INJUSTIÇA....
INJUSTIÇA ECONÔMICA
João
Joaquim de Oliveira
Se há uma forma de injustiça neste país ,
da qual pouco se fala, se chama desigualdade de renda das pessoas. No caso do
Brasil, com um agravante perverso, porque tem a chancela ou contribuição oficial.
A legislação brasileira, a CLT, as leis trabalhista de um modo geral permitem
esta disparidade quando a questão envolve salários distintos e desiguais nos
diferentes órgãos; e até mesmo injustos numa mesma categoria profissional de um
mesmo órgão. São aquelas esquisitices próprias do Brasil .
Somos um país onde poucos têm muito e muitos têm
pouco. Eu não tenho a atual estatística da distribuição de renda. Mas, não deve
ser muito diferente de estatísticas de tempos recentes(2012). Cerca de 75% do
PIB brasileiro está concentrado nas mãos de 10% das pessoas. Ou seja somos uma
nação de uma grande concentração de riqueza. Uma outra forma de injustiça
econômica é quando se fala em impostos. Há uma gritaria geral, e não sem razão,
quando se faz acerto de imposto de renda, sobretudo de pessoa física. O Brasil
é uma nação onde se cobra mais impostos de renda, com um diferencial: pouco se
devolve à sociedade em forma de benefícios como saúde, educação e segurança
pública.
Eu já ouvi de alguns políticos a tese de se
cobrar mais impostos dos mais ricos, das grandes fortunas, a exemplo do que é
feito em alguns países da Europa. E pensando bem, faz sentido essa ideia, desde
que tais tributos fossem revertidos em benefícios sociais, para os menos
favorecidos. Aliás, corrupção é outra modalidade perniciosa de injustiça
econômica em nosso país. Basta lembrar que se rouba dinheiro até do SUS e da
merenda escolar. É o supra-sumo no
cometimento de injustiça socioeconômica, são milhões de dólares que vão para as
mãos de poucos e sem punição. Olha aí de novo nossa Justiça praticando mais
injustiça econômica.
Um fato muito esdrúxulo e esquisito de nosso país
é quando sabemos do socorro que o governo dispõe a banqueiros e bilionários,
quando seus empreendimentos estão em risco. Os exemplos da vez são os negócios
e empresas do ex(?)bilionário Eike Batista. Uma pergunta : o que
estes bilionários fizeram ou fazem de benéfico para os mais pobres? Diferente
de um Bill Gates que é bilionário, mas faz doações milionários para instituições
filantrópicos e humanitárias.
Quando se fala em socorro do governo a bancos
privadas e milionários, não se refere apenas à atual gestão petista. Os
antecessores( PSDB, PMDB) também tiveram o mesmo expediente. São amparos de
órgãos estatais ( Caixa, BNDS, Banco
Central ) a empresários fraudulentos de muitas décadas. Por que um tratamento
privilegiado a ricos e banqueiros em detrimento dos mais pobres? Só mesmo no
Brasil!
Quando se diz que o Estado brasileiro contribui
para a desigualdade de renda e concentração de riqueza basta lembrar de
salários tão desiguais em diferentes carreiras profissionais. Carreiras estas
que embora distintas exigem os mesmos anos de estudo. Caso de médico, professor e um
procurador de justiça ou um magistrado. Vejam quanta diferença salarial existe
para estes servidores públicos. Comparar o contracheque de um médico com o de
um juiz chega a ser humilhante! Um juiz de direito, um procurador ganham muito?
Eu penso que não. O médico e professor é
que são pessimamente remunerados. São
bizarrices do Brasil.
Para fecho de matéria deixo mais uma pergunta aos
nossos legisladores. Por que algumas instituições merecem isenção de impostos?
Por que as bilionários igrejas ( católica e universal por exemplo) não pagam
impostos? Será que materialmente elas fazem tanto pelo social? Porque pelas
almas dos pobres e desvalidos só mesmo Deus para saber se suas intercessões têm
sido atendidas. Pelo que se ouve à boca miúda , muitas dessas igrejas
evangélicas neopentecostais gostam muito mesmo é de dinheiro dos fieis. Algumas
delas , vez e outra , são acusadas de lavagem de dinheiro.
Uma outra pergunta que como arraia-miúda eu
gostaria de resposta : Por que nossa gloriosa e poderosa Rede Globo tem isenção
de impostos em função de alguns programas sociais ? Eu cito dois, o Criança
Esperança cujo dinheiro são doações de telespectadores e o Telecurso de 2º
grau, este veiculado em plena madrugada, quando todos estão dormindo ou em
trânsito para o trabalho. Só mesmo no
Brasil! Que seriedade tem as nossas leis!
João Joaquim de Oliveira
médico- cronista DM joaomedicina.ufg@gmail.com