. A explicação é bem lógica. Assim ocorre porque são fatos de grande impacto que atiçam nossa atenção e memória. É como se eu digitasse um texto e negritasse essas palavras, dando a elas um certo destaque, um realce.

Aristóteles foi aquele filosofo, chamado de O filosofo em face de seu ecletismo cultural e intelectual. Ele navegava por vários ramos do conhecimento com muita sabedoria; como exemplo: sobre a virtude e sobre ética. Um tratado de sua autoria dos mais emblemáticos se chama Ética a Nicômaco, uma cartilha ética feita para o próprio filho. Segundo ele ninguém nasce sabendo sobre ética, sobre virtude, sobre comportamento civilizado, sobre nada. Esses valores são ensinados, treinados e praticados, a partir da chamada Educação familiar ou de berço. Aprendeu errado, para sempre está aprendido. Não se apaga o errado e grava (aprende) de novo o certo. As ciências ainda não explicam bem o porque os conhecimentos errados, o mal, o torto o antiético se aprende com mais facilidade. Mistérios da vida e das ciências e de nosso complexo cérebro.

   Ao se trazer esse comparativo de nosso cérebro com um CD-R torna-se relevante a comprovação e constatação do quanto o caráter e índole da pessoa guardam estreita relação com o perfil da cultura e dos valores sociais e morais da casa paterna, dos pais, da família e membros parentais; do meio social enfim, mas tendo a família como grande protagonista.

Inegavelmente, incontestavelmente a pessoa, o seu “modus vivendi”, o seu caráter, seu perfil cívico e moral tem estreito vínculo com seus pais, com  decisivos e indeléveis reflexos por toda a vida da pessoa. Cada pessoa é o corolário do padrão social, intelectual e moral dos pais, ou primeiros tutores, criadores e responsáveis. Muitos sociólogos e psicólogos com princípios científicos acreditáveis afirmam em uníssono que quando um filho ou filha não mimetiza ou segue o que são os pais, social e moralmente falando, é porque algum parente entremeado nas relações o influenciou. Para o bem ou para o mal. Estranhos à família também exercem a mesma influência. Como as redes sociais, então nem se fala. As pessoas fora do ambiente familiar podem também influenciar a criança, o adolescente e o jovem para o bem, quando o lar desse jovem não lhe é favorável. Imagine, uma ambiente familiar conturbado, de baixo padrão social e cultural. Nesse contexto a própria escola e outras pessoas de bem podem influenciar positiva e construtivamente esse adolescente e jovem.

A Internet, as Redes Sociais, se tornaram a grande “Escola” da Modernidade. Vivemos tempos que por mais que os pais, os tutores das crianças , adolescentes e jovens os instruam para uma vida cidadã, honesta, com valores cívicos e sociais, com relações humanizadas e fundadas na gentileza, na cooperação e respeito; esses filhos e filhas se contaminam com suas amizades externas, fora do ambiente familiar. São graves e irreversíveis efeitos colaterais dessa nova sociedade dos amplos e ilimitados Direitos Humanos, sem a contra partida da cartilha dos Deveres Humanos.

Assassínios (as) de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...