sexta-feira, 4 de outubro de 2013

INJUSTIÇA....



                                              
INJUSTIÇA ECONÔMICA
João Joaquim de Oliveira 


 Se há uma forma de injustiça neste país , da qual pouco se fala, se chama desigualdade de renda das pessoas. No caso do Brasil, com um agravante perverso, porque tem a chancela ou contribuição oficial. A legislação brasileira, a CLT, as leis trabalhista de um modo geral permitem esta disparidade quando a questão envolve salários distintos e desiguais nos diferentes órgãos; e até mesmo injustos numa mesma categoria profissional de um mesmo órgão. São aquelas esquisitices próprias do Brasil .
Somos um país onde poucos têm muito e muitos têm pouco. Eu não tenho a atual estatística da distribuição de renda. Mas, não deve ser muito diferente de estatísticas de tempos recentes(2012). Cerca de 75% do PIB brasileiro está concentrado nas mãos de 10% das pessoas. Ou seja somos uma nação de uma grande concentração de riqueza. Uma outra forma de injustiça econômica é quando se fala em impostos. Há uma gritaria geral, e não sem razão, quando se faz acerto de imposto de renda, sobretudo de pessoa física. O Brasil é uma nação onde se cobra mais impostos de renda, com um diferencial: pouco se devolve à sociedade em forma de benefícios como saúde, educação e segurança pública.
Eu já ouvi de alguns políticos a tese de se cobrar mais impostos dos mais ricos, das grandes fortunas, a exemplo do que é feito em alguns países da Europa. E pensando bem, faz sentido essa ideia, desde que tais tributos fossem revertidos em benefícios sociais, para os menos favorecidos. Aliás, corrupção é outra modalidade perniciosa de injustiça econômica em nosso país. Basta lembrar que se rouba dinheiro até do SUS e da merenda escolar. É o supra-sumo  no cometimento de injustiça socioeconômica, são milhões de dólares que vão para as mãos de poucos e sem punição. Olha aí de novo nossa Justiça praticando mais injustiça econômica.
Um fato muito esdrúxulo e esquisito de nosso país é quando sabemos do socorro que o governo dispõe a banqueiros e bilionários, quando seus empreendimentos estão em risco. Os exemplos da vez são os negócios e  empresas do  ex(?)bilionário Eike Batista. Uma pergunta : o que estes bilionários fizeram ou fazem de benéfico para os mais pobres? Diferente de um Bill Gates que é bilionário, mas faz doações milionários para instituições filantrópicos e humanitárias.
Quando se fala em socorro do governo a bancos privadas e milionários, não se refere apenas à atual gestão petista. Os antecessores( PSDB, PMDB) também tiveram o mesmo expediente. São amparos de órgãos estatais ( Caixa,  BNDS, Banco Central ) a empresários fraudulentos de muitas décadas. Por que um tratamento privilegiado a ricos e banqueiros em detrimento dos mais pobres? Só mesmo no Brasil!




Quando se diz que o Estado brasileiro contribui para a desigualdade de renda e concentração de riqueza basta lembrar  de salários tão desiguais em diferentes carreiras profissionais. Carreiras estas que embora distintas exigem os mesmos  anos de estudo. Caso de médico, professor e um procurador de justiça ou um magistrado. Vejam quanta diferença salarial existe para estes servidores públicos. Comparar o contracheque de um médico com o de um juiz chega a ser humilhante! Um juiz de direito, um procurador ganham muito? Eu penso que não. O médico e  professor é que são pessimamente remunerados.  São bizarrices do Brasil.
Para fecho de matéria deixo mais uma pergunta aos nossos legisladores. Por que algumas instituições merecem isenção de impostos? Por que as bilionários igrejas ( católica e universal por exemplo) não pagam impostos? Será que materialmente elas fazem tanto pelo social? Porque pelas almas dos pobres e desvalidos só mesmo Deus para saber se suas intercessões têm sido atendidas. Pelo que se ouve à boca miúda , muitas dessas igrejas evangélicas neopentecostais gostam muito mesmo é de dinheiro dos fieis. Algumas delas ,  vez e outra , são acusadas de lavagem de dinheiro.
Uma outra pergunta que como arraia-miúda eu gostaria de resposta : Por que nossa gloriosa e poderosa Rede Globo tem isenção de impostos em função de alguns programas sociais ? Eu cito dois, o Criança Esperança cujo dinheiro são doações de telespectadores e o Telecurso de 2º grau, este veiculado em plena madrugada, quando todos estão dormindo ou em trânsito para o trabalho.  Só mesmo no Brasil! Que seriedade tem as nossas leis!  


  João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


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